Sombras de tempestade III

   Diário de Clarice 

Querido Diário, recentemente tive o prazer de conhecer um belo rapaz ou melhor, belíssimo! Charmoso e elegante.Definitivamente um sonho! Como mencionei páginas atrás, mas agora sei seu nome... Demitry. Não lhe parece perfeito o nome para um personagem de romance? E daí que é garçom em festas? Sendo sincera, ele parece mesmo vindo de um livro... Típico mocinho. Será que nos veremos novamente? Espero de coração que a resposta seja sim!!!!

......

A manhã seguinte parecia perfeita, Clarice não se recordava de já ter acordado tão feliz. "Nada, nem ninguém poderá estragar meu dia" disse para si mesma.                                 

   Sua mente à turbilhões, não deixara de pensar em Demitry e na maravilhosa conversa que tiveram no jardim, "fora tudo tão mágico!"  pensou, e se não fosse a interrupção de sua "madrinha", Clarice acreditava ter sido capaz de o beijar, embora nunca lhe ocorreu fazê-lo! Era absurdo até mesmo para ela pensar isso! Por alguma razão não podia evitar.

Enquanto conversavam pareciam se conhecer há anos, séculos, vidas! De fato, era dramático até mesmo para elas estes pensamentos. Não compreendia ao certo qual o significado disto, mas, uma coisa desejava com toda força, encontrá-lo outra vez, imaginou inúmeras possibilidades, até mesmo sonhou! Mas quem sabe os futuros planos da vida? Certamente não somos nós.

Cansada de revirar pela cama, decide arrumar-se e descer para o desjejum, ao olhar a hora assustou-se 08hrs e 45min! a deixaram dormir até as 08hrs!! Era mesmo uma "manhã de milagres"... O mais tarde que a deixavam dormir por raras vezes era até as 6hrse35, afinal havia leis na casa, uma delas era ter de levantar às 5hrs da manhã. Quando descia as escadas ouviu uma conversa esquisita, sua madrinha dizia em alta voz:

— Oh! Isso será perfeito! Clarice numa posição dessas! Estou muito a favor Nicolau!

— Não tenho certeza se ela reagirá bem, suas irmãs fizeram um estardalhaço extremo e insuportável! quase me enlouqueceram, sem motivos! Aos invés de serem gratas, fizeram aquela cena vergonhosa.

— Ah, mas Clarice é diferente. Uma moça meiga e adorável! com toda certeza amará a notícia! Afinal qual jovem não adoraria um futuro desses? Não concorda Lise?

— Hmmm. — Responde a mãe.

— O que pensa a respeito Elisabeth? — Pergunta Nicolau um tanto rude.

Sua esposa suspira.

— Eu não penso nada. — Diz com voz que transparecia tédio e indiferença.

— Como não pensa nada? Sua obrigação como mãe é pensar sobre o futuro de seus filhos e me apoiar nas decisões.

— Minha obrigação? — Elisabeth ri sarcástica — Ah por favor! Que importa o que penso Nicolau? Quando foi o dia em que minha opinião e voz tiveram vez nesta casa? No final sempre faz o que quer, não é? Com ou sem o meu apoio. — Nicolau bate na mesa.

— Por que você tem que ser assim, mulher? 

— Hummm...Oh! Por que? Devo me desculpar por ser quem me tornei, meu bem? — O sarcasmo era evidente em sua fala e a fúria reberverava na face de Nicolau.

Mas o que estava acontecendo?

— Ora sua....

— Bom dia! — Interrompe Clarice a conversa, fingindo não haver escutado nada, uma coisa era certa seu pai nunca discutia com Elisabeth diretamente quando ela estava presente. — Dormiram bem?

— Olha só quem acordou! Se não é minha mocinha! — Diz com sorriso no rosto.

— Lhe peço benção papai. 

— Deus te abençoe princesinha!

— Ah pai, já estou deveras crescida, para ser tratada assim!

— Mas, não deixa de ser minha princesinha. — Nicolau pisca carinhosamente para a filha, e como de costume as bochechas de Clarice coraram, tão vermelhas quanto tomates frescos!

A madrinha também diz bom dia, por alguma razão não conseguia conter seu sorriso.

...

 Vocês devem estar se perguntando se Rosamella mora conosco, e a resposta é não, ela não mora, mas, parece. Sua casa fica de frente para a nossa propriedade que é a segunda maior da cidade. Madrinha Rosamella não teve filhos, dizem que ela casou grávida, mas, por um incidente perdeu o bebê e não engravidou mais, seu marido, o tio Bento, trabalha muito, então ela passa quase todo o tempo aqui e ali, mais em nossa casa, e sim! as vezes é deveras cansativo, especialmente quando só estou eu, todavia há uma outra casa na qual madrinha se instala às vezes, na dona Fifi, apelido de Firmina. 

A mulher parece ser alma gêmea idêntica de Rosamella, uma pena que viaja tanto, sempre na busca de "fatos interessantes" costuma dizer em sua defesa, já que trabalha como colunista para a revista local, " Fochicos Brasileiros" contudo, em minha opinião ela é realmente intrometida, além de linguaruda e bisbilhoteira. Mas, quem sou eu para julgar não é?

Mamãe nem mesmo se dignou a olhar para mim, bebia saborosamente café enquanto lia um jornal.

— Alessander e Alésser, dormiram aqui? — Pergunto.

— Alésser Sim! Alessander não o vejo desde antes do último brinde. — Disse Nicolau, enquanto bebia também café, não consigo entender por que as pessoas desta cidade são tão fissuradas em café! Que bebida amarga, arrgs... Nunca gostei, nem mesmo do cheiro! Mas, como dizia vovô Chico, que Deus o tenha, na vida de um brasileiro pode faltar tudo menos o famoso cafezinho! Ah que falta o vovô faz, ele nãoera meu avô de sangue, mas mora no meu coração.

— A propósito, você recebeu flores esta manhã, mocinha.

— Recebi! — O coração palpitava mais rápido que a velocidade da luz. Seriam de Demitry?

— Sim, Sim, lindas rosas brancas! Eu mesma trarei para você ver! — Disse a madrinha, se levantando. 

Tentei ao máximo manter a calma, não conseguia se quer comer, rosas brancas! com certeza eram dele, me deu uma ontem à noite, lhe disse que eram minhas preferidas.

"Mamãe continuava sem dizer uma única palavra, não tirava o olhar do jornal."

— Está interessante a matéria mamãe? — Ouso perguntar.

— Se considera interessante uma devastada matança clandestina a gados e os vários supostos terroristas e conspiradores sendo procurados, o que já não é novidade, claro.— Olhou rapidamente para o marido enfatizando a ultima fala.

Nicolau para de comer, e a encara furioso, estava prestes a lhe dar uma resposta quando a madrinha os interrompe entrando no recinto.

— Aqui está querida!

Não havia possibilidade de Clarice disfarçar sua alegria, então leu o bilhete.

"Rosas brancas, tão claras e perfeitas como a senhorita, se bem  me recordo são suas preferidas, espero que tenha amanhecido bem, irei lhe ver assim que possível, anseio que seja breve " 

Tenha uma boa semana querida patinha.

                                                                                                               “Do seu Leblanc"

E o sorriso de Clarice se desfaz nas duas últimas frases, uma faca parecia ter sido enfiada em seu peito, releu aquelas últimas frases, cerca de três vezes para ter certeza se lera corretamente, por mais que quisesse agir com classe, suas emoções falaram alto demais, afinal, ela também era humana. 

— O que? — Se levantou furiosa. — Leblanc? Mas o que significa isto, papai? — O olhar de Nicolau muda, embora ela não o houvesse percebido. 

— Clarice! Sente-se, isso são modos? E aja como uma moça de família, baixe o tom de voz, postura, agora sorria com graça e elegância. — A medida em que sua mãe por fim falava ela fazia, se recompôs, contanto imaginava que seu leve sorriso estaria idêntico ao da Monalisa de forçado.

— Peço que me perdoem, creio que tenha exagerado por demasiado, perdão papai, isto não irá se repetir. — O olhar de Nicolau volta à normalidade. — Apenas não compreendi, por que o contra-almirante Leblanc, me mandaria flores, e com o bilhete em tal grau de intimidade.

— Isto é simples, permiti que a cortejasse.

— Perdão? 

— Christofer LeBlanc pediu sua mão em casamento, ontem durante o baile, disse que havia percebido recentemente o qual especial era para ele, e no futuro gostaria de poder lhe ver todos os dias de sua vida. E  fiquei impressionado com suas palavras me parece um bom rapaz,  é rico, honrado e de renome. — Retiro o que disse a pouco, agora sim, Clarice sentira uma faca sendo cravada no peito, na verdade parecia mais uma lança! Quis explodir, mas tomou fôlego, suas irmãs explodiram com seu pai, lhes disseram coisas que resultou em surra, ela teria de agir com sabedoria, o difícil era saber como...

Clarice riu com o que lhe restara de sua elegância.

— Contudo o senhor como meu pai que me ama, certamente disse que não, para tal pedido, creio eu.

— Bom dia Família! Benção meu pai.— Diz Alésser enquanto entrava na sala, a mesa estava em silencio, a não ser pelas rápidas mastigadas que Rosamella dava em sua torrada com geleia, Clarice e homem mais velho, encaravam-se, Elisabeth os observava.

— E por que diria não? — Responde Nicolau ignorando o anúncio de presença do filho. 

Alésser beija sua mãe e Rosamella.

— Bom dia meu amor, e Alessander?  — Fala Elisabeth, abrindo um largo sorriso.

— Creio que fora embora ontem mesmo. — Responde o filho ao sentar-se.

— Que clima é esse ? — Pergunta Alésser a sua mãe, apenas mexendo os lábios.

Ela faz uma expressão desgostosa.

— Mais tarde, discutiremos o assunto em seu escritório papai. — Os olhos de Nicolau brilharam de orgulho com a ousadia de sua filha, nenhum de seus filhos tinham permissão para entrar no escritório, nele só era permitido pessoas com informações sigilosas ou que tinham negócios de extrema importância a serem discutidos.

— Que assim seja.

E fez-se total silencio, O gêmeo surpreendeu-se ao ouvir aquilo, o escritório está sempre trancado, mesmo com Nicolau adentro, nem sua Esposa ousaria entrar sem ser convidada. Certa vez quando criança, Alésser Roubou as chaves do pai, quisera muito saber o que de tão precioso havia lá, embora suspeitasse a existência de um alien aprisionado dentro do cômodo... Ou talvez uma passagem que o levaria para nárnia! Sim, estava muito entretido na leitura nessa época. Nunca se esquecera da surra que levou, foi a mais brutal de toda infância, até Alessander pagou por seus erros, uma vez que são idênticos, seu pai não quisera saber quem era quem, até hoje evita olhar para a porta... Que Deus tenha misericórdia de Clarice. Pensou.

...........

Três dias se passaram.... 

Três longos dias, onde Nicolau simplesmente sumiu, ela não sentira sequer o cheiro do escritório, na verdade, não o via pela manhã, tampouco a noite, seus irmãos, era raro estarem em casa mesmo. Três insuportáveis dias em que Clarice recebera flores, mais flores e chocolates de Leblanc! Os bilhetes? ela não os lia, bastava checar a assinatura, e sim os picotou e queimou! só não destruía as flores porque lembrava que eram seres vivos, mas sempre pedia que Fatima, a arrumadeira as mantesse longe de sua vista! Quanto aos chocolates entregava para as empregadas se deliciarem. 

Sentada embaixo da grande arvore no jardim, Clarice, põe-se a escrever em seu diário, não escrevera durantes esses dias que se passaram, optou por ler, afinal de contas, não havia muito o que fazer além de ler e escrever....

"Querido diário, há três dias não lhe deixo a par do que me ocorrera na vida...

 ... Logo após o desjejum, papai e meu irmão foram para a base, minha mãe saiu sem dizer aonde iria, como faz sempre quando sabe que papai se ausentará de casa em razão do trabalho. Fazem 3 noites que também não a vejo, madrinha Rosamella, soubera que dona Fifi voltará hoje do nordeste, então foi se preparar para sua chegada, se preparar para ela, significa tomar um banho de loja nova, e mudar a decoração de sua casa, embora eu ache desnecessário já que quase nunca fica nela, ou recebe visitas, a própria se denomina visitante de lares! Passara pouquíssimo tempo aqui durante esses três últimos dias, mas seu único assunto era me alertar sobre aproveitadores pobretões como o garçom na festa e Leblanc! O quão fantástico seria se eu, “euzinha” me tornasse a nova senhora Leblanc! Já ouviram maior absurdo que esse?.... Eu! Esposa daquele bruto? Nunca! A companhia de Rosamella só servia para me deixa de mal humor e como as aulas ainda não retornaram, não tenho exatamente o que fazer, também não tenho permissão para sair, mas isto não é novidade.... Estou cansada de ficar em casa, sinto falta da escola, afinal fazem seis anos ou quase sete que não vou? lembro como se houvera sido ontem, a última vez que pisei meus pés em uma, 1 de abril de 1964, não nego que o dia se fez traumatizante, todos aqueles eventos, o professor moura de geografia, dentre outros serem arrancados a força por militares daquele modo, acusados de conspiração, além dos muitos líderes estudantis que não tiveram suas vidas poupadas! Meus irmão me levaram para casa às pressas naquele dia, foi mesmo infernal, tantas pessoas sendo massacradas, depois daquilo papai não permitiu mais eu ir a escola, muito menos sair na rua, tive de me submeter a aulas particulares em período integral! É muito cansativo estudar só, e meus professores são excepcionalmente rígidos! Em 1968 ele quase cedeu, mas também foi um ano de muita repressão, segundo sua opinião não era seguro eu ir para a rua. Este ano que se iniciou, para mim está muito melhor que o ano passado, o novo presidente é o que a dona Claudine, nossa cozinheira, nomeia por "Osso duro de roer" ao que prece, tem exercido com força e precisão a lei AI-5, embora eu não tenha certeza se essa lei é mesmo boa, a basear pela minha vida, não tenho liberdade, para me expressar em casa, o que é muito sufocante, imagina os demais, os professores, e os artistas! Mamãe sonhava em ser atriz, mas casou com meu pai muito jovem, era dois anos mais velha do que eu,  pelo que soube. QUando criança participava de peças e musicais, ela costumava cantar e escrever, em 1951 surgiram as telenovelas, soube que ela também se dedicou a escreve-las, mas, engravidou de mim, e pelo que me contaram não foi uma gravidez fácil, apesar disso, conseguiu completar a novela, no entanto, a fama não durou muito, seu ultimo trabalho foi tirado do ar, o que gerou um grande atrito com o papai, depois desse dia ela não teve mais permissão para trabalhar com arte, e papai quebrou a chamada televisão, Como sei disso? Um gracioso ser chamado vovó Sofia me contou... Quanto tempo não a vejo, por sinal... minhas irmãs comentavam inclusive uma coisa ou outra do que se recordavam. Algo que você precisa saber em relação a minha mãe, ela definitivamente é uma mulher belíssima, loura de olhos verdes, esbelta, alta, e deveras elegante, mas, fuma muito e é fria, especialmente comigo, demasiadamente distante, contudo não a julgo, ela nem sempre fora assim... É como dizem, as experiências da vida transformam o caráter de uma pessoa, só espero que ela encontre sua própria identidade outra vez.... Sendo sincera, espero que "eu" também encontre a minha um dia...

Clarice estava absolutamente focada em sua escrita, quando de repente..... Levou um grande susto!

— Bum!

— Ah! Alésser! Pregou-me um susto. — Diz colocando o diário junto com ambas as mãos no coração.

Seu irmão ri.

— O dia em que não lhe assustar cairá abacaxi do céu! — Diz Ele sentando ao seu lado.

— Por que abacaxi?

— Sei lá, foi a primeira coisa que veio a minha mente. — Ambos sorriram. — E afinal o que tanto escreve aí?

— Nada de interessante, só coisas da vida mesmo... — Ele a encara, mas não insiste no assunto. Olha a sua volta.

— Nossa...Quanto tempo que não venho aqui... São tantas lembranças. 

— Verdade, faz muito tempo mesmo, lembro de quando brincávamos todos, você e Alessander, mais precisamente você, atrapalhava quando Alysson, Aléssia e eu queríamos brincar sós, brincadeiras de meninas. — A verdade é que suas irmãs a todo momento excluíam, ignoravam Clarice a fazendo de boba para brincarem sozinhas, mas ela era pequena e muito inocente para perceber... Então sim ele as provocava, sua irmãzinha sempre se divertia, ria tanto, acabava indo brincar com ele e Alessander, o que era evidente a satisfação no rosto de suas irmãs..

— Mas eram bons tempos, não acha?

— Os melhores! Sinto muita falta. — Diz Clarice repousando o rosto no ombro do irmão, Alésser costumava ser o mais divertido e descontraído de todos da casa, agora, esta farda lhe impôs uma seriedade que não faz parte de quem é. Um fato que precisam saber sobre meus irmãos, quando completaram dezesseis  anos, ficamos dois ano inteiros sem nos ver, pois prestaram serviço ao exército, então dormiam no quartel, isso os distanciou muito.... Alessander foi o que mais se afastou, na festa até tentou me animar junto a Alésser, ainda assim não é a mesma coisa, eles estão diferentes...

— Eu também sinto. — Disse nostálgico. — Mas, nada de tristeza. Como tem estado minha caçulinha preferida?

Alésser aperta o nariz de sua irmã, fazendo-a apartar o rosto de seu ombro. 

— Aiii! — Clarice massageia o nariz com ambas as mãos. — Sou sua única caçula!

— Não exatamente, Alessander também é meu caçula, mas você é a minha preferida, não conte isso para ele! Mas sabe de uma coisa caçulinha preferida?

— O que?

— Está séria demais. — Então faz cocegas em sua irmã, que ri com vontade implorando piedade. 

— Pare! por favor! Alésser... não... sou... mais... criança — Diz com dificuldades em meio aos risos. 

— É mesmo? para mim tem cinco anos, ainda!

Depois de muitas risadas, enfim Alésser para. sua irmã continuava a gargalhadas, fazia tempo que não ria assim.

— Agora está muito melhor. — Diz enquanto Clarice recupera o fôlego, Por um instante ela enxergou seu irmão de volta, o Alésser brincalhão de sempre, o que a deixou extremamente feliz, foi quando notou, ele estava mesmo ao seu lado? por que ele estava aqui agora? Será que algo ocorreu? Respirou fundo antes de lhe perguntar:

— Aliás o que faz aqui a essa hora? 

— Fugi da base.— Diz sério.

A irmã o encara assustada.

Alésser sorri.

— Foi uma piada, resolvi uma questão, estava por perto, então decidi lhe visitar, mas preciso voltar, o dever me chama, afinal. — Diz ficando de pé, e novamente o semblante endurece, Clarice já não enxerga mais que o rosto vazio de um soldado, ao se levantar lhe abraça apertado, ele paralisa por um instante.

— Obrigada por vir me ver, estou com muitas saudades mesmo.

— Sinto muito estar tão ausente em sua vida, moranguinho. — Finalmente retribui o abraço, só então Alésser percebeu o quão solitária tornou-se a vida de Clarice, isso o entristeceu amarga e profundamente.

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