Chiaroscuro - Livro 1 - Te Prometo o Céu
Chiaroscuro - Livro 1 - Te Prometo o Céu
Por: Nathasha Chrysthie
Prólogo

“A arte existe para que a realidade não nos destrua”

(Friedrich Nietzsche)

MELISSA

Acordei no meio de um campo muito verde, o sol brilhava forte e me cegou por alguns instantes. Quando meus olhos se acostumaram com a luz intensa pude ver a imensidão da campina, não havia nada ao redor, nem uma casa sequer, um poste ou uma árvore, nada que pudesse me proteger dos abrasadores raios que incidiam sobre minha pele. Sentia minhas bochechas queimarem e o calor começou a tomar conta de todo o meu corpo. Senti-me fraca, como se minha energia estivesse sendo sugada. Não avistava nada e nem ninguém em quilômetros, não tinha nada a que eu pudesse recorrer.

Não saber como havia parado naquele lugar me incomodava ainda mais que o calor ou a solidão, simplesmente me sentei em meio à grama e abracei meus joelhos, escondendo minha cabeça entre eles. Tentei recordar como cheguei até ali, mas em minha mente só havia um vazio de memórias, não conseguia me lembrar de nada, blackout total.

Deixei minha mente vagar por vários minutos em busca de uma explicação para o que tinha acontecido comigo, foi quando de repente ouvi um choro de bebê bem próximo a mim, levantei a cabeça imediatamente à procura de onde vinha tal choro, mas o som parou como mágica. Achei que pudesse ter imaginado, afinal não há nada ao meu redor. Como poderia haver um bebê? Fechei bem os olhos e tentei respirar fundo por alguns segundos, eu precisava me fortalecer para procurar água e algum lugar que tenha pelo menos um telefone para eu ligar para casa.

Mas então o som recomeçou. Um choro desesperado de recém-nascido. Dessa vez ele não parou quando abri os olhos. Levantei-me cambaleante e segui o som, mas a cada passo ele se distanciava, como se quisesse brincar de pique-pega. Entrei no jogo, corri a esmo tentando alcançar o choro, que agora estava tão alto que parecia estar em todo lugar. Eu sentia a necessidade de segurar aquele bebê em meus braços e consolá-lo, pois aquilo estava me consumindo e me deixando cada vez mais desnorteada.

Já tonta, enfraquecida e angustiada com aquele lamento sem fim, não pude mais sustentar meu corpo, caí no chão e me contorci. Eu senti que precisava levantar e salvar o pequenino ser indefeso que gritava por minha ajuda, porém não encontrava forças. Logo tudo saiu de foco em meio às minhas lágrimas e mergulhei em profunda escuridão.

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