O Sheik que me Conquistou
O Sheik que me Conquistou
Por: Hannah Hestrella
Capítulo 1 - A viagem

O dia chegou. Malas prontas, hijab (lenços para os cabelos), remédio para dormir durante o voo e a saudade batendo forte. Morar em Armação de Búzios, sentar perto de Brigitte Bardot, olhando o mar, vendo os barcos chegando cheios de camarão e peixe fresco.

E a Rua das Pedras!

De dia é uma delícia, entrar naquelas lojinhas, fazer um lanche gostoso. Á noite é um espetáculo. Toda iluminada, gente de todas as partes do mundo. Cada restaurante, com uma comida mais gostosa do que a outra. Música para todos os gostos. Passear pela Orla Bardot e vê a lua, é maravilhoso. É um dos passeios mais deliciosos para se fazer à noite ou até mesmo de dia. Adoro sentar no final de semana na calçada com a minha tia Margarida e sentir a brisa do mar.

Amo Armação de Búzios!

Trabalho como estagiária no Rio de janeiro, numa Multinacional que faz exploração de Petróleo, juntos com o meu primo Eduardo. Eduardo é o diretor de marketing. Jasmim, sua irmã, é professora de Educação Infantil na Creche Doce Brisa. Terminei a faculdade e a indo para Doha capital do Qatar para fazer mestrado, por um período de um ano na multinacional em que o meu irmão e o meu pai trabalham. Aqui, no Brasil não é tão fácil estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Dei sorte, pois o meu pai ocupava uma posição de destaque e por isso, o pedido dele foi aceito para que eu fizesse o mestrado e trabalhasse.

Nasci no Qatar. Estou no Brasil desde os meus 10 anos. Minha tia Margarida ficou comigo quando minha mãe Melissa sofreu um acidente de carro e acabou falecendo. Meu pai Naim Alzi Raja veio ao Brasil para visitar algumas empresas petrolíferas. Junto com outras pessoas que vieram na comitiva do Qatar, foram convidados à passear em Armação dos Búzios, para ver a estátua de Brigitte Bardot olhando o mar. Acabou conhecendo a minha mãe. Trocaram mensagens, e depois de um ano ela largou a profissão de professora de Literatura Portuguesa na UFRJ e se casaram. Ela adorava a flor Açucena e por isso colocou o nome da flor em mim. Ela era uma negra lindíssima e tinha um cabelo cacheado que desciam por suas costas. Dizem que sou a réplica da minha mãe, com os olhos azuis do meu pai. O meu irmão é moreno como pai, mas com os olhos verdes da minha mãe. Que mistura linda!

Hoje tenho 23 anos. Naquela época, meu pai disse que seria melhor que viesse para a terra da minha mãe, para não correr o risco de casar muito cedo e não realizar o meu sonho de estudar. Ainda, existem países, em que as mulheres teriam que se casar e cuidar da família. Podem correr o risco de serem prometidas por seus pais ou escolhidas por Sheiks. Meu pai não quis correr esse risco.

No inicio, não foi fácil ficar longe deles. Nas férias, sempre visitei meu irmão Rafiq e o meu pai Naim.

Meu irmão Rafiq é seis anos mais velho e é o diretor financeiro da Doha Z.B.Company. Ele e meu pai ligavam sempre durante a semana.

Vou morrer de saudade do Brasil!

Minha tia Margarida e os meus primos Eduardo e Jasmim foram ao aeroporto.

__Vou morrer de saudade! É só por um ano tia Margarida.__ Senti um aperto no peito. Açucena se despede de todos.

__Tia vou ligar sempre e deixa o meu quarto arrumado, eu vou voltar! __Açucena saiu chorando, deixando a tia do mesmo jeito, mas com a promessa de voltar á terra que aprendeu a amar. Nesse momento, me sinto mais uma mulher brasileira do que uma mulher árabe.

Dentro do avião toma um remédio. Açucena odeia voar. E serão mais dez horas de voo. O sono não demorou a chegar.

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