Capítulo 8

— O certo a se fazer? — É a primeira coisa que consigo falar depois do breve discurso dela.

— Sim, o certo a se fazer. — Ela afirma.

— Lembra o que eu disse que ia fazer caso a senhorita fizesse isso? — Seus olhos crescem e por um momento noto medo neles.

— O senhor não faria isso? Aquelas famílias não tem nada haver com isso.

— Por que não pensou isso antes? — Pergunto irritado.

— Não gosto de ser ameaçada, senhor. — Ela diz com raiva.

Até com raiva ela fica linda, vai ser difícil ficar longe dela, agora mesmo estou me segurando para não agarrá-la e beijar essa sua boca gostosa.

“Preciso mudar o rumo de meus pensamentos se não é isso mesmo que vou fazer.” — Penso frustrado.

— E eu cumpro minhas promessas. — Respondo categórico. — Mas alguma coisa senhorita?

— Não. — Ela diz abaixando sua mão. Senti-me vitorioso até ela dizer. — Acho melhor eu ir embora.

Só agora notei o cansaço em sua voz. Quando ela entrou aqui, só faltei babar olhando-a, a calça que ela usava moldava sua bunda e suas pernas e meu corpo reagiu com pensamentos libertinos.

Desde a primeira vez ela me encantou, sua ousadia, mesmo com medo, não se deixava abater, decidida, orgulhosa e agora descubro que tem gênio forte, mulher teimosa.

Talvez ela ache que eu quero comprá-la, mas, quando eu dei o dinheiro, não pensei a respeito, não pensei como ela se sentiria a respeito. E agora a olhando, eu podia ver a mágoa em seu olhar.

— Tudo bem, a senhorita venceu. — Digo surpreendendo tanto ela quanto a mim. — Só dessa vez. — Completo.

Ela sorri em resposta e minha irritação foi cedendo aos poucos.

— Vamos combinar uma coisa... — Faço uma pausa esperando resposta.

— Sim?

— Fique com o dinheiro. — Ela estava para me interromper, mas, eu fui mais rápido.

— Deixe-me terminar. — Ela balança a cabeça afirmando. — Coloque o dinheiro em uma conta. Não quero comprá-la. — Afirmo, expondo meu pensamento de agora a pouco. A surpresa em seu olhar mostrou que eu estava certo. — Aceite como um presente de aniversário.

— Como...

— Sei que seu aniversário é daqui a dois meses e se a senhorita não aceitar, pensarei que é uma ofensa à mim, afinal, está claro que a senhorita não vai com minha cara. — Digo fingindo estar ofendido.

— Prometo não voltar ao assunto de comprar o prédio e despejar as pessoas, se a senhorita fizer o mesmo com o dinheiro.

Ela ficou tanto tempo calada, que achei que ela não tinha escutado nada do que eu falei. Nunca conheci alguém tão teimosa e me surpreendia saber que a teimosia dela me excitava.

— Tudo bem! — Ela diz guardando o dinheiro na carteira.

Ela me parecia uma pessoa orgulhosa demais e alguma coisa me dizia que se ela usasse o dinheiro, não seria para ela.

“Se ela ficar, para mim tudo bem.” Penso satisfeito.

Mais uma vez fiquei surpreso em realmente me importar se ela vai ou não aceitar o dinheiro.

Nunca foi tão difícil para eu fazer uma mulher aceitar um presente meu, ainda mais dinheiro.

Se ela fosse minha, já tinha comprado um apartamento para ela e vários outros presentes.

Minha? Eu nunca fui tão possessivo, quando se referia a Daniele, ainda nem tenho nada como essa mulher a minha frente.

O que há comigo? É só uma mulher. Não sei o que esse pensamento quer dizer e isso me abalava.

Cecile, é uma mulher que despertava minha libido como nenhuma outra mulher, nem mesmo Daniele mexeu tanto comigo.

— Agora que estamos resolvidos, podemos ir para a entrevista, Sr. Castillo. — Balanço a cabeça afirmando.

Li o currículo dela por um tempo, eu já sabia sobre os trabalhos que ela tinha realizado, sei que ela não tem experiência, mas ainda assim, quero dar uma chance a ela.

Vai ser difícil resistir a atração que sinto por ela, darei o meu melhor, só não prometo nada.

“Se ela quiser também, quem sou eu para dizer não?”

— Só tenho duas perguntas para senhorita. — Digo mudando o rumo de meus pensamentos.

— Quais? — Ela pergunta se remexendo no acento.

— A senhorita se acha apta para o serviço?

— Sim. — Ela olha em meus olhos. Talvez para que eu veja a sinceridade em sua fala.

— A senhorita tem algum empecilho em viajar comigo para outros países? — Dessa vez ela demorou em responder, como se tivesse medindo os prós e os contras. — Sim, ou não? Não quis ser grosseiro, mas deve ter soado assim, porque a vi se encolher em seu assento.

— Não. — Ela enfim responde. Eu suspiro aliviado.

Aliviado demais para o meu gosto.”

Por um segundo achei que ela diria sim.

— Então o emprego é seu. A senhorita começa amanhã, esteja aqui as 08h00min em ponto, não se atrase, pois, não tolero atrasos, caso isso aconteça, me informe antecipadamente, saiba também que vou querer saber o motivo.

— Só isso? A entrevista é só isso? — Ela pergunta incrédula.

— Já sei o que preciso saber. — Digo me divertindo com a expressão dela. — E a senhorita, deseja acrescentar algo?

— Eu... Eu não consigo pensar em nada.

— Então acabo...

— Talvez...

— Sim?

— Talvez o senhor possa parar de me chamar de senhorita, me chame apenas de Cecile, ou Cecil, como o senhor achar melhor. — Ela completa envergonhada.

— Cecil? — Um apelido carinhoso, sensual. Faz-me imaginar como seria chamá-la assim quando ela estivesse gozando comigo dentro dela. Só em pensar isso meu pau ganhou vida novamente. Merda!

— Sim, não precisa me chamar assim se não quiser, mas, se puder parar de me chamar de senhorita, ficarei muito grata. — Ela se sentia realmente incomodada.

Ela sorriu, pela primeira vez relaxada.

— Aqui as pessoas só me chamam pelo meu sobrenome, acho que não esqueci meu nome ainda porque... — Ela faz uma pausa contendo o sorriso, envergonhada. — Perdoe-me, isso não vem ao caso.

— Continue. — Incentivei. Eu estava gostando por ela estar tão à vontade comigo pela primeira vez.

— Porque mantenho sempre contato com minha mãe e minha amiga Lívia.

— Tudo bem para mim te chamar de Cecil, mas, só quando estivermos sozinhos, quando estivermos acompanhados precisará ser formal.

Eu quis perguntar mais sobre a mãe dela e a amiga, mas lembrei que precisava agir profissionalmente, por enquanto.

— Certo. — Ela diz voltando a sorrir.

— Mas o mesmo serve para você, Cecil, me chame de Andrew.

— Certo senh... Quero dizer: Certo Andrew.

Nunca me atentei pela forma que as pessoas chamam meu nome, mas, eu poderia ficar horas escutando Cecil chamar meu nome, talvez na cama gritando na hora do ápice de seu prazer. Remexo-me na cadeira.

— Eu preciso ir, Andrew. — Ela diz se levantando apressada.

Será que ela percebeu algo? Tenho certeza que de onde ela está, não dá para ver minha ereção. Penso alarmado.

— Certo, Cecil. — Digo ainda sentado.

Pelo visto isso vai ser uma tortura. Estou excitado, se eu levantar, ela pode ver minha ereção. Ia ser constrangedor, mais para ela, porque para mim, ia ser divertido saber o quanto ela pode ficar corada.

Pego meu celular e mando mensagem para Mathew, pelo w******p.

“Mathew, Cecile está descendo, leve-a para casa, por favor. Quando retornar, mande-me uma mensagem avisando que desço.”

A resposta vem de imediato.

“Certo Sr. Castillo, estou à espera dela.”

Assim que recebo a confirmação de Mathew, volto a falar com Cecile, que já estava virando em direção a porta de saída.

— Mathew está a sua espera lá fora, ele te levará para casa.

— Não precisa, chamarei um Uber...

— Ele já está a sua espera. — Ela ia protestar, mas, eu a interrompi antes.

— Está dispensada, Cecil.

Fingi indiferença e olhei a tela de meu computador. Escuto a porta se fechar, quando levanto a cabeça, ela já tinha saído. Suspiro frustrado e excitado ao mesmo tempo.

Eu não parava de pensar em Cecile, minhas mãos suavam, ansiavam tocá-la, mas, eu sou um homem de palavra. Se ela quer limitar nossa relação ao profissional, então que assim seja, mas, eu prometo fazê-la mudar de ideia, a se prometo.

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