Capítulo 3

Ariel Drummond 


— Foi você quem jogou a minha boneca fora! - Suzana acusa Nikolai.

— Eu não fiz isso, deve ter sido a Estella. - ele acusa a mais nova.

— Isso é mentila, eu tava tomando meu suquinho. - ela se defende com a chupeta sobre a boca.

Olho para ela pelo retrovisor enquanto ela observa os gêmeos discutirem, seus olhos azuis escuros se encontram com os meus no espelho do carro e cerro os olhos duvidando de sua resposta para Nikolai, logo, vejo-a sorrir cinicamente contra a chupeta na boca, não pude conter a risada.

Paro o meu carro em um estacionamento de uma lanchonete, os ajudei a descer do carro e andamos em direção a entrada. Entramos no estabelecimentos e seguimos para uma mesa, ao sentarmos esperamos a garçonete se aproximar para nos atender e fazermos o pedido, depois de fazer o pedido tamanho família ficamos esperando ansiosamente para que o lanche chegasse, enquanto isso comecei a puxar assunto com eles.

— Como foi o dia na escola?

— Foi bem mamãe, conheci um homem na escola. - Suzana responde.

— Que homem meu amor? - pergunto desconfiada.

— Apenas um homem mamãe, não foi Estella?

— Foi sim mamãe, ele nos deu um pilulito e foi embola.

Nós fomos tirados daquela conversa quando nossos pedidos chegaram, começamos a comer em um silêncio, era o único momento que existia a famosa "trégua" de irmãos, enquanto eles comem eu penso no que me falaram obviamente seria um funcionário ou pai de alguma criança da escola.

— Voltando a conversa sobre o homem.. Por que esse homem deram pirulito a vocês?

— Dissemos que era o nosso aniversário. Suzana apontou para o irmão. — Mas como Nikolai não queria o pirulito ele deu para Estella.

— Você estava perto meu amor? - pergunto para Nikolai.

— Sim mamãe, não precisa ficar com medo.

— Eu não estou com medo. - dou um pequeno sorriso escondendo a verdade.

— A senhora não me engana mamãe, és como uma planta, só que carnívora.

— Oh! - me surpreendo com seu elogio. — Obrigada meu galanteador kid.

Embora ele tenha me comparado a uma planta carnívora, foi um belo elogio. Após terminarem de comer pedi a conta e fomos para o estacionamento, ao abrir o veículo e colocar meus pequenos em suas cadeiras, sinto uma mão áspera agarrar o meu ombro e me puxar para longe do veículo, sou arremessada no chão, me assusto, meus olhos caem sobre um homem baixo e magro com uma faca pequena sobre a sua mão, meus pequenos que estavam no carro chamam por mim e começa a chorar, ainda no chão eu levanto as mãos para cima, olho atentamente para o homem, não permito desviar os meus olhos dos dele, ele tremia compulsivamente, provavelmente está sobre efeito de drogas.

— Passa a chave do carro! - ordena alterado.

Começo a me levantar do chão sem movimentos bruscos, não desvio de seus olhos, percebo que ele estava muito nervoso, possibilitando que ele faça algo contra mim ou com meus filhos.

— Mamãe! - Suzana me chama assustada.

— Shh pequena.. - peço em voz branda para não assustar meu inimigo. — Quero que vocês fechem os olhos e respirem fundo, não abra os olhos sem que eu ordene.

Abaixei a minha mão direita até o meu bolso, vejo-o ficar mais nervoso, do meu bolso eu tirei um par de luvas pretas e as coloquei para não deixar digitais, olhei para os lados certificando que não haviam câmeras de segurança e iniciei o meu plano. Abri a minha bolsa e fiz movimentos para tirar algo de lá, o oponente assustado, pergunta nervoso:

— O que acha que está fazendo? Não se mova!

— Para o veículo andar, precisa de chaves, certo?

Tirei as chaves da carteira e os joguei aos seus pés, nesse momento em que ele se abaixa para pega-los ele deixou que a faca caísse no chão, rapidamente eu avanço em cima dele lhe acertando um golpe em seu rosto com uma joelhada, ao cair no chão eu fecho a porta do veículo onde os meus filhos estavam e pego a faca do chão, ele me olha assustados e com as mãos sujas de sangue começa a se desculpar.

— M-me desculpa eu não queria, fui obrigado!

Me aproximo dele e agarro a sua camisa.

— Quem foi? Responde idiota! Quem foi?

— E-eles não me disseram o nome, apenas me deram a faca.

Com toda fúria que habitava naquele instante do meu corpo, o atinjo com a faca em seu pescoço, seu sangue começa lhe afogar e sujar sua roupa como também o chão do estacionamento, lhe deixou morrer afogado com seu próprio sangue e pego as chaves do chão entrando no meu veículo, assumindo valente e acelero o carro indo embora, olho pelo retrovisor, meus pequenos continuaram com os olhos fechados assim como os ordenei.

— Pronto crianças, já podem abrir os olhos.

Nikolai e Suzana abrem os olhos espantados, menos Estella, ela havia agarrado no sono.

— O que a senhora fez com aquele homem? - Suzana pergunta.

— Com ele? Eu não fiz nada, apenas chamei a polícia.

— E como não escutamos a sirene da polícia? - Nikolai pergunta desconfiado.

— Eles estavam perto, pedi para não os ligassem para não espantar o ladrão.

Assim que chegamos em casa, em meu colo estava Estella, entramos no apartamento, fomos para o andar de cima e direcionei a minha pequena até deposita-lá na cama, tiro seus sapatos e lhe deixo apenas com a sua fralda que ainda o usa, a deitei em sua cama e lhe cobri com o seu cobertor, antes de sair do seu quarto, ouço a sua voz sonolenta:

— Mamãe.. O homem mau foi embola?

— Sim meu anjo, ele foi. - depositei um beijo na sua testa e fui para o meu quarto.

******

Na manhã seguinte após deixar meus pequenos na escola fui diretamente para o trabalho, estava curiosa para saber das fofocas que obviamente Victória saberia, estava ansiosa para saber quem era o homem misterioso que acabara de comprar o hospital. Mas independente da minha curiosidade, meus pensamentos estavam voltados para Trevor, pensava seriamente se eu deveria ligar para ele afim de lhe avisar sobre o que aconteceu na noite passada, algo me pedia para esquecer aquele incidente, porém, eu deveria lembrar que aquele homem com suas palavras afirmou ter sido mandado por outra pessoa, provavelmente quem lhe enviou me queria a pé com meus filhos, talvez tenha sido uma tentativa de sequestro, ou... Não sei! O homem estava drogado e poderia facilmente estar delirando.

Posso estar sendo exagerada, mas tudo faz sentido, porém não irei me arriscar, não é só da minha vida que estou falando, mas dos meus filhos, por eles são capaz de tudo, de ir ao céu e ao inferno. Já no trabalho, ando pelos corredores em passos largos para chegar na minha sala, antes que eu passasse pela porta que havia aberto, sou puxada com força pelo braço, com meu instinto de defesa viro-me e agarro fortemente a pessoa sobre o seu pescoço.

— Ariel..sou..eu! - Victória se debate assustada.

— Você ficou louca? Não faz isso. - liberto-a e levo a minha mão em seu pescoço verificando se não havia lhe deixado marcas. — Me desculpe por isso.

— Não tem problema. - ela sorri ainda assustada. — Eu vim te chamar para reunião.

— Reunião?

— Sim, apresentação do novo dono do hospital.

– Oh! Sim. Me espere, deixe colocar os meus perten.. - ela agarra o meu braço e começa a me puxar pelo corredor.

— Não temos tempo, o novo dono solicitou a presença de todos.

Ao entrarmos na sala de reunião, me deparo com alguns funcionários em uma única fila, provavelmente esperando a chegada do novo dono, Victória e eu nos aproximamos de Anthony que rapidamente olhou para seu pescoço assustado.

— O que aconteceu com seu pescoço? Tentaram te matar?

— Apenas um pequeno incidente.

Naquele momento as portas foram abertas e por elas passou o antigo dono do hospital, ele gui o novo dono para entrar no cômodo, entre sorrisos conversaram sobre as porcentagens de natalidade e mortalidade nas últimas semanas do hospital. Ele passa pela porta junto com advogados associados revelando alguém que não acreditava no que meus olhos encararam, Trevor começou a cumprimentar todos da sala, assim que parou na minha frente ele abriu um enorme sorriso.

— Que saudades ruivinha!

Trevor me puxa para um abraço apertado na frente de todos que estava na sala de reunião, a última vez que nos vimos eu estava colocando as malas no carro aos prantos por deixar a mansão, eu também o abracei forte. Durante todos esses anos é a primeira vez que nos vemos, era notável a sua mudança, estava mais forte, sua barba um pouco mais grande e em seus lábios havia um sorriso encantador.

— Se conhecem?

Desfizemos o abração e encaramos Anthony que havia perguntado.

— Quem é você? - Trevor pergunta.

Trevor olhou para Anthony com uma expressão séria, Anthony por sua vez lhe estendeu a mão para cumprimentá-lo.

— Anthony Hopkins, muito prazer!

Trevor segurou fortemente sua mão e o respondeu:

— Trevor Dourado!

— De onde se conhecem? - Victória pergunta bastante curiosa.

— Ariel era casada com meu amigo.

— Oh! O Arthur?

— Exatamente.

Depois que Trevor cumprimentou cada funcionário que estava na sala e trocar algumas palavras, me aproximei dele com os braços cruzados.

— Trevor, podemos trocar uma palavrinha?

Seu sorriso que antes estava estampado em seu rosto morre, ele suprirá e concordou me guiando para a sua nova sala.

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