Capítulo 3

Acordei na segunda feira com a maior preguiça do mundo, mas precisava levantar, precisava ir pra floricultura. Levantei no pulo quando o despertador tocou na última pausa que eu dei nele, af, tenho que me arrumar senão vou me atrasar, corri pro banheiro, tomei banho, escovei os dentes, prendi o cabelo em um coque, coloquei uma blusa branca de meia manga com flores desenhadas, uma calça jeans cós alto, sapatilha cor de jeans também, passei um Batom clarinho, peguei minha bolsa e parti para a floricultura.

EDUARDO.

Segunda feira. Cheguei bem cedo como sempre na empresa. Logo que cheguei, encontrei minha mãe em minha sala, assim que entrei avistei ela sentada em minha cadeira me esperando, entrei e sorri para ela.

- Bom dia dona Mônica, que surpresa a senhora aqui tão cedo, diga-me o que houve? - ironizei.

- Bom dia Filho, não fale assim, vim lhe dá um beijo, já que ontem você me dispensou pra levar uma linda desconhecida para casa.

- Está com ciúmes Dona Mônica? E agora ela não é mais desconhecida.

- Hum… é mesmo? Eu poderia saber o nome dela?

- Daniele… Dani como ela prefere.

- Que lindo nome filho! Será que agora você casa? - ela gargalhou.

- Nossa Dona Mônica, já quer mesmo me dispensar de casa, mal conheci a moça e você já quer me casar com ela.

- Claro filho, sem perda de tempo, você já está encalhado faz tempo…

Minha mãe gozando com a minha cara, eu não merecia isso logo cedo.

- Mãe, por favor, me deixe trabalhar, eu disse procurando uns papéis em minha mesa, tentando não dá muita corda pra ela, senão ela fala o dia todo.

- Tá bem tá bem, chega disso, vou deixar você… ela disse se levantando e vindo até mim, parou na minha frente, me abraçou e me deu um beijo… - Quem sabe eu conheça um dia a Dani e ela vire à minha Norinha - ela riu e eu abaixei a cabeça e balancei negativamente, dei uma risada sarcástica.

- Mãe, você não tem jeito… é só uma conhecida nova, sim ela é bonita, sim eu vou sair com ela de novo, sei que você quer saber isso não negue e sim talvez, quem sabe, depois de se conhecer melhor aconteça algo, ela é uma moça madura, quem sabe sim, não é uma daquelas menininhas malucas que correm atrás de mim, as novinhas problemáticas.

- Menos mal, você precisa de uma mulher que te compreenda, ja nao esta mais na idade de namorar adolescente né filho. E fico feliz pelo seu encontro, queria mesmo saber se você a chamou pra sair… ela sorriu.

- Então mãe… o que você dizia mesmo? Que ia me deixar trabalhar? Disse levantando uma das sobrancelhas e rindo de lado.

- Ah sim, eu vou… Ela disse rindo… Até mais tarde filho, qualquer coisa me ligue.

- Ok, até Dona Mônica… levei até a porta e ela se foi, minha mãe é demais, não posso com ela, quase nunca ela vai embora assim rápido, ela gosta de me alugar, pra ficar falando de pretendente pra mim, tô tão velho assim que minha mãe precisa procurar mulheres pra mim? Eu ri sozinho. Bom, é o sonho dela me ver casado e com filhos, mas não pretendo isso com qualquer uma, tem que ser com a mulher certa claro, mas enfim, estou eu aqui pensando em vida amorosa ao invés de trabalhar, isso é consequência da minha mãe. Sentei em minha cadeira e comecei os trabalhos, hoje tem muito pela frente.

Daniele

Quando estava saindo pra floricultura, encontrei Julieta, ela é a minha melhor amiga, nós nos conhecíamos desde o jardim de infância, ela mora na mesma vila que eu, só que nas casas do meio e eu na do final. Nós abraçamos bem forte pra matar a saudade, sentamos num banco da nossa vila para conversamos, claro que eu contei tudo pra ela, e ela ficou de boca aberta…

- Daniele você é louca, como você diz pro cara que você tem 25 anos?

- Foi o que me veio a mente Juli, depois do cara me falar que tinha 30 eu iria dizer que tinha 18? Não sou louca, ele iria correr de mim.

- Bom sim né, mas… e se o cara te levar a sério? Não vai dá continuar com isso.

- Se isso acontecer ele vai entender que a idade não importa quando se gosta de verdade e eu acho que tô mesmo apaixonada por ele, paixão à primeira vista sabe amiga, não paro de pensar nele, ele é tão perfeito… eu disse suspirando.

- Ai Dani eu acho que você está se metendo numa furada.

- Ai Juli me deixe sonhar, não custa nada, e depois eu desfaço toda a mentira, mas ele irá entender o meu medo.

- Você quem sabe Danizinha…

Ela me deu língua, eu ri e depois saímos de braço dado até o ponto de táxi, ela iria pro seu trabalho na loja de autopeças de seus pais e eu iria pra floricultura. Fomos batendo papo no táxi, Juli me contou toda sua viagem, dos lugares, das comidas, dos gatinhos e eu ria de tudo que ela falava, Juli é uma menina muito extrovertida, muito alegre e brincalhona, mas ela também é bastante “barraqueira” de vez enquando, e eu me divertia muito com esse jeito dela.

E assim se passou a semana, de casa pra floricultura, da floricultura pra casa, vida normais de gente normal, e hoje é sexta, eu já estava em casa… estava anoitecendo e eu ficando muito nervosa, o Edu nem havia me ligado, será que desistiu? Será que ele não acreditou que tenho 25? O que será que houve? Fiquei pensando um milhão de coisas, não tirava o celular das mãos, fui pra sala e me joguei no sofá de frente abraçando uma almofada e olhando para a tela do celular. Fiquei assim por um tempo e a acabei me perdendo em pensamentos e adormeci, não sei por quanto tempo, mas acordei num pulo quando o celular tocou, até deixei ele cair, sou atrapalhada, o peguei bem rápido e vi na tela o nome do Edu, abri um mega sorriso e fiquei fitando a tela do cel por alguns segundos, e logo atendi.

Alô!?

Oi, boa noite, é a Daniele que está falando?

Sim, sou eu, quem é? - Fiz a desentendida.

Eduardo, Eduardo Mazzony lembra?

Ah sim claro, oi Edu como vai?

Estou bem obrigado, e você?

Estou bem também.

Então, estou te ligando pra saber se hoje você está livre para nós jantarmos?

Ah sim claro, estou sim, podemos ir.

Então tá certo, logo eu passo aí pra lhe buscar ok? 

Ok, ainda lembra o endereço?

Lembro claro, bem pertinho.

Combinado então, logo eu vou está pronta.

Então as 20h eu chego aí, até mais tarde.

Até Edu.

Desliguei feliz da vida, sorrindo atoa, tô quase colocando o coração pra fora de tanto que ele está acelerado, preciso correr, ficar bem linda pro Edu, é hoje que eu conquistou ele, tenho certeza, estou sentindo que tudo vai da certo.

Corri pro meu quarto, já havia tomado banho mesmo então comecei a me arrumar, coloquei um conjunto de cropped e saia longa com aberturas do lado na cor preta, uma sandália baixa com detalhes em brilho, deixei os cabelos soltos com cachos nas pontas, fiz uma make clarinha, Batom rosa claro, estava linda, peguei uma bolsa pequena de mão, coloquei o que precisava e desci, em menos de meia hora eu já estava pronta de tão rápida que eu fui, fiquei esperando na sala, mandei uma mensagem pra Juli contando que iria jantar com meu lindo e ela ficou louca, disse que queria saber tudo depois… eu olhava o tempo todo no relógio, faltava pouco pras 20h, quando ouvi o interfone tocar, era o porteiro dizendo que o Senhor Eduardo havia chegado, se eu queria que ele liberasse a entrada ou se eu iria sair, eu disse que sairia e desliguei.

Fui caminhando até a entrada da vila, meu coração começou a acelerar de novo, as mãos suavam, passei pelo portão, comprimentei o porteiro e fui em direção ao carro do Edu, ele estava ao lado do carro encostado com as mãos no bolso de seu terno preto, com o cabelo bem penteado, seu perfume que exalava longe, aquele sorriso sexy e maravilhoso que preenchia seu rosto, suas covinhas fofas, quase não me aguento, que vontade de pular no pescoço dele e enche-lo de beijos.

Chegando até ele, ele me comprimento com um meio abraço e um beijo no rosto, sorri e o comprimentei também.

- Boa noite Dani!

- Oi, boa noite Edu.

- Você está linda! - disse ele me olhando de cima a baixo segurando em minha mão, eu estremeci e fiquei envergonhada.

- Obrigado, gentileza sua.

- Nada, é a verdade. - ele piscou pra mim, sorri.

-Vamos então? 

- Vamos!

- Vou te levar a um lugar com uma vista maravilhosa.

- Mal posso esperar.

Ele abriu a porta do carro pra mim, entrei e logo depois ele entrou também, colocamos o cinto e partimos, e logo ele tratou de puxar assunto.

- Então, como foi sua semana, muito trabalho na floricultura?

- Até que não, algumas pendências pra resolver, nada complicado sabe… e você, teve muito trabalho?

- Como sempre sim, é complicado ser exportador, são muitas coisas pra resolver, mas eu já estou acostumado com isso.

- Deve ser mesmo bastante desgastante não é?

- As vezes sim, mas tem vezes que eu só preciso analisar contratos e assinar, mas outras eu tenho que fiscalizar tudo de perto, aí é mais trabalho.

- Ah sim, então é meio a meio, dias de luta e dias de glória né - eu ri e ele riu também, que risada mais perfeita!

- É, bem isso mesmo…

Ficamos uns minutos em silêncio, fiquei olhando pela janela e brincando com as franjinha de minha bolsa. Nem tô acreditando em tudo isso, eu aqui indo jantar com um super empresário de 30 anos, que medo que eu estou dele descobri que tenho só 18 anos.

- Mas então Dani... - ele corta o silêncio - … você gosta de dançar?

- Sim, gosto muito!

- Que bom, onde vamos tem música pra dançar… só que à dois.

- Por mim não tem problema ser a dois, acho até melhor - dei uma leve risada, e ele sorriu de lado.

- Estamos quase chegando… disse ele virando uma rua que beirava a praia de Copacabana.

Chegamos em poucos minutos, entramos no estacionamento de um restaurante bem bonito, todo decorado com mobília de madeira. Descemos do carro e ele me deu o braço para que eu pudesse acompanhá-lo, eu sorri e segurei em seu braço, entramos no restaurante, ele disse seu nome a recepcionista e ela nos levou a um lugar reservado no segundo andar do restaurante e realmente tinha uma vista maravilhosa, algumas mesas ao redor mas não tão perto uma da outra, alguns casais dançando músicas lentas na pista de dança com pouca iluminação, percebi que aquele ambiente era somente para casais e eu fiquei muito ansiosa e nervosa com isso, pois se ele havia me levado num lugar assim estava mesmo pensando em ter algo a mais comigo… Fomos até nossa mesa, ele puxou a cadeira pra mim como um perfeito cavalheiro, me sentei e ele sentou de frente pra mim, o garçom veio até nós, ele me perguntou se eu tomava vinho e eu disse que sim, e ele sugeriu vinho pra bebermos.

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