Capítulo- 4

_ Tudo bem cara. Me solta.

Ao soltar o rapaz que sai correndo do bar, Adam se senta onde ele estava, me encarando em seguida.

_ Você está bem? - Ele pergunta. 

_ Sim. 

Digo irritada. Apesar de ter me defendido, não gosto da ideia de ser submissa a um homem a tal maneira, posso me defender sozinha.

_ Vai beber alguma coisa?

_ Por favor, uma margarita.

_ Pode deixar.

Por sorte eu pesquisei antes de vim pra cá alguns drinks.

_ A clássica?

_ Sim por favor.

Eu sei que existem três formas de consumir este drink: Shake: batida entre 20 e 30 vezes com gelo na coqueteleira e servida coada na taça. é a mais tradicional. On the rocks: também batida na coqueteleira, porém serve-se com duas pedras de gelo na taça.

_ Aqui está.

_ Algum acompanhamento?

_ Oque você sugere?

Olho para o cardápio e falo:

_ Nessa categoria se encaixam tudo o que pode ser consumido com as mãos e em poucas mordidas, por exemplo as populares mini coxinhas de frango, bolinhos de queijo e bacalhau, kibe e lanches em fatias individuais, recheados com alguma proteína de qualidade, como peito de peru, pernil e derivados.

_ Vou querer bolinhos de queijo e bacalhau então.

_ Ótimo pedido.

Em dez minutos, volto com a bandeja de aperitivos e o sirvo.

_ Aqui está.

_ Hum.. delicioso! Você estava certa. Combina demais.

Ele come o bolinho deixando um pouco de gordura entre os lábios carnudos. 

Ao lamber os dedos, diante de meus olhos me fazendo suspirar. Fico tão imersa a cena que acabo esquecendo dos outros clientes.

_ Bianca? Dá pra ser mais rápida? - Diz Elder ao passar por mim.

_ Hã? sim, claro.

Se controle Bianca, você precisa desse trabalho por sua mãe. 

Ainda atendendo os outros clientes, balanço minha cabeça tentando afastar os pensamentos daqueles lábios carnudos em mim.

_ O que uma moça tão culta como você está fazendo aqui nesse bar? Pela sua postura diria que você é uma advogada.

Eu quase deixo a garrafa de tequila cair, perplexa por seu comentário. 

_ Oi? 

_ Presumo que estou certo.

_ Sim, mas como sabia?

_ Seu cabelo. Ele está em um coque profissional, mas distinto, passando confiança. Seu aperto de mão é forte e determinado. O que me diz sobre seu jeito de conversar, firme e objetivo.

Típico de um advogado.

Eu fico muito mais envergonhada, passando meu cabelo pra trás da orelha e desviando o olhar.

_ Você é vidente ou o que?

_ Sou advogado também. 

Fico pasma em saber, então por que alguém como ele estaria em um bar desses? Começo a achar isso tudo muito suspeito. 

_ Me diz, por que você está aqui? - Ele me pergunta. 

Eu faço mais uma dose de margarita e o sirvo novamente enquanto o respondo. 

_ Bom, é que eu não achei nenhuma vaga como advogada. Eu tenho contas pra pagar sabe, no momento não posso ter meu escritório, ainda mais depois que minha mãe anda muito doente ultimamente. Preciso pagar pelos remédios porque pelo hospital público demora muito para se conseguir.

Fora as consultas, então..

_ Você aceitou outro serviço por amor a alguém mas não é o que você gosta?!

Ela fala de um jeito que parece me compreender, como se sentisse minha dor em sua própria pele.

_ Sim.

_ Eu entendo.

_ Talvez eu possa te ajudar.

_ Muito engraçado. Não preciso de sua piedade, caras como você querem somente uma coisa. E eu não estou disposta. Prefiro trabalhar da maneira mais desgaste do que ter que me sujeitar a isso.

_ Caras como eu? Acho que não entendi. 

_ Sim. Caras ricos que conhecem mulheres pobres. Ajudam dizendo que não querem nada, mas no final sempre conseguem o que querem por veem isso como um jogo. Algo para tirá-los do tédio de ser rico. Ter o que não pode atrai não é mesmo? E ainda somem como se não nós não tivéssemos sentimentos. 

_ Você se enganou sobre mim, eu não sou rico, apenas trabalho como advogado na empresa Edvgs center.

Sou apenas um empregado, posso te apresentar para o meu chefe, se quiser. 

Me sentindo mal por tê-lo julgado tão cedo, fico sem graça.

_ Aah nesse caso me desculpe. Eu te julguei mal. Não quis te ofender.

_ Tudo bem, eu entendo. Toparia uma entrevista? vejo se marco na quinta-feira pode ser?

_ Eu adoraria.

Passo meu contato para Adam em um guardanapo.

_ Eu faço contato. - Ele sorri. 

_ Adam! 

De repente uma moça linda entra no bar, caminhando em sua direção. 

_ Sim? - Ele a responde.

_ Eu te procurei por toda parte.

_ Conseguiu ver sua amiga de faculdade?

_ Sim Lucinda é um amor. Adoro essa garota! 

_ Lucinda? - Falo sem querer. 

_ Ah desculpe, não pude deixar de ouvir.

A moça de cabelos pretos olha pra mim com um sorriso no rosto. Seu jeito é contagiante e logo se percebe quando se aproxima de mim.

_ Sim, ela própria. 

_ Ah desculpe, não pude deixar de ouvir, Lucinda é minha melhor amiga.

Não tem problema.. Ela é maravilhosa mesmo! Você é?

_ Bianca. Eu disse que a arrumaria uma entrevista para nossa empresa.

_ Você vai amar! meu irmão é-

_ Um excelente funcionário.

Adam corta sua irmã outra vez e uma faísca de suspeita ascende em mim.

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