Capítulo 1

Marina

Já vi gente dizendo que quem pratica o bullying não tem a noção do quanto machuca os outros, que pode ser uma forma para chamar atenção, que pode ser insegurança e um monte de motivos que não cabe no que ele realmente causa. Eu nunca concordei com essas “explicações”, acredito que todos que sofreram essa agressão alguma vez na vida irão me dar razão. Para mim, como todo ato intencional para magoar, ele é uma covardia, uma maldade feita exatamente com esse intuito. Machucar e humilhar...

E com isso dito eu afirmo, o ensino médio é uma droga!

Quem teve uma experiência boa nessa loucura não irá concordar comigo, mas vou te dizer que de longe foram os piores anos da minha vida. Essa passagem da minha história foi um inferno. Além, claro, dos hormônios adolescentes que me deixavam louca, tinha os infortúnios que me cercavam. Nada me deixava mais mal-humorada do que ter que levantar e caminhar para o suplício. Ter que aguentar dia após dia de humilhação e zombaria foi o pior teste da minha paciência. Poderia até ganhar um Oscar por tudo que suportei.

Vou explicar o motivo de todo esse meu estado de horror com a escola. Eu sou aquele tipo de menina que todo mundo gosta de zoar: baixinha, gordinha, cheia de espinhas, aparelho nos dentes, óculos fundo de garrafa, estudiosa e que tirava ótimas notas. Não tinha muitos amigos, na verdade só tinha um, e ele era um nerd fissurado em informática. Portanto, a escória também, segundo os fodões...

Mas nem sempre foi assim, eu até que era feliz há algum tempo, pelo menos até tudo mudar.

Era amiga do Theo e da Tatiana, meus vizinhos. Eles se mudaram quando eu tinha 10 anos, desde então nos tornamos inseparáveis, mas nossas vidas tomaram rumos diferentes quando fomos crescendo. Ainda não conseguia entender o porquê.

Mas também, não é como se me importasse.

Ok, Marina. Continue dizendo isso que vai acabar acreditando.

Tatiana começou a andar com a galera mais descolada, virou a típica popular da escola e arrastou o Theo com ela, que foi de livre e espontânea vontade porque todas as suas amiguinhas eram futuras modelos de revista, corpos perfeitos, rostos de porcelana praticamente desenhados por um artista, blergh. Portanto, um prato cheio para um adolescente com os hormônios em ebulição.

Sempre tive uma quedinha por ele, que parecia corresponder aos meus sentimentos, cheguei até a fazer planos para o futuro. Iríamos para a mesma faculdade, terminaríamos os estudos, nos casaríamos, teríamos dois filhos e constituiríamos uma família feliz.

Doce ilusão, eu era uma idiota sonhadora!

Apesar de tudo estar diferente ainda tínhamos contato, talvez fosse por comodismo, não saberia dizer. Mas eu fui muito estúpida de acreditar que poderia salvar aquilo que tínhamos, que ele voltaria para mim...

Num belo dia, combinamos de ir ao parque depois da aula, tínhamos uma amizade meio estranha, parecia que queriam me esconder de todos os seus novos amigos. Porém, não me importava muito, gostava tanto deles — mais do Theo, claro.

Só que esquecemos de combinar o horário que nos encontraríamos no parque, já que não queriam que fôssemos juntos. Ingênua, fui à sala deles perguntar e toda minha vida ruiu sobre os meus pés.

A Tati começou a rir na minha cara, e dizer que eu era uma idiota se achava que ela iria andar com uma perdedora. Tirou sarro de mim incitando seus amigos, fazendo com que eu me sentisse ainda menor do que era.

Meu coração parecia tão pequeno que achei que ele poderia sumir.

Olhei para o Theo em busca de apoio, ou qualquer coisa que me salvasse daquela humilhação — porque de acordo com ele, estaria sempre ao meu lado para o desse e viesse —, que me olhou com a expressão mais séria que eu já tinha visto, seus olhos castanhos estavam sem vida, vidrados, vazios... Então começou a rir junto com todo mundo. Tomando de vez seu lugar com aquele bando de valentões.

Não podia acreditar no que estava acontecendo, não estava perdendo somente meus amigos e o amor da minha vida, mas também perdia a confiança que tinha nas pessoas.

Perdi a minha vontade de amar. Doía demais!

Desde então, essa turminha não me deixou em paz. Viviam me amolando, jogando piadinhas, rindo da minha cara toda vez que eu precisava apresentar um trabalho. Porém, nada do que eles fizeram foi mais doloroso do que a atitude indiferente do Theo. Eu confiava nele. Entreguei minha amizade e amor nas mãos de alguém que não dava a mínima para o que eu sentia. 

Por mais que tenha me machucado, teve uma vantagem em tudo isso, aprendi uma lição muito valiosa: nunca mais confiar em ninguém a não ser em mim mesma. Esse inferno estava chegando ao fim, faltava um mês para terminar o ensino médio e estaria voando para a faculdade.

Vida nova, longe de pessoas tóxicas que só me faziam mal.

***

Esse verão foi o melhor de muito tempo, fiz meus tão sonhados dezenove anos. Não era mais uma adolescente neurótica e insegura. Saí daquela maldita escola e estava à espera das aulas na faculdade começarem. Iria estudar Jornalismo em outra cidade e me encontrava muito ansiosa para dar adeus ao meu passado.

Talvez isso seja um simples drama adolescente. É que já aguentei tanta merda daquela gente que fiquei meio revoltada.

Mas acredito que tudo vá passar, com novas experiências maravilhosas que me esperam.

Recebi uma visita que há muito tempo não via, minha prima foi cursar faculdade de Moda no exterior e voltou cheia de novidades e ainda por cima me pegando para cobaia. Não que eu fosse reclamar, ela fez um belo trabalho.

Meus cabelos outrora rebeldes agora estavam domados. Meus óculos foram substituídos por lentes de contato. Por coincidência já estava na hora de tirar o aparelho dentário, enfim tinha um sorriso perfeito depois de anos de tortura com dores e um sorriso metálico. Fiz um tratamento de pele terrível, que doeu pra caramba e entrei na academia.

Nesse verão emagreci alguns quilinhos, o que me deixou com curvas sensuais. Não que perder um pouco de peso deveria fazer alguma diferença na minha vida, apenas aprendi que praticar exercícios físicos faziam com que eu me sentisse melhor comigo mesma, tinha mais disposição, conseguia olhar no espelho e gostar do reflexo. Nunca seria magérrima, nem uma modelo de revista, mas estava bem feliz com meu corpo naquele momento.

Mas a maior mudança — ou seria imposição da minha prima? — foi no meu guarda-roupa, porque minha prima trouxe vários modelitos da última moda em Paris. Pode até parecer fútil para os olhos de algumas pessoas. Mas não podia negar que me vestir bem fazia com que ficasse muito mais confiante para enfrentar a nova fase da minha vida.

Seria uma pessoa diferente num lugar novo, com novas pessoas e isso era o que precisava. Era o que mais ansiava!

Mas, apesar de toda minha alegria, alguém não saía da minha cabeça: Theo. Inferno, como eu podia ainda perder tempo pensando nele? Aquele garoto me humilhou e me abandonou, e mesmo assim não conseguia esquecer tudo o que passamos juntos. Tínhamos uma amizade que poucas pessoas são capazes de encontrar, era como um laço que nos ligava. Mas a vontade de ser o popular do ensino médio falou mais alto.

Se ele não queria nada romântico comigo tudo bem, eu entendia, mas perder a sua amizade foi o que doeu mais.

No próximo dia estaria partindo para minha nova vida, uma nova Marina. Sem Theo, sem Tatiana, sem mais nenhum idiota para perturbar minha paz.

***

Amanheceu uma bela segunda-feira, nunca estive tão animada para o primeiro dia de aula. Claro, tudo tinha a ver por estar num lugar totalmente novo. O campus universitário estava bombando, como tinha gente.

Morei a minha vida toda no interior e sempre estranhava quando ia à cidade grande. Era muito tumulto e confusão. Não que onde eu estava era a cidade grande, a universidade ficava em um distrito da capital, mas tinha muitos jovens como eu, esperançosos por encontrar seu lugar no mundo.

E como todo clichê da vida, a galera estava dividida como sempre era, mas eu não queria fazer parte de nenhum grupo estereotipado, meu foco na faculdade era aprender e me divertir um pouco na medida do possível. Aquilo era uma oportunidade, uma página em branco para que eu pudesse escrever um novo capítulo da minha vida. 

A estrutura da universidade estava dividida em quatro prédios com dois andares cada, o curso de Jornalismo ocupava um piso inteiro. Cheguei à recepção e peguei minha grade de estudos, teria aulas de meio período na segunda, quarta e sexta, terça e quinta, período integral. 

Minha primeira aula era de ética no jornalismo, caminhei pelo enorme corredor em meio a vários outros alunos, alguns até viravam para olhar. Não com desprezo ou zombaria como antes — e como eu esperava que fosse, ainda guardava muita insegurança dentro de mim, era algo inevitável —, mas com apreciação. Mesmo que aquilo fosse estranho e novo era bom, por isso sorri abaixando a cabeça enquanto passava ao lado de um grupo de rapazes que sorriam para mim.

Meu estilo depois da “reforma” mudou muito, antes vestia roupas largas que só me faziam parecer sem graça, quando aprendi a valorizar as coisas certas sem medo de nada, foi quando percebi que estava me sabotando. Não precisava agradar ninguém para que fosse aceita, era apenas me aceitar e me sentir bonita, como eu realmente era. 

Ah, algumas pessoas podem achar drama demais esse tipo de coisa, mas ser zoada por tanto tempo faz com que sua autoestima vá para o chão, mesmo que você não seja aquilo que dizem acaba acreditando que eles têm razão.

E naquele momento eu estava vestindo um jeans surrado com buracos nos joelhos, camiseta preta do Nirvana e uma botinha converse. Como disse, meu visual mudou completamente, nada daquela menina tímida que todo mundo se achava no direito de fazer o que quisesse, não mais.

Cheguei à sala — que já estava bem cheia — faltando vinte minutos para a aula começar. Me adiantei de propósito, queria fazer alguma amizade, não pretendia ficar sozinha de novo. Olhei em volta, vi um grupo que me chamou a atenção, três garotas e dois garotos, eles pareciam legais, conversavam entre si animados e sorriam de alguma coisa que falavam. Respirei fundo e me aproximei tentando me enturmar.

Quando me viram pararam de falar na hora e meu sangue gelou, pensei em me virar e sentar na última carteira. Força do hábito. Mas me impulsionei a continuar, não deixaria a insegurança me pegar daquela vez.

Engoli em seco e sorri.

— Olá, sou Marina, posso me sentar com vocês? — Lutei para não corar, podia estar bem confiante na minha cabeça (ou pelo menos tentando), mas na realidade, bem no fundo, ainda era uma menina tímida.

Eles me observaram por alguns segundos, que pareceram meses e então todos sorriram e acenaram concordando, soltei o ar que estava prendendo e me acomodei tirando meus livros da bolsa. Ainda não conseguia ser expansiva e começar a bater papo, por isso me limitei a apenas sorrir e olhar para frente.

A garota que estava sentada ao meu lado resolveu se apresentar e assim diminuir o constrangimento inicial.

— Oi, sou Cibele, esse gato do meu lado é o Hugo, o outro ali é o Lipe, aquelas são Laura e Carolina — disse apontando para o resto do pessoal.

Todos acenaram seus “ois”, mas o único que ainda continuou me observando foi o Lipe. Ele era lindo, cabelo preto raspadinho, olhos castanhos simpáticos, corpo magro e atlético e um sorriso de tirar o fôlego.

Quando a Cibele pigarreou, eu percebi que estava olhando fixo demais.

— Oh me desculpe, você estava dizendo mais alguma coisa? — Fiquei toda sem jeito.

Ela sorriu sabendo exatamente o que eu estava fazendo.

— Não, tudo bem. Só estava perguntando se você queria sentar conosco nas próximas aulas — ela perguntou e sussurrou logo em seguida: — Ah e, aliás, o Lipe é solteiro. E, pelo jeito, já está interessado em você!

Admito, corei um pouco, mas logo disfarcei. Se queria ser outra pessoa teria que agir de modo diferente, ser mais livre.

— Oh legal, também achei ele uma gracinha. — Levantei os olhos e ele estava olhando para mim, ainda com aquele sorrisinho lindo.

— Obrigado, olhos verdes.

O que lentes de contato não faz, não é mesmo? Antes ninguém reparava na cor dos meus olhos, estavam mais preocupados em minhas espinhas e nos óculos horríveis que cobria quase todo o meu rosto. Isso meio que derrubou um pouco o meu humor. Mas agradeci com um aceno e tentei me manter firme naquela máscara de segurança.

A garota que se chamava Carolina debruçou na mesa e disse:

— Ah, ele não é só bonitinho, querida, esse cara é dez. Você sabe, é a genética. Irmão, fazer o quê?

Oh que ótimo, novamente amizade com dois irmãos, pelo menos esses não pareciam idiotas. Se bem que notei um brilho estranho nos olhos dela, pareciam maliciosos. Dei de ombros, podia ser só impressão, não queria julgar ninguém antes de conhecer.

Isso me deu algo a pensar.

Será que se esse pessoal me conhecesse alguns meses atrás, iriam me receber tão bem? Provavelmente não, eles eram muito bonitos e provavelmente os populares da escola. Eu não me encaixaria, mas bola para frente, não ligo mais para o que as pessoas possam achar do meu jeito ou das minhas atitudes.

Pelo menos era o que repetia a mim mesma todos os dias.

Nesse ritmo de conversa, os vinte minutos passaram bem rápido. Quando percebi, o professor já estava dentro da sala, todo mundo se endireitou em sua carteira. Ele era baixinho, gordinho, aparentava ter quarenta e poucos anos. Colocou sua pasta em cima da mesa e olhou o relógio, quando estava a caminho de fechar a porta surgiu um retardatário.

Ele estava meio afobado com a mochila batendo em suas costas, deu uma derrapada parando e se desculpou com o professor, fiquei observando meio aérea aquela cena e senti como se fosse um déjà vu, quando olhou para cima me deparei com olhos chocolate que fazia com que meu coração disparasse contra a minha vontade.

Puta merda, era o Theo.

Mas que inferno! Não podia acreditar!

Esse cara tinha que vir para essa faculdade?! Ah, sua idiota, mas é claro que vinha. A vida não me daria tanta sorte de me ver livre de todos os meus pesadelos de uma vez.

Eu podia ter pelo menos desconfiado que algo assim aconteceria. Combinamos de fazer o curso de jornalismo juntos, porém ele mudou tanto que achei que mudaria nisso também. Pelo jeito não, e estava vindo em direção à cadeira vazia exatamente à minha esquerda. Droga!

— Uau, esse cara é um gatinho. Aproveita e puxa conversa, depois conta para a gente o nome dele — disse Cibele meio afobada.

Ok, como se eu fosse falar com esse babaca. Talvez ele não tenha me reconhecido. Ah, tá bom, impossível, Theo me conhecia há muito tempo e não tinha como se enganar. Mesmo estando tão diferente.

Sentou ao meu lado, silenciosamente me observou, fazendo com que eu ficasse constrangida. Tinha uma expressão em seu rosto de expectativa, como se quisesse que falasse com ele.

Como se isso fosse acontecer. Depois de anos de mágoa, a única coisa que eu queria era esquecer que ele existia. Pelo menos tentar! Agora seria meio impossível, o melhor que podia fazer naquele momento era ignorar sua presença inconveniente.

Dei graças a Deus que o professor começou a falar e tentei focar no que ele dizia, para ser sincera a aparição do Theo tirou toda minha concentração. Eu estava olhando para a frente, mas meus ouvidos estavam zumbindo com sua proximidade. Fazia anos que não ficava tão perto dele.

A última vez foi no último dia de férias, antes de começar o ensino médio. Nós três éramos “inseparáveis”, e fomos para a cachoeira nos refrescar e aproveitar o final do descanso. Eu estava com meu maiô listrado, comportado, porque tinha vergonha das minhas gordurinhas sobressalentes. Tati estava num microbiquíni, e o Theo estava de bermuda tactel verde. O corpo dele estava começando a amadurecer, tinha músculos firmes e magros.

Demos as mãos, corremos e pulamos dentro d’água. Estava refrescante, nada de muito gelado nem muito quente, mas a Tati — fresca como era — saiu correndo e foi se esticar nas pedras como uma lagartixa ao sol.

Theo pegou minha mão e me olhou tão intensamente, que eu perdi o fôlego, ele chegou mais perto e encostou os lábios nos meus. Foi uma coisa inocente e breve, mas aconteceu de ser meu primeiro beijo e nunca vou me esquecer. Depois disso, ele sorriu e disse olhando para mim:

— Você é minha, Marina, aconteça o que acontecer. Você me entende?

Engoli em seco e assenti.

— Entendo, Theo. Pra sempre vou ser sua.

Fui uma idiota. Depois desse dia começaram as aulas e iniciou meu inferno na Terra. Agora, ele estava do meu lado, me olhando como um cachorrinho que caiu da mudança. Infeliz!

O professor olhou para baixo e começou a recolher suas coisas, o pessoal estava se levantando, eu percebi que a aula já tinha acabado e não ouvi coisa alguma. Olhei para o lado, meus “novos amigos” estavam de fora me esperando. Theo ainda estava ali, me encarando sério, e quando ele falou desatou o inferno na minha cabeça.

— Você está pronta pra ser minha, Marina?

O quê?!

Não era possível, devia estar tendo uma alucinação, podia ser o calor!

Depois de tudo que ele me fez passar, toda humilhação, me ignorando constantemente, ainda teve a coragem de perguntar-me se estava pronta para ser dele? Que idiota! Quem ele pensava que era? Ser dele?! Era só o que me faltava.

E por que justo naquele momento que eu tinha acabado de me lembrar do nosso beijo? Da promessa idiota que fiz?

Eu não conseguia me mexer de tão chocada, olhava-o fixamente, com os olhos arregalados, minha boca abria e fechava como um peixe fora d’agua. E ele só devolvia meu olhar intensamente sem falar nada.

Cara, o mês que fiquei sem vê-lo, uau! Fez grandes mudanças... Ele ficou extremamente sexy. Os cabelos castanhos numa bagunça interessante, seus olhos chocolate me deixavam com as pernas bambas, maxilar forte, barba feitinha, lábios carnudos e firmes, muito convidativos. E o corpo? O que eu posso dizer, o cara era lindo, músculos saltando de todo lado.

Mesmo querendo matá-lo, não podia negar nada disso.

Espera aí. O que eu estava fazendo? Deveria lhe dar um soco na cara e não ficar secando-o assim. Será que ele teve um problema de memória?

Saindo do meu estado catatônico, nem me dei ao trabalho de responder, levantei e saí da sala sem olhar para trás. Cheguei do lado de fora e só a Cibele estava me esperando.

— O que aquele gato queria com você, Marina? — Me cutucou, curiosa.

— Nada, só saber meu nome.

Cibele me olhou desconfiada, mas assentiu e fomos para a próxima aula. O restante do dia passou como um borrão, Theo estava em todas as minhas aulas, porém sentou-se afastado. Ele já tinha feito seu estrago perturbando a minha paz.

No intervalo, a galera me apresentou para mais algumas pessoas, todas aparentemente muito simpáticas. Mas minha mente não saía de sua pergunta. O que ele queria dizer com aquilo? Eu não conseguia entender. E nem queria, Theo me magoou o bastante para uma vida inteira. A única coisa que desejava era passar esses quatro anos estudando e começar minha carreira de jornalista.

O maldito tinha que me atrapalhar até nisso.

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