Arrumando a Casa

Os dois primeiros dias naquele lugar tinha sido de arrumação. No dia seguinte a chegada Hyldon voltou a Caxias do Sul para buscar a mudança. Porém depois organizar tudo que era o mais difícil. Haviam coisas dos antigos moradores ainda ali. Parecia que eles tinham saído na presa, pois havia até fotos da família pelo chão. Rebeca juntos tudo e pós em caixas, para por num velho galpão de madeira que ficava nos fundos do terreno. Era um lugar caindo aos pedaços que fedia a bosta de corvo. Naquele lugar havia sobra de carcaça de ratos, pássaros e outros animais ela larga tudo rapidamente lá dentro e sai assustada. Tinha muitas coisas para organizar.

Hyldon tinha um culto para organizar para domingo, só que não tinha tido tempo de pensar em um sermão tinha que ajudar, Rebeca e as crianças a organizar aquela droga de casa. Fazer uma mudança sempre era difícil, ainda mais nos primeiros dias. Ele nem tinha pego a bíblia para escolher um versículo para pregoar na manha de domingo. Talvez nem fizesse o maldito sermão, podia ser que houvessem outros preparados para isso. Até pelo fato dele recém estar chegando naquela igreja. 

Enquanto arruma as suas coisas, ele pensa no que terá acontecido com, o antigo pastor daquele lugar. Os velhos do conselho pastoral não tinham lhe dito ao certo, o que houvera com ele [o pastor antigo]. Só sabia meio por cima que ele tinha falecido. Mas do que? Ai ninguém soube lhe explicar. Disseram a ele que o pastor anterior um homem chamado Marcos Rodduit havia falecido e que por isso a igreja batista da cidade de Galpões havia pedido um novo pastor. Nesse caso o escolhido foi ele. 

Enquanto arrumava o que seria um tipo de escritório em sua casa, Hyldon abre a janela. Era uma velha janela com persianas pintada de branca. Ao abrir ele avista um daqueles malditos corvos sobre o telhado do seu vizinho. Aquela ave parecia o observar. Aquelas penas negras lhe davam calafrios. Aquele bicho virava a cabeça, o fitando com os olhos. Ele grunhia-a como se agourando a Hyldon, que o fitava estático sem se mexer. Era estranho para ele aquelas criaturas. Elas não podiam agir daquele jeito. Naquele momento ele [Hyldon] começa a sentir uma forte sensação com fogo, como se labaredas de fogo queimassem sua pele. Ele as sentia forte, e uma dor insuportável tomou conta de seu corpo, ele suava até que... O corvo voo para longe. A sensação passou. Não deu tempo dele gritar, ele queria gritar, só que não deu tempo, aquela ave passou voando sobre sua casa. 

- O que foi isso?! – Se indagou ele em voz baixa. O que era aquilo? Que sensação mais diabólica. Ele poderia jurar que sentiu as chamas do inferno queimando o seu corpo. Isso era o que ele poderia jurar. Sentou-se por algum tempo em uma cadeira que estava naquele quarto e ficou lá, mudo. Não podia crer no que tinha lhe acontecido naquela tarde. 

Após algum tempo ali parado, sentado em silencio, ele levantou-se e continuou arrumando suas coisas. 

Celso também estava intrigado com aquele lugar. Havia um forte cheiro que vinha do forro acima do quarto que tinha escolhido para dormir. Parecia que tinha algo podre em cima do forro. Algo morto, ele poderia chamar seu pai para dar uma olhada, mas sabia que ele [seu pai] não iria querer subir em cima do forro para ver o que tinha morto lá em cima e ele que não subiria também.

De todos ali a que menos se importava com a arrumação era Kimberley, ela estava mais preocupada em ligar para uma de suas amigas. Porém naquela tarde seu celular não pegava a antena e a internet ainda estava desativada. O que deixava ela [Kimberley] furiosa. Ela culpava seu pai. Se não fosse por ele, não estaria ali naquela tarde quente, sem celular e internet. Aquele homem era a desgraça da família para ela, de tantos lugares do mundo, ele aceitava um trabalho naquele inferno no meio do nada. Não tinha nada de divertido naquele lugar, não havia shopping, nem festas para ir e se bobear nem drogas. O lugar parecia parado no tempo. Parecia que tinha parado no inicio do século XX. As pessoas que ela tinha visto de longe, pareciam tão estranhas e aqueles corvos, o que eram aqueles corvos pela cidade?

- Deus que praga de lugar é esse! – Esbraveja ela segurando o celular nas mãos, procurando antena. Seria um tempo difícil, ela notava isso. Um tempo de guerra!

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