Capítulo 4

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi tomar um banho quente e tentar esquecer tudo. Se Gabby achava que voltaria à cidade e encontraria a mesma Lilith, se enganou. Os dois anos serviram para amadurecer a ideia de que ele tinha sido o erro que toda garota tem, antes de achar o seu “Acertei”. Eu respeitava muito os pais dele, no entanto, isso não significaria que eu seria bacana com ele também. Uma hora depois do banho, eu estava sentada no sofá da minha minúscula sala quando o telefone tocou.

— Como foi o seu dia hoje, minha flor? — suspirei aliviada por ser meu amigo Gregg.

— Terrível — contei a ele o problema de Joe, e assim como eu, ficou muito triste com a notícia. — Eu mesma fiquei sem chão. Fico imaginando tudo o que o Joe está sentindo e tentando esconder dela. Um amor assim, mesmo com a doença, é algo muito raro...

— Que barra a Kate está passando agora... Nem sei como seria se algo parecido acontecesse com o meu Mike.

— Foi por isso que ele voltou — eu disse a Gregg.

— Não foi o me pareceu ontem à noite — como Gregg, no fundo eu também tinha um pé atrás com Gabriel.

— Prefiro acreditar que ele não seria tão baixo a ponto de usar o pai para se aproximar de mim.

— De qualquer forma, eu quero que tome cuidado com ele — pediu com o tom de voz preocupado.

— E eu vou. Não sou mais a mesma Lili de antes.

— Ainda bem... — suspirou aliviado. — Não sei o que faria com você, se ainda fosse aquela vaca morta...

— Gregg! — ele sempre tinha uma gracinha para soltar, o que normalmente envolvia me chamar de algum tipo de animal.

— E o bonitão do seu vizinho? Que homem é aquele... Mais parecia um trovão entre você e o Gabriel — já conseguia imaginar Gregg sentado na sua cama ou no sofá da sua sala, enquanto se abanava com a lembrança de Blaine todo poderoso.

— Ele me levou para a casa dele — confessei.

— E então você finalmente mostrou a ele o tamanho da sua caverna... — debochou.

— Não. Nós meio que brigamos, de uma forma amigável até. Gregg, eu não tinha como ficar com ele depois de ver o Gabby. Não seria justo com Blaine.

— Você ainda vai me matar de desgosto. Eu já cavalgaria naquele homem sem pensar duas vezes, que Mike não me ouça falar isso.

— Bom, não contei a parte que fui bater na casa dele de madrugada... — ri.

— Ai que delícia! Essa Lili aventureira eu não conhecia... — ele gritou de felicidade do outro lado da linha — foi nesse momento que o deixou afogar o ganso em você?

— Não... Nós só dormimos juntos, Gregg.

— Certo. Para quem não tinha pego nem resfriado há bastante tempo, dormir com um gostoso daquele é um progresso; sem dar então, nem se fala — gargalhou. Era contagiante o riso do meu amigo, e me peguei rindo como uma histérica.

— Só que agora tenho o número dele e estou mais próxima...

— Lilith Chandler, você está gostando dele?

— Acho que meio que me apaixonei por ele e estou com medo de sofrer.

— Sabe, quando eu conheci o Mike eu tinha medo também, mas uma amiga me aconselhou a me guiar pelo meu coração, sem medo. Que o medo é inimigo do amor, quando sentimos que é a pessoa certa. Lembra?

— Lembro. — resmunguei.

— Não espere muito, ou o tempo vai passar e você vai se perguntar como o tempo passou tão rápido bem na sua frente.

— Ainda bem que tenho você na minha vida, meu amigo...

— Então, quando vai tomar a iniciativa?

— Hoje? — eu disse indecisa. Se tinha uma coisa na qual eu era insegura, era com relação a me abrir com outra pessoa. Blaine já tinha notado isso, eu acho. Sou complicada e repleta de defeitos. E talvez eu precisasse de alguém como ele na minha vida. O tipo de pessoa que falava o que pensava, sem essa de se prender a medos. Ao menos eu achava que ele era assim, mas eu só descobriria se tentasse. E o meu medo estava no tentar.

— Amiga, como eu mando em você... tire essa bunda do sofá e vá até ele — o tom de voz era autoritário, me fazendo rir.

— Tudo bem... — me levantei do sofá, ainda com ele ao telefone e saí de casa, seguindo na direção da casa de Blaine. — Saindo de casa... atravessando a rua... andando pelo gramado... e chegando à porta.

— Você vai narrar tudo? — debochou.

— Só até ele abrir — expliquei apertando a campainha.

— Ele já abriu a porta? — perguntou empolgado.

O meu coração parecia que ia saltar pela boca, de tanta ansiedade que sentia naquele momento. Se existe uma coisa que devemos fazer é abrir o nosso coração para que outras pessoas possam cuidar dele, mesmo que isso cause medo. Se o amor fosse fácil, ninguém poderia sofrer e aprender para recomeçar. Eu ainda não havia perdido o medo, já que a decisão de deixar Blaine entrar tinha sido tomada minutos atrás. Apertei mais quatro vezes a campainha, ficando impaciente com a demora.

— Acho que ele não está — reclamei a Gregg, no entanto, a porta foi aberta em seguida — Gregg... depois te ligo... — desliguei na cara do meu amigo sem a menor cerimônia, guardando o celular no bolso da calça.

— Lili, você vai acabar quebrando a minha campainha... — não esperei ele terminar de falar e me joguei nos seus braços, ficando nas pontas dos pés para beijá-lo.

O bom de ter tomado a iniciativa era que eu o tinha surpreendido. No começo, acho que ele entrou em choque. Demorou alguns segundos até ele segurar a minha cintura e retribuir o beijo. Para mim, aquele beijo era o começo de uma nova etapa na minha vida. Aquela era a chave para abrir a porta do meu coração. Suas mãos saíram da minha cintura e foram direto segurar a minha nuca, para tornar o beijo mais intenso. Não queria parar nunca de saborear a boca macia dele, mas ele me afastou a tempo de evitar que eu fizesse algo em público.

— O que foi isso? — Blaine estava sem fôlego e com os olhos arregalados. Havia um brilho malicioso misturado com admiração em seu olhar.

— Eu tomando a iniciativa. Supere — dei de ombros.

— O significado? — questionou já sorrindo.

— Que eu quero ficar com você.

— Eu sou um rapaz sério. Só aceito se for me pedir em namoro... — ele só podia estar de brincadeira com a minha cara. Eu ainda tinha que pedi-lo em namoro? Onde já se viu isso?

— Não vou pedir nada.

— E nem precisa. Menti quanto ao difícil — sorriu, me abraçando.

— Então, estamos namorando? — perguntei petulante.

— Eu disse que não precisava me pedir, mas com a demonstração de carinho...

— Não faça com que eu me arrependa, Blaine.

— Você não vai. Eu garanto — disse se aproximando e me puxando para mais um beijo.

Minhas mãos estavam suando muito por causa do nervosismo. Fora Gregg, eu nunca tinha levado ninguém à minha casa. Claro que tive alguns encontros, mas sempre ia para a casa do cara e no outro dia seguia cada um para o seu lado. O combinado era eu preparar o jantar e ele traria o vinho. O jantar seria para conversarmos sobre as regras, já que era óbvio que os relacionamentos devem ter uma lista enorme delas. Blaine foi pontual. Sorri comigo ao arrumar o vestido antes de abrir a porta; parecia ridículo, mas eu tinha me produzido para ele. Queria que me achasse linda assim que olhasse para mim. Eu estava com um vestido decotado vintage vermelho de bolinhas, que ia até acima dos joelhos, e com um cinto preto grosso marcando a cintura. Deixei o cabelo solto e passei um batom também vermelho.

— Certo — respirei fundo antes de abrir a porta.

Assim que me viu, Blaine sorriu; me olhou de cima a baixo e soltou um assobio de apreciação. Ele estava ainda mais lindo do que o normal, camisa xadrez de mangas compridas com uma camiseta branca por baixo, calça jeans preta e gel no cabelo, que o deixou parecido com os modelos que eu via frequentemente no Insta. Versão de lenhador moderno.

— Você está linda — se aproximou, me fazendo afastar da porta para que ele pudesse entrar. — Se estivesse com aquele seu vestido cor de abóbora, ainda assim continuaria linda... — me beijou na bochecha ao passar.

— Muita simpatia sua. Você também não está nada mal... — falei ao fechar a porta e acompanhá-lo. Blaine me seguiu até a cozinha e entregou o vinho para que o guardasse. Eu não entendia de vinhos, e por mim poderia até ser água, que com ele ao meu lado, tudo estaria certo.

— O que teremos no cardápio? — ele quis saber.

— Uma boa e velha pizza... — eu soltei rápido. — Desculpa. Queimei o frango xadrez escolhendo o vestido — confessei, vermelha de vergonha. Era normal eu sempre ficar vermelha na frente dele.

— E ficou linda demais — chegou mais perto e segurou a minha mão. — Só não se preocupe com essas coisas de aparência. Você já era linda antes de começarmos isso, e não vai deixar de ser para mim. Gosto de você do jeito que é.

— Queimei o nosso jantar e você me fala isso? — perguntei fingindo estar chateada.

— Ótimo. Nossa primeira briga e não faz nem vinte e quatro horas que o namoro começou.

— Mas pizza com vinho resolve tudo — dei de ombros, indo buscar a bebida.

Certo, como eu ia abrir aquela garrafa sem quebrá-la? Não poderia fazer feio na frente dele, ou ele riria o resto da noite. O jantar tinha ido por água abaixo... pensei enquanto pegava o saca-rolhas na cozinha e o vinho, já me preparando para abri-lo.

— Vem, eu te ajudo... — Blaine se ofereceu, porém, eu era mais teimosa que ele.

— Não precisa, eu consigo... — já era tarde demais. Abri a garrafa com tanta força que espirrou vinho na camisa dele e fez aquele estrago. Droga! Ele não sabia se olhava para a camisa ou para a minha cara de assombro. — Blaine, desculpa... eu limpo isso... — falei apressada, enquanto procurava um pano para enxugar o vinho que também havia ido parar no seu rosto. — Droga, eu sou um desastre...

— Ei... — me segurou pelo braço, me puxando para ficar mais perto dele. — Tudo bem. É só uma camisa. Não precisa ficar desse jeito... — sorriu.

— Eu deveria ter aceitado a sua ajuda...

— Que tal esquecermos o episódio do vinho e aproveitar o resto da nossa noite?

— Não vou conseguir — resmunguei ainda envolta por seus braços. Parecia tão natural ficar ali, sentindo o cheiro dele, que nem parecia que tínhamos acabado de começar o namoro.

— Vou fazer você esquecer essa besteira — se afastou, tirou a camisa e em seguida a camiseta, ficando com o peito nu bem na minha frente. — E agora, consegui?

— Sim — eu quase me escutei gemer ao responder.

— Chegue mais perto. Eu não mordo... — debochou, abrindo os braços de novo para mim.

— Você não, mas eu sim... — falei mais para mim do que para ele. Mas tive quase certeza que ele escutou, pois o vi esboçar um sorriso antes de perguntar:

— O que você falou?

— Que você vai ficar resfriado — menti de forma descarada para ele.

— Tenho a saúde de ferro, no entanto, acho mesmo que vou ficar resfriado, e se você me esquentar... a história será outra.

— Não vou esquentar nada em você agora, Blaine — falei decidida — o que eu vou fazer agora é jantar uma pizza fria e meia garrafa de vinho com o meu namorado...

— Sou um cara de sorte... — falou acariciando o meu rosto. — Nem em sonho pensei que seria minha — não entendi o motivo dele ter falado aquilo, mas achei linda a forma como soou em meus ouvidos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

— Conheci você sendo menos romântico — brinquei sorrindo para ele.

— Hummm — mordeu o lábio inferior de forma provocativa — você quer que eu diga que sou um homem de sorte por ter certeza que vou te comer na mesa de jantar, ou tudo bem que eu continue sendo romântico?

— Sua mente é suja, Blaine — bati no peitoral musculoso dele. — Você não vai me comer hoje... — fui pega de surpresa quando ele me segurou pela cintura e me levou até a mesa, me sentando sobre ela e separando minhas pernas de forma escandalosa. O olhar dele era penetrante, do tipo que quanto mais se olha, mais se tem vontade de continuar. Blaine massageou os meus tornozelos, trilhando um caminho ritmado com as pontas dos dedos até as minhas panturrilhas, escorregando pelo lado interno das minhas coxas. O que eu poderia fazer com ele me atiçando daquela forma? Eu parecia um frango assado de padaria, toda arreganhada para ele.

— Que tal eu chupar sua boceta como sobremesa antes do jantar? — a visão dele entre minhas pernas era de tirar o fôlego de qualquer um. — Não parece uma má ideia, não é? — sorriu, passando as pontas dos dedos pelo tecido da minha calcinha, seguindo por sobre a linha fina da costura.

— Como você consegue? — murmurei, quase sem ar.

— O quê?

— Falar muito e fazer tão pouco... — ele não esperou muito para tirar a minha calcinha e jogá-la em algum canto da casa.

— Foi você quem provocou — riu de maneira descarada, já aproximando o rosto da minha boceta — Lisinha... Eu gosto disso. Agora eu vou chupar bem gostoso. — elogiou e eu fiquei mais excitada do que já estava. Se existia uma coisa que eu nunca deixava de fazer era me depilar. Ninguém merece uma xoxota cabeluda.

A primeira lambida me fez estremecer por completo. Eu só não estava preparada para o que vinha a seguir... Quando ele disse que ia chupar minha boceta, achei que seria como acontecia com os caras que eu saía às vezes, que têm nojinho de meter a boca e fazer um trabalho até digno. Com Blaine a coisa não foi assim. Ele me chupava como se estivesse beijando a minha boca, e o meu clitóris estava tão inchado que quase enlouqueci quando ele passou a língua várias vezes sobre ele. Quando ele introduziu o dedo na minha boceta e a chupou ao mesmo tempo, me desmanchei em um orgasmo delicioso. Eu tinha acabado de me render a ele. Olhando para Blaine, com seus lábios ainda úmidos do ótimo trabalho que havia feito, tive a certeza que ele era o homem que tomaria boa parte dos meus pensamentos pelo resto da minha vida.

— Agora podemos jantar... — ele não queria que eu retribuísse o carinho?

— E você? — perguntei, fechando as pernas e me sentando na borda da mesa.

— Quero fazer amor com você, e não trepar na mesa da sala de jantar — se aproximou, segurando a minha nuca com uma das mãos e olhando nos meus olhos, enquanto a outra apalpava a minha bunda.

— Isso que aconteceu foi o quê, exatamente? — brinquei.

— Bom, isso foi um prelúdio do que será a sua vida ao meu lado — disse começando a me beijar.

Se tinha uma coisa que Blaine sabia, com certeza, era fazer um oral e ser quente. Ele tinha mãos ásperas, que quando deslizavam pelo meu corpo, provocavam um arrepio gostoso, me deixando ainda mais louca por ele. Seus músculos firmes e sua pele macia com um cheiro amadeirado eram os ingredientes-chave para que ele se tornasse ainda mais irresistível.

— Acho que você é a melhor coisa que já me aconteceu, em toda a minha existência... — sussurrou, encostando sua testa na minha e fechando os olhos.

— Você falando assim vou acabar me apaixonando... — sorri ao falar, mesmo sabendo que ele não estaria olhando para mim.

— E eu acho que já estou por você — eu não sabia o que responder ao que ele havia acabado de falar.

Muitas coisas se passaram na minha mente. Uma delas era como alguém pode ter uma conexão tão forte com outra em tão pouco tempo. Tentar explicar algo assim é quase impossível; há tantas variáveis, tantas coisas e sentimentos que podem concretizar algo do tipo, que ficaria difícil explicar.

Com Blaine, eu poderia esclarecer da única forma que entendia naquele momento: destino. E se tudo o que me aconteceu foi apenas uma tempestade antes da bonança? Que ele, na verdade, seria meu pote de ouro no final do arco-íris? Minha mente dava voltas e mais voltas nesses pensamentos.

— Acho melhor a gente comer aquela pizza... — abri meus olhos, e vi que ele me observava.

— Prometo ser mais romântico da próxima vez — disse beijando meus lábios de forma carinhosa; depois se afastou de mim e me ajudou com o vestido.

Durante o jantar, conversamos sobre tudo. A questão da família dele parecia bem mais complicada do que a minha. Blaine não tinha pai e nem mãe, assim como irmãos. O que era triste, porque nunca se deve ficar sozinho no mundo. Meu namorado parecia ser mais vulnerável do que eu imaginava. No fundo, Blaine só queria uma família grande onde pudesse ser amado. Contei um pouco sobre a minha, que não era fácil de lidar. O senhor e a senhora Chandler eram complicados quando se tratava da forma livre que eu escolhera para mim. No geral, sempre que eles me ligavam, brigávamos tanto que não valia a pena ficar mantendo contato constante. Se eu sentia falta deles? Em parte, sim. Em outra, nunca tinha pedido tanto a Deus para que eu tivesse nascido em outra família. Blaine me entendia, e isso era tão bom!

— Obrigado pelo jantar, meu anjo... — me beijou quando o acompanhei até a porta.

— Obrigada pelo oral... Quer dizer, pela sobremesa — sorri e ele balançou a cabeça, fingindo estar incrédulo.

— Depois eu que tenho a mente suja...

— Boa noite, Anjo — eu falei me despedindo e o vendo atravessar a rua.

Depois do jantar, ele seguiu para sua casa e eu fiquei sorrindo como uma noiva, lembrando de tudo que ele fez. Mordi o lábio inferior, pensando em como seria retribuir o carinho que ele havia me dado... Será que ele era grande mesmo, ou o mimoso havia ganhado esse nome por outro motivo?

— Se não for uma emergência, eu te mato, Lili... — Gregg resmungou assim que atendeu o celular. Não podia ir dormir sem contar ao meu melhor amigo o que tinha acontecido.

— Jantei com Blaine... — isso ia deixá-lo mais esperto.

— E? — perguntou ele todo esperançoso.

— Ele meio que me sentou na mesa, abriu minhas pernas e... Você sabe — dei de ombros, mesmo sabendo que ele não estava vendo.

— Deus é mais!!! — Gregg gritou, e ao fundo pude perceber que ele tinha acabado de acordar Mike. — Meu amor, a Lili deu uma! — era constrangedor, mas eles eram meus amigos. Jamais esconderia algo tão importante deles.

— Ligue a sirene ou coloque um anúncio no jornal da manhã, assim fica mais fácil todos saberem...

— Certo. Desculpe, minha flor — de todas as desculpas que Gregg já havia me pedido, aquela era a mais falsa de todas.

— E para sua informação, eu não dei...

— Volte a dormir, querido. Ela não deu. Foi tudo uma mentira... — ainda consegui ouvir as risadas de Mike ao fundo da ligação.

— Calma. Eu não transei com ele, mas ele tem uma língua poderosa...

— Mike!!! Acorda! Ele chupou aquele bagaço de vagina que a Lili tem no meio das pernas! Obrigado, Senhor!

— Sério, você precisa se tratar. Deixe o coitado do seu noivo dormir, Gregg.

— Falando sério, Lili... — começou ele — vá com calma, mesmo que eu tenha dito para focar no grandão. Tudo o que você passou não foi fácil.

— É. Eu sei, Gregg. Talvez essa seja uma boa oportunidade para que eu possa fazer a diferença. Blaine não é bem o tipo de cara com quem eu normalmente sairia, mas não consigo tirá-lo daqui de dentro do peito desde o primeiro dia que o vi.

— Só tome cuidado, está bem? — eu sempre iria me emocionar com o carinho que Gregg tinha por mim. Não importava a circunstância, ele estaria sempre ao meu lado.

— Prometo — naquela altura do campeonato, as coisas já estavam seguindo seu curso natural. — E eu resolvi tentar ser feliz. Acho que aceitei um pedido de namoro...

— Ainda se pede em namoro? — debochou. — Eu achava que era só chegar e fazer o serviço.

— Falou o cara que estava quase enfartando por não saber se ia ser pedido em casamento...

— Garota, você joga pesado. Muito pesado. Cuidado com esse seu coraçãozinho necrosado.

— Boa noite, Gregg — ironizei.

— Está bem... Boa noite, Lili — ele disse e desligou.

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