Capítulo 1 - Liberdade

   Isabelli

Coloco o roupão amarrando-o para que possa cobrir todo o meu corpo, estou muito feliz com o que decidi fazer e sei que não me arrependerei. A decoração deste lugar é realmente maravilhosa, são tantas árvores e flores que me sinto em um jardim.

Bebo um pouco de água e tiro o roupão, retorno para frente da câmera tento fazer as melhores poses de acordo com o que o fotografo me orienta e percebo que ele é muito bom no que faz afinal as fotos estão ficando incríveis.

Pego um tecido transparente e coloco em frente ao meu corpo, o brilho deixa tudo ainda mais bonito e eu posso afirmar que neste momento sou a mulher mais encantadora que já vi.

Denis fala para que eu deite no chão, como ele é um ótimo profissional faço tudo o que norteia, pois sei que não irei me arrepender. Jogo-me no chão e me liberto, sem me importar com a minha aparência.

Sorrio como acho que devo fazer, fico séria, faço uma expressão sexy e me entrego como nunca havia feito. Quando tive essa ideia achei que ficaria envergonhada, mas agora acredito que toda mulher deveria fazer isso pelo menos uma vez.

Levanto e viro-me de lado, permitindo que a minha tatuagem se destaque. Possuo desenhado em meu corpo várias borboletas coloridas junto com uma rosa, como esta imagem está em minha costela, acredito que da forma que fiquei ela terá maior visibilidade.

Tiramos algumas fotos de costas, volto para o chão e me apoio em alguns objetos que estão disponíveis para mim. De repente mudamos de cenário e eu estou em uma cama.

É uma cama de casal o lençol é em um tom violeta que me deixa encantada, o tecido transparente fica para traz e uso a manta vermelha que esta na cama para aperfeiçoar cada movimento.

Inicio deitada, algumas fotos são tiradas de lado e outras ele se acomoda em cima de mim, não fico tímida em nenhum momento quero que essas fotos fiquem ainda melhores, amei este ambiente criado apenas para mim.

Quando já temos fotos suficientes ajoelho-me e acomodo-me, aproveito o meu cabelo que esta realmente de bom humor hoje e o uso de uma forma que me permita ser ainda mais confiante.

As fotos são tiradas rapidamente, são entregues para mim alguns objetos e eu os utilizo de maneira que nunca pensei que faria, pego algumas luvas que utilizo para lutar e as coloco, posso dizer que é a coisa mais quente em meu corpo e sei que irei gostar ainda mais dessas fotos do que das outras.

Entrego-me perfeitamente a este novo mundo, permitindo-me aproveitar ele da melhor forma que sei, vivendo.

Faz alguns dias que prometi a mim mesma que viveria da melhor maneira admissível e farei o possível para não quebrar esta promessa, não vou permitir julgar o que é certo ou errado, não irei me esforçar por padrões criados de maneira equivocada, irei fazer aquilo que estiver com vontade desde que não magoe as pessoas.

Respiro e mudo de posição sentindo o meu rosto ficar vermelho, pois em algum momento os meus pensamentos deixaram-me envergonhada, pois ando pensando em algo que não devia de novo.

Desço da cama e sento em uma mesa de madeira rústica, abro minhas pernas e encaro a câmera, mostrando que ela não possui nenhum controle sobre mim, sorrio de maneira dominante e mudo de pose para que não perca nenhuma oportunidade.

Quando finalizamos as fotos eu já estou exausta, sinto-me cansada e com fome imagino que a primeira coisa que farei quando sair é comer. Coloco o roupão novamente e vou falar com o Denis que esta mexendo no computador, quando me aproximo vejo que esta conferindo as fotos.

— Ficaram boas Isabelli, na verdade estão maravilhosas. – Diz convicto e eu sorrio.

— Eu me sinto maravilhosa neste momento, apesar de faminta. – Brinco e pisco para ele.

— Estou curioso para saber quem é o cara sortudo que vai receber essas fotos. – Comenta deixando-me confusa.

— Não entendi. – Informo e ele abre um sorriso grande demais.

— Não precisa negar já nos conhecemos faz tempo. Você não tiraria umas fotos assim para nada, provavelmente quer conquistar alguém. – Explica como se fosse óbvio.

Eu o observo sentindo a raiva tomar conta de mim, pelo que ele diz uma mulher não pode tirar fotos sensuais a não ser que queira um cara, porém eu acredito que ele esta incrivelmente enganado.

— Isso pareceu um absurdo até para uma pessoa como você. Eu tirei essas fotos para mim, na intenção de me conhecer e libertar algumas amarras. O fato de eu ter ficado nua nelas não faz de mim alguém que tenha vontade de fazer de tudo por um homem. Acho melhor você melhorar suas suposições. – Afirmo vendo o seu rosto ficar cada vez mais branco.

— Desculpe Isa. – Pede envergonhado.

— É Isabelli. – Informo e ele assente.

Afasto-me dele e vou me vestir. Ainda sinto raiva por conta do seu comentário, isso só me mostrou como sua mente pode ser limitada, para um fotografo isso foi um absurdo.

Coloco uma blusa regata na cor cinza com pedrinhas e um short preto curto, acrescento a minha bota de cano baixo e pego minha bolsa para sair. Pronta para ir embora dali, neste momento desejei ter feito as fotos com outro profissional.

— Peço desculpas mais uma vez Isabelli. – Fala quando me aproximo.

— Quando as fotos ficarão prontas? – Indago, ignorando o seu comentário inicial.

— Em aproximadamente quinze dias, eu entro em contato para informá-la. – Diz e nos despedimos.

Saio do estúdio e vou para uma lanchonete que tem próximo ao local, peço um sanduiche, uma porção grande de batata frita e um milk-shake de chocolate. Aguardo ansiosa, pois estou com muita fome.

Observo um senhor em frente à lanchonete, ele esta com as roupas rasgadas e para cada pessoa que sai de lá na intenção de pedir algo, mas é constantemente ignorado. Levanto-me e vou até ele, verifico se esta com fome e quando confirma o convido para me acompanhar na refeição.

Ele senta na mesma mesa que eu e peço a mesma coisa para ele, a diferença é que ele preferiu suco de laranja para beber. Aguardamos ansiosos pela comida, mas aproveitamos este tempo para nos conhecer.

Ele é um senhor com mais de cinquenta anos, disse que é viciado em drogas e mora na rua por opção, não quer voltar para casa e ter que seguir regras, seu nome é Paulo. Eu respeito à decisão dele e de certa forma compreendo, ele não fala muita coisa, além disso.

Nossos pedidos chegam e comemos em silêncio. Ignoramos os comentários desnecessários sobre ele estar ali e os olhares de reprovação, eu particularmente não me importo com o que falam me interesso mais pela comida.

Quando terminamos de comer saímos, despeço-me dele e começo a caminhar para casa, não moro muito longe e devo admitir que tenho paixão por andar quando me sinto com necessidades de mudança.

Sinto certa compreensão ao percorrer longas distâncias caminhando, devo admitir que penso muito mais em mim mesma quando estou praticando isso e neste momento em que estou devo pensar muito.

O meu celular começa a vibrar, o pego rapidamente e verifico uma mensagem com o mesmo conteúdo que estou ignorando há dias, apago a mensagem e bloqueio esse número. Ele vai para a minha coleção dos números que não irei atender.

Não sei por que insiste. Eu não sou obrigada a enfrentar os meus problemas, sou? Provavelmente sim, mas estou me dando uma pausa. Ele é um fantasma que retornou e eu acredito que se ignorá-lo ele vai simplesmente desaparecer.

Eu posso ser qualquer coisa, liberdade é questão de alma e a minha esta livre.

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