Capítulo 7

Lívia Albuquerque

O que vou fazer agora sem emprego?

Tia Lucy vai ficar desesperada quando souber, é melhor eu não falar nada, talvez eu consiga outro rápido.

Chego em casa e ela não está, vejo um bilhete em cima da mesa.

"Dizendo fui ao mercado e depois vou visitar uma amiga devo chegar tarde não se preocupe!"

Tomo um banho, coloco uma calça jeans clara e uma camisa branca e me sento na varanda de casa antes de sair para procurar emprego aqui por perto.

Solto um longo suspiro enquanto encaro o bairro onde vivemos é um lugar simples assim como nossa casa.

Não tenho vergonha de morar aqui, só queria dar a tia Lucy tudo que ela merece, ela já está com mais idade e cansada, trabalhou a vida toda para me dar tudo do melhor e agora sinto que é minha vez de retribuir o favor.

Quando decidi cursar jornalismo, foi por pura paixão na área, mas também pensei que com um salário poderíamos sair daqui e alugar um apartamento em um bairro mais calmo e mais seguro, no entanto, não foi isso que aconteceu.

Meu primeiro emprego como jornalista foi esse no início Theo me prometeu um salário, mas não me pagava o combinado sempre tínhamos esse problema, porém eu estava tão acomodado ali e tinha tanto medo de não conseguir outro que me contentei com pouco que ganhava.

E agora nem este eu tenho mais!

Não é que eu gosto de estar sempre metida em confusão ela que me persegue, só nunca imaginei que Theo me mandaria embora dessa forma, sem um bom motivo, afinal eu não fiz nada de errado em defender uma senhora que tem três filhos para criar sozinha, que foi abandonada pelo marido por uma garota mais jovem e que não merecia ser despedida por faltar, só para levar seu filho mais novo ao médico qualquer mãe faria isso e o Theo devia ter entendido, mas eu já devia saber que nesse mundo nada é justo né mesmo...

Me faço de forte na maior parte do tempo, pois fui obrigada a crescer rápido demais, perder meus pais tão cedo fez com que eu deixasse minha infância para trás, me obrigando assim ser dependente e cuidar de mim sem esperar nada de ninguém.

Tia Lucy fez o seu melhor, ela me preparou para o mundo e agora cabe a mim aprender a lidar e viver nele.

Retiro me desses pensamentos e procuro por vagas de emprego no jornal haviam algumas opções, porém nada no meu ramo, acontece que na situação em que eu me encontro não posso escolher muito, afinal o aluguel e as contas precisam ser pagos.

Tia Lucy é costureira, porém já não consegue fazer o que fazia antes, ela era ótima nisso lembro-me de quando ela fazia as mais belas roupas, mas infelizmente foi perdendo os clientes para os ateliês mais famosos da cidade, ela era uma simples senhora que costurava a mão, não ia ter muito valor depois de tudo que tem hoje em dia.

Enfim vejo que tem uma vaga para atendente de caixa em uma padaria há três quarteirões daqui, tranco a casa e vou até lá.

Oi, sua a Lívia vi no jornal que tem uma vaga de emprego, ela já foi preenchida? Pergunto para um homem que parece ser o dono.

Estávamos sim, porém contratei uma garota hoje mais cedo.

E foi essa a resposta dos setes lugares que foi chego em casa e vejo que já são 21 horas, tia Lucy estava no banho vou para meu quarto tira os meus sapatos e me deito sem trocar de roupa mesmo, pois estou exausta.

Ligo meu celular e começo a procurar por vagas de emprego aqui na cidade, vejo que tem duas vagas no centro de Nova York, mas bem longe de onde eu moro o jeito vai ser e ir de trem mesmo caso eu consiga... uma das vagas é de babá de 2 crianças e a outra em um orfanato... amanhã se Deus quiser uma das duas vai ser minha tenho fé.

Fico com tanta preguiça de trocar de roupa e tomar um banho que acabo pegando no sono ali mesmo.

Acordo bem cedo no dia seguinte e tomo um banho, visto uma calça preta, uma blusinha branca simples e um sobretudo marrom, estava frio hoje.

Deixo meu cabelo solto, tomo café bem rápido e saiu às pressas antes de Tia Lucy acordar.

Sigo para estação de trem, desço numa das estações do bairro no centro de New York lá é um ótimo lugar para procurar emprego, tem muitos comércios e mais movimentos uma hora e meia depois chego e já procuro pelo endereço de Amanda a moça que precisa de uma babá.

Depois de um tempinho procurando eu encontro sua casa, então toco a campainha e a mulher me atende.

Oi, vi seu anúncio que você precisa de uma babá certo? Pergunto sendo simpática.

Me desculpe, mas a vaga foi preenchida! Ela disse e bate a porta na minha cara.

Nossa quanto educação deve não existir nessa casa...

Bufei e fui para o orfanato... então toco a campainha e uma freira me atende.

Oi, meu nome é Lívia e eu vim pelo emprego digo tentando não parecer desanimada afinal já foram vários não por hoje.

Ela sorri sendo simpática e abre o portão para mim.

Olá querida, eu sou a Helena.

Sorriu e aperta sua mão.

Me diz que a vaga ainda não foi preenchida por favor digo muito aflita.

Logo a Helena fala para mim que a vaga ainda não foi preenchida, venha comigo quem resolve isso é a madre superiora...

Assenti e a seguir até a diretoria enquanto isso vou observando o lugar que é muito bonito e bem rústico.

Também vejo 3 freiras e algumas crianças que sorriu para mim.

Pode entrar! diz Helena abrindo a porta para mim e sair em seguida me deixando a sós com a diretora... sente-se por favor ela disse e assim eu faço o que ela pediu... bem eu sou a Lívia Albuquerque senhora.

E eu sou a Teresa diretora aqui do orfanato é um prazer conhecê-la.

Eu vim pela vaga de emprego.

Ela me olha surpresa e disse deve estar muito desesperada para uma moça tão jovem como você ir procurar emprego aqui.

Não posso mentir estou sim, preciso muito de um emprego e garanto fazer o que precisar.

Tereza pergunta me conte sobre você Lívia...

Bem vamos lá... eu sou órfã meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha 10 anos, desde então fui criada por uma tia irmã do meu pai, a tia Lucy que é como uma mãe para mim.

Tenho 25 anos e sou formada em jornalismo, até ontem eu trabalhava como redatora, mas fui despedida por uma injustiça.

Conversamos mais um pouco e ela me faz mais algumas perguntas do tempo depois ela parece pensar um pouco até que finalmente diz algo gostei muito de você meu bem o emprego é seu!

Abro um sorriso enorme, obrigada meu Deus!

Muito obrigada madre superiora... Agradeço.

De forma alguma Teresa chama Helena e pede que ela me informe tudo sobre o orfanato e o horário que foi combinado seria das 7 horas da manhã às 7 horas da noite de segunda a sexta o salário é bom, vou conseguir manter bem a casa e até mais do que Theo me pagava por incrível que pareça.

Além de faxinar, também vou ajudar com as crianças porque não me importo nenhum pouco, mas pretendo trabalhar aqui temporariamente pelo menos até conseguir algo na minha área.

Helena me entrega meu uniforme e disse que se precisasse de alguma coisa é só chamá-la.

Fui lavar os banheiros como ela mandou e até que não é tão sujo quanto pensei.

Oi, diz uma voz atrás de mim, me assusto e derruba o balde com água logo me viro e vejo uma linda garotinha de olhos verde claro e cabelo castanho simplesmente linda.

Digo para ela.... oi sorrindo ela parece assustada.

- Quem é você? ela pergunta.

- Me chama Lívia, sou nova faxineira e cuidadora de vocês e você linda qual o seu nome?

Me chamo Lara, ela responde sendo tímida.

É um prazer conhecer você Lara, digo me abaixando para apertar sua pequena mão.

- Quantos anos você tem? Ela pergunta curiosa.

Tenho 25 e você?

- Ela faz 6 com os dedinhos arrancando sorriso bobo. Você é linda sabia?

- Ela solta um risinho e responde você também parece uma princesa.

- Muito obrigada pequena!

- Ela sorri.

- Tchau! Ela diz e sai do banheiro me deixando sozinha.

Ao longo do dia conheci o restante das crianças e fui bem tratada por todos.

Quando finalmente dá a minha hora vou para casa assim que chego já explico tudo para tia Lucy que tinha perdido meu emprego no jornal para defender uma colega e que agora estava trabalhando em um orfanato temporariamente até eu encontrar outro em algum jornal.

Comemos e conversamos por bastante tempo até eu ir pro meu quarto e fui vencida pelo cansaço logo pego no sono por estar exausta pelo dia corrido de hoje.

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