Segunda Parte: Dezessete

A luz era muito mais intensa do que ele esperava, embora não houvesse nenhuma lâmpada acesa. Vinha de uma janela grande na parede do outro lado. As cortinas de voal, feitas de tecido leve e transparente, sacudiam-se abertas à brisa que adentrava a sala. Não havia tapete na entrada, apenas um par de tênis esportivos surrados ao lado do batente, em meio aos grãos de areia depositados pelas solas no chão de taco cru.

Vince deu o primeiro passo para dentro, mas não fechou a porta imediatamente. O cômodo diante de si não deveria fazer parte do prédio da OneBionics, de maneira nenhuma. Era ensolarado e morno, apesar do frio de fim de tarde que acompanhara Vince até ali. O papel de parede, com figuras indistintas e padronizadas, parecia já ter visto dias melhores; apesar do tom bonito de um amarelo quase bege, descascava nas pontas, revelando um pouco da madeira escura e escalavrada pelo tempo.

Ele olhou para trás, para garantir que o corredor de porcelanato ainda permaneci

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