Capítulo 5

NA MANHÃ SEGUINTE em que fez sexo com seu irmão mais velho pela primeira vez na praia, Carina sentiu-se em chamas, como se seu corpo não pudesse mais se manter longe do dele. Ela sempre fora precoce em tudo. A primeira a menstruar da turma da escola, a primeira a usar sutiã e a primeira a ter namoradinho, mesmo enquanto as outras amigas ainda falavam de artistas pop e colecionavam suas fotos. Provavelmente, nenhuma de suas amigas também tinha perdido a virgindade com seu próprio irmão. Não que ela soubesse.

Ele dormia profundamente no quarto quando ela entrou sorrateira tentando não o acordar. Os pais tomavam banho de sol na praia aproveitando o último dia antes de voltar para a cidade e o Lucas... quem sabia do Lucas?

Ele vestia um short e dormia espalhado na cama com o lençol amarfanhado por baixo do corpo. Dava para ver uma ereção por sob o short. Crescente, robusta. A menina não resistiu em massageá-lo como havia feito na noite em que tinham dormido juntos. Tocou de leve por cima e notou que ele não acordou. Ousou segurar mais firme deslizando a mão pequena do corpo até a cabecinha e ele continuou dormindo. Rodrigo só foi despertar quando Carina já o massageava por dentro do short, deitada ao lado dele apreciando sua quase nudez.

— O que está fazendo? — ele estava desorientado. Olhou para a porta entreaberta e se voltou para ela. — O pai e a mãe…?

— Eles estão na praia. Estão longe. — ela o olhava sorridente. Os olhos castanhos grandes brilhavam. Seus cabelos estavam úmidos. Havia tomado um banho gelado há meia-hora para tentar aplacar o fogo que a queimava. Não havia adiantado. — Estamos sozinhos aqui.

— O Lucas?

Ela deu de ombros. Em seguida, ajoelhou-se na cama e precipitou-se em tirar a parte de cima do biquíni que usava. Ela não parava de sorrir para ele, que hesitante, sentou-se na cama procurando se afastar. Os seios adolescentes eram pontiagudos, aréolas castanhas e mamilos rijos. Cabiam inteiros na boca, pequenos.

— Carina… é melhor a gente não continuar isso…

— Mas foi tão bom ontem! Eu nem consegui dormir à noite pensando na gente lá na praia! — ela engatinhou na cama. Não tinha conseguido se afastar muito. Seus braços o enlaçaram ao redor do pescoço e ela sentou em seu colo de frente — Fiquei lembrando de você enfiando na minha xoxota…

Ele queria lutar, mas já estava entregue. Suas mãos seguraram meio frouxamente a bunda dela por cima do shortinho, mas seu desejo já era de apertá-la.

— Mas somos irmãos! Não devíamos…

— Mas eu quero! — e as mãos dela forçaram as dele a apertar suas nádegas. — Não vai me dizer que prefere a xoxota da Maria!

Maria era a jovem empregada que prestava serviços aos Monterey na mansão dos Jardins e ela fora a primeira mulher na vida de Rodrigo. Ela era seis anos mais velha que ele. Foi num certo fim de tarde solitário na mansão que a moça resolveu ceder aos encantos do adolescente e ir com ele para a cama. As tardes solitárias se repetiram muitas e muitas vezes até que Marina a demitisse.

— Faz que nem ontem. Eu tô mandando! — Carina sempre fora geniosa e dificilmente saía de mãos abanando quanto exigia algo do universo. Quando sentiu as mãos do irmão começarem a tirar seu shortinho, ela sorriu com uma malícia que ainda não lhe pertencia com aquela idade. Deitou-se na cama já nua e arrepiou-se inteira ao sentir os dedos dele ligeiramente passearem em sua vulva. Com os olhos fixos nos dela ele indagou:

— Não está doendo?

— Não. Doeu só no comecinho ontem. Depois ficou gostoso. Faz de novo!

Era uma menina nua ali na cama pedindo para que ele fizesse sexo com ela. No momento seguinte, Rodrigo estava tirando o short e sua ereção agora era total. Costumava sempre acordar excitado e por vezes até se molhava durante a noite. A cabecinha já estava lubrificada quando ele a posicionou na entrada da vagina e empurrou para dentro. A recém-perdida virgindade de sua irmã não permitiu que entrasse com tudo, mas com alguns empurrões acabou cedendo. Rodrigo ficou em cima de Carina com ela de pernas abertas por longos vinte minutos. Foi quando uma voz vinda da porta os interrompeu:

— O que vocês estão fazendo?!!

 O irmão do meio Lucas estava boquiaberto à entrada do quarto.

Rodrigo estava terminando de vestir sua roupa social naquela manhã e já ia conferir sua agenda para o dia através do celular quando a voz da namorada soou no quarto:

— Tava aqui pensando… será que as amigas da sua irmã topam fazer um ensaio fotográfico para o meu estúdio?

Natalie estava em pé encostada no batente da porta. Fuçava no celular com os olhos azuis fixos na tela. Diferente do namorado, ela já estava pronta para trabalhar. Vestia uma calça jeans desbotada com alguns rasgos nas duas coxas, uma sandália de salto alto e uma blusinha que valorizava os belos seios. Havia feito uma trança longa nos cabelos loiros e tinha uma maquiagem suave nos olhos delineados.

— Quem? Bianca e Aline?

— Eu estou aqui olhando as fotos no I*******m delas. — e virou a tela do celular com o braço esticado para ele ver — Elas são incríveis! Bem fotogênicas. O estúdio está fazendo uma campanha de biquínis para uma marca teen. Acho que elas se encaixam no perfil de modelo que precisamos.

Ele amarrava os cadarços quando comentou:

— Posso falar com a Carina. Ela não vai ver problema em passar o contato das meninas pro seu chefe.

— Eu não tenho chefe, bonitão. Eu e o Ricardo Félix somos sócios no estúdio. Ninguém manda em ninguém. — respondeu ela, sarcástica — Eu mesma quero falar com essas meninas. — Natalie continuava olhando o perfil das irmãs Ferreti quando algo passou pela cabeça dele:

— Ainda estamos falando de agenciamento de modelos, certo?

Ela o olhou desconfiada. Rodrigo agora estava em pé diante do espelho do armário que alcançava o teto ajeitando a gravata azul petróleo.

— Acha o que? Vou chegar nas meninas e perguntar detalhes da transa de vocês lá na praia? Não mesmo, querido! Meu interesse nas meninas é profissional. — ele deu um risinho. Sua pasta executiva estava sobre um móvel e ele a apanhou. — Achei as duas realmente bonitas e se encaixam no perfil que precisamos. Estão em voga esses perfis de I*******m com ensaios de temática moda-praia.

Rodrigo deu uma boa olhada no lençol bagunçado de sua cama e lembrou-se que era dia da visita de Paula, sua diarista. Ela vinha todas as quintas-feiras.

— Pensei que fosse fazer um ensaio profissional com as meninas, não fotos de I*******m!

— E é profissional, só que muitos catálogos acabam repassando as fotos para publicações do I*******m também para apreciação de pervertidos! — e ela arregalou os acusadores olhos azuis para ele. O rapaz deu outro risinho e a abraçou, ainda segurando sua pasta.

— Você fica uma gracinha com ciúmes!

Até chegar à porta do apartamento, ela já tinha se rendido ao charme dele e a crise de ciúmes passou. Os dois caminharam juntos até o corredor e de lá até o estacionamento. A bordo de seu Jeep, ele a levou até o estúdio que ela mantinha em sociedade com um antigo colega de faculdade, depois, se dirigiu até a Construtora Monterey. O dia seria cheio de reuniões e tomadas de decisões importantes para o futuro da empresa.

Rodrigo era um recém-formado em Administração que estava tendo que aprender na prática a liderar velhos conservadores ranzinzas, o que causava grande desconforto entre ele e os demais sócios da construtora. Nem de longe ele tinha o mesmo tato que seu pai possuía à frente dos negócios e isso dificultava bastante sua interação com os acionistas que viam nele uma fraqueza a ser explorada. Já era quase hora do almoço quando ele começou a presidir uma reunião para discutir a construção de apartamentos populares na região Oeste de São Paulo. Enquanto ele projetava alguns slides com imagens do plano que ele mesmo havia supervisionado na sala de reuniões, cercado pelos principais dinossauros da empresa, o rapaz se viu interrompido por mais de três vezes num intervalo curto de tempo e percebeu que precisava se impor. Na quarta vez que foi cortado por Otto Albuquerque, foi obrigado a intervir:

— O projeto é sim muito ambicioso e levará tempo até ser aprovado, mas quanto mais vocês acham problemas nele, mais eu tenho a certeza que vai dar certo. — seu tom soou tão firme e grave quanto o de Fausto, que estava ausente naquele momento. Otto o encarou com seus olhos acusadores e o silêncio na sala manteve-se até Rodrigo continuar. — A região Oeste da cidade é o principal local de investimento atualmente. Novos apartamentos naquele lugar serão altamente lucrativos e a construtora não pode perder essa oportunidade.

Marcelo Volfgang, um homem de meia idade com cabelos grisalhos já bem ralos no alto da cabeça e penetrantes olhos azuis foi o primeiro a quebrar o silêncio. Ele era o segundo em comando na empresa e diretor do setor jurídico.

— E o que mais as vozes em sua cabeça dizem sobre a região Oeste, filho? Até agora só ouvi achismos e presumo que isso não basta para manter as contas da empresa em movimento. — Ouviu-se risinhos debochados pela sala e enquanto Volfgang o interpelava, Rodrigo acenou para Natasha que estava em pé ao fundo da sala segurando algumas pastas. A moça loira começou a colocar sobre a mesa uma pasta para cada um dos dez senhores ali reunidos, passando por trás de suas cadeiras e enquanto ela andava pela sala distribuindo o material, Rodrigo movimentava-se de um lado para outro diante da tela do projetor com as mãos na cintura. Natasha retornou para o fundo da sala, ajeitou os óculos no rosto simétrico e aguardou o rapaz voltar a falar.

— Como vocês podem ver nos relatórios que a senhorita Natasha acabou de entregar cuidadosamente aos senhores, “as vozes em minha cabeça” têm fundamento. Folheiem cuidadosamente as páginas e entendam que a região Oeste é o melhor lugar para se construir apartamentos populares. Aí vocês vão ter gráficos e dados retirados de fontes confiáveis que provam que sua resistência tem apenas um nome: Conservadorismo.

Rodrigo ajeitou seu paletó, abotoou os botões que abrira no início da exposição e se caminhou até a porta de saída. Natasha nem conseguia esconder o sorrisinho de aprovação quando ele lhe piscou um olho já próximo dela.

— Bom almoço, senhores. — Rodrigo saiu da sala e enquanto um burburinho dos acionistas tomava o ambiente, Natasha foi a única que viu o olhar inquisidor que Albuquerque lançou ao rapaz quando ele saiu.

O rapaz mal conseguia respirar quando chegou ao elevador e assim que entrou no privativo e se viu sozinho lá dentro, afrouxou a gravata azul e deu um grito de exultação. Duas pancadas na parede do elevador com as mãos espalmadas completaram a descarga de adrenalina e pela primeira vez ele se sentiu realmente no comando dentro da empresa que herdaria do pai. Com sua imposição, achava que agora seria tratado com o devido respeito mesmo na ausência de Fausto e aquilo o animava.

Após o grande sucesso aparente na reunião de acionistas, ele sentiu que precisava extravasar um pouco e visitou o escritório de marketing no terceiro andar, onde sabia que encontraria Claudia. Ela e sua equipe estavam na Monterey para os ajustes no projeto que sua agência de publicidade estava cuidando para eles e o rapaz a encontrou na sala de criação reunida com os técnicos de marketing.

— Estou atrapalhando? — ele bateu na porta já aberta quando apareceu e de longe viu o rosto da moça se iluminar ao vê-lo. Com ela também estavam as gêmeas Dana e Dona e seu assistente Rúbio.

— O chefe nunca atrapalha. — Claudia estava radiante. Empolgada, fez questão de recepcioná-lo com um beijinho no rosto, intimidade que poucas pessoas podiam ter com ele nos corredores da Monterey. — Veio dar uma olhada no que estamos aprontando aqui?

Rodrigo viu três técnicos que ele mal conhecia no canto da sala diante da tela de dois MacBooks e percebeu que tinha pouca familiaridade com aquela área do prédio.  Os seus funcionários o ouviram dizer a razão da sua visita ali aquela manhã.

— Na verdade estou aqui pra roubar a chefe de vocês para almoçar comigo. — e ele apontou para o relógio em seu pulso. Já era quase meio-dia. Ninguém tinha se dado conta.

— Caracas! Nem tinha percebido que já era hora do almoço! — falou Dana, a gêmea de cabelo raspado à máquina do lado esquerdo.

— A gente deixa você levar nossa chefe. — a voz de Dona soou doce, então ficou mais firme. — Mas só dessa vez. Não acostuma não! — todos caíram no riso em seguida, mas Claudia a advertiu com um tom pouco convincente:

Easy, garota, easy! É ele quem paga as contas. Não queremos que o boss cancele o contrato com a Illuminare, não é mesmo? — novos risos e então Rodrigo também entrou na brincadeira, gesticulando com o dedo indicador e o médio direcionando-os de seus próprios olhos para os olhos de Dona, como quem dissesse “estou de olho em você”. Logo em seguida Claudia tomou-o pelo braço e como fizera da vez em que tomaram um café no Bistrô em frente a empresa, caminharam juntos até o elevador aos risos.

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