CAPÍTULO 2

“Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor...”

Madre Teresa de Calcutá

AQUELA PRIMAVERA de 1957 em Londres foi realmente incrível e inesquecível para todos que desfrutaram das maravilhas que se acometeram através dela...

          Como haveria de não ser?

          Donovan Mayers jamais poderia se esquecer de todos os fatos que coincidentemente aconteceram. Sua vida começou a partir daquele momento único que aconteceu em sua vida – pelo menos para ele, essa era a sua grande e indiscutível verdade e nada e nem ninguém no mundo poderia provar a ele o contrário.

O DIA ERA COMO UM VERDADEIRO sonho de verão, as flores transcendiam as suas cores mais vivas – assim como um lindo sonho inesquecível –, uma mistura de prazer e paixão, de sonho e realidade e principalmente, um amor tão puro quanto uma brisa suave que toca seu rosto em um dia de verão.

          Donovan acordou tão cheio de vida naquela manhã – como se algo importante fosse acontecer durante aquela semana –, mas ele jamais poderia prever algo tão magnífico e esplêndido, algo tão puro e doce que seu coração poderia sentir, algo que mudaria a sua história – em todos os sentidos.

DONOVAN OUVE TRÊS batidas em sua porta.

          Alfred...

         –– Pode entrar, Al – disse Donovan gentilmente.

          –– Com licença, senhor – disse o mordomo –, tem uma correspondência para o senhor.

          –– Ah! Obrigado, poderia por gentileza avisar sua esposa que não tomarei café da manhã hoje aqui em casa, tenho um encontro e vou ficar o dia todo fora.

          O mordomo fez cara de poucos amigos e disse meio bufando, porém de forma extrovertida na concepção de Donovan.

          –– Claro, meu senhor, mas acredito que ela vá ficar chateada com o senhor – disse o mordomo sorridente pela travessura que já imaginava estar se desenrolando à sua frente.

          Alfred conhecia o jovem Donovan desde que nasceu, ninguém no mundo o conhecia melhor do que ele e sua esposa.

          –– Você sabe muito bem...

          –– Eu sei... eu sei... quebra essa, vai All...

          –– Então avisa que já saí, vou dar um jeito para que ela não me veja.

Alfred deu uma piscada confirmando o acordo e saiu do escritório após fazer uma mesura com o corpo.

          Donovan se vestiu rapidamente e saiu sem que ninguém o visse.

DONOVAN ESTAVA NOIVO de Jane Wortington – uma belíssima mulher –, virtuosa em tudo, seu proceder era impecável diante de todos, além de ter uma beleza única, diferente das demais mulheres que Donovan conhecia. Suas famílias sempre sonharam com aquele casamento, e eles terem se entendido foi uma das notícias mais extraordinárias que suas mães tinham tido, não somente compartilhavam a mesma dor de terem perdido seus maridos em uma guerra, mas agora compartilhavam a alegria de terem seus filhos aliançados por um futuro que prometia ser o melhor que elas poderiam sonhar.

          Donovan foi jantar na casa de sua noiva e a senhora Madison Wortington – suasogra– eraumamulhertambémextraordinária, Jane puxara tal beleza e proceder indiscutivelmente de sua também incrível mãe.

          Foi um jantar magnífico – para não dizer esplêndido...

          –– Mad, querida, se não fosse a mãe de Jane, com certeza me apaixonaria por você.

           Jane bateu de leve no ombro do amado para que ele contivesse a euforia das brincadeiras, mas Madison sorriu sentindo que a piada tinha sido maravilhosa para o seu ego.

          –– Meus dias de amor já se foram, Donovan, os seus ainda estão florescendo.

          –– Tomara que se tornem em um lindo jardim – disse Jane  ao abraçá-lo carinhosamente por trás, tentando sem sucesso surpreendê-lo.

Donovan estava à sua maneira apaixonado por Jane e por tudo que já vinha acontecendo de maravilhoso em sua vida pessoal – apesar de tudo que a guerra tinha lhe tirado. Sua vida estava se tornando agradável e serena, da mesma forma que todo o país que havia se levantado mais forte dos escombros que o nazismo tentara lhes impor.

DONOVAN  TINHA SIDO CONVIDADO PARA  TOCAR na Orquestra Filarmônica de Londres – ele realmente não sabia o que mais de bom poderia lhe acontecer além de terem os seus grandiosos sonhos profissionais realizados, tinha apenas vinte anos e já era um astro no mundo artístico clássico, o que era um privilégio para poucos, como Bach, Mozart, Beethoven, entre outros.

          Depois de aquele jantar esplêndido, Donovan e Jane foram ao Her Majesty Theatre em Londres, e assistiram a Édipo Rei, de Sófocles – considerada a maior de todas as tragédias gregas.

          Belíssima peça... – pensaram os dois juntos após a multidão de aplausos que se seguia em cada Ato.

          Eles ficaram encantados com tudo o que presenciaram naquele evento, a atriz que fazia Antígona, era uma das mulheres mais lindas que os seus olhos já puderam contemplar – de ambos –, ela tinha a verdade no olhar, interpretava com a alma tudo aquilo que dizia seu texto.

          Foi emocionante para ambos verem aquele espetáculo inigualável que somente o talento poderia proporcionar a eles. Donovan, como um músico talentoso sabia qual era a sensação de proporcionar tal sentimento e reação nas pessoas.

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