PRIMEIRO DIA

Era a primeira vez que o estacionamento da escola estava lotado com ônibus de diversas empresas e muitos carros de diversos lugares. Logo na entrada tinha duas caixas de sons enormes tocando música dance e muitos alunos uniformizados com o logo escolhido pelo comitê para os jogos, o símbolo do beija flor no meio de um círculo branco e a camiseta toda verde fluorescente, que se destacava das demais que por ali estavam. Os alunos na entrada davam as boas vindas e entregavam um pequeno mapa e um diagrama com os horários e apresentações que aconteceriam naquela semana. O mapa, instruído pela comissão de bombeiros, continha as principais saídas de incêndio e postos de atendimento de emergência, nele continha também os prédios onde se reunirão para eventos extracurriculares, como as festinhas com participação das bandas locais.

A maioria dos ônibus iam e voltavam todos os dias de jogos para suas cidades que eram vizinhas, mas alguns ficavam na cidade, e quem saia ganhando eram os hotéis que hospedavam os alunos e professores de cidades mais distantes.

A escola estava realmente muito festiva, com muitos banners e placas mostrando a direção de onde tudo estaria montado para facilitar aos turistas e visitantes. Postos de bombeiros e polícia militar foram montados nos quatro cantos do campus, e até foi organizado, em uma das salas de aula havia uma enfermaria extra para qualquer eventualidade.

A abertura estava marcada para às 10:00 horas da manhã, as meninas e meninos que faziam parte do grupo de dança da escola estavam se aquecendo no vestiário do estádio coberto onde os públicos já iam se acomodando em seus lugares. A banda foi a primeira a entrar, tocando uma música popular muito animada. Agitou a galera que interagiu batendo palmas e as crianças levantaram para pular e dançar.

Da arquibancada, Sr. Paulo olhava seu filho tocar trombone, o que era bem diferente já que o filho amava tocar saxofone, mas sabia tocar vários instrumentos de sopro. Ele sentia um orgulho imenso de ele estar na banda da escola, ainda mais depois do ano que passaram, esta foi a salvação que veio para ambos depois da tragédia. E ali estava Cristiam, olhando para o pai na arquibancada e pensando no sorriso que ele não imaginava que veria tão cedo. Ele amava a música e seu saxofone, mas desde que seu pai deu a ideia de entrar para a banda, para ter uma atividade e interagir com um grupo, sentiu que essa podia ser mais uma maneira de agradar o pai e amenizar suas preocupações, já que eles vinham tentando se consolar fazendo cada gosto um do outro.

Depois a banda começou a tocar o hino nacional e entrou a elegante aluna Verônica, num vestido longo de festa cor de rosa com brilhos na barra e nas alças, que não combinava nem um pouco com o horário, mas ela insistiu que sua apresentação tinha que ser glamurosa. Além do exagerado vestido ela usava luvas brancas e andava acenando para o público como uma miss na passarela, era até bem divertido de ver. Chegou até o microfone para cantar o hino e já na primeira nota todos esqueceram da vestimenta da garota, tão linda voz ela conquistou todos ali. Enquanto cantava todos se levantaram e a acompanharam, mas sua voz realçava pelo estádio fazendo com que o hino fosse em uma só voz.

Quando a banda saiu, a música dançante nas caixas de som começou a tocar e o mascote da escola entrou. Um garoto vestido de beija flor, como se fosse um grande boneco, corria pelo estágio incentivando o público a levantar-se formando uma grande onda por onde ele passava. E assim começou a apresentação pelo locutor dos times que iriam participar em todas as categorias dos jogos regionais de 2012.

Naquele dia houve jogos durante a tarde, e na hora do almoço a turminha de Marcelo e Jéssica se reuniu na barraca de pizzas, mesmo Bruna ter ido buscar cachorro quente e Jéssica ter trazido de casa uma salada de frutas. Eles pegaram seus comes e bebes e foram para o refeitório externo, onde ficavam várias mesas e bancos de cimento. Estavam Jéssica, Marcelo, Bruna e LM em um lado da mesa e do outro lado, Lucas, Pedro, Maia e Samanta, disputavam para falar sobre a organização do evento, sobre a abertura, e o vestido de Verônica, é claro. Jéssica contou que estava muito ansiosa pelo jogo de amanhã, Bruna também estava na equipe e concordou com a amiga enquanto engolia seu cachorro quente, que foi severamente repreendida por Jéssica que comeu uma salada de frutas, pois sabia que era importante controlar a alimentação antes dos jogos.

— Hoje tem festa no terraço galera. — falou todo animado Pedro. — A banda “Sem Limites Pra Viver” vai dar o show, vou chegar mais cedo pra pegar lugar nas almofadas, quem vai comigo?

— Eu vou — falou Samanta — estou de olho no baterista da banda, quem sabe não é minha chance?   — E levantou as sobrancelhas junto com um largo sorriso.

A galera combinou o horário de se encontrar a noite e foram assistir seus jogos separadamente, pois uns queriam ver as partidas de vôlei, outros de basquete e outros de futebol. 

A noite estavam todos reunidos nas almofadas que Pedro e Samanta haviam reservado, Samanta não teve muita sorte com o baterista pois a namorada dele estava presente e deixava isso muito claro para as fãs do artista. Marcelo e Jéssica foram os últimos a chegar e se lançaram nas almofadas. A festa estava ao som de uma rádio local pois a banda não tinha começado a tocar. A festa estava cheia, e todos conversavam em grupos por todo o ambiente que era bem amplo, mas o centro estava vazio. A banda começa a tocar e todos se voltam para o palco. A turminha parou de conversar e começou a acompanhar a música com os pés, outros só com os ombros, todos muito tímidos. Até que elas chegaram. 

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