Capítulo 5

                                           5

(Cantores e bandas nacionais que fizeram sucesso nos anos 80: Ney Matogrosso, Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Roberto Carlos, RPM, Cazuza, Engenheiros do Havaí, Biquíni Cavadão, Ultraje a Rigor, Kid Vinil, Ira, Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Leo Jaime, Legião Urbana, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil.)

    Kaue precisava de alguns papéis da escola em Niterói e como Helen não estava bem, ligou para Lucio e pediu para que liberasse ao filho. Ao chegar à escola, ele foi direto para o campo. Olhou em volta e sorriu, tristemente. Sentiria muita saudade. Mas, precisava deixar o que não podia levar, para trás, guardando as boas lembranças. Foi até o vestiário rever o professor que tanto o apoiou. Trocaram um longo abraço apertado.

    ─É isso ai, garoto! Estarei aqui torcendo por você, sempre!

    ─Jamais o esquecerei professor, João.

    ─Sei disso. E não esqueça, primeiro jogo, quero os meus dois ingressos cortesia.

     ─Se depender de mim receberá de todos os jogos.

Conforme ele foi alcançando a escola, parou para cumprimentar amigos, beijar amigas e receber os parabéns de algumas professoras que por ali estavam.

Ao entrar no longo corredor, ele diminuiu o passo. Estudara naquele lugar, desde a pré-escola e se não fosse a vaga no time, estaria ali naquele ano. Amava aquele lugar! Jamais esqueceria os momentos vividos ali. Quando passava na lateral em que dava para os banheiros, Kaue foi puxado, bruscamente. Dalva o agarrou, se roçando no corpo dele, que ela prensou contra a parede. Ela era dominante, gostava de comandar tudo em sua vida.

     ─Pensou que ia embora sem me dar adeus, garoto? - ela o mordeu no pescoço passando a língua, suavemente.

Kaue sentiu a ereção. Puta merda pensou, e agora? Mas essa mina é gostosa, fazer o que?

     ─Vem! - disse ela o puxando para o banheiro feminino. ─Uma rapidinha pra matar a saudade das férias e nos despedir até a próxima...

Entraram num dos lavabos. Ela usava uma saia curta. Entre abriu as pernas para que Kaue desfrutasse do que ela tinha a lhe oferecer.

     Ele não se fez de rogado, enfiou a mão no meio das pernas dela, e por cima da calcinha, passou a masturbá-la com a ponta dos dedos. Ela abriu o zíper da calça dele, tirou o pênis ereto para fora, e massageava, rapidamente. Enlouquecido, Kaue levantou a blusa da garota, livrou o seio dela do soutien e sugou o mamilo de maneira sedenta.

    Estavam quase chegando a um intenso orgasmo, quando a porta do lavabo foi aberta. O lugar era estreito, a única coisa que Kaue atinou a fazer, foi abraçar Dalva com força para esconder o seio dela contra seu peito, a mão dele no meio das pernas dela e o seu pênis na mão dela. De nada adiantou. Sarah tinha visto mais do que o suficiente. Agora ela sabia quem era o cara com quem Dalva transava no banheiro feminino: Kaue!

Com expressão, transtornada, ela se virou e se pôs a correr sem saber para onde, exatamente.

    ─Puta que pariu! - resmungou ele se ajeitando com o coração acelerado.

    ─Aonde você vai?

    ─Atrás dela!

    ─Deixa essa branca azeda pra lá! Vamos terminar o que...-

Kaue não a ouviu. Saiu em disparada pelo longo corredor em direção ao pátio central. Avistou-a correndo próxima do portão da rua. Não teve problemas para alcançá-la.

    Qual a trilha para o fim de mundo, ela se perguntava correndo, quando foi parada bruscamente, por uma imensa garra. Ao ver quem era, gritou:

   ─Não me toque! Tira essa mão suja de mim!

   ─Me deixa explicar, Sarah!

   ─Eu não quero saber de nada, seu nojento! Quero distância de você!

   ─Escuta, Sarah! Você tá em horário de aula. Não pode sair assim. Não faça escândalos, ou você e Dalva serão suspensas!

Ela o fitou sem acreditar no que ouvia. O rosto pálido banhado de lágrimas.

   ─O- o que? O que você disse? Eu ouvi Dalva?

Kaue respirou fundo, colocou a mão na cintura e fitou o céu. Era tudo que ele não precisava.

    ─Sarah... eu sou homem. Eu sinto vontade a toda hora... de sexo, ok? Dalva e algumas garotas são ... disponíveis... Você entende?

    ─Você acha que tá falando com alguma débil mental?

    ─Não, mas você é muito menina e...

    ─Sou? Faz dois meses que você reparou que tenho um par de seios, seu idiota!

     ─Isso não faz de você uma adulta!

     ─E muito menos o que você tem no meio das pernas e essa fome... por sexo, faz de você um homem! Não seja ridículo! Você é apenas dois anos mais velho do que eu.

     ─A gente não tem rolo (ficar várias vezes) algum pra você ter essa crise de ciúme e fazer todo esse barulho!

     ─Nojo não tem nada a ver com ciúme. Você poderia se valorizar um pouco mais, embora sendo “homem” e ter “rolo” com garotas melhores. E se quer saber? Pra mim tanto faz, pois não quero mais olhar pra essa sua cara nojenta! Se algum dia pensou, que eu pudesse estar interessada em você, além de amizade, se enganou! Porque nem como amigo eu o quero mais!

Kaue teve a sensação de ter recebido vários golpes de faca no peito. Sarah sabia ser impiedosa quando estava furiosa.

     

     Sarah tentou se recompor, mas por dentro estava em pedaços. Passava pela porta do banheiro, quando foi puxada pelos cabelos, violentamente por alguém; Dalva.

      ─Eu nunca gostei de você, sua branca azeda, asquerosa! Você estragou minha transa com Kaue e agora vai pagar por isso. - e desferiu um violento tapa no rosto de Sarah.

Atônita, porém, com um volume de raiva crescente dentro do peito, Sarah a empurrou de encontro às pias e começou a bater com vontade na cara da outra. A cada tapa, ela enumerava as maldades de Dalva.

      ─Por tratar Gloria com preconceito, por maltratar Mariani, por me fazer dar aquele vexame no refeitório, por cada namorado que você roubou das meninas na escola os trazendo pra esse banheiro, sua putinha ordinária! – arriou-a no chão gelado, e sentou em cima dela, segurando os cabelos escuros entre os dedos. ─E isso, é por todas as maldades que você já fez nesta escola!

      ─Kaue não é seu namorado, sua asquerosa! Kaue nunca vai sentir tesão por você, sua branca azeda! Ele gosta de garota gostosa como eu! Você nunca terá nada com ele.

A cada palavra dita por aquela boca, era silenciada por um tapa. A briga foi intensa, e tão violenta, que várias pessoas entraram naquele banheiro. Os alunos, a maioria que odiava Dalva, deixaram que ela se danasse nas mãos daquela baixinha furiosa.

    As puxas sacos de Dalva, ficaram em silêncio, pois estavam gostando de ver a Chefe receber sua paga. A entrada de algumas professoras, Lucio e Kaue, que estava falando com ele quando foi chamado para ver a briga no banheiro, passaram despercebidas por elas, atracadas de unhas e dentes. Assustado, Kaue não conseguia acreditar que era o motivo daquela briga terrível. Lá em seu íntimo, foi muito bom ver as duas garotas mais bonitas da escola engalfinhadas por sua causa.

    Lucio só conseguiu separá-las com o auxílio de duas professoras. Dalva tinha sangue no nariz e o lábio estava rasgado do lado. Talvez precisasse até de pontos. Sarah tinha o rosto muito vermelho e apenas um arranhão do lado da face. Foram quase que arrastada pelos corredores da escola, ouvindo os aplausos e gritos.

  Tor correndo ao lado delas, gritou:

    ─Mandou bem, nanica! Apostei tudo em você e ganhei! - ele gargalhou. ─A prova de que tamanho não é documento.

Sarah não sabia se ria ou se chorava. Gloria vinha empurrando a cadeira de Mariani como se estivesse num Hally, gritando:

     ─Sarah, a nossa heroína! Sarah é a campeã! Tomou sua pentelha? Sarah te detonou! Isso, isso, isso, isso! - ela dizia igual ao personagem Chaves. ─Dalva a rica em derrocada e arrancada de seu trono!

Uma coisa era certa, aquele dia e aquela briga, entrariam para a história daquela escola.

    Descabeladas, sujas de sangue, marcadas pela violenta briga, estavam uma sentada ao lado da outra, de frente para a mesa de Lucio que as olhava com ar acusador.

     ─O motivo da briga. Estou esperando, agora! Ou expulso as duas!

     Se Sarah contasse todas as maldades de Dalva, teria que provar. Se falasse sobre Kaue.... ficaria numa situação muito difícil.

     ─Ou falam, ou expulso as duas!

Kaue bateu na porta e entrou, sem esperar permissão.

     ─A culpa é minha, diretor.

     ─Como assim? Você nem na escola está mais garoto.

     ─Posso falar com o senhor aqui fora?

Lucio levantou a contragosto, e foi até ele.

     ─Sinto muito pela doença de sua mãe.

Ambos saíram e fecharam a porta.

    ─Satisfeita, sua ridícula? Viu a situação que nos meteu, principalmente, o pobrezinho do Kaue com a mãe doente?

     ─Nunca mais o chame de pobrezinho! Ele foi muito digno em vir aqui tentar nos aliviar da culpa. Mas quer saber? Continuo com muito nojo de vocês dois. Que se danem!

    ─Não seria inveja de ter nos pegado naquela situação super gostosa? Não se faça de santinha, sei bem que deve tá louca pra ser agarrada assim por ele. Mas, guarde bem na sua cabeça, você não é o tipo de garota que atrai os garotos como eu sou. Você vai ter que implorar pra um homem te tocar com tesão.

    ─Sim, você é do tipo que todo garoto quer: uma única vez. E tem mais, Lucio não faz ideia do quanto você já aprontou na escola ou seria expulsa com pai rico e tudo, sua preconceituosa com cérebro aleijado. O melhor que tem a fazer é estudar mais!

    Lucio entrou e fechou a porta voltando para sua mesa. Sentou-se à cadeira e fitou-as com atenção.

     ─Quero os pais de vocês aqui amanhã, sem falta!

     ─Não diretor... por favor, meu pai me mata! – implorou Dalva.

     ─Pensasse antes de ir para o banheiro com Kaue. E, Dalva, nunca mais use aquele banheiro para essa finalidade! –voltou o olhar para a outra. ─Quanto a você, Sarah, aluna exemplar, média alta, boas ideias e se envolver numa briga assim por.... ciúmes? Eu jurava que você era uma garota tímida demais, mas como dizia alguém que conheci: Quem muito mostra o fora quer esconder o seu dentro. Ambas estão suspensas uma semana. E amanhã, seus pais aqui.

     Para não ter que contar a Anete o que acontecera, Sarah fingira estar doente com a ajuda das amigas que passavam em sua casa no final da escola para levar a lição do dia e contar as novidades. No entanto, no terceiro dia a casa caiu. A secretária da escola, ligou para Anete, convidando-a a comparecer para falar com o diretor sobre Sarah, e seu comportamento inadequado. Furiosa, Anete a levou a força para a escola. Sarah queria se rebelar, criar uma guerra, mas ficou calada e acompanhou-a até o “tribunal”. Não tinha muito o que fazer. Anete era péssima mãe, não lhe dava educação, contudo, sabia humilhá-la na frente de todos. Estava cansada disso. O melhor era silenciar e evitar mais vergonha. Enquanto esperava ser atendida pelo diretor que não chegara, na sala dele, Anete sibilava entre os dentes.

    ─Sua irresponsável! Brigando na escola! O único compromisso que você tem é de estudar e ainda mancha esse lugar sagrado por causa de homem?

    ─Não faz drama, Anete! Você deve ter feito muito pior por aí.

    ─Talvez seja por isso que eu esteja exigindo um comportamento melhor da sua parte. Já parou pra pensar nisso, sua inconsequente? E, ouça bem, se falar comigo assim de novo, juro que lhe dou uma surra!

    Sarah pensava em retrucar a altura, quando Lucio entrou na sala e algo aconteceu. O casal ficou estático, paralisados. Sarah nunca tinha visto uma reação daquelas.

    ─Ei! Vocês? Tem alguém aí? - a garota perguntou irritada com aquele silêncio e aqueles olhares petrificados de um para o outro.

   ─Saia, Sarah.

   ─Ah, tenha dó! Sair pra onde, Anete?

   ─Vá para o pátio, ou até a lanchonete, Sarah- ordenou Lucio com um tom inseguro. ─O assunto agora é particular.

Sem entender nada, a menina bufou obedecendo à contragosto. De uma coisa tinha certeza, aqueles dois se conheciam de outros carnavais.

    ─Como você está, Anete?

    ─Não tão bem quanto você, mas não morri.

    ─Não precisa ser irônica. Jamais poderia imaginar que você fosse a mãe de uma de minhas alunas. Até porque, nunca se interessou em vir nas reuniões da escola.

    ─Uma chatice essas reuniões! Somente besteiras. Tenho mais o que fazer! Preciso trabalhar pra sustentar minha filha!

    ─Você considera sua filha uma besteira?

    ─Não distorça minhas palavras! E, vale lembrar, você me chamou aqui por outro assunto! Se eu soubesse que era você, não teria vindo.

    ─Pode apostar Anete, se eu soubesse que era você não a teria chamado!

    ─Então vamos acabar logo com isso. – ela se levantou para ir embora. ─Tenho mais o que fazer do que ficar aqui discutindo o que você acha ou não... - se calou assustada ao vê-lo disparar até ela.

 Ao se sentir agarrada por ele, tentou gritar. Então, ele beijou-a de surpresa, e quando a soltou, ela rosnou entre dentes.

   ─Solte-me agora, seu desgraçado! O que é isso? Algum tipo de punição? Um ataque?

   ─Também! Mas me atrevo a dizer, que... seja desejo sufocado por tanto tempo.

 Lágrimas brilharam nos olhos dela.

   ─Pare com isso, Lucio... solte-me.

    ─Não! Diga que você não pensou em mim durante esses anos... vamos Anete!

    ─Não... eu nunca pensei em você!

    ─Não acredito. – ele colou os lábios nos dela, e dessa vez, ela correspondeu com um gemido que o tirou de sério.

   ─Espere-me lá fora. Vou despachar umas coisas aqui e nós vamos a qualquer lugar conversar. Temos muito que nos dizer Anete.

 Ela pareceu concordar, mas quando ele a soltou, ela disparou até a porta o assustando.

   ─Não temos nada pra conversar! Nunca mais quero ver você! Quanto a minha filha, não ouse contar a ela que nos conhecemos. Total você já a castigou com a suspensão mesmo. Até nunca mais diretor. - e ela fugiu daquele lugar como se um monstro estivesse atrás dela, esquecendo-se de Sarah por completo.

     Sarah dedilhava as cordas de seu Martin numa linda canção composta por ela, pensando no que acontecera naquele dia. De onde Lucio e Anete se conheciam? Que segredos haveria entre eles? Por que ambos ficaram tão incomodados um na presença do outro? Teria Anete aprontado algo na casa de algum parente de Lucio, ou em algum dos tantos empregos que teve na vida?!

       Vai saber! Pelo pouco que ela já sabia sobre os homens, eles preferiam as chamadas “piranhas”. E, sentia muito, mas sua mãe estava enquadrada nesse grupo. Ela deu um pulo da cama ao ver Kaue atravessar a porta do seu quarto. Quase jogou o violão na cabeça dele, não fosse ele ser mais rápido e segurá-lo.

    ─Como se atreve, garoto? Como entrou? Você arrombou a porta? Virou hábito entrar sem bater?

    ─A porta estava aberta, Sarah.

    ─Não! Eu tenho certeza de que fechei.

   ─Fechou, não trancou. Sentiu a diferença? E, depois eu bati, porém, o som de seu violão não a deixou ouvir. -ele fitou-a com curiosidade. ─ Você toca lindamente!

    Ela estava, ridiculamente, feliz com ele ali e com o elogio. No entanto, continuou com a expressão fechada.

   ─ Escute, Sarah...  Com Dalva naquele banheiro eu...

   ─ Cale a boca, por favor! Não me lembre daquele horror!

   ─Você precisa entender, é sexo. Somente sexo! Nessa idade, garotos pensam em sexo o tempo todo. Será que é tão difícil você entender? Sei que ainda é uma criança, mas...

    ─ Ora, me faça o favor Kaue, eu já disse; o fato de você ter dois anos a mais do que eu, não o torna o maduro aqui.

    ─ Certo, somos duas crianças. Só que eu já conheço o sexo, você não. Ou conhece? - ele a fitou desconfiado.

    ─ Isso não diz respeito a você.

    ─ Claro que diz! Tudo que se refere a você me diz respeito! Eu queria transar com Dalva pra aliviar esse... Bem, esse...

    ─ Tesão?

    ─ Você tá sabendo demais sobre o assunto!

    ─ E você iria até o fim com ela, porque precisa aliviar o tesão.

 Ele fitou-a, longamente. Pigarreou sem jeito.

   ─ Você transaria comigo?

   ─ Talvez... não sei. Agora nem tem mais como saber. Você estragou tudo! Vou saber como é, com o próximo.

   ─ Não diga isso. Você não é esse tipo de garota que transa com o primeiro que aparecer.

   ─ E que tipo eu sou?

   ─Você é do tipo romântica. Vai transar, na hora certa, com seu verdadeiro amor. Eu.

Sarah desatou a rir e sentou na cama.

   ─ Você é muito idiota, sabia? O que faz você acreditar nisso?

   ─ Eu sei, simples. Eu e você, somos o primeiro amor um do outro.

Sarah sentiu o coração disparar e a boca secar. Seu corpo passou a tremer, involuntariamente, Kaue percebeu e se ajoelhou aos pés dela.

     ─ Eu sou um garoto ainda, mas já tive algumas experiências, e posso dizer, desde que a gente se esbarrou na escola, eu sei que você é o meu primeiro amor. Sei também que não é a hora da gente transar. Você precisa estar pronta e eu posso esperar.

      ─ Enquanto isso você transa com qualquer uma.

      ─ É assim que funciona com os garotos, Sarah

      ─ Numa boa Kaue, deixe de ser machista!

      ─ É físico. Só isso. Sentimento é outra coisa. Você vai saber daqui a pouco mais.

Ela cruzou os braços.

     ─Quem ouve você falando pensa que tem cinquenta anos! Não use essa lábia comigo! Não cola, Kaue! Quando a gente ama é só aquela pessoa e ponto!

Ele sorriu, alisou o rosto dela com a ponta dos dedos.

       ─ E você me ama.

       ─ Você tá deduzindo isso.

       ─ Não, sei que é verdade.

       ─Mas é muito convencido.

    Kaue não resistiu e aproximou os lábios dos dela. Suavemente, entreabriu-os para que ela recebesse sua língua. Tomada de surpresa, Sarah deixou-se envolver por um mundo de sensações estranhas que iam de calafrios, a calorões e latejar por todas as suas partes mais íntimas.

    Então era assim ser beijada. Sentir a maciez da língua, trocar a saliva morna, bater os dentes um no outro, e, quando a língua penetrava mais dentro de sua boca, era como se estivesse sendo invadida, completamente. Estava cedendo aquele beijo sensual, quando uma imagem veio a sua mente, Kaue sugando o mamilo de Dalva.

   Empurrou-o e cuspiu no chão com uma careta de tanto nojo que o chocou.

     ─ Vai embora! Se manda! Agora!

     ─ Mas o que foi que eu...

     ─ Se manda, Kaue! Você me dá nojo!

   Kaue ficou tão transtornado com a atitude dela e com aquelas palavras, que precisou engolir o choro em seco. Fitou-a decepcionado.

     ─ Que você seja o meu primeiro e último amor, Sarah!

                                                  

                                                      

                                                   

                                                      

                                          

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