5 “Um doce encontro...”

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“Um doce encontro...”

DAIANA PEARSON saiu desolada daquele avião, que tristeza havia se instalado em seu coração, poucas horas atrás, nem sabia que aquele senhor existia, e de repente, está ela ali chorando, como se o conhecesse há décadas, como se fosse da sua própria família.

De repente, ela recebe um esbarrão e cai suas coisas no chão

— Me desculpe... – disse sem saber se estava certa ou errada, estava tão longe das capitais que provavelmente ela é quem havia se esbarrado e não vice-versa.

 — Me perdoe – a outra pessoa foi tão sincera quanto ela.

 Seus olhares se cruzaram, como o sol que se encontra com o céu em todas as manhãs, trazendo vida e um amanhecer mais belo que o entardecer anterior, difícil dizer algo que seu somente seus corações poderiam falar, sim, era impossível, eles sentiam cada batimento, cada pulsar, já não eram os mesmos, mas, e todo aquele sofrimento?

A dor da perda de um recém amigo, já não existe mais lugar para sentimentos tristes, e de certo modo, aquele cantinho dos seus corações acabara de ser completado por um sentimento nobre... sim... O mais nobre que um ser humano poderia semear em seu coração, não há dúvida, tudo isso se resume em um olhar...

 — Deixe-me ajudá-la, por favor – falou o jovem e belo rapaz já se prontificando a pegar suas coisas no chão.

 — Obrigada, mas não precisa se preocupar, não foi nada, de verdade, eu que peço desculpas por não estar prestando atenção por onde eu olhe.

 — Por favor, seria uma desfeita, já que fui eu o culpado por não prestar atenção por onde ando, afinal... Deveria estar mais atento se a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida cruzasse o meu caminho, não é todo dia que o amor bate na porta.

Daiana sorriu diante do galanteio do rapaz.

 — Desse jeito você me deixa envergonhada, mas mesmo assim, muito obrigada – terminam de recolher todos os papéis e pastas – agora preciso ir, mais uma vez obrigada.

— Pode se esbarrar em mim sempre que quiser.

 Mas ela nem percebeu que na mão do rapaz ficou o cartão do hotel, ela apenas tinha pego o flyer com o endereço, mas o cartão era o que dava a autenticidade de sua estadia naquele hotel, na verdade, demorou um pouco para o jovem rapaz também perceber que estava segurando o cartão do hotel de Daiana.

 — Oh! Meu Deus... O cartão do hotel dela.

 Ele saiu correndo desesperado atrás dela, mas entre eles estavam milhares de pessoas, uma verdadeira multidão, ela entrou no taxi e deu o endereço de seu hotel e o motorista do taxi saiu logo em seguida, assim que o taxi saiu, o jovem rapaz chegou ofegante para entregar-lhe seu cartão, mas já era tarde demais.

— Acho que terei que devolver o cartão pessoalmente.

— SEU CARTÃO, por favor, senhora – disse a atendente do hotel.

 — Só um minutinho, eu estava com ele agora mesmo na mão – ela o procura em sua bolsa – estava aqui mesmo, cadê o cartão?

Que porcaria... não é possível que eu tenha perdido o cartão... justo hoje... justo agora...

 — É isso o que você procura?

 Um cartão surge diante de sua face, mas sem reconhecer a voz que falara em seu ouvido, ela pegou o cartão e se sentiu aliviada.

 — É esse mesmo, obrigada.

 Quando ela se vira, eis o jovem rapaz que se esbarrara nela no aeroporto, o mesmo rosto belo que a deixou sem palavras por alguns instantes, sim... o mesmo encanto que por alguns instantes preenchera aquele imenso vazio que existia em seu coração...

 Ó amor... Será mesmo tu que bateste em minha porta, ou apenas mais uma desilusão, mais uma aventura devassa que insiste em me fazer infeliz?

 — Mas como você sabia que eu viria para cá? Por acaso me seguiu? Fez isso propositalmente?

— Está escrito no cartão o nome do hotel.

— Ah! Me desculpa, eu...

O homem sorriu gentilmente.

 — Esse é o mesmo hotel em que estou hospedado, então chega a ser o mesmo cartão, mas não consegui chegar a tempo quando seu taxi saiu, corri feito um louco atrás de você, mas seguiu em frente, então peguei um taxi e vim para cá, para que pudesse se instalar, e quem sabe tomar algo comigo no bar do restaurante, eles fazem sucos esplêndidos por aqui.

Ela o analisou e seus olhos traziam um brilho diferente do que era um flerte convencional.

 — Seria uma honra tomar algo com você, mas não agora, agradeço tudo que fez por mim, mas eu preciso descansar um pouco, estou exausta, e se fosse com você, te faria mais mal do que bem, prefiro ser uma boa companhia, do que alguém que vai ficar se queixando dos cansaços de uma viagem tão longa quanto essa, sei que me entende não é mesmo, senhor...?

 — Oh! Perdoe-me a indelicadeza, me chamo Brad... Brad Chanieth.

 — Ok, senhor Chanieth.

 — Me chame de Brad, por favor.

 — Mais uma vez... Obrigada, Brad, foi um prazer te conhecer.

 Daiana pega as suas malas e segue o rapaz com um uniforme vermelho.

 — Você já viu o amor em pessoa, Dani? – Perguntou Brad para a atendente que era sua amiga.

 — Mais uma aventura, Brad? – Perguntou ela.

— Quem me dera... – disse como quem sonha.

— Como?

 — Não... Dessa vez não, Dani, dessa vez tudo tem sido diferente dentro de mim, dessa vez a melodia realmente tocou no fundo da minha alma, é como o grito de uma multidão me empurrando para um precipício que eu gostaria realmente de me atirar, sem medo e sem dúvidas, me atiraria, pois saberia que aquele anjo me seguraria e me colocaria em paz no doce conforto da minha cama.

 — Ah! Dani, sou um novo homem agora, cheio de vida, dono de mim mesmo, se amar é isso, eu quero mais desse amor, quero mais dessa vida que acaba de tomar conta de mim, pareço um louco falando sozinho, mas perdi a minha insanidade quando me esbarrei na felicidade naquele aeroporto alguns minutos atrás, já nem sei se sou eu mesmo agora, me sinto outra pessoa, longe da solidão, longe de tudo, com ela eu me casaria e a amaria todos os dias que Deus me concedesse de passar ao seu lado, de desfrutar o doce sabor, o aroma dos céus que se ache em seus lábios.

 “Sim... não sou mais o mesmo, o amor me forjou em outra pessoa, nunca acreditei em amor à primeira vista, mas quando à vi, parece que eu já a conhecia, parecia que as nossas almas se colidiram, um sonho se abriu e invadiu a realidade e tocou as nossas vidas, nem Shakespeare poderia dizer o que eu sinto agora em suas mais profundas poesias e histórias de amor, suas rimas se tornaram fúteis perto do sentimento que habita agora em meu coração... Daiana Pearson... esse é o nome da felicidade que invadiu meu ser... esse é o nome do amor que busquei a vida inteira sem encontrar, e o achei no brilho do seu olhar...”

 Dani deu risada como se fosse uma excelente piada que tinha ouvido, afinal, ela já vira aquele homem com muitas mulheres, apenas pensava que era mais uma da sua lista.

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