Capítulo- 1

Anos depois...

Olho meu relógio e vejo que já são 8hrs da manhã de uma segunda feira. Suspiro pesadamente enquanto folheio um jornal enquanto procuro um anúncio de emprego.

Sou uma advogada recém-formada mas hoje em dia é difícil achar uma boa vaga, ou pelo menos qualquer emprego nesse quesito, pois dão mais oportunidade para quem já tem experiência no ramo.

Moro com minha mãe, mas mal conseguimos pagar às contas e esse mês está ainda mais apertado pro meu bolso.

_ Bianca?

Mamãe me chama com sua voz doce e suave vindo da cozinha após desligar o telefone o colocando no gancho.

_ Sim mamãe. - Eu a respondo intrigada, querendo saber o motivo de sua inquietude ao tirar seu avental.

_ Um vizinho me disse que estão contratando no bar ao lado. Eu pensei em ir lá, quem sabe eu consiga, nos ajudará muito nas despesas da casa.

_ Não mamãe! Deixa comigo, eu vou aguentar trabalhar lá se me contratarem, a Senhora já está muito debilitada.

Me levanto da mesa de café enquanto mamãe procura por suas chaves. Cada uma de nós passou a ter uma depois que papai foi embora.

É uma tática de segurança, caso ele volte transtornado. Infelizmente papai se viciou no mundo das drogas, eu nunca entendi bem o porquê.

Passando por ela, eu abro a porta enquanto me observa de longe.

_ Bianca! - Ela grita. Mas tarde demais para vir até mim.

Pego meu casaco no mancebo ao lado enquanto saio pela porta sobre seu olhar furioso, indo em direção ao bar, após ouvi-la gritar meu nome novamente.. frustrada.

Não deixo minha mãe ir por quê sei que é teimosa. Ela sabe que em seu estado não pode trabalhar e mesmo assim já faz serviços domésticos.

Tenho que brigar com ela a todo momento, repreendendo-a como se fosse uma criança mimada.

Após chegar na calçada do bar, noto as portas de metal do estabelecimento fechadas pela metade. Então dando três batidas eu espero no lado de fora, até que uma voz me alcança.

_ Entre por favor. - Ele branda.

Um pouco envergonhada eu entro sem jeito, assim vendo Elder, o dono do bar arrumando algumas garrafas de bebidas do lado de trás do balcão, em sua prateleira.

_ Boa tarde senhor. Fiquei sabendo que estão contratando. gostaria de tentar, estou interessada na vaga.

O dono do bar me olha de cima para baixo como se estivesse me avaliando.

E pelo seu rosto neutro, fica difícil saber qual foi o resultado.

Sem graça, eu torno a falar, tentando parecer firme e convincente.

_ Eu moro aqui do lado. Ficaria mais fácil pra vocês terem um funcionário a disponibilidade não acha?

De repente ele se interessa e coloca sua atenção em mim deixando de lado as garrafas ao se aproximar e pegar minha mão em um comprimento.

_ Correto. Você sabe como atender clientes? Sabe fazer drinks?

Eu não pensei nisso, eu não sei nada sobre drinks! Afinal não sou uma menina baladeira igual as outras mulheres da minha idade, tive muitas responsabilidades muito cedo e uma delas foi estudar para passar na OAB, sempre foi meu sonho.

_ Atender clientes sim, Mas.. drinks? Eu não sou boa.

Olho pra ele como se tivesse pedindo um favor, fazendo uma cara de cachorro pidão.

_ Mas posso aprender se me permitir.

Me dê um prazo e não se arrependerá!

Se tem uma coisa que sou boa é em negociar.. Não é à toa que escolhi ser uma advogada.

_ Se eu não for boa para o cargo você não precisará me pagar o tempo de trabalho exercido. - Exclamo a ele.

Ele me encara pensativo, parecendo analisar a proposta. Entretanto conheço essa cara, provavelmente não consegui o emprego. Depois de 30 segundos ele resolve falar.

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