Capítulo Dois: O Medo

Capítulo Dois

O Medo

— Michelle! Michelle! — Kieran estava me seguindo e me chamando enquanto eu entrava em passos decididos e revoltados na cidade. Ainda estávamos há uns dez minutos de caminhada da entrada do castelo e ele havia deixado nossos cavalos com alguma das guardiãs, saindo em disparada atrás de mim. — Michelle! — respirei fundo e parei, esperando que ele me alcançasse. Conseguia ouvir Lorena atrás de nós dois, junto com Karmark e um leve burburinho das poucas fadas que estavam por ali e acabaram notando nossa presença com os gritos de Kieran. — O que nós vamos fazer?

Minha cabeça estava explodindo e o fogo ainda não tinha se acalmado depois da batalha do dia anterior, e ao perceber meu estado emocional após a notícia, estava querendo sair para brincar. Duvidava que pudesse usar Kieran de filtro, meu pai estava a uma tarde de cavalgada, Pentagma era ainda mais distante e eu precisava me acalmar.

— Kieran, você precisa ter algumas aulas sobre discrição — sussurrei, irritada. Ele sorriu, à díspar do meu humor. — Vamos descobrir o que está acontecendo. Tentar descobrir se a criança é humana e se é menina; se for, você vai embora pra Agulha e não quero ouvir reclamações.

Kieran entortou a boca, descontente.

— Eu vou se você for junto — pontuou, esperto.

Eu não estava em condições de enfrentar uma discussão com Kieran naquele momento, então só revirei os olhos, respirei fundo e segui meu caminho em direção ao castelo. Podia ver o pequeno aglomerado que meus companheiros de viagem formavam à entrada, a maioria um pouco perdida por não conhecer a cidade. Já conseguia identificar as asas de Siena à frente do grupo, querendo mostrar o caminho, mas também identificava Guilherme sem nenhuma dificuldade, atrás do grupo, com o olhar no caminho que eu seguia; com certeza poderia me ver. O restante seguiu para dentro do castelo e restou apenas ele e Ília, que o observava com a mesma neutralidade de sempre. Ao me aproximar, agradeci-a pelo cuidado com um aceno de cabeça.

— Aqui não — alertei Guilherme, que me oferecia seu abraço ao reparar a expressão em meu rosto.

Para disfarçar, Kieran aceitou o abraço de Guilherme, arrancando risadas raras de Lorena. Acabei por rir um pouco junto.

Foi Kieran que enlaçou meu braço ao seu quando entramos no castelo e agradeci por seu apoio. Guilherme seguiu atrás, com Lorena e Karmark, tentando entender o que havia acontecido, mas Lorena pediu apenas que ele ficasse quieto até que pudéssemos conversar.

Meus alertas sobre a corte das fadas ser perigosa não surtiram efeito algum em Guilherme e sabia que teria que conversar com ele outra vez; talvez enviar Lorena em meu lugar. Por hora, estava concentrada em encontrar minha mãe e tentar entender o que estava acontecendo.

Segui o caminho para a área do castelo de onde minha mãe passava a maior parte do dia, seu escritório de trabalho, a sala do conselho e as salas de reunião e treinamento, o cerne político de Asa Real. Empurrei a porta do escritório para desespero de Camélia, a guarda azul que estava de plantão ali.

Foi Violeta que encontrei no lugar de minha mãe.

— Princesa — ela se levantou, um pouco desajeitada, e me reverenciou com cuidado. Parecia nervosa e agitada como qualquer rosa com tanta política e problemas governamentais para resolver. — Você retornou. Está... Está tudo bem?

Se minha mãe não estava em seu escritório, estava em seus aposentos da torre da quebra, então dei meia volta, passando por Kieran, Lorena, Guilherme e Karmark, que me seguiam. Violeta passou por eles também, tentando me alcançar.

— Resolvi o problema em Estamina — contei a ela, observando que ela tinha conseguido parar ao meu lado. — E voltei. Agora gostaria de ter algumas palavras com a minha mãe sobre alguns boatos que chegaram até mim.

Violeta estava com um pouco de dúvidas sobre o meu comportamento, podia ver. Esfregava suas mãos em seu vestido fúcsia, pronta para qualquer reunião da alta classe das fadas, enquanto eu estava em minhas calças marrons de montaria e uma grossa jaqueta vermelha que meu pai tinha mandado adaptar para encaixar-se em minhas asas, suja e suada da batalha e da montaria, mas mesmo assim conseguia passar a imagem de princesa e demandar o que desejava.

— Sinto que os boatos são reais, vossa alteza — Violeta disse, com sua incerteza clara em sua voz arrastada pela insegurança ao meu comportamento quase ofensivo. — Nossa rainha encontra-se acamada aos cuidados de nossa curandeira. Ficará feliz em ter vocês de volta — ela olhou de mim para Kieran. — Ela me pediu para enviar uma carta dela para Agulha Erudita há alguns dias, imaginei que estivesse pedindo pelo retorno de vocês.

Concordei com a cabeça, sabendo que ela devia estar falando da mesma carta que Karmark.

— Demoramos um pouco mais porque fomos para Estamina e tomamos o castelo — comuniquei-a.

Violeta engoliu a seco.

— Não pude fazer muita coisa quando sua mãe ficou acamada — Violeta tentou justificar-se. — Pedi que a princesa Melissa tivesse paciência, mas... um dia, ela simplesmente sumiu durante a noite.

— Ela me enviou uma carta porque confiava em mim para resolver o problema — já estávamos chegando ao corredor que levava à torre da quebra com o meu andar acelerado. — Foi capturada logo depois. Mas agora já está resolvido.

Acenei com a mão, informando-a que não era assunto para o momento. Ali, apenas gostaria de tirar a limpo o que estava acontecendo com minha mãe, de quem era aquele bebê e se eu deveria temer pela segurança do meu irmão.

Violeta deu um passo à frente e parou na porta que levava até a torre, impedindo nosso avanço. Parei, lançando-a um olhar raivoso que lhe informava que se não saísse dali logo, não responderia por mim.

— Não podem subir todos — desabafou, como se estivesse sofrendo. — Ela está muito debilitada.

Fechei os olhos, tentando manter a calma e a paciência. Virei-me de costas e percebi que estávamos em cinco. Não era muita gente, mas eu conseguia resumir.

— Gui, pode acompanhar Lorena para a enfermaria para que vejam se seu ferimento precisa de alguma coisa? — Perguntei. Lorena me encarava com a expressão fechada. — Vou ficar bem — garanti-lhe. — Estou em casa, vou ficar bem.

Ela não achava, não. Mas acatou minhas ordens com infelicidade. Olhei para Kieran e Karmark e concordei com a cabeça.

— Subiremos nós três — disse à Violeta, que ainda olhava Karmark com dúvidas. — Ele está aqui como representante do meu pai e irá conosco.

Eu estava fervendo desde a carta de Melissa e não estava deixando nenhum espaço para ponderações, então Violeta não teve muita escolha a não ser chegar para o lado e nos deixar passar.

Detestava aquelas escadarias desde a primeira vez em que fui convidada para os aposentos reais da minha mãe, então, pela primeira vez, arrisquei a usar minhas asas para alcançar o topo. Só tinha ido até o final uma vez, aonde ficava seu quarto, quando ela me pediu para buscar um presente que queria me dar ao final do expediente de um dia estressante e cheio. Violeta me seguiu da mesma maneira, deixando Kieran e Karmark subirem as escadas em espiral e eu dei uma batida de leve na porta antes de abrir.

A primeira coisa que reparei foi em uma amarela e uma azul jogando carteado ao canto da sala, estavam conversando bem baixinho, mas seus olhares viraram-se imediatamente para porta e se levantaram em um pulo para me reverenciar assim que me viram. Eram jovens, alguns anos mais novas que minha mãe, ao que parecia, e eram da turma que tinha dado o braço a torcer nos últimos meses, quando comecei a me tornar mais ativa à gestão de Lammertia, após retornar da Terra. Meu olhar, então, voltou-se para cama e para minha mãe. Ela estava sentada com um apoio de travesseiros e com um livro em seu colo, levantou o olhar para verificar minha entrada e abriu um sorriso enquanto eu congelava, em choque.

Tinha dois meses que não via Kathelynn, desde meu aniversário, meu casamento. Quando a vi, não estava grávida, mas agora exibia uma barriga de pelo menos sete meses de gestação, o que era improvável. Seu corpo tinha perdido a maior parte da vitalidade, tinha perdido muito peso e a única coisa protuberante era sua barriga de grávida, o rosto estava quase cadavérico e tinha se enegrecido um pouco, principalmente abaixo dos seus olhos verdes, iguais aos meus e de Kieran.

Ela parecia uma morta viva e todo a minha intenção de discutir com ela pelo que estava fazendo tinha caído por terra e se perdido com a visão.

Foi com dificuldade que estendeu a mão em minha direção e fui até ela, sem pensar. Sentei-me em sua cama com cuidado e ela acariciou meu rosto, enquanto eu avaliava o estrago um pouco mais de perto.

— Meu... Amor — sussurrou, com dificuldade.

Fechei os olhos e apoiei meu rosto em sua mão, esquecendo tudo o que tinha para falar.

— Mãe, o que está acontecendo? — perguntei.

Ela apenas meneou a cabeça, como se quisesse me explicar o mundo, mas percebi que mal conseguia falar, presa em sua própria doença.

— Me... Me... Descul... Culpe — gaguejou.

Tomei uma longa lufada de ar e puxei sua mão para beijá-la, sentindo sua fraqueza na pele flácida que protegia seus ossos. Ouvi os rapazes alcançarem a porta naquele exato momento.

— Mãe? — Kieran perguntou, em choque e em dúvida. Perdi o olhar de minha mãe, que virou-se para ele. Cheguei um pouco para o lado para que ele pudesse se aproximar e ofereci a mão dela a ele, que apertou-a com um pouco menos de cuidado. — Mãe? — Perguntou, outra vez, confuso. — O que você tem? A gente pode usar o fogo, não pode? — Olhou para mim, desesperado. — Você pode usar o fogo?

Concordei com a cabeça, embora ainda não soubesse fazer quase nada com a cura. O próprio Kieran era melhor que eu com isso, mas podia alimentá-lo com meu poder.

Levantei-me e coloquei minhas mãos em suas costas, aquecendo-as e enviando uma parcela bem pequena de poder para ele, que entendeu sem que eu precisasse falar nada. Instintivamente, colocou a mão sobre a barriga avantajada da gravidez e tentou por longos minutos. Karmark e Violeta nada disseram, embora ouvisse leves soluços da rosa, que me informavam que ela estava emotiva.

Minha mãe cansou-se antes de nós dois, segurando o pulso de Kieran com o máximo de firmeza que parecia conseguir.

— Obrigada — disse, com carinho. Kieran sorriu, triste, sabendo que o resultado tinha sido nulo. Virou-se, então, para mim, seus olhos vazios e lentos, pouco restava da mulher firme e decidida que eu vinha tentando imitar nos últimos meses, buscando ser uma figura de tanta imponência quanto ela era, que mesmo em sua rebeldia em gerar dois filhos híbridos conseguia manter o país em seu poder. — Violeta... Ajuda... Conselho. Por favor.

Ela agora mal conseguia formar uma frase. Sentia-me congelada, sem saber lidar com seu definhamento em tão pouco tempo. Meu coração estava tão quebrado com a visão que eu mal conseguia senti-lo bater em meu peito, como se aquela capacidade tivesse perdida em algum lugar por meio da minha dor.

Mas fechei os olhos e concordei com a cabeça, tentando dá-la algum conforto em seu sofrimento.

— Claro — disse-lhe. — Vou cuidar de tudo. Pode deixar.

Ela fechou os olhos e tive medo que se partisse a qualquer momento de tão frágil que estava, mas seus lábios se mexeram e sussurraram palavras que eu quase não consegui ouvir.

— Minha... Menina... Maravilhosa... Rainha.

Violeta nos encaminhou para sairmos do quarto assim que Kieran se acalmou ao verificar que nossa mãe estava apenas dormindo. Ela tinha os olhos marejados de emoção ao ver a companheira de tantos anos naquele estado; Kieran respirava com dificuldade, os olhos arregalados e sem saber como agir. Karmark parecia mais congelado que eu, suas feições pareciam ter clareado e ele tinha um vinco entre as sobrancelhas de incompreensão.

Assim que sai do quarto, curvei-me sobre um vaso de plantas e despejei toda a minha última refeição ali. Meu sistema nervoso nunca fora dos melhores e não era de se esperar que eu reagisse de forma normal.

Dois dias atrás, estava no paraíso, no castelo do entardecer, curtindo minha lua-de-mel com o amor da minha vida, a quem eu nem esperava conseguir rever depois que retornei à Lammertia; agora tinha lutado uma batalha, resolvido questões diplomáticas importantes para chegar em casa e encontrar minha mãe grávida de um bebê que poderia entregar eu e meu irmão aos leões e... seu estado de saúde era tão complicado que ela estava sobrevivendo só por um fio.

O pior problema não era que eu não estivesse pronta para ser rainha... eu só não estava pronta para viver sem a minha mãe. Tinha passado tanto tempo ouvindo os mais velhos dizer que deveria me acostumar em ter tempo porque minha vida era quase eterna que me acostumara com a ideia de conviver com meus pais por pelo menos meia centena de anos, até que eu e Kieran tivéssemos experiência suficiente para criar o novo mundo que eles tanto sonharam.

Agora, tinha minhas dúvidas.

— Princesa? — foi Karmark que me chamou, o único que parecia em um estado razoável para tentar socorrer-me. — Você não está...?

— Não — cortei-o imediatamente. Tivera uma conversa constrangedora com meus pais antes de sair para lua-de-mel e Guilherme e eu tivéramos cuidado. — Não, eu só... foi só muita coisa para digerir.

Karmark concordou com a cabeça enquanto eu limpava meus lábios da melhor maneira que podia. Tudo o que eu desejava agora era um bom banho, uma refeição quentinha e um pouco de fogo. Se Guilherme pudesse me abraçar enquanto eu chorava, seria muito bom.

— Princesa, sinto dizer que a situação é mais grave do que pensava quando lhe informei — ele disse, com cuidado, enquanto Violeta abraçava Kieran, tentando consolá-lo.

Levantei-me, concordando com a cabeça. Ainda sentia meu estômago embaralhado e minha mente não estava processando com a velocidade normal, então tentei juntar meus pedaços quebrados para manter a conversa com Karmark.

— Não parece humano — sussurrei para ele.

Ele negou com a cabeça.

— Não, não parece — concordou, sustentando meu olhar, como se quisesse entender o que eu estava pensando.

— Violeta — chamei, ainda olhando para ele e vendo sua aprovação antes de voltar-me para ela. — Quem é o pai dessa criança?

Violeta pareceu desconcertada com a pergunta. Estávamos no corredor da torre, que não era muito grande. A escadaria de pedra se destacava atrás de Violeta e à nossa frente podíamos ver o vão entre as escadas, em círculo.

— Não... Não é Tharlion? — ela perguntou, parecendo confusa. Pisquei algumas vezes, sem entender como ela acha isso, enquanto Karmark negava sua pergunta com a cabeça. — Eu... nunca perguntei. Supus que fosse. Ela não me disse nada, mas eles andavam em bons momentos nos últimos meses, então...

Suspirei. Minha mãe era mesmo uma pessoa complicada; como tinha saído de ótimos momentos com meu pai para uma gravidez de risco com pai desconhecido? Se estava tão avançada, como parecia tão bem em meu casamento?

As perguntas ficariam sem respostas porque Violeta não parecia saber nada e minha mãe não estava conseguindo falar muito. E eu só conseguia pensar em uma coisa para fazer.

— Meu pai vai ter que me desculpar — eu disse a Karmark e a Kieran, que me olhava com seus olhos verdes marejados, desejando a mesma coisa que eu. — Mas eu vou precisar que ele venha.

Karmark concordou com a cabeça e reverenciou-me, prestativo.

— Vou m****r um dos guerreiros de volta com uma mensagem, princesa — anunciou.

— Não — Kieran disse, interrompendo-o. Encarei-o e ele sustentou meu olhar. Sorri para incentivá-lo. Kieran não tinha muita facilidade em dem****r ordens, era gentil demais. Precisava encorajá-lo porque minha mãe tinha acabado de me deixar no comando e ele estava logo atrás de mim. Mesmo que Lorena se esforçasse em deixar as coisas mais fáceis na minha direção, Kieran tinha que crescer e aprender a tomar o seu lugar de direito. — Michelle pode m****r uma mensagem pelo vento — sugeriu. Balancei a cabeça afirmativamente, um sorriso leve no rosto para fazê-lo continuar. — Vai chegar mais rápido até ele.

Pelos olhares de Karmark e Violeta em minha direção, acreditava que nenhum de meus pais ou minhas conselheiras tinha dividido a informação sobre do que eu realmente conseguia fazer. Isso era um ponto claro para Siena, que tinha conseguido esconder um segredo, que eu nem sabia que tinha, da própria mãe. Precisava tentar me reaproximar dela, éramos tão unidas antes...

— Claro — concordei. — Vai ser melhor, com certeza. Se vocês puderem ir na frente... — Pedi.

Violeta e Karmark se retiraram com uma reverência sutil, mas Kieran caminhou até mim e me buscou em seu abraço. Apertei-o, sentindo suas bochechas molhadas e beijei sua cabeça com carinho. Seus cabelos loiros estavam escurecendo e já não eram tão dourados quanto o do garoto que eu conhecera. Já era bem maior que eu, mas ainda conseguia se encaixar em meu abraço.

— Vai ficar tudo bem — sussurrei em seu ouvido. — Vai. Vai descansar. Tome um banho, procure Bel. Depois conversamos.

Ele concordou com a cabeça e dei um beijo em sua bochecha antes dele tomar o mesmo caminho dos conselheiros de nossos pais. Esperei por quase cinco minutos até que o eco dos seus calçados parasse de ecoar pelos degraus, andando de um lado para o outro, tentando desembaraçar meus pensamentos e desembrulhar meu estômago, sem sucesso.

Quando percebi que estava sozinha daquele lado da porta, estiquei meus ombros e voei até o mirante que ficava no meio da escada, alguns lances abaixo do escritório pessoal da minha mãe. Ali, debrucei-me sobre a amurada e grunhi entre os dentes, socando as pedras três vezes, sem me importar que meus dedos ficassem ralados e meu pulso, dolorido. Deixei as lágrimas correrem, apavorada, ao mesmo passo que senti o vento me circular, querendo ajudar.

— Sim, por favor — choraminguei para ele, aproveitando aquele momento raro de solidão para deixar meu coração transbordar de desespero. — Preciso que você vá longe hoje. Meu pai está em Alvorada e ele precisa saber o que está acontecendo, então leve isso para ele, por favor — minha fala estava entrecortada e não sabia quando do meu sofrimento chegaria ao meu pai, mas precisava que minhas palavras voassem com urgência. — Pai. Eu não queria precisar te pedir isso, mas as coisas aqui estão muito piores do que nós poderíamos pensar. Minha mãe... Minha mãe está... Pai, eu acho que ela está morrendo. Não consegue nem falar. Não sei o que fazer, pai. Estou com medo. Por favor, venha para cá. Eu... Preciso de você.

O vento levou a mensagem embora e eu escorreguei pela amurada até o chão, abracei minhas pernas e me deixei chorar.

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