Capítulo 2 “Adios Mon Capitaine”

O CAPITÃO RHETT FLANIGAN e seu cozinheiro, Francis Jegue–de–Aço, foram amarrados ao mastro principal do Barba–rala.

— Como se sente, mon capitaine?

Rhett sorriu como sempre após ver algo inesperado por sobre o ombro do imediato.

— Sinto uma vontade irrefreável de te matar, Fundilho–sujo.

— Vai morrer com vontade, afinal, desta vez é o "meu" momento de glória e vou saboreá-lo, minha vingança está apenas começando, pois há dez anos você matou meus pais e irmãos e incendiou seu navio após saqueá-lo, somente eu sobrevivi mentindo para você que era apenas um marujo que queria ser pirata.

— É isso mesmo, por isso te dei o nome de "Fundilhos–sujo", você estava morrendo de medo, tinha borrado nas calças quando me viu.

Rhett começou a gargalhar.

— Que lembranças maravilhosas – continuou Rhett – você é maravilhoso, Charles, sempre me faz rir em momentos como esse... pensando bem, é melhor não matá-lo, quero rir ainda por muitos anos.

Todos riram junto com o capitão.

Charles foi até Rhett e colocou sua espada em seu pescoço e começou a chorar de ódio.

— Jurei todos os dias que afundaria esse navio em chamas com você nele, você não sabe o que é ter pesadelos todas as noites e no dia seguinte fingir que nada aconteceu.

— Então corta logo meu pescoço, Charles, e tenha sua tão desejada vingança, mostre-me que não estou errado em te chamar de “Bunda-suja”.

Rhett sentiu as mãos de Charles tremerem e a sensação da morte batendo à sua porta era incrível, um sentimento único.

Charles largou a espada e cuspiu na face de Rhett.

— Você vai morrer, mon capitaine, mas não pelas minhas mãos.

— Uma decepção como sempre, meu querido Fundilhos–sujo – disse o Capitão Rhett de forma poética.

Charles desferiu um soco, mas no último instante, Rhett desviou sua cabeça para a esquerda e Charles acertou em cheio o mastro, quebrando sua mão.

O grito que Charles deu parecia uma gata no cio, fazendo todos rirem novamente dele.

O Capitão Rhett chorava de rir.

— Lembre-me de fazê-lo meu bobo-da-corte quando for rei, Charles, você é demais...

— Ninguém pode ser rei se estiver morto, mon capitaine.

— Então você irá se decepcionar mais uma vez, meu querido, Fundilho-sujo, a gente só morre uma vez e sinto que hoje não é um bom dia para morrer.

RHETT E FRANCIS estavam amarrados ao mastro esperando apenas o momento deles botarem fogo no navio e afundarem-no com eles.

— O que iremos fazer, Francis?

Francis Jegue–de–aço apenas levantou os ombros incapaz de falar por ser mudo.

Nesse momento Rhett viu duas flechas incandescentes caírem do céu em seu navio começando um pequeno fogaréu.

Rhett e Francis começaram desesperados a assoprar sem sucesso.

Rhett riu e gritou:

— Hey!!! Fundilhos–sujo, veja... o show começar...

Rhett deu um assobio alto e inexplicavelmente Caolho surgiu por trás de uma vela na parte mais alta do mastro e lançou uma adaga certeira na corda que os prendiam ao mastro do navio.

— Irraaaaaaaaaa!!!! – Gritou Caolho segurando com uma mão uma corda pendurado à vela e na outra mostrava seu olho de vidro para todos – meu olho bom é um arraso...

Rhett tirou a adaga cravada ao mastro e fez um sinal para Francis cortando uma corda que segurava a vela projetando-os para a parte alta do mastro junto à Jimmy Caolho.

— Fundilhos, mon ami, nos vemos por aí.

Rhett, Francis e Caolho pularam ao mar.

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