Capítulo quatro: Spencer Cunning 

—  Boa noite senhor, gostaria do que para beber? —  Assim me recebe o barman

 —  Um cosmopolita por favor. —  Falo parando no balcão, sei que a deusa de olhos cinza vira atrás de mim, agora sei o nome dela, Phoebe, Phoebe Grestone. Se ela soubesse que esteve nos meus sonhos.

 —  Aqui senhor. —  O barman me entrega a bebida no momento que ela chega ao bar, parando a duas pessoas de mim. Sorrio e chamo o barman.

 —  Sim senhor, gostaria de mais alguma coisa?

 —  Sim, está vendo aquela senhorita de vestido verde?  —  Pergunto e espero ele confirmar com a cabeça. —  Entregue um drink sem álcool para ela, e não dei nada alcoólico para ela. —  Falo entregando uma nota de cem dólares a ele, que sorri e faz o que peço.

  Olho disfarçadamente a reação de Phoebe, ela nega com a cabeça e faz que vai pedir outra coisa, o barman balança a cabeça em negação e ela insiste, por fim o barman aponta para mim e se afasta. Vejo seus olhos se deslocarem para os meus, ela me olha com um misto de raiva e desafio, pega o drink e começa a vim na minha direção.

 —  Muito engraçado senhor Cunning, mas para sua tristeza eu já sou maior de idade e posso beber qualquer bebida alcoólica. —  Fala parando na minha frente desafiadoramente. —  Agora poderia dizer para esse barman de merda que pode me dar uma taça de champanhe?  —  Phoebe coloca o drink no balcão perto do meu e cruza os braços.

 —  Não. —  Respondo secamente. —  Não quero que você beba nada alcoólico. —  Me viro e pego o copo com o drink e o coloco entre suas mãos. —  Agora seja uma boa menina e tome o que eu te dei. —  Phoebe me olha como fosse me matar a qualquer instante. Ela trinca os dentes, coloca o copo que eu havia colocado em suas mãos no balcão e pega o meu, seguro sua mão antes dela poder colocar a taça nos lábios. —  Phoebe eu não gosto que me contradigam. —  Pego meu cosmopolita da mão dela e o tomo de uma única vez, coloco a taça no balcão sem soltar o braço de Phoebe e pego o copo com o coquetel que o barman a entregará. —  Abra a boca. —  Falo levando o copo a te a sua boca, ela a mantém fechada. —  Phoebe eu estou pedindo para você abrir a boca livremente, se você não o fizer eu terei que fazer. —  Falo firmemente.

 —  Eu não quero esse negócio, eu não vou beber isso. —  Diz por entre dentes abrindo a boca o suficiente para eu colocar o copo contra seus lábios e despejar um pouco da bebida em sua boca.

 —  Doeu? —  Pergunto afastando o copo e o colocando no lugar novamente.

 —  Nunca mais faça isso, você não manda em mim! —  Exclama Phoebe tentando soltar o braço. —  Me solte agora Cunning!

 —  Phoebe esse cara está te incomodando? —  Pergunta um cara que se não me engano é irmão de Phoebe. —  Cunning se você não tira as patas da minha irmã agora, eu vou quebrar a sua cara aqui mesmo.

 —  Teddy, fica calmo, eu posso me defender sozinha. —  Murmura Phoebe torcendo o braço em mais uma tentativa de se soltar, eu continuo a segurar o braço dela.

 —  Eu tenho uma ideia melhor Grestone, que tal você voltar para a sua noiva e deixar a sua irmãzinha em paz. —  Falo sustentando o olhar. —  Ninguém te quer por aqui Teddy.

 —  Eu não te dei permissão para me chamar de Teddy, e se você fizer isso novamente eu vou...

 —  Me bater? —  Digo o interrompendo. —  Pode vim, não tenho medo de um filhinho de papai. —  O vejo cerrar o punho, percebo também o olhar horrorizado de Phoebe, que aparenta não saber o que fazer. Acabo me distraindo tempo demais e só percebo o soco de Theodore quando ele me atinge em cheio no queixo.

 —  Solta a minha irmã seu merdinha. —  Fala com deboche, coloco Phoebe para trás e sem pensar dou um gancho de direita em Theodore, a partir desse momento tudo vira um borram, Theodore se lança contra mim e eu contra ele, trocamos ganchos e Jebs, nos rostos ou nas costelas um do outro, escuto o murmúrio de horror das pessoas a nossa volta. Não me importo com os gritos de suplica de Phoebe, me lanço contra Theodore e o derrubo no chão, começo a socar seu rosto só que ele se defende e em um minuto de distração ele me acerta e invertemos de posição, me defendo e na primeira oportunidade me esquivo no chão e levanto, vou novamente para cima dele quando uma mão segura o meu ombro.

 —  Que merda é essa Spencer, você está pensando que está em um ringue de luta?  —  Questiona meu pai.

 —  Ele que provocou, eu estou apenas me defendendo.

 —  Não seja um mentiroso seu merda. —  Grita Theodore. —  Esse merda estava abusando da minha irmã.

 —  Theodore isso não justifica isso. —  Fala Christopher Grestone. —  Dos herdeiros se comportando como animais, é assim que pretendem serem donos de alguma coisa?

 —  Spencer você vai se desculpar agora. —  Fala meu pai me lançando um olhar desaprovador.

 —  Eu não vou me desculpar, ele que veio para cima de mim. —  Falo encarando meu pai. —  Se alguém tem que pedir desculpas é ele e não eu.

 —  Spencer eu não estou te dando a opção de não se desculpar, isso é uma ordem. —  Meu pai aperta a mão que está sobre o meu ombro. Sei que não o fizer terei que pagar de alguma forma, então respondo com um simples sim senhor, e vou até Theodore.

 —  Me desculpe. —  Falo o encarando.

 —  Aceito suas desculpas e também lhe peço desculpas. —  Concordo com a cabeça e me volto para meu pai.

 —  Satisfeito Cunning? —  Meu pai apenas me lança um olhar de desaprovação, e me viro e vou em direção ao banheiro ignorando os olhares de todos sobre mim.

   O corredor do banheiro está vazio, aqui o piso é de mármore preto, com uma decoração diferente da entrada, começo a passar pelo corredor quando ouso o barulho de saltos no piso, penso que sem dúvidas é minha mãe, então não paro até entrar no banheiro, sei que ela nunca entraria lá, mas quando ouso a porta bate eu me viro e vejo Phoebe invés da minha mãe.

 —  O que você está fazendo aqui? Veio me humilhar ainda, mas? —  Pergunto me virando para o espelho para analisar o meu rosto.

 —  Te humilhar? —  Pergunta Phoebe parando do meu lado. —  Nenhum cara enfrentou meu irmão por minha causa, eu vim te agradecer e ver se você está bem.

 —  De nada e sim, eu estou bem, agora pode sair. —  Pego algumas folhas de papel e as umedeço, então começo a passar pelo filete de sangue que sai da minha sobrancelha.

 —  Deixa que eu faço isso. —  Fala Phoebe tomando o papel da minha mão, ela tira da bolsa um lenço e um vidrinho de álcool antisséptico. —  Vai arder um pouco. —  Fala embebedando o lenço em álcool e o passando na minha testa, sinto o pequeno corte arder, mas fico impassível.

 —  Eu irmão sabe que você está aqui?

 —  Teddy não é meu pai, então não lhe devo satisfações. —  Phoebe para de limpar o corte é volta a mexer na bolsa, uma coisa pequena e brilhante que aparente mente carrega mais coisas do que o cinto de utilidades do Batman, ela tira um curativo e o coloca sobre o corte, ela olha para outro ponto do meu rosto e sorri.

 —  Pelo visto entrou em outra briga hoje, não é?  — Sorrio a me lembrar do outro corte na minha testa.

 —  Não foi bem uma briga, me pegaram distraído. —  Phoebe sorri e acaricia o meu rosto. —  Obrigada Grestone.

 —  Me chama de Phoebe, prefiro assim.

 —  Como quiser Phoebe, não queria causar essa impressão ruim a você. —  Falo a olhando nos olhos. —  Me desculpe por força-la a beber aquele coquetel.

 —  Eu gostei, e não tenho que te desculpar por nada, o Teddy que agiu errado. —  Ela sorri e desvia o olhar. —  Não se preocupe, você causou uma boa impressão para mim.

   Quando Phoebe fica na ponta dos pés e me dar um selinho, eu tento me segurar para não tomar os lábios dela em um beijo mais intenso, mas fico satisfeito com o simples toque do lábio dela, ela sorri e sai do banheiro, fico olhando a porta se fechar. Olho para pia onde percebo o lenço que Phoebe usou para limpar o corte, o pano está sujo de sangue então o coloco debaixo da bica e a ligo, deixo a água levar o sangue e pego o lenço, percebo que ele tem as letras P, S e G, bordadas na ponta, torço o lenço e o coloco no bolso do terno. Me olho e tento realinhar minha roupa, assim que consigo saio do banheiro e me pego cara a cara com Christopher Grestone.

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