Corvos no Templo

Enquanto pregava seu sermão Hyldon Wolfgang começa a ouvir o grunhido e o bater de assa dos corvos na rua. Eles pareciam estar voando em bando sobre o templo da igreja. Chocavam-se contra as paredes com raiva. E o grito das aves eram mais altos que sua voz ao microfone. Que diabos estava acontecendo ali? As pessoas sentadas em seus bacos se abanando pareciam não ligar para o que estava acontecendo. Será que elas não estavam ouvindo os corvos? Não tinham como não ouvir. Eles grunhiam alto e... Um deles pouso na janela de seu lado direito perto do púlpito. Ele o encarava como se soubesse de alguma coisa! 

Hyldon para alguns segundos sua pregação e fica olhando para aquela ave, na janela do lado do púlpito.

- O que está acontecendo com o pastor? – Indaga Joice a seu marido Rhodolfo Hubner. A mulher gorda de cabelo amarelo e usando um vestido branco e florido que estava sentado ao lado esquerdo de seu marido ficou intrigada em ver aquela cena.

-Não sei meu amor! – Responde o velho rapidamente.

Aquela ave o estava encarando. Ele podia jurar isso! Não tinha outra explicação para aquela ave estar ali. O barulho ensurdecedor dos corvos continuava do lado de fora do templo. Ele vira-se para os fiéis de novo e exclama:

- Desculpem-me irmãos, mas é que eu me desconcentrei com  os gritos desses corvos ai fora! – Disse.

- Do que o pai está falando? – Perguntou assustado Celso a sua mãe.

- Não sei filho! – Respondeu Rebeca sem saber o que estava acontecendo com aquele desgraçado.

Todos ali tinham ficado o encarando, sem saber o que estava acontecendo.

- Voltando ao assunto! – Asseverou Hyldon voltando ao seu sermão. – Precisamos viver na presença de nosso deus diariamente... – Nesse momento um corvo posa no chão a frente da porta de entrada do templo. Ele fica lá fitando Hyldon Wolfgang. O corvo não se  move, parece que ele queria mesmo estar ali. – O que é isso! – Esbraveja ele assustado ao microfone.

- O pastor não está bem hoje homem! – Exclama Joice Hubner ao marido.

- Deve ser o cansaço da mudança! – Argumenta o velho Rhodolfo Hubner fitando aquele pastor assustado no púlpito. Hyldon parecia estar surtando. 

- O velho está louco hoje! – Brada Kimberley ao lado esquerdo de sua mãe.

- Fica calada Kimberley! – Retruca Rebeca.

- Ele está surtando total! – Exclamou Kimberley caindo na risada.

- Eu já mandei tu ficar calada Kimberley! – Retruca novamente Rebeca. Mesmo que ela tivesse gostando do que estava acontecendo com Hyldon, tinha o lado de que eles [a família dele] estariam passando vergonha com aquilo que ele estava fazendo.

- Por quê? – indaga-se ele [Hyldon] em voz baixa. – Por que ele está ali? – insiste consigo mesmo.

Seria os corvos um tipo de mau agouro? Hyldon não sabia responder isso. Podia ser que sim! Podia ser que não! O que ele sabia era que eles estavam lá o atormentando! 

Nesse momento o corvo que estava parado na porta dá um grito ensurdecedor e um bando de corvos invade o templo pela porta e pelas janelas. Eles quebram os vidros das janelas e entram. Começando então atacar as pessoas que ali estão assistindo o culto. Eles [os corvos] começam a bicar as pessoas, arrancam línguas, olhos e outros órgãos dos seus corpos. Aquelas pessoas gritam de dor, enquanto o sangue começa a escorrer pelo chão do templo. Hyldon fica olhando aquilo em choque. Ele não conseguia se mexer. 

Os corvos atacam sua mulher e os seus filhos. Era horrível aquela cena. Ele tentava fechar os olhos, mas não conseguia! Tentava se mexer, mas também não conseguia! Será que aquilo era um pesadelo? Hyldon tentava se mexer e nada.

- “Socorro pastor”! – Gritava o velho caído no chão coberto de sangue e sendo bicado por seis corvos.

- “Jesus”! – Brada Hyldon em pânico.

Nesse momento o corvo que ainda estava parado na porta do templo vem para cima de Hyldon que tentando se defender com os braços a frente e começa a caminhar para trás, o chão se abre as sua costas e umas labaredas de fogo o engole queimando o seu corpo; porém nesse momento ele acaba  caindo sentado no chão do púlpito.

- O senhor está bem pastor? – Indaga o velho Rhodolfo Hubner o pegando pelo braço direito.

- Acho que sim! – Responde Hyldon ficando de pé. Ao olhar para os fiéis todos estavam normais. Não existiam corvos ali e nem sangue.

- Melhor é o senhor se sentar pastor e deixar que eu termine a pregação! – Exclama o velho ainda segurando aquele homem pelo braço.

- Sim! – Concorda Hyldon indo sentar-se ao lado de sua mulher e de seus filhos.

- O que houve meu amor? – Indaga Rebeca o fitando enquanto ele senta no banco.

- Não sei! – Responde ele sentando-se sem querer muito assunto. O que ele diria? Hyldon não sabia. Tudo tinha sido uma loucura para ele.


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