Capítulo 1

5 anos depois...

Maria Clara entrou em casa, batendo os saltos altos e gritou para o alto da escada. 

 — Izzy, cheguei amor. Trouxe uma coisa para você.

Uma menina pequena e loira, saiu correndo e desceu pelo escada. 

 — Ei, não corre, você vai cair.

A garotinha pulou e se jogou no colo da mãe, Maria Clara a cumprimentou com um beijo na face. 

 — Oi mãe... O que trouxe para mim?

 — Bolinhos açucarados, como você pediu. Estão ali naquela sacola.

Ela desceu do colo de Maria Clara e correu mexer nas coisas que a mãe trouxera. 

 — Oi Kátia. — Maria cumprimentou a moça que desceu pela escada depois da filha.  — Obrigada por ter ficado com ela hoje. Depois a gente acerta tudo. 

 — Tudo bem Maria. Quando precisar, me chame. Tchau Izzy. 

 — Tchau Kah. 

A moça saiu fechando a porta atrás de si.  Maria se jogou no sofá e observou todo a casa. Logo depois que as coisas na loja começaram a dar certo para ela e Jared, eles realizaram o outro sonho, comprar uma casa muito grande. Maria Clara adorava casas grandes e moravam ali, ela, ele e Isabelly, uma família quase perfeita.

 — Mãe?  — Isabelly chamou a atenção dela.

— Oi meu amor.  — Maria virou o rosto para olhá-la e sorriu. 

— Quando vai fazer o que me prometeu? — A garotinha perguntou indecisa. 

 — Do que está falando? Acho que eu já comprei tudo o que você queria esse ano. Vamos fazer uma listinha para ano que vem? O que acha?

 — Não. Você disse que ia falar com meu pai. Quero conhecer ele, lembra? Você prometeu. 

 — Izzy eu prometi, mas é complicado. Você tem que entender isso. 

 — Se você não pode fazer. Não prometa mãe.

A menina bateu o pé e saiu correndo de volta para o quarto, no mesmo momento que Jared entrou. Isabelly conseguia ser tão teimosa quanto a mãe, era o que todos diziam. 

 — Ei, o que está havendo?  — Ele perguntou ao ver a menina correndo. 

 — A Izzy e a história do maldito pai.  — Maria Clara respondeu soltando um suspiro. 

 — E você não vai fazer nada em relação a isso?  — Ele perguntou enquanto soltava suas coisas no sofá. 

 — Fazer o que Jared? Isabelly nunca vai entender. 

 — Inventa qualquer coisa. 

Maria Clara suspirou novamente. 

 — Ela poderia ter me pedido pra comprar um pônei azul. Espera... É isso. 

 — Maria, ela não quer um pônei azul. 

 — Não. Eu vou comprar um pai. 

Ela colocou a mão na boca e espiou para ver se a filha não estava ouvindo a conversa. 

 — Como é?  — Jared a olhou como se estivesse louca. Era possível que estivesse mesmo. 

 — É isso Jared. Eu vou pagar alguém que se passe por pai dela e você vai me ajudar. 

 — Me tira do meio disso, eu hein? Na cadeia não tem laquê. 

 — Vai sim Jared, esquece seu laquê. Vai me ajudar. Você quem vai encontrar alguém perfeito que faça isso. 

 — Não vou mesmo.  — Ele respondeu enquanto passava a mão pelo cabelo.  — O que vai ser do meu lindo cabelo sem laquê?

 — Olha aqui rainha da purpurina. Você vai me ajudar sim. Só posso contar com você. Vai encontrar o cara perfeito para fazer isso. Você disse para inventar qualquer coisa. "Tô" inventando. 

 — Maria Clara, não foi o que eu disse.

 — Vai Jared, é pela Izzy. Não ouse me dizer não.  — Ela apontou o dedo para ele. 

 — Você entende a gravidade do que está me pedindo?

 — E você entende a gravidade do que está acontecendo? Izzy quer conhecer o pai e não pode ser Diego. 

 — Mas ele é o pai. 

 — Não! Não é. Eu não vou permitir que seja.  — Ela se levantou. 

 — Vou conversar com Izzy, Maria.

 — Vai falar o quê? — Maria Clara ficou aflita. 

 — Vou tentar fazer ela esquecer a ideia. Com licença... Faça o jantar. 

Maria respirou fundo e observou Jared subir a escada. Fazer o jantar seria uma boa, se ela soubesse cozinhar. Sentou-se novamente, teria que resolver mais isso ainda, contratar uma empregada. 

Jared bateu na porta do quarto de Isabelly, a garotinha estava sentada no tapete brincando com uma boneca, Jared a observou por um curto período, ela era loira como Maria Clara, mas aqueles olhos verdes não eram como os dela. 

 — Izzy... Oi...

— Oi tio.

 — Podemos conversar?

 — Eu queria ir ao shopping tirar foto com o Papai Noel, você me leva? 

 — Agora?  — Ele adentrou o quarto. 

 — A mamãe não deixou tia Kah me levar.

Ele sorriu. 

 — Tudo bem. Eu levo.

Ela sorriu e se levantou. 

Jared fez isso para deixá-la feliz e não imaginou o que ia passar ao lado da menina. Não que um passeio com Izzy fosse tranquilo, ela sempre aprontava alguma. 

 — Ei... Ei.... 

Jared deu um pulo quando Isabelly começou a gritar e correr atrás de um homem vestido de papai Noel, pelo shopping. 

 — Essa criança me mata de vergonha. 

Correu atrás dela, mas não conseguiu impedir que a menina agarrasse a perna do homem.

 — Eu não tirei foto... Eu não tirei... Eu quero foto. 

Jared chegou mais perto, Isabelly abraçou a perna do papai Noel deixando bem claro que não pretendia soltá-lo.

 — Eu vou tirar foto com ela Jared. Diz para ela...

Ele disse meio apavorado, Jared o encarou ao ouvir a voz grossa e o reconheceu tão rapidamente quanto o outro. 

 — Alan?

Perguntou no impulso e sorriu animado, mais de alívio do que pelo encontro, ali estava a solução para o seus problemas. 

Seu não, problemas de Maria Clara.

 — Isabelly solte o moço, ele vai tirar a foto com você.

A menina olhou para cima e recebeu um olhar carinhoso do rapaz, ele se inclinou e a pegou no colo.

 — Pode tirar a foto!

Jared colocou a mão no peito e pensou: "ficam lindos como pai e filha".

 — Vai tio. 

Ele franziu a testa para Isabelly, pegou o celular e tirou a foto. 

 — Eu vou ganhar presente esse ano?

Alan soltou a menina.

 — Você se comportou?

 — Sim. Eu sempre me comporto.

 —  Então, é provável que sim. O que você pediu?

 — Um pai!

 — Ok Isabelly, vamos para a casa. Pode passar na minha loja amanhã Alan? Quero falar com você.  — Jared falou rápido e um pouco baixo. 

 — Ok. Passo sim. 

 — Sabe onde é?

 — Sim, eu sei...

 — Ótimo. 

 — Feliz Natal. Tchau!

 — Tchauzinho...

 — Tchau papai Noel. Não esquece meu presente. Eu quero meu pai!

Alan acenou apenas, por não saber o que dizer diante do pedido da criança.  

No horário de ir para a casa, ele livrou-se da fantasia ridícula e trocou de roupa, saiu do shopping, enfiou o celular no bolso e colocou as mãos no bolso do casaco.

 — Você é um inútil Alan.  — Gritou uma voz dentro da cabeça dele, uma voz irritante e acusatória.  — Você precisa crescer. Você sempre faz tudo errado. Alan, eu te amo, mas você precisa se esforçar também. Não esquece meu presente, eu quero um pai. 

Ele encostou-se na parede e ficou olhando para o chão, a cabeça estava pesada e tudo o que ele queria naquele momento era um trago de bebida. Mas não podia, não podia se render à fraqueza novamente. Respirou fundo tentando se acalmar. 

Chegou em casa e a porta fez um barulho estridente ao ser aberta. 

 — Ai Alan. 

Donna fechou o vidro de esmalte e assoprou as unhas.

 — Cadê a mamãe? Ela está bem? 

 — Deve estar.

 — Você ficou de olho nela pelo menos Donna?

 — Olha quem fala. Passou o dia todo fora de casa. 

 — Eu estava trabalhando. 

 — Nem pode chamar aquilo de trabalho. 

Alan suspirou, não valia a pena discutir, não com a irmã mais nova, não naquele momento. Saiu dali e foi até o quarto da mãe. Patrícia estava sentada na cama lendo um livro. 

 — Mãe. 

 — Oi meu amor. Já chegou? Como foi?

 — Bem. 

Ele entrou e tirou o casaco. Deitou na cama com a cabeça no colo da mãe. 

Patrícia acariciou o cabelo do filho. 

— Como você está hoje mãe? 

 — Ótima. Como me vê. 

Alan sabia que ela estava mentindo, que além da doença ela estava com uma terrível depressão. Mas aquela mulher era Patrícia, a mulher que nunca se rebaixou a nada. Ele tinha muito o que aprender com ela, pois ele era fraco e tudo o derrubava.

Maria Clara colocou Izzy para dormir, depois que conseguiu com muito esforço, porque a menina estava eufórica e não parava de tagarelar, ela saiu e foi para o quarto de Jared, parou em frente a porta e ficou o olhando dançar. 

 — Felizinho por que Jared?

Ele deu um pulo.

 — Ai perua. Deus me livre, que susto. Parece uma assombração. Meu coração não aguenta isso. 

Ele girou de novo para o espelho e arrumou o cabelo. 

 — Encontrei o pai da Izzy no shopping. 

Maria Clara saiu da porta e caminhou para perto dele. 

 — O quê?

 — Ah, não o verdadeiro. O cara que você vai comprar para fingir para sua filha. 

— Como? 

 — Ele era o papai Noel. 

 — É um velho?

 — Que velho o quê? Ele é um gato Maria. Ele é maravilindo. Uma pena que é hétero. AFF.

Jared mordeu a ponta do dedo e Maria sorriu. 

— Isso é ótimo. 

 — Pedi que fosse na loja amanhã. Vou tentar convencê-lo.

 — Você tem que conseguir Jared.

 — Garota, não exija nada de mim, você não tem esse direito. Eu não sou o gênio da lâmpada não diva. Se eu fosse, Alan seria o pai dos meus filhos.

 — Quanta propaganda em Jared. Ele deve ser um deus grego.

 — Não é propaganda queridinha, ele é a nona maravilha do mundo. Ele tem um lindo rosto, olhos verdinhos, boca rosinha, peitoral definido, braços fortes, barriga tanquinho...  — Ele olhou para Maria Clara que o observava curiosa.  — Que foi?

 — Estou esperando você terminar de definir ele. 

 — Olha só sua pervertida. Se contenha. 

 — Bom, eu vou tomar um banho e finalmente descansar porque você, vai solucionar meu problema. 

Ela o abraçou. 

 — É, porque se não for eu, quem seria? Tudo isso está cansando minha beleza. É muita, mas não significa que você tem o direito de cansá-la. 

 — Você é a rainha do drama Jared, meu Deus. 

 — E você, a rainha das merdas querida. Merdas essas, que eu tenho que resolver. 

 — Vai mana, joga na cara! Eu deixo. 

 — Tá some daqui. Vai para seu banho e durma. Eu vou sair. 

 — Vai aonde Jared?

 — Aonde eu quiser baby, pago minhas contas para isso né amor?

Jared arrastou Maria Clara para fora do quarto e voltou-se para se arrumar. 

   No dia seguinte, Maria Clara serviu o café da manhã de Isabelly com pressa. 

 — Vou ficar com a tia Kah de novo hoje?

 — Não. A tia Kah não pode ficar com você mais, mas contratei outra moça. Ela logo vai chegar aí. 

Izzy mordeu a bolacha e observou a mãe arrumar as pastas em cima da mesa.

 — Ela é boazinha?

 — Quem?

 — A moça.

Maria Clara não parou para prestar atenção nela. Algo que já acontecia com frequência e muitas vezes machucava muito a menina.

 — Eu escolhi a melhor. 

 — Como sabia que ela era melhor?

Maria Clara parou em frente a mesa. Não conseguia lembrar o que estava faltando. Ela não costumava ser  perdida assim, tudo o que estava acontecendo a deixava ansiosa. 

— Você sabia que meu pai era o melhor?

Jared entrou na cozinha vestido com um terninho roxo e Maria Clara suspirou agradecida pela interrupção.

 — Bom dia minhas divas. 

 — Bom dia tio. Bonita sua roupa.

Ele sentou-se ao lado de Izzy.

 — E esse cabelo Izzy. Esta incrível. O que fez nele?

 — Lavei. 

Disse cuspindo bolacha ao falar com a boca cheia. A companhia tocou antes que Maria Clara reclamasse disso. Ela foi rápido abrir a porta.

 — Oi. 

 — Até que enfim hein? Entre. 

Isabelly saiu da cozinha e sorriu para a moça que entrou. 

 — Izzy essa é a Marcela, a partir de hoje, ela será sua babá. Vai te levar para a escola e cuidar de você enquanto eu e tio Jared vamos trabalhar. Ok?

 — Oi Marcela. 

Isabelly correu e abraçou a moça. 

Alan levantou de manhã e preparou o café para sua mãe. Depois se arrumou.

 — Vai sair querido? — Ela perguntou ao vê-lo saindo. 

 — Vou tentar achar um emprego mãe. 

 — Vai dar certo amor. 

Ele a abraçou e beijou o topo da cabeça dela.

 — Mãe me ligue qualquer coisa tudo bem? Volto logo. 

 — Não se preocupe, pode ir.

Alan foi atrás de alguns lugares onde sabia que havia vagas e depois foi procurar Jared, estava curioso para saber o que o amigo, que não via há mais de cinco anos, queria.

Entrou na loja e foi admirado pelas mulheres, mas não deu importância para isso. Sabia que era bonito, no entanto não era algo para o qual ligava. 

Jared o recebeu na sala dele.

 — Que bom que veio gato. 

Jared praticamente puxou o rapaz para dentro. 

 — Eu fiquei curioso para saber o que queria. Não nos vemos há algum tempo. 

 — Achei que não viria sabe. 

 — Eu saí para procurar um emprego e...

 — Você precisa de emprego? Que ótimo. Porque eu tenho uma proposta para você.

 — É mesmo. E o que é?

 — Sente-se para eu te explicar melhor. 

Alan sentou-se e Jared fez o mesmo. 

 — Sabe a garotinha que viu ontem comigo? Ela quer muito conhecer o pai dela, mas acontece que ele abandonou a minha amiga antes de descobrir que ela estava grávida. Como ela é orgulhosa, ele não sabe sobre a Izzy. 

 — E você quer o que? Que eu encontre ele? Não sou um investigador, mas posso tentar, basta me passar informações sobre ele e...

 — Espera gato, você não entendeu onde quero chegar. Não quero que encontre o pai da menina. Quero que você seja o pai dela.  

Alan assentiu, então logo se deu conta do que ele disse.

 — Espera. Como é que é? 

Alan observou o outro ainda tentando processar o que estava acontecendo.

 — Você só pode ter enlouquecido Jared. Eu, pai de uma criança que nunca vi na vida?

 — Viu ontem.

Alan se levantou. 

 — Eu não vou fazer isso. Eu preciso de um emprego, mas isso já é apelação.

 — Eu te dou um emprego aqui na loja e você me ajuda em relação a Isabelly. Acredite, isso é muito sério para mim querido. 

Alan o encarou. 

 — A menina é sua filha?

Jared se levantou irritado. 

 — Minha? Deus me livre. Se fosse eu assumiria. Querido eu sou gay, não mau caráter. Isso na verdade é qualidade de homem. 

Alan franziu a testa. 

 —  Desculpe. É que para mim isso é uma loucura. 

 — Eu sei que estou te oferecendo  uma filha como se fosse um catálogo da Avon. Mas é por um bom motivo, prometo. 

 — Isso é loucura. E o pior é que me vejo tentado a aceitar. 

Jared bateu palmas animado.

 —  Mas vem cá. Isso não é maldade com a criança não? Estaremos mentindo e sendo cruéis.

 — Tecnicamente sim, estaremos mentindo. Isabelly não merece isso. 

 —  Então?

 — É uma história complicada bebê. E você acabou de dizer que queria aceitar. Quem terá que arcar com a mentira será a louca da Maria Clara, ela que é a mãe. Nós só vamos fazer parte da loucura, mas sem se envolver totalmente. Entende?

 —  Eu acho muito errado. Pensando bem agora, não é coisa que se faz não. 

Jared saiu de trás da mesa, ele sabia que seria difícil convencer Alan, ele sempre foi um homem muito íntegro, a família toda dele também, com exceção talvez, de Donna, a irmã mais nova. 

 —  Alan, acredite em mim, eu também queria fazer isso de outra forma, no entanto, tem tanta coisa que me impedem de fazer sabe, de outra forma. Preciso resolver isso o quanto antes. Por favor, vamos entrar em um acordo.

Alan suspirou. 

 — A minha vida já está ferrada mesmo.

 — Eu sou mestre em arrumar vidas erradas, talvez essa seja a sua chance. 

Alan o observou com cuidado e Jared sorriu. 

 — Sente-se vou te explicar o que deve fazer.

 —  Olha, eu acho que.... 

 —  Você está indeciso eu sei, isso é normal. Mas saiba que se aceitar minha proposta, sua vida irá mudar para melhor. Acredite!

Jared passou a mão  no ombro dele e desceu para o peitoral. Alan franziu a testa e tossiu. Jared se afastou sorrindo. 

 — Desculpe, te confundi com outra pessoa. 

 — Que pessoa?

 — Estamos falando de outro assunto não é? O pai de Isabelly. Você. 

 — Eu tenho que mentir pelo resto da vida?

 — Não lindo, você vai passar uns dias só para que ela fique feliz. Depois se afasta. 

 — Eu não vou conseguir fazer isso. É muita crueldade.

 — Tem psicólogo aí para isso. 

Alan o olhou. 

 — Quanta frieza. Que horror.

 — Alan eu não aguento mais. Você vai aceitar ou não? Vai por mim, não existe pessoa melhor para fazer isso. Por favor não me diga não. Eu não mereço isso.

Jared apelou para o drama.

 — Eu não sei. É muita loucura para mim. 

 — Eu vou te explicar tudo ok. Vamos entrar em um acordo não se preocupe. 

Marcela sentou-se no sofá e riu. Ela estava brincando de pega-pega com Isabelly e a menina não parava nem um minuto. 

 — Vamos tia...

 — Menina eu não aguento mais correr. Me deixe descansar um pouco.

A campainha tocou e Izzy correu para a porta já sabendo quem estava do outro lado. Bateu na porta também e sorriu. 

 — Oh de casa. 

O homem gritou do outro lado. 

 — Oh de fora. É meu tio Cássio. 

Ela disse a Marcela que caminhou até a porta para abrir. Ficou pasma ao ver o belo homem do outro lado, ele sorriu e a menina pequena se jogou nos braços dele. 

Cássio a pegou no colo e entrou deixando que Marcela fechasse a porta. 

 — Tio Cássio...

Isabelly envolveu os braços em volta do pescoço do homem e depositou um beijo em sua face.

 — Como você está? Aprontando muito?

 — Não. Estamos brincando com tia Marcela. Essa menina bonita aí.

Cássio olhou para o lado e recebeu um sorriso tímido da moça. 

 — Tem razão, ela é realmente muito bonita. 

 — Sonhei com meu pai hoje. 

Cássio a colocou em pé em cima de uma mesinha de centro. Izzy mexeu no distintivo que estava no cinto da calça do tio. 

 — Com seu pai?

Cássio sabia do desejo da menina em conhecer o pai, ele até já tentara convencer a irmã a procurá-lo, mas Maria Clara era orgulhosa demais para fazer isso. Ela sempre se negou.

 — É. Acho que era ele... Estava abrindo os presentes de natal comigo. 

 — Eu posso ajudar você abrir os presentes? 

Ela deu de ombros. 

 — Você sempre trabalha no natal tio. Você tem que proteger as pessoas dos bandidos.  — Cássio sorriu e ela olhou para a babá.  — Meu tio é um herói. Mas não conta para ninguém. 

Cássio a pegou no colo e a abraçou. 

 — Estava com saudade de você pequena. 

 — Eu também tio. Vamos tomar sorvete?

 — Com esse frio?

 — Ah por favor... favorzinho...

Ela juntou as mãos em oração. Ele sorriu.

 — Ok. Vamos. 

 — Vem tia Marcela. 

Marcela que estava praticamente babando por Cássio, despertou ao ser chamada, meio atrapalhada os seguiu. 

 — Cláudia, conseguiu falar com Jared? — Maria Clara perguntou para a secretária depois que a moça deixou os documentos na mesa dela. 

 — Ele está trancado na sala dele há horas. 

Jared entrou nesse momento.

 — Cacau amor, vá cuidar do seu serviço por favor. 

A moça assentiu e saiu fechando a porta. Maria Clara o observou ansiosa.

 — Não faz suspense por favor.

 — Sua filha tem uma pai querida. 

Maria Clara juntou as mãos em oração e sorriu. 

 — Ai graças a Deus. 

 — E a mim que tive que lutar uma guerra para conseguir, ainda bem que sou persistente. 

Ela o abraçou forte.

 — Ah mulher me solta, essa parte já está encaminhada. Só falta você fazer a sua parte. 

Ela se afastou dele com a testa franzida. 

 — Como assim, minha parte?

 — Para aceitar, ele quer que você, senhorita Maria Clara vá pedir pessoalmente para ele ser pai "de mentira" da sua filha. 

 — Mas nem morta Jared.

 — Vai é viva mesmo Maria Clara. Eu tive um baita serviço para conseguir isso dele.  Não pode desistir agora. Você vai sim atrás dele e pronto! Me ouviu Maria Clara?

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