O Salão do Sacrifício

FLASHBACK

20 anos atrás

Não havia música, mas ela dançava ao som dos sussurros em sua mente. As mãos estavam erguidas para o teto, para o lustre, para o profano. Ela o venerava, enquanto em sua destra carregava uma adaga com pequenos resquícios de sangue. Lucinda girava pelo salão, os cabelos castanhos se erguendo e balançando ao ritmo de seus movimentos. O corpo estava nu e vários pequenos cortes haviam sido abertos. As grandes estátuas observavam a belíssima mulher de corpo perfeito. Aqueles olhos de pedra pareciam seguir a dança. 

Lucinda abaixou sua mão para talhar mais um corte. Este se abriu no centro de seu peito, percorrendo até poucos centímetros acima de seu umbigo. Um corte raso que não deixaria cicatrizes. Dele verteu o sangue maculado que banhou seu umbigo, seu ventre, seu sexo, suas coxas, indo mais além, até seus pés.

As estátuas não podiam expressar suas emoções, mas os dois garotinhos presentes no local sim. Estavam apavorados, mais uma

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