Confissões

Hungria — Buda, 1786

Durante seis meses daquele ano, Victor se manteve distante do castelo dos Fejéryi, em Buda, provavelmente uma decisão tomada numa das conversas na biblioteca dos Ernöyi, pelos homens da família. E eu me perguntava que motivo forte o levara a se ausentar por tanto tempo; ele não era do tipo que me deixaria livre por aí, nunca fora. Devia ser algo do qual os Ernöyi não abririam mão que Victor cuidasse, e muito provavelmente ele também não... Mas em que o meu irmão poderia ser tão útil? Eu divagava... tolices... Não tinha como negar que me sentia melhor em poder andar pelos corredores sem a tensão de encontrá-lo numa curva qualquer ou na penumbra de meu quarto, mesmo que eu nunca o tivesse convidado a entrar. Ele sempre viera, desde que eu me entendo por gente, esgueirando-se pelas sombras até tocar meu rosto e sorrir sobre ele, murmurando:

Minha pequena princesa...

Lembro apenas dos olhos amarelos intensos e do choro que se seguia às palavras dele, no início potente, trazendo papai e mamãe até o quarto, sem que encontrassem nada demais para ter me assustado. Depois, velado, por saber que de nada adiantaria... Súplicas em vão. Até que, recentemente, Inês teve a brilhante ideia de pedir ao papai um quarto único para nós duas. Único, porém luxuoso, disso minha irmã nunca abria mão. É claro que de início papai achou aquilo estranho. Com tantos quartos no castelo, por que ficar as duas num só? No entanto, Inês sabia ser convincente, e meu pai sempre cedia a ela, sua caçulinha. Eu nunca soube de onde ela tirava essas ideias, mas elas sempre me ajudavam, de uma forma ou de outra. E, dessa vez, Inês se superou. Eu não estaria mais ao alcance do Victor, não, ao menos, à noite. Felizmente, quando ele pensara ter chegado ao fim seu tempo de espera, dois mil anos de reclusão, eu fui salva.

Trezentos anos de felicidade milimetricamente pensada pela Inês no nosso quarto Imperatriz, como ela gostava de chamar. Entretanto, as simples promessas do passado já não acalmavam aquele sentimento e minha felicidade passou a depender do sorriso de Edmund, do cheiro dele, do corpo e do sangue. Ganhou contornos de homem quando os sonhos de criança já não cabiam mais em si; ganhou nome de amor quando eu me tornei mulher e não coube mais só em mim. Eu não estava mais segura na casa de bonecas, porque a boneca não existia mais. A menina se fora para muito longe das paredes rosas, babados e rococós. Quando eu pus os pés no meu quarto pela primeira vez depois de ter pertencido a Edmund, eu descobri que a princesa ficara do lado de fora; ali havia apenas eu, na minha forma mais primitiva... A de imortal.

Eu estava longe de me sentir mal por isso. Eu me sentia completa, única. Ainda que minha felicidade estivesse fora do meu alcance pela maior parte do ano, também estava em cada parte do meu corpo, em cada lembrança e pensamento. No sussurro dado entre os meus cabelos quando ele me mordeu uma vez mais, novamente naquele quarto, entre as carícias da nossa noite de despedida do último inverno. Eu não me importava de arriscar, não com ele. Mesmo com Victor sob o mesmo teto que nós. Nenhum de nós dois pensava no medo, somente no desejo silenciado de dois corações que não viviam à luz do dia. Segredo roubado da vida dos dois, no pedido:

Nunca me deixe.

Os dentes cerrados sobre meus ombros e a língua, sorvendo o sangue que tingia minha pele, tomava meu corpo com prazer e voltava até meus lábios em castanhos, me invadindo mais uma vez, como homem, arfando, me fazendo tremer para mais tarde me aninhar entre seus braços, no carinho dos dedos entre meus cabelos. Pele contra pele, quente... Cerrando os olhos ao me encaixar ao seu corpo, me protegendo. Eu deveria acreditar num imortal? — Risos — Um príncipe não chora, não demonstra emoção, quem dirá sentimentos... Mas eu aprendi com ele que isso era apenas uma lenda. Eu aprendi com ele a amar, e por meses ainda seria aquela lembrança que preencheria meus dias, me beijaria à noite.

Eu me recolhera cedo depois de uma tarde entediante, culminada pela visita cortês dos Habsburgos, que estavam de passagem pela cidade. É certo que nos visitariam tanto em Fejér como ali em Buda ou Pest. O condado de meu pai distava poucas milhas de nossa residência e raramente passávamos lá mais do que uns dois meses do ano. Tempo suficiente para o Conde de Fejér deixar seus negócios em dia e acatar o desejo da esposa em permanecer num dos castelos de sua família, na capital da Hungria. O Conde de Pest, entretanto, nunca deixava seus domínios, não pelo título lhe concedido pelos humanos, mas sim por sua posição entre os de sua espécie. Os Fejéryi podiam se mover facilmente, os Ernöyi deviam ser sólidos e inabaláveis como reis que eram, o que passava distante de qualquer pensamento dos Habsburgos naquele momento, que levavam apenas em consideração seus títulos nobiliárquicos quando vinham a Buda para bajular a nobreza húngara atrás de manter antigos acordos. Na realidade, eles buscavam apoio desta última para a reconstrução do país após as constantes insurreições, durante todo o século anterior, contra a Casa d'Austria e obviamente sufocado pela mesma. A Áustria necessitava consolidar o acordo feito em 1526, quando obtiveram o poder da coroa Húngara pelas mãos desses mesmos nobres, excetuando, é claro, os Fejéryi e os Ernöyi, num momento em que a França fervia.

Infelizmente o fato de estarmos hibernando à época, ou seja, teoricamente fora da Hungria, não era um empecilho para a cortesia a qual estávamos destinados a nos submeter por horas naquela tarde. Mesmo não participando do antigo acordo, o apoio do Conde de Fejér, e principalmente o de Pest, não passaria dessa vez despercebido pelos Habsburgos. Estavam dispostos a tudo para travar amizade com as duas famílias mais antigas da Hungria; tão antigas que muitos dos registros oficiais das duas casas eram falhos, mas nunca questionou-se o motivo. Aqui devo salientar o quanto a realeza humana é mais hipócrita e decrépita do que a nossa. Era tão engraçado vê-los nos tratar como iguais... Penso que nunca ouviram uma lenda sobre as criaturas noturnas e sem alma que habitam aquelas paradas, assim como sou capaz de aceitar que diante da determinação dos olhos de Lady Theresa isso faria pouca diferença.

Não faz ideia de como era entediante ver aqueles gestos afetados se repetirem da mesma forma por séculos. Enfadonhos, aprumados e cacetes! Tudo modificado apenas pelos estilos Luís XIV, XV ou XVI... Nada comparado tecnologicamente e culturalmente com o Egito, que aqueles almofadinhas sequer sonhavam entender, ainda que se considerassem os precursores do avanço do ocidente. Se ao menos eles soubessem como Kéops colocou cada pedrinha daquela no lugar, e devidamente polida, sentiriam vergonha de sua soberba; ou ainda o que é um sistema de esgoto perfeito como os dos Astecas. Maria Antonieta não teria tanto orgulho de seu Petit Trianon, mais um dos escândalos da coroa francesa e de sua falta de talento para governar. C'est la vie... No entanto, eu tinha certeza de que um dia aquela menina mimada iria pagar um alto preço por sua vida de fausto, regada à miséria do povo. Já vira isso acontecer inúmeras vezes no passado, mas é claro que Antonieta conseguiria extrapolar qualquer parâmetro anterior meu.

Eu bocejei, ainda que encoberta pelo leque. Feliz tinha sido Inês, que escapulira daquela chatice para acompanhar Sophie numa visita à Universidade Eótov Lórand. Horas sentada à frente da mamãe, com uma conversa monótona, e aquele corpete começou a me apertar demais, compelindo-me a tentar abandonar a sala com uma desculpa qualquer no exato momento em que papai me pediu para tocar piano. Acho que nunca toquei Bach tão mal. O pobre deve ter revirado no túmulo umas mil vezes, mas a Rainha Maria Theresa nada reclamou, ao menos, por boa educação. Sorriu-me. Quanto tempo mais eu conseguiria dedilhar sem estragar de vez a melodia? Meus olhos correram pelos rostos, que no momento mal pareciam prestar atenção em mim, e eu me ergui de pronto, solicitando meu recolhimento ao quarto por uma enxaqueca. Entre palavras em húngaro e curvaturas, eu me livrei da presença do Habsburgos.

Eu já estava em meu dormitório há dois quartos de horas e escovava meus cabelos devagar, agradecendo por ter paz. A noite caíra e eu nem me dera conta, vagueava o olhar nas pontas desembaraçadas, que serviam apenas de espelhos para meus pensamentos. Entre os fios pretos de cabelo, eu vi o rosto dele e fechei os olhos, deixando que aquela doce sensação me possuísse. Só havia o Danúbio entre nós, mas o inverno ainda demoraria a chegar e eu não o cruzaria tão cedo... Como o meu coração fazia todas as noites, em sonhos.

O vento fresco da noite entrou pela janela, me assaltando com o cheiro dele. Meus olhos abertos, incrédulos. Ele estava ali... Nas mãos que pousaram em meus ombros, me erguendo da cadeira, me virando para si e me estreitando em seus braços. Nos dedos enterrados nos meus cabelos e o queixo apoiado sobre minha cabeça após depositar um beijo sobre ela. No sussurro:

Queria te ver.

A resposta, ele obteve, na reação do meu corpo quando escorregou os lábios sobre minha testa, bochechas e nariz, em pequenos beijos, até tomar minha boca carinhosamente. Colando nossos corpos, meus seios roçando o casaco dele sob o fino tecido da camisola, me arrepiando. A boca que se abriu ainda mais na minha quando me ergueu do chão, me fazendo sentar sobre a penteadeira, derrubando os frascos de perfumes sobre o tampo e se posicionando entre as minhas pernas. Os dedos longos correndo pelo laço no pescoço que mantinha a peça sobre meu corpo fechada, e minhas mãos que trabalhavam, agora, nos botões da sua camisa, removendo-a, sem a ajuda que ele havia me dado para retirar as outras peças masculinas que jaziam sobre o chão. Meus dedos expondo a pele clara do tórax cada vez mais rápido, aos meus olhos desejosos, conforme o beijo dele me retirava o ar e minhas veias ferviam de excitação, pelo sangue, pelo homem à minha frente.

Eu parei de raciocinar quando a camisola deixou meu corpo e a boca quente escorregou pelo meu pescoço, alcançando meu colo, substituindo os lábios pelos dentes, cerrando-os na curva rosada sob eles enquanto eu arranhava-lhe as costas nuas. Veios finos de sangue corriam sobre nossas peles e se misturavam ao desejo de posse que requeríamos um sobre o outro. Minhas pernas se entrelaçaram aos quadris dele quando a calça não era mais empecilho. Suas presas, sob o calor dos seus lábios, me sugavam os seios ferozmente, encaixando-nos ainda mais, me apertando contra si em movimentos cadenciados ao seu pedido de rendição, que corria minha espinha como um veneno. Minha alma entregue a dele. E a língua circundou os bicos, sorvendo o sangue escorrido com carinho, me aliciando devagar, subindo pela minha pele até o pescoço enquanto eu arqueava e me oferecia à fome dele, ao toque quente do imortal. Os caninos que me violaram novamente, como seu corpo fazia ao meu, entre as minhas pernas, intensamente, me arrancando o prazer no som do seu nome sussurrado nas últimas gotas de sangue que sorvia de mim. Voltando aos meus lábios, e beijando-os com paixão.

Me perdoe, mas eu precisava de você, ou enlouqueceria — foi tudo que murmurou antes de tremer sobre meu corpo, se derramando em mim e deixando que eu tomasse seu sangue quando minha língua buscou-lhe o pescoço, delicadamente.

Ele sentou na cadeira, que fora abandonada ao canto, me abrigando em seu colo como uma menina enquanto eu me satisfazia dele e nossas respirações aceleravam uma vez mais. Minha língua passeou pelos seus músculos, calmamente, depois de tê-lo provado, em carinhos. Voltando até os lábios que me receberam, doces, envolveu-me nos braços, me mantendo aquecida nos minutos seguintes até que me erguesse junto com seu corpo da cadeira e me depositasse na cama, sobre os lençóis brancos, se deitando ao meu lado. Minhas mãos entrelaçadas a dele e a respiração calma em meu ouvido.

A minha irmã pode chegar — eu o alertei num tom baixo, escondido.

Não... — Correu os lábios sobre a minha nuca, beijando-a. — Ela está lá em casa. Sophie pediu que dormisse lá — um arrepio percorreu meu corpo diante daquela afirmação e da sensação morna do corpo dele novamente ao encontro da minha pele. — Eu vim avisar seus pais na esperança de te ver, mas você já tinha se recolhido — uma nota de decepção e eu me virei para ele, encarando aqueles olhos castanhos que me fascinavam. E ele me sorriu, desfazendo a ruga na testa enquanto me enlaçava a cintura e me segredava, roçando nossos lábios: — O jeito foi entrar pela janela.

Edmund — eu ia repreendê-lo, mas ele foi mais rápido, me calando com um beijo delicado.

Por favor — acariciou meu rosto, escorregando as pontas dos dedos sobre ele. — Não me peça para ir embora.

Seus olhos vermelhos nos meus e a certeza, de que de meus lábios, essa sentença jamais partiria.

                                                                           ...xxx...

Eu abri os olhos nos primeiros raios da manhã espalhados pelo meu quarto, sem o calor dele ao meu lado. Ele se fora, como a noite, silencioso. Eu me sentei sob os lençóis, vestida com minha camisola. Os perfumes, na penteadeira, arrumados milimetricamente e não havia o mínimo vestígio dele no meu quarto. Eu encolhi minhas pernas, abraçando-as, o queixo sobre os joelhos. O cheiro dele em mim, sem me abandonar, sem dar trégua aos meus sentidos. Para mim, ele estava em tudo, em cada pedaço de meu corpo, em cada gota do meu sangue. Sorri.

Lise! — A porta se abriu num supetão, deixando entrar a massa de cabelos pretos e as feições tão similares às minhas, ornadas por olhos azuis intensos. — Estou de volta! — anunciou, desabando sobre seu colchão, sem me dar tempo de pensar. Cabelos e saias espalhados sob a colcha de cetim. — A próxima vez que eu tiver que servir de babá para a Sophie — a voz dela falseou enquanto apoiava o tronco nos cotovelos e me fitava. — Eu me mato! — Riu em seguida. — Não, pensando bem, melhor matá-la e ainda me fortalecer. — Suspirou, entediada, e emendou: — Como foi o chá com os Habsburgo?

Eu me espreguicei entre os lençóis e respondi numa voz monótona:

Tão animador quanto sua saída com a princesa Sophie. — Fazia algum tempo que dizer aquele nome me desconfortava, e não escondi o desgosto na minha voz.

Por que usa esse título para ela? — Inês me interpelou maliciosa, os azuis vivos sobre mim. — Ela não vai estar num posto tão acima do seu quando se casar com Edmund.

Ela nasceu uma princesa, Inês — eu desviei meu olhar para o chão, tentando esquecer o olhar dela para o Edmund e o quanto aquilo me afetava. — E mesmo que um dia eu consiga ficar com ele...

Pare já com isso! — ela protestou vindo em minha direção. — É só eu ficar uma noite fora e você se abate desse jeito? — Pôs as mãos na cintura bem marcada pelo corpete. — Não tem se, nem mas, Lise! Só um cego para não ver o quanto vocês se gostam!

Certamente, você me anima — gracejei, me obrigando a sair da cama.— Da forma como você fala, está escrito no meu rosto e no dele também. Isso torna as coisas bem fáceis.

Não zombe de mim — ela rebateu numa falsa amolação. — Para mim, que sempre sei de tudo, é simples constatar o óbvio.

Tem razão, sua modéstia não é páreo para nenhum segredo. — Agora era eu que ria enquanto ela se aproximava da penteadeira e corria os dedos pelo vidro.

Eu a observei nos instantes que se seguiram, esperando ver o quanto o poder de análise dela seria bom. Afinal, eu tinha certeza de que o quarto ficara devidamente arrumado para as vistas dos criados e dos meus pais, mas a minha irmã... Para ela, eu raramente tinha segredos. Ela fixou seu olhar no meu reflexo e prosseguiu com um sorriso triunfante nos lábios:

Diga-me, andou se banhando muito ontem?

Como? — eu me surpreendi, não era o tipo de argumentação que ela costumava usar. O que ela detectara de errado que eu não me dera conta?

Sua água de Lis sumiu Lise. — Virou-se, arqueando seriamente a sobrancelha. — Acabou? — estranhou. — Sabe, a minha, de Lótus, continua no mesmo nível de antes: meio frasco, e nós as abrimos juntas — cruzou os braços sobre o peito, esperando pela minha resposta. — Não é estranho?

O que quer saber? — fui direta. Com Inês eram raras as vezes que se conseguia ludibriá-la.

Ela me sorriu, apoiando as mãos no espaldar da cadeira da penteadeira e inclinou a cabeça para o lado, me apreciando.

Eu fico feliz que meu dia de babá tenha sido proveitoso para alguém.

Inês!

Ora, Lise. — Ela veio até mim com a escova em punho e me fez sentar à beira da cama, passando-a nos meus cabelos. — Acha mesmo que eu não desconfiei da presteza de Edmund em vir avisar papai quando sugeri isso ao titio?

Você sugeriu?

Claro... — Continuou deslizando a cerdas entre meus fios negros com carinho. — Desde que eu cheguei ao castelo, Edmund não me dirigiu uma palavra a mais do que as que a boa educação permite. Ele nem mesmo foi conosco a Lórand — ela pausou. — Se manteve à distância o tempo todo, ainda que a Sophie tenha insistido várias vezes com ele que nos acompanhasse.

É mesmo necessário me contar isso?

Você é mesmo tão boba que não entende o que isso significa?

Eu abaixei meus olhos, mesmo que não a fitasse. Saber da tristeza dele não me fortalecia, não era o que meu coração pedia em troca. Será que Inês conseguiria entender isso? Eu o queria feliz, e não atormentado por sentimentos que não deveriam estar lá. Por que fui me apaixonar justamente por ele?

Eu entendo Inês — respondi baixo. — E me pergunto por que o machuco tanto se o que sinto é tão bonito. Por que ele deve sofrer por me amar?

Ai, Lise... — Ela me abraçou pelas costas, encostando seu rosto sobre elas. — Eu já tinha mandado essas convenções às favas. Sabe disso, mas você é tão docinha, nem parece uma de nós.

Silêncio.

No entanto, é justamente isso que o atrai. — Bufou vencida. — Vocês dois vão me levar à loucura, sabia? — Voltou a escovar meus cabelos. — Pode ir tirando essa cara de choro do rosto, você vai ficar linda e nós vamos passear por Buda e ver as novidades de Paris — e completou, saindo da cama e se dirigindo para o toucador: — Meus dois últimos vestidos já têm um mês, e com a Rainha na cidade, tudo deve estar luxuoso.

Eu não quero um vestido novo! — protestei, tomando a mesma direção que ela.

Não tem problema, Lise — ironizou enquanto se trocava. — Eu compro três para mim.

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