Capítulo 3

                                             3

(Geração Coca Cola foi composta por Renato Russo em 1984 e lançada no primeiro álbum da banda, Legião Urbana em 1985, ano em que ocorre o fim do regime militar no Brasil. Essa música tem como tema a ironização da representação que a sociedade da época tinha da juventude. Renato Russo não deveria ter mais do que 25 anos, percebeu a imagem construída sobre a geração a qual pertencia e não se identificava com ela, geração essa manipulada pela indústria e comercio norte americano.)

  

    Sarah vinha atrás de Ray no corredor da escola, e reparou que ele cambaleava usando a parede para se apoiar, quando finalmente ele tombou. Ela correu até ele, o chamou e nada. Parecia morto. Foi atrás de socorro na secretaria, sem fazer alarde e chamar a atenção dos alunos que estavam em aula. Rapidamente, o diretor com o garoto nos braços, e ela que pediu para ir junto, entraram no carro e partiram para um hospital.

     ─Droga pesada. -disse o médico. ─ Mais um pouco e ele teria uma overdose. Quantos anos têm esse garoto?

     ─Quatorze.

     ─E os pais dele?

     ─A mãe morreu no parto, o pai se mandou. Ele é criado por uma tia casada com um animal que bate muito nele.

Sarah ouvia a tudo sentada no banco do corredor com o coração dolorido com a história daquele menino. Agora tinha uma explicação para a expressão sempre arrogante, a rebeldia, a indiferença que ele trazia no olhar. Era para se esconder. Uma proteção, uma armadura que ele criara. Mas as drogas, era difícil de aceitar.

    ─Ele está abaixo do peso desejado. Não está se alimentando direito e deve estar fazendo o que não deve para conseguir drogas. Seria bom o senhor averiguar, antes que aconteça algo de muito grave com ele. Se não fosse a menina tê-lo encontrado, mais um pouco ele poderia estar morto.

Sarah esperou Lucio entrar no quarto do garoto, falar com ele e irem embora.

    ─Você foi rápida e muito corajosa, Sarah. Salvou a vida de Ray.

Ela assentiu sem jeito, e entrou em casa sentindo-se muito triste. Foi para o quarto compor mais uma de suas tantas canções.

   ─Eu acho muito chato um adulto querer impor sua vontade a uma criança alegando como limite! -disse Gloria sentada no sofá da casa de Sarah.

Tornara-se hábito, Gloria, Mariani, Tor, Junior e agora com mais uma integrante, Marisa uma moreninha meiga e inteligente de doze anos da sexta série, boa em matemática e que os ajudava no reforço da matéria, se reunirem na casa de Sarah.

    A televisão estava ligada no SBT, onde naquele momento passava um episódio do Chaves a qual todos eram fãs. (Agosto de 1984: é exibido, no Brasil, pelo SBT, o primeiro episódio da série Chaves.)

 Marisa enfrentara Dalva, depois que ela provocara as meninas, que também estavam no banheiro e quase batera nela, se não fosse impedida pelas próprias. Ganhara o respeito e amizade de todas elas. Tor mostrava uma quedinha por ela.

    ─Podia lutar. Quer treinar comigo?

    ─Treinar pra quê? Pra quebrar sua cara? Isso é moleza!

    Era divertido observar os dois brigarem.

    ─Minha mãe faz tudo por mim. - disse Mariani dando continuidade a conversa entre elas. ─Ela é maravilhosa! Tem o poder de não me fazer sentir um peso. E agora eu tenho vocês!

Sarah sorriu. Estava sentada de lado na poltrona com as pernas dependuradas no encosto observando Junior devorar o segundo pedaço de torta com vontade.

    ─Eu fiquei órfão muito cedo. Meus pais morreram no acidente do Boeing 727 da Transbrasil. Ouviram falar? Caiu em Florianópolis e matou 54 pessoas. - contou Tor. ─ Eles foram fazer um passeio e me deixaram com minha avó. - seu olhar entristeceu. ─Tô com ela até hoje.

    Silêncio total na sala.

     ─Por isso que ela bebe, Tor?

     ─Acho que sim. Preciso crescer rápido, ganhar dinheiro e sustentar a mim e meu irmão menor.

     ─Vida de pobre é três vezes mais difícil como diz minha mãe dona Zuleide! E se for negro é pior ainda! E você, Sarah? Qual é a reclamação da vida ou de sua mãe?

    Sarah desviou os olhos. Não queria falar sobre Anete muito menos de sua vida, que comparada a deles, era perfeita.

    ─Acho que a questão é o que podemos fazer pra ser melhor quando crescer. O país tá se despedindo da era militar. Começa a sofrer grandes transformações em todos os seguimentos.

Junior parou de comer e olhou-a com estranheza. Do que Sara estaria falando? Marisa estava ciente do que ela dizia, o restante não.

    ─De onde você tira essas coisas? -perguntou Gloria aturdida.

    ─Do rádio, Preta. Dos livros que leio. Das letras das músicas que escuto. Das músicas que escrevo.

                                    Janeiro 1988

    Sarah abriu os olhos e fitou a luz que entrava pela janela do seu quarto. Naquele dia completava treze anos. Encolheu-se na cama. Quanta coisa acontecera em três anos.  Estava indo para o primeiro ano do segundo grau. Sua turma aumentara de tamanho e passavam boa parte do tempo juntos.

    Descobriram gostos em comum, e o maior deles, a música. Sarah levava Gloria para assistir suas aulas de violão, e Gloria a levava para assistir suas aulas de violino. Paga a duras penas pela mãe. Tor fizera uma apresentação para elas com o teclado de um amigo emprestado, pois ainda não pudera comprar o seu. Ele tocava muito bem. Todos os três tocavam bem! O triste era que nenhum tinha o instrumento desejado. Sarah pensava numa maneira de mudar essa realidade. Foi quando teve uma ideia, começar a trabalhar. O que gerou uma discussão entre ela e Anete.

     ─Eu não quero que você trabalhe! Quero que estude! Faço tudo para isso!

     ─Quero ganhar meu dinheiro! Me sustentar! Você deveria ficar feliz com isso, Anete!

     ─Você quer trabalhar para ajudar os seus amigos! Pensa que eu não sei? Três anos que eu venho sustentando Junior, Tor, Gloria, e mais meia dúzia de filhos largados que você adota como irmãos, quando nem me chama de mãe!

     ─Você tá sendo muito mesquinha, Anete! O que seria dessa comida toda se eu não a compartilhasse com eles? Destino, lixo! Você sabia que tem gente que cata lixo pra comer?

Anete a olhou de maneira estranha. Sarah não soube decifrar como. Era orgulho. Anete sentia muito orgulho da filha. Entretanto, não demonstrava seus sentimentos, e muito menos falava sobre eles.

    ─Não fico pelo mundo contando histórias tristes. Mas, creia, já passei muita coisa pra poder criar você.

    ─Pois então, mais um motivo pra você me deixar trabalhar!

    ─Não! Esquece!

Sarah suspirou e se revirou na cama. Anete era uma mulher bem difícil. Para piorar estava desconfiada de que ela estava namorando alguém. Passava noites fora. Isso era problema dela. Já tinha os seus problemas e não eram poucos. O pior que poderia ter acontecido foi...

    Dois meses antes de acabar o ano letivo anterior, certo dia Sarah chorava sentada no vaso do banheiro com o rosto enterrado entre as mãos. Tomou um susto quando a porta foi aberta por Kaue. Mal se cumprimentavam depois daquele passeio. Mas sempre que podia estava de olho nos jogos dele. Amava vê-lo jogar! Ouvia rumores que talvez ele nem estudasse na escola no próximo ano com a possibilidade de ir jogar no time de juniores de um grande clube. O que a deixou muito triste.

    ─O que houve, Sarah? Me disseram que você estava chorando no banheiro. O que aconteceu? Te fizeram alguma coisa?

Ela chorou ainda mais. Queria morrer! Sumir do mapa! Ele se ajoelhou aos pés dela e tirou as mãos de seu rosto, limpando as faces delicadas com um pedaço de papel higiênico. Observou-o com extrema atenção. Kaue entrava e saía o ano usando sempre a mesma roupa. Ficavam gastas de tantas lavadas, mas sempre limpas.

    Ele não estava tendo uma vida fácil. E, nem por isso reclamava, ou andava chorando pelos cantos. Pelo contrário. Fossem quais fossem seus problemas, ele tirava de letra, sorrindo, brincando, namorando e fazendo o que mais amava, jogando futebol.

     ─Por pior que pareça, a gente sempre pode dar um jeito.

 Ela soou o nariz que estava vermelho, assim como seus olhos de tanto chorar.

     ─Fiquei... aquela coisa que toda a garota...

Ele teve vontade de rir. De alívio por não ser nada grave e pelo drama que ela estava fazendo por algo tão natural. No entanto, como ele já entendia um pouco o universo das mulheres, e sabia que um cara jamais deveria menosprezar um drama feminino, ele continuou sério.

     ─Sua... primeira vez?

     ─Sim... - ela agora estava toda vermelha. ─ Passou na roupa e não sei como sair daqui. Se Dalva descobre... a escola em peso saberá!

 Ele assentiu e levantou num salto decidido.

     ─Espere aqui. Já volto.

Ela ficou ali, sentada no vaso, pensando em sua vergonha e em sua roupa suja. Já não bastava ter se cagado ao vivo na frente da escola inteira. Ele não demorou. Voltou com um absorvente no bolso e passou para ela.

     ─Não faça perguntas difíceis de Como eu consegui isso? Se ajeite como puder. Vou tirar você deste banheiro.

Ela obedeceu, assim que ele fechou a porta do lavabo. Ao sair, ela não deixou que ele percebesse as manchas em sua calça jeans claro. Kaue tirou a camiseta, a fez levantar os braços e vestiu nela. Virou-a de frente para o espelho. Ela sorriu sem jeito. A camiseta com o cheiro dele chegou ao meio de suas coxas.

     ─Não é nada ao seu estilo princesa, mas, quebra o galho.

Ela riu, abertamente. Ambos se olhando através do espelho. Sarah observou o peito magro com as marcas da dedicação ao esporte. Foi então que ela teve a revelação, e entendeu o que sentia por ele, e teve medo de que ele descobrisse pelo seu olhar.

     ─E você?

     ─Não se preocupe comigo. Vou tirar você daqui.

Saíram do banheiro correndo pelos corredores vazios, contando os segundos da sineta bater para o recreio. Precisavam chegar ao portão a tempo de encontrá-lo aberto. Conseguiram. A sineta bateu. O pátio lotou de crianças, mas eles estavam do lado de fora, Kaue com a bicicleta pronta para levá-la para casa.

    Ela tomou cuidado para não sujar a camiseta dele. Dessa vez o passeio de bicicleta provocou emoções diferentes. Físicas e assustadoras. Kaue estava tão ou mais ciente ainda do corpo feminino que deixava de ser infantil, tanto quanto ela. Ao chegarem em frente à casa dela, Sarah saltou e foi correndo até a porta. Tirou a camiseta lá dentro e a jogou para ele. Não queria que ele visse as manchas de sangue. O que ele entendeu, perfeitamente.

     ─Nem sei o que dizer...

     ─Um simples obrigado é o suficiente.

     Ela riu sem jeito.

     ─Obrigada.

     Ele assentiu sorrindo e foi embora gritando.

        ─Até o próximo socorro, princesa!

   Você foi um príncipe! Você é um príncipe! O meu príncipe!

    Sarah suspirou e saiu de suas lembranças. Não o via desde dezembro, quando acabaram as aulas. Estavam de férias. Talvez nem se vissem mais, se fosse verdade o boato de que ele trocaria de escola. Sentiu vontade de chorar. Não teve tempo, alguém bateu na porta. Levantou do jeito que estava com um pijama largo rosa e descabelada. Tomou um susto ao ver quem era.

      ─Você?

      ─Sim, eu! E quem poderia ser senão eu, Kaue? -exclamou de modo teatral. ─Eu pensei que era aqui que morava uma princesa que tá fazendo aniversário, mas... ao invés disso encontrei uma bruxa...

Sarah se recompôs do susto e deu um soco no braço dele. Estava feliz demais, porém, terrivelmente encabulada pelos seus trajes.

     ─Feliz aniversário, Sarah. - ele mostrou uma pequena caixa que escondia atrás dele. ─São quatro corações de chocolate. Minha mãe faz pra vender. Te garanto que são muito gostosos.

     ─Obrigada.

Ela estava emocionada sem saber o que dizer ou fazer. Só queria se ajeitar um pouco. Contudo, pôde perceber o olhar de Kaue fixo em seus seios.

      ─É... já faz algum tempo que eu tenho um par de seios, garoto. - ela brincou para esconder a vergonha.

Kaue caiu na gargalhada assim como ela. Uma risada gostosa e alegre.

      ─Difícil não perceber. - disse ele para constrangê-la ainda mais. ─Bem, mas eu passei aqui pra saber se gostaria de sair mais tarde e levar junto seu novo... par de seios... - mais risadas. ─... pra comer um sorvete, dar uma volta no parque... Tô de folga até as quatro.

Ela estava serena. Por dentro pulava e gritava de alegria.

     ─Um sorvete no parque, seria bom.

     ─Os dois juntos. Sorvete e parque. Parque e sorvete. - ele brincou. ─Você, seu par de seios, e eu.

   Ela sorriu. Ele teve a impressão de que estrelas brilhavam às onze horas da manhã.

   Julio estava com trinta e cinco anos. Tinha muitas frustrações na vida. A maior delas a sua carreira musical que ficou pelo caminho. Tentou tocar em várias bandas no final dos anos setenta, mas empacou no meio do caminho e não conseguiu se realizar, musicalmente.

Aos vinte anos teve um tórrido caso amoroso com a mãe de sua filha, uma modelo famosa na época.

   Assim que descobriu que estava grávida, se afastou dele sob a influência dos pais. Uma família de nome na sociedade carioca não queria um músico decadente e sem dinheiro. Ele se afastou, mas, alguns anos depois, procurou na justiça o direito de poder acompanhar o crescimento de sua filha.

   Fechou seu coração para o amor e passou a aproveitar o que a vida lhe oferecia. Agora estava novamente apaixonado. Observou Anete levantar da cama, nua, com aquele corpo perfeito que a natureza lhe deu. Estava completamente louco por ela.

    ─Pense no assunto. Podemos viver juntos, Anete.

    ─Pare. Por favor! – ela colocou as mãos na cintura se voltando para ele. Uma visão estonteante. ─Combinamos que seria assim. Até as aulas de Sarah acabar. E chegou ao fim. É só sexo Julio. Nada mais! Nos damos bem na cama e só! Acabou!

Ele saltou da cama e foi até ela se ajoelhando aos seus pés. Entre abriu as pernas dela e passou a masturbá-la.

     ─Isso minha gata... goza nos meus dedos...

Anete gritou de prazer obedecendo às ordens dele.

     ─Diz que me quer... vamos, Anete!

     ─Quero... Agora! - ela deitou no chão e entre abriu as pernas para que ele a penetrasse.

Mais tarde, já vestida, ela se despediu para sempre. Em pensamento.

       Sua última aula com Julio. Mais um pouco e teria encontrado sua mãe com ele. Sarah segurou as lágrimas o que pôde. O abraçou, carinhosamente. Três anos com ele lhe renderam muito conhecimento.

      ─Sentirei sua falta...

      ─Eu também Sarah. Mas já é hora de parar. Estou intoxicando você com meu cigarro. – pausa para risos. −Já deu nosso tempo. Você está pronta pra qualquer coisa. Inclusive cantar!

Pensara em segurá-la mais tempo e assim teria a mãe a sua disposição. Entretanto, uma coisa que Julio não sabia fazer, era trapacear. Era um bom sujeito, tranquilo e via para Sarah um futuro mais do que promissor. Para surpreendê-la, no dia do seu aniversário, deu um presente que a assustou.

     ─ Seu violão Martin... Obrigada!

     ─Lembre-se de que Johnny Cash tem um Martin feito especialmente para ele. É um dos violões mais famosos do mundo. E se um dia você seguir carreira musical, coisa que eu espero que sim, me chame para trabalhar com você. Terei o maior prazer em estar com você nessa caminhada que é longa e difícil, mas que deve tentar. Você é música pura!

     Ela assentiu numa muda promessa. Ela jamais o esqueceria.

           

     ─Você tá muito bonita, Sarah.

     ─Você tá me zoando?

O coração dela estava disparado. Se ele soubesse que chegou correndo da casa de Julio, o tempo que ela perdeu na frente do espelho tentando encontrar uma roupa, entre seus velhos trapos que lhe deixassem apresentável, o quanto chorou por não ter o que, acreditava, ser adequado. E, agora, recebia aquele elogio da camiseta preta e a calça jeans velha. Afinal, tinha valido a pena.

Ele também estava bonito, constatou ela, vestido como sempre.        Camiseta, calça jeans e tênis.

    ─Você sabe que não. – pegou a mão dela e saíram caminhando lado a lado. ─Você poderia pelo menos tentar ou fingir, ser grata.

  Ambos riram. Ela no céu, ele no inferno.

    ─ Obrigada.

    Na sorveteria, abarrotada de gente, eles riram e conversaram muito como nunca fizeram antes. Kaue era divertido e encantador. Ela poderia passar horas, dias assim, o ouvindo falar.

    ─Como se lembrou do meu aniversário?

    ─Seria difícil não registrar a data depois do ano passado. - ele riu e ela também com o rosto vermelho. ─Nossa instrutora da gincana de férias fez o grupo todo cantar parabéns pra você. Era visível sua vontade de sumir do mapa!

    ─Nossa... que vergonha!

    ─Foi divertido. – deu uma pausa. −Então, quais são seus planos?

Ela acabava de colocar uma colherada de sorvete na boca. Kaue não tirava os olhos dos lábios dela.

    ─Tenho alguns, mas não sei se darão certo.

    ─Nada acontece se você não acreditar.

    ─Eu acredito em muitas coisas. Contudo, não sei se acontecerão. Talvez na virada da década a gente possa ter um país melhor, sem tantas injustiças, maldades, corrupção.

   ─Sarah, a pequena princesa visionária!

   ─Gostaria que não fosse um sonho, mas uma realidade. Merecemos um mundo melhor.

Ele baixou os olhos para esconder uma tristeza profunda. Sarah percebeu.

   ─ O que foi Kaue?

   ─Minha mãe tá doente Sarah. Não pode mais trabalhar. Meu mundo seria bem melhor se ela tivesse saúde.

   ─Eu sinto muito... - ela se ajeitou na cadeira se sentindo muito mal. ─Você não deveria ter me convidado pra sair.

   ─Por gastar? - ele sorriu. ─Essas duas taças de sorvete não vão fazer diferença. Preciso de muita grana pra ajudar a sustentar uma família de cinco irmãos e minha mãe.

Ela suspirou, tristemente. Sabia tão pouco sobre ele. Desde que se conheceram, deu-lhe poucas oportunidades de falar sobre si mesmo. Sentiu-se culpada. Dava muita atenção aos amigos sempre que precisavam dela. No entanto, com Kaue era diferente. Ele não abria esse espaço para as pessoas. Ele não queria ajuda. Ele queria ir à luta!

     ─Precisamos ir Sarah, tenho um compromisso mais tarde.

Ela o fitou, desanimada. Quem sabe outra menina? Kaue preferiu não dizer que ia limpar o pátio do seu vizinho para ganhar um extra.

                                                  

                                        

               

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo