Capítulo 7

 Entrar na sala de Andrew, e, vê-lo sentado em sua cadeira, relaxado à minha espera, me deu um frio na barriga de uma forma que eu nunca havia sentido, seu blazer que descansava no encosto da cadeira, era preto e fazia par com sua calça, ele vestia uma camisa social azul e uma gravata de cor roxa com algumas listras, sua barba aparada e seu cabelo penteado para trás, formavam um belo conjunto. Era uma visão e tanto.

“Como não se excitar com essa visão?”

Até os homens devem sentir-se atraídos por ele, afinal, ele tem algo que aflora a imaginação de qualquer um.

Sexy demais para minha sanidade.”

Naquele momento, dei graças a Deus por está usando blazer. Parece que meu corpo sabe quando está perto do Sr. Castillo, agora mesmo, meus seios estão duros e erguidos, e minha mente teima em imaginar Andrew os chupado, me fazendo gozar horrores, como aconteceu ontem, quando o imaginei chupando-me da cabeça aos pés.

O que fizemos ontem em meu sofá, foi como se despertasse algo em mim que antes estava adormecido.

Quando olhei em seus olhos, que não perdiam nenhum de meus movimentos, senti um misto de prazer e adrenalina. Eu não consigo entender o porquê o meu corpo se sentia atraída por Andrew, ele não é meu tipo. Pensei frustrada.

Meu tipo é... Humm, meu tipo é... Merda, realmente não sei dizer, eu nunca parei para pensar sobre isso, nunca me importei... Até agora!

Até os dezesseis anos, eu sonhava com meu príncipe encantado. Eu sei, eu sei, não existe essa bobagem de príncipe encantado, e meu primeiro namorado, o Luís, é a prova que esse sonho não passava de uma ilusão.

Eu não era à menina mais bonita da escola (mas também não era a mais feia), ainda assim, eu não entendia o que ele tinha visto em mim. Mas depois eu descobri, quero dizer: Livi descobriu e me disse, ele só queria tirar a minha virgindade, uma grande aposta entre ele e os meninos populares da escola, não importava se eu fosse feia ou não.

Foi horrível quando descobri, isso aconteceu em nosso baile de formatura, quando Livi descobriu, ela nunca me contou como isso aconteceu, mas, consigo lembrar a cena até hoje.

Livi me chamou no canto, Luís tentava me levar para dançar entre os poucos casais de jovens que se arriscavam com as músicas lentas, a maioria só curtia músicas eletrônicas.

Eu não estava afim de dançar, quando Livi chegou, dei graças a Deus.

— Vamos ali, no canto, preciso falar com você, Cecil. — Ela dizia apressada.

Eu sabia que ela estava com raiva, em seus lábios havia um sorriso, mas, seus olhos estavam frios e só piorava quando encarava Luís.

Ela não esperou resposta, foi logo me arrastando o mais distante possível de dele.

— O que foi Livi? Por que está com essa cara? Eu perguntei assim que paramos.

— Cecil, eu descobrir algo horrível.

A raiva que havia em seus olhos a pouco foi substituída por tristeza.

— O que você descobriu? Perguntei preocupada.

— É sobre o Luís... É que ele, amiga... É que ele...

— Fala logo Livi.

— É que ele se aproximou de você somente para transar.

Naquele momento, parecia que eu tinha tomado um banho de água suja, me senti traída.

Eu sabia que Livi estava sendo sincera, mas, ainda assim tive que perguntar.

— Tem certeza Livi? — Perguntei incrédula. Eu não conseguia senti nada, além de incredulidade e um grande sentimento de traição.

— Sim amiga você sabe que eu nunca mentiria para você Cecil.

— Eu sei, Livi. Respondi olhando com raiva para Luís. — Tire-me daqui Livi, por favor, me tire daqui.

Caminhamos alguns passos entre a multidão de jovens, senti um puxão em meu braço e gritei de dor.

— Ai... — Quando virei, percebi que é Luís, com seus olhos vermelhos de raiva.

— Onde está indo, Cecile?

— Solte-me Luís, você está me machucando.

— Eu não vou soltar coisa nenhuma, você é minha namorada. Ele gritou fazendo cena.

— Solte-a agora, seu babaca. Livi disse indo para minha frente.

Quando se tratava de me defender, ela não tinha medo de partir para briga, muito menos eu, ela sempre será minha amiga, minha irmã, minha confidente.

É por isso que preciso contar a ela como me sinto em relação a Andrew, talvez ela saiba como cessar essas sensações involuntárias.

— Você não manda em mim, sua intrometida.

Com raiva das atitudes dele falei com raiva.

— Escute aqui seu idiota. Falei apontado meu dedo na cara dele. — Nunca mais se aproxime de mim, não sou mais sua namorada e se você quer transar com alguém, vá transar com sua sombra, ou se masturbe até suas mãos sangrarem.

Luís ficou assustado, me olhando. Eu nunca falei dessa forma com ninguém, nunca gostei de fazer cena, mas, naquele dia, eu tinha perdido a calma.

— Eu a amo Cecile, por favor, vamos conversar.

— Agora é tarde, Luís. O ignorei e voltei a caminhar com Livi.

Saí de lá, mas ainda podia escutar ele me gritando. Ele passou semanas tentando falar comigo, apenas o bloqueie de minhas redes sociais e de minha vida.

Eu, a menina boba que era, achava que ele gostava de mim, que me amava. Chorei semanas, mas aprendi a lição e como aprendi.

Infelizmente esse episódio me fez perder a confiança nos homens, e no dia que conheci Jonas, foi a primeira vez que me arrisquei em seduzir e ser seduzida.

Não posso deixar de dizer que foi um fracasso.”

Talvez exista o homem certo para mim, mas, o destino só pode ter deixado ele preso em uma ilha deserta ou em outro século, só pode ter sido isso, era a única explicação sensata que eu tinha.

Sou uma mulher com necessidades, nunca pensei em ficar tanto tempo virgem, sempre pensei em perder minha virgindade com o homem que meu corpo e minha mente ansiassem estar, ainda não encontrei esse tal homem.

Acho que até agora.” — Penso, olhando para Andrew.

Não acredito que pensei isso. Droga, eu preciso parar com isso. O homem a minha frente, por mais lindo que seja, por mais que pareça um príncipe, eram seus olhos que me deixavam em alerta, ele parece mais um lobo, apreciando a sua presa antes de atacar, nesse caso, eu sou a presa.

— Boa tarde, Sr. Castillo? Agradeço por me receber agora, sei que o senhor é muito ocupado.

Quando estou nervosa minha boca não para. Ah, como eu queria comer alguma coisa agora, para acalmar esse nervosismo.

Talvez ele tenha notado, porque me lançou um sorriso tranquilizador e por um instante, me deixei sentir-me tranquila.

— Boa tarde, Senhorita Viana. — Ele diz levantando e estendendo sua mão direita para me cumprimentar.

Tocar em sua mão foi como receber uma descarga elétrica em todo meu corpo, foi quase como sentir o início de um orgasmo. Pelo menos é assim quando eu me masturbo.

Necessito fazer isso novamente quando chega em casa.”  Faço uma anotação em minha mente.

— Não se preocupe, já fiz o que tinha que fazer, no momento sou todo seu. — Ele diz. Não posso deixar de notar o duplo sentido em suas palavras.

Olho as mãos dele sobre a minha e percebo uma pequena resistência dele em soltar a minha mão. Pigarreio, ele olha em meus olhos e sorrir para mim maliciosamente antes de soltá-las.

Isso vai ser difícil.

— Sente-se, senhorita Cecile. — Parecia mais uma ordem que um pedido.

Não lido muito bem quando tentam m****r em mim, mas, eu sei separar o profissional do pessoal, é o que eu pretendo fazer em relação ao Sr. Castillo.

Assim que eu me acomodo na cadeira, ele volta a falar.

— Pela demora da senhorita chegar, achei que tinha sofrido um acidente. — Ele diz sarcástico. Torci minha boca em reprovação.

— Em relação a isso, senhor, sinto que lhe devo um pedido de perdão.

Ele se acomoda na cadeira, fazendo um gesto com as mãos para que eu prossiga.

— Quando disse que estava a caminho eu nem tinha saído de casa ainda, eu...

— Eu sei senhorita. — Ele diz me cortando.

— Como sabe?

— Não vem ao caso. — Grosso. — Mas eu já sabia. — Ele senta ereto na cadeira.

— Trouxe seu currículo? — Ele me parecia incomodado com algo, mas, eu não tinha coragem de perguntar o motivo.

— Trouxe. — Respondo, tirando uma pasta de dentro de minha bolsa.

— Mas, antes que o senhor comece com a entrevista, preciso deixar claro algumas coisas. — Faço uma pausa esperando resposta.

— Prossiga. — Ele diz tirando a pasta de minhas mãos, abrindo-a e tirando meu currículo de dentro.

— Sei que nos conhecemos de uma forma que eu não esperava, acredito que nem o senhor. Sei que teve a situação de nosso beijo em meu apartamento. — Digo envergonhada.

— Foi mais que um beijo. — Ele diz irônico. — Nós quase trans...

— Eu sei o que íamos fazer senhor. — Interrompo-o. Meu nível de constrangimento está aumentando e tenho certeza que ele percebeu.

— Não é a questão que eu quero chegar.

— E qual é a questão então, senhorita? Vá direto ao assunto. — Ele completa impaciente.

— Senhor, para que isso dê certo e o nosso trabalho aconteça. Peço que nossos contatos sejam apenas profissionais. — Ele nada diz, só me encara.

— Nada de beijos, visitas inesperadas, muito menos pagar minhas contas. A propósito, trouxe o dinheiro que o senhor pagou meu aluguel. — Abro minha bolsa e pego minha carteira.

Foi um sacrifício reaver o dinheiro, a sindica não queria me devolver, foi preciso muita insistência de minha parte e a ameaça de um processo. Ela acabou cedendo. Peguei o dinheiro do Sr. Andrew e paguei o aluguel com meu dinheiro. O dinheiro que ele deu, era bem mais do que eu imaginava, nunca tinha visto tanto dinheiro junto.

Abri a carteira e tirei o dinheiro, ofereci a ele e tudo o que ele fazia era me encarar, seus olhos estavam semicerrados e seu semblante sério. Se ele está com raiva, está escondendo bem.

Permaneci com minha mão estendida, ele não fez nenhuma menção de pegar o dinheiro. Fez-me imaginar se realmente estou fazendo o certo, afinal, ele foi gentil em pagar meu aluguel, mas o problema é que eu não gosto de dever nada a ninguém, ainda mais a uma pessoa que mal conheço.

— Pegue o dinheiro, senhor. — Estendo mais a minha mão. — É o certo a se fazer. — Digo tentando convencer a mim mesma, afinal, já era tarde para arrependimentos.

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