Capítulo- 3

_ Eu.. Eu..

_ Sim Senhorita? - Diz o estranho com as mãos ainda em mim, me levando a outra dimensão com o simples toque de seus dedos em minha pele.

Vendo que estou fazendo papel de idiota, ele sorri. Parecendo se divertir com a situação e a vermelhidão quente que se forma em minhas bochechas. 

_ Tudo bem não tem problema.

Ele diz ao me soltar, sorrindo e colocando as mãos no bolso enquanto encosta em seu carro de luxo que está estacionado na rua.

O vento que passa por nós balança meu cabelo revelando mais ainda meu rosto envergonhado. Os olhos dele me encaram sem parar, resultando em um silêncio constrangedor enquanto seus olhos parecem me devorar.

Desviando o olhar, ele abre seus lábios canudos demonstrando um pingo de sarcasmo em sua voz ao dizer:

_ Sempre corre assim pela rua? 

_ E que hoje é meu primeiro dia de trabalho, sai apressada pra não chegar atrasada, me desculpe senhor.

_ Por favor.. me chame de Adam.

_ Eu - ok..

_ Seu nome é?

_ Bianca Senhor, quero dizer... Adam.

_ Hum.

Ele pega suas chaves do carro e gira sobre seus dedos apertando o botão do alarme antes de se aproximar de mim novamente.. com seu sorriso galanteador. Seu cheiro amadeirado invade meus sentidos me lembrando do barulho do mar e de suas ondas em um belo pôr do sol de uma tarde.

_ Onde é seu trabalho? posso te dar uma carona. Estou esperando minha irmã, mas assim que ela chegar podemos ir, ela já deve estar voltando.

_ Hum, primeiramente me desculpe senhor - Adam. Eu não te conheço, quem garante que não é um sequestrador bonito de mulheres?!

_ Sequestrador bonito? 

_ Eu.. desculpe! - gaguejo ao falar.

E de novo ele me pega presa em minhas próprias palavras. Sou uma idiota mesmo, pra que falei isso?!

_ Quero dizer, que não é necessário. Meu trabalho é bem aqui do lado naquele bar.

_ Entendo. Nesse caso, posso te acompanhar até lá? 

_ Mas e sua irmã? realmente não é necessário senhor.

_ Adam, Bianca! - Ele diz em um tom firme.

Então coloca suas mãos levemente em meu ombro após ligar o alarme outra vez de seu carro, dando a entender que eu ande lado a lado com ele, embora eu tenha deixado claro que não precisaria. 

_ Na verdade quero tomar uma bebida hoje. Tenho trabalhado de mais.

Mereço não?

_ Se você assim quer, o bar é público. 

_ Vamos? - Diz ele confiante não ligando para minha alfinetada. 

Sem jeito eu anuo um sim com a cabeça. E ao caminharmos me sinto sem ar perto dele, como se ele mexesse de um jeito comigo que eu não consiga me controlar. 

_ Boa noite Bianca. Vejo que trouxe um cliente. - Diz Elder, dono do bar.

_ Hum.. acho que sim.

_ Pode ir para trás do balcão, seu turno já iniciou.  - Ele aponta para o seu lado.

_ Claro Elder. - Respondo indo até lá. 

E como previsto, Adam é meu primeiro cliente. Mas por hora, ele se senta longe o suficiente. Me devolvendo o ar que eu havia prendido de nervosismo por estar ao seu lado.

Depois de quase meia hora, eu o observo de relance.. até que um dos clientes me chama a atenção para atendê-lo. 

_ Ei, mocinha. Você é nova aqui não é?

Me viro para dar atenção a ele, que parece estar um pouco instável no meu ponto de vista. 

_ Sim, qual bebida Senhor? - pergunto já pegando um copo com gelo.

_ Você tomaria uma comigo?

Ao falar isso, o cliente me olha de um jeito que me causa repulsa. Mordendo seus lábios ele me lança um sorriso tentando parecer sedutor com os braços sobre o balcão. 

_ Desculpa Senhor, Estou trabalhando. 

Ele segura meu braço e se aproxima de mim a frente do balcão, seu hálito me diz que já chegou aqui bêbado. 

_ Só uma bebida. Ei, não estou querendo nada há mais.

Eu tiro meu braço a força de suas mãos deixando claro outra vez que sua proposta não me agrada, e que me tocar novamente.. as coisas podem desandar. 

_ Eu já disse que não. - Digo com a voz firme me libertando dele.

_ Só uma bebida! Hora, você tem que me atender. - Diz o cliente com a voz alterada. 

_ Se quiser beba sozinho! - Grito com ele na mesma medida.

Por azar o meu o outro lado do bar está muito barulhento, fazendo meu grito sumir ao redor. todos os clientes estão ocupados com sua própria noite. 

Mas eu não me deixo ser intimidada. 

Ao notar um pedaço de madeira em baixo do balcão me preparo para o pior caso ele tente algo, Elder foi pegar mais azeitonas na dispensa que fica nos fundos.. provavelmente não vai chegar a tempo, cabe a mim fazer alguma coisa.

_ Olha aqui.. mocinha, eu-

Uma mão surge diante de nós o puxando para trás novamente onde estava sentado. 

_ Eu acho que a moça disse não. - Diz Adam com as mãos no colarinho do rapaz que arregala os olhos surpreso.

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