Segunda Parte: 16

Um grito lhe provocou sobressalto. Olhou para trás. Dois homens discutiam perto de um bar de esquina. Não era com ele. Voltou a olhar para frente enquanto caminhava. O dinheiro emprestado ainda estava no bolso; a trouxa, ainda no ombro. Não tinha para onde ir, não sabia se queria ir a algum lugar. Por isso, apenas continuou andando. Pretendia parar em breve, mas ainda não.

Aquela era a área mais decadente da Zona Baixa. Do outro lado da calçada, um enorme viaduto era sustentado por arcos e colunas, que um dia deviam ter atraído turistas, mas que haviam se transformado há muito tempo no covil de mendigos e drogados. Demitre não observava as paredes pichadas com assinaturas tortas, palavrões e desenhos fálicos. Tampouco se importava com os esmoleiros descabelados, com uma crosta negra de sujeira nas solas dos pés e no rosto; os infelizes dormiam sobre papelão, ou arrastavam seu lençol imundo de um lado para o outro; organizavam-se nas vielas sob a avenida; havia uma espécie de

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo