Capítulo 2

A garota presa na lama olhou para mim e recuou de volta para a poça.

– O que você disse? – sorri cinicamente.

– Disse, que eu não sou sua querida, você é surdo? – Ela rosnou.

Eu comecei a rir.

– Como pode ser tão rebelde e, ao mesmo tempo, tão bonita? – notei a clivagem do seu velho vestido– Não seja boba, aceite minha ajuda e segure minha mão.

Estendi a mão para ela.

A menina parecia ter medo de mim. Mas, era inteligente o suficiente, para concordar que não iria sair sozinha.

Ela acabou aceitando.

Segurei sua mão firme e senti alguns galos e asperezas. Era muito jovem para ter uma mão tão agredida como a que tinha. Olhei para aqueles olhos verdes selvagens e, sem perceber, coloquei a outra mão em seu braço. Como um animal feroz, a menina mordeu minha mão e correu pela floresta.

–Droga!!! – Eu gritei e fiquei de joelhos por causa da dor. Embora furioso, acabei sorrindo perante a situação. Eu não sabia seu nome. Ela estava coberta de lama, e ainda assim, devo confessar, que era muito bonita.

Fiquei imaginando, as barbaridades que poderia ter lhe acontecido, caso eu não tivesse chegado naquele momento. Geralmente, os bandidos da região se esconderam para o lado oeste de Darlan e fiquei surpreso pelos que estavam lá. Por suas roupas, eles não se pareciam com ladrões, mas certamente eram, nenhum comerciante ou camponês exigiria moedas por água. Eles são pessoas pobres e sempre têm comunhão uns com os outros. Talvez, eles estivessem certos sobre o desconhecido e essa terra pertencesse a eles e ela realmente roubou alguma coisa. Somente um ladrão, se comportaria como ela se comportou, quando mordeu a minha mão, como uma besta feroz.

Retirei um lenço do bolso do meu terno, e caminhei até a margem do rio, onde lavei minhas mãos e sequei o suor. Meus nervos estavam em plena floração e só uma aventura me traria felicidade. Então, me vi pensando no Baile de Madame Violeta. Ir para lá, depois de tudo o que aconteceu, seria o mesmo que cometer suicídio. Mas, como seu marido é um trouxa, aposto que ela foi capaz de falar com ele que não tínhamos nada e toda essa vergonha, teria sido um mal-entendido.

Montei meu cavalo e voltei para minha casa. Com um sorriso no rosto, subi para meus aposentos e toquei a campainha que deu ordens aos criados. Minutos depois, Harold, a criada Maria e sua filha do meio, que não tinha mais do que dezesseis anos, subiram.

–Sr. Melarque, o que desejas? –Harold perguntou, fazendo cerimônias.

– Traga meu melhor terno e meus melhores sapatos. Eu tenho um Baile para ir esta noite- sorri, escrevendo uma nota.

– O Baile da Madame Violeta? –  perguntou Maria, levantando algumas suspeitas– Ouvi dizer que seria benéfico, eu sei que o Senhor foi convidado, mas ... Vai doar algum dinheiro ou vai comprar algo do leilão?

– Oras, é claro que vou fazer as duas coisas. Logo, esta casa terá uma esposa, quero dizer, eu vou ter uma esposa. Você não acha que precisamos reformar algumas coisas?

–Oh ...– Os criados disseram em um coro–Então, vai realmente se casar?

–Sim, vou me casar– disse, levantando-me da cadeira. – Mas, está noite, terei a minha despedida! Pois então, caprichem em minhas roupas. Eu não quero ver um sinal de amassado.

As criadas saíram suspirando de felicidade.

O seu senhor se casaria finalmente. Isso para elas, era quase como um milagre. Eu me pergunto: quantas delas oraram por mim? Para me verem casando-se? Quantas noites as fiz arrumar meu quarto, trocar os lenções e verem mulheres perambulando nuas pela casa.... Tantas coisas, que sinto que será como um presente para elas, caso eu realmente venha a ter uma esposa.

As criadas saíram e meu criado aproximou-se de mim.

Eu o peguei pelo braço e lhe dei uma nota.

Abriu-a.

Eu fiz o esboço de uma garota postulante suja, a mesma do balde de água e posteriormente do rio. Deixei seus olhos como o ponto chave. Os fiz marcantes e com as sobrancelhas grossas, quase que nunca feitas.

–Senhor, quem é nesse desenho? – Harold perguntou confuso -E ... porque ela é ...

–Suja? – Peguei as palavras de sua boca.

–Sim, suja. Queres que eu a contrate para cuidar dos porcos?

– Não, muito longe disso– coloquei as mãos nos bolsos–Eu a encontrei noutro dia, e hoje, durante meu passeio a cavalo. Ela estava presa em uma poça de lama perto do córrego, também me mordeu na mão, pouco depois de a ter salvado de alguns homens.

– Oh céus– Harold lamentou- –Você quer que eu a prenda?

– Não, Harold. Eu quero que você percorra as ruas de Darlan e a encontre. Não deixe que ela saiba que você está seguindo-a. Obtenha informações sobre está menina. É um trabalho importante, descubra onde ela mora e qual é o nome dela.

– Mas senhor, desculpe-me... se você não vai prendê-la nem a entregar à Guarda, por que outra razão, você quer que eu a procure?

Suspirei pensativo.

Aquela seria minha vingança contra meu pai.

–Simples, está diante da minha futura esposa–respondi a ele, que ficou horrorizado –Faça o que lhe pedi Harold, cumpra o mais rápido que puder.

As horas passam rapidamente e eis que meus trajes estavam prontos. Era um terno muito elegante e sapatos de couro. Foram os presentes de Miss Madeleine de Vahal. Quando nos encontramos, pela última vez em Paris, sabíamos que seria a última vez e ela quis me apresentar.

Eu me movi e admirei a peça na frente do espelho. Elas caíram para mim como uma pena, detalhando meus adornos de conquista. Seria uma noite inesquecível, e eu fui caprichoso nos mínimos detalhes.

Percorri a sala, tirando suspiros das criadas. Eu tinha que admitir, estava tentador e coberto de pensamentos e planos impuros.

Meu carro estava estacionado em frente ao Jardim, fora da porta da frente. Recebi de Harold meu casaco, o meu chapéu e uma matilha de cigarros.

–Tenha uma boa noite, senhor- Ele disse discretamente. Mesmo se ele quisesse que eu não fosse, o Harold era muito dedicado para me dizer.

–Ah, Harold ...– Eu ergui minha voz. –Sobre o almoço de amanhã, com meu pai, ligue e me diga que tudo está planejado. Diga a ele para trazer o seu melhor vinho, como nós brindaremos nosso futuro, quero pelo menos poder apreciar uma boa bebida.

–Sim senhor. – Ele abaixou a cabeça.

O motorista abriu a porta do carro e eu entrei, acendi um cigarro e ordenei que prosseguisse. Estava muito frio e eu me aqueci com luvas e casacos. Ao passarmos pelas ruas, nosso carro foi parado por um bando de crianças famintas, que bateram no vidro e me imploraram esmolas. Eu joguei algumas moedas no chão e o carro se moveu novamente. Quando passamos pela praça pública, eu ouvi gritos e uma multidão pronta para os guardas. Não prestei muita atenção, mas podia ver o que parecia um menino, sendo chicoteado.

Eu não me importava, na verdade, nunca me importei com as pessoas abaixo de mim. Sempre fui nobre, alguns me chamam de egoísta, perverso e sem coração. Eu sei quem sou e eu não sou bom.

–São homens pobres– disse o motorista, chamando minha atenção.

– O que você disse? – disse eu, apagando o cigarro.

– Os camponeses, pobres. Eu aposto dez moedas, que o que está apanhando em uma praça pública, roubou alguma coisa.

– Ah, conhece os plebeus? – Indaguei, olhando para fora do carro.

– Sim, senhor– ele respondeu – Sou Chofer. Eu cheguei em Darlan há quase dois anos e, durante esse tempo, já vi tantas pessoas passarem por situações deploráveis....

– São escolhas da vida, só um indivíduo pode escolher por si mesmo. – Eu respondi, franzindo o cenho.

– Perdoe-me senhor..., mas você visitou as áreas mais pobres da província?

– E você Chofer? – Contrariei. Ele se calou, voltando a prestar atenção no volante. Depois de alguns minutos, chegamos a belíssima mansão de Violeta.

Estava diferente da casa que eu tinha visto na noite anterior. Havia rosas presas nas árvores e um enorme tapete vermelho para cumprimentar os convidados.

O baile do primeiro dia de Dezembro.

Quando me aproximei da entrada, o funcionário perguntou meu nome.

– Allan Melarque. – Anunciei com leveza e autoridade. Ele acenou com a cabeça, verificando se ele estava na lista. Como esperado, eu estava. Eu vi Violeta, dançar com seu marido no salão. Os dois me olharam fixamente e, conclui, que ela tinha conseguido acoplar o tolo.

Desci as escadas com elegância e vi as pessoas me observarem. Meus tecidos eram muito melhores, do que qualquer outra peça, que pudessem estar usando. Não era ato, que minha família, era o comerciante número um de tecidos.

Aceitei um dos lanches que foram servidos na festa, juntamente com uma taça de champanhe. Caminhei discretamente para Violeta e sorri para ela, acenando para seu marido também. Eu gosto de fazer charme, e saber que aquele tolo, tinha acreditado nela, me fez sentir superior.

Quando estava me aproximando do Jardim, fui parado por um dos convidados.

– Você não seria Allan? O filho mais velho do senhor Frederick? - O rapaz me perguntou e eu notei suas vestimentas. Ele parecia um soldado.

– Oh sim– sorrimos juntos-Sou eu!

– Venha conhecer meus amigos, estávamos apenas discutindo sobre seu pai.

–Sério? –Eu tomei um gole no champanhe– E o que eles disseram?

–Junte-se a nós e você saberá.

E assim, me juntei a todos os seus amigos. Eles eram quatro e havia uma moça, chamada Tereza, que tinha perdido os pais no naufrágio do Titanic.

– Foram meses de agonia, então eu percebi que eles não iriam voltar- Ela lamentou, alimentando a imaginação de todos, exceto a minha. Por seu comportamento, Tereza não sentia falta de seus pais. Ela só estava disfarçando seu alívio, de ter sido a única sobrevivente do acidente. Assim, ficaria com toda fortuna dos falecidos.

Seu decote em V era bem chamativo. E várias vezes, senti sua perna passar pela minha debaixo da mesa, enquanto conversávamos com seus primos.

Embora ela estivesse noiva, eu sabia que Tereza, não tinha interesse no pretendente. Ele era um pacote gordo com problemas gástricos.

– Senhores, se me deem licença, irei me retirar por alguns minutos- Eu disse as companhias e principalmente a Tereza, que me cercou com um olhar disfarçado.

Caminhei até uns dos escritórios e me sentei.

 Esperei que a tola viesse até mim. E, como o esperado, ela deu três batidas na porta e eu abri. Logo depois a tranquei por dentro.

Nós olhamos um para o outro.

 Ela caminhou até a mesa do escritório e se sentou em uma posição sedutora.

– Para uma virgem pobre, que perdeu seus pais em um naufrágio, você está bem ...

–Insana? –Ela sorriu, acendendo um cigarro–Você gosta de meninas loucas, Sr. Conde?

–Sim. Estas são as melhores. –Disse a ela, me aproximando de seu corpo.

– Mesmo? – Tereza sorriu perversamente, abaixando as mãos para minhas calças -E o que você faz com garotas insanas como eu?

– Eu as castigo! - Rapidamente começamos a nos beijar ferozmente e eu abaixei seu saiote. As mãos desceram pelo meu suspensórios... chegaram as calças e ela ajudou-me a abrir o zíper. Desci o calção e deixei que tocasse meu membro. As mãos dela eram macias e sabiam o que fazer. Meus dedos foram até sua intimidade e eu a provoquei arrepios. Senhorita Tereza acoplou os lábios no meu pênis e começou a sugar-me e provocar-me com a língua, os movimentos era bons e me fizeram revirar os olhos. Onde aquele virgem tinha aprendido a sugar um homem?

Entrelacei os dedos em seus cabelos e pressionei sua cabeça, ajudando-a com os movimentos. Os olhos dela eram perversos e senti seu desejo por mim. Eu aposto que aquela pobre moça, nunca mais veria um membro masculino, volumoso e bonito, quanto o meu.

Quando senti que estava próximo ao êxtase, distanciei-a e rápido e gratificante, coloquei-a sobre a mesa e a penetrei. Os seios balançaram no decote em V e a mesa fez rangidos. Ela gemeu e mordiscou a ponta de minha orelha, gravando suas unhas nas minhas costas.

Acelerei os movimentos até que ambos chegássemos ao clímax. Fora um sexo rápido, porém satisfatório.

Toquei-a nos lábios e passei a ponta da língua no brinco.

– Relaxe, eu não posso ter filhos... – entreguei-a um de meus lenços, para que limpasse o gozo – Você trepa bem. Por um instante, pensei que ainda fostes pura.

– Tu nunca terás alguém como eu. – ela sorriu, limpando o esperma que escorria entre as pernas– Todos os homens dizem que são estéreis, até se casarem com uma moça de casta e, milagrosamente, o senhor Deus o faz ser viril.

O som da festa a fez dar risadas.

– É mesmo uma pena, você ser infértil. Quem sabe, eu poderia dar-lhe o golpe da barriga, teria um filho. Mas pelo menos, treparia com você.

– Por que vai se casar? – perguntei-a.

– Infelizmente, nos dias de hoje, as mulheres ainda precisam de títulos. E, para que eu os tenha, preciso me casar, entrar de branco em uma capela e entregar minha virtude a meu marido. – Tereza começou a ajeitar suas roupas – Mesmo que ele seja deplorável como meu noivo..., Mas, existem maneiras de ambos se divertirem...

– Eu não consigo me ver casado– admiti. Depois de me compilar, voltei para a mesa e me sentei ao lado de seus primos. Minutos depois, Tereza voltou sorrindo com seu criado, dizendo que estavam felizes para o casamento.

Eu sorri cinicamente e ergui meu copo.

– Viva a Noiva e o Noivo! – ergui minha voz, fazendo com que todos me acompanhassem. Tereza agarrou o braço do noivo e levantou sua taça, dando celebração ao seu casamento.

– Minha amada futura esposa! – o coitado disse, beijando-a na testa.

Nós celebramos, compramos algumas pinturas e joias no leilão. Sorrimos o máximo possível. Comprei lençóis finos e móveis caros, tudo para que minha futura esposa, tivesse o de melhor. No dia seguinte, todos na festa, voltariam para suas vidas calmas e hipócritas. Eu não era melhor ou pior, do que qualquer outra pessoa, naquela mansão.

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