Almoço em família

- Bom dia, vovó! Estou indo na casa da tia Debby, quer ir junto comigo?

- Vai passar o dia lá, filha? Sabe que sua tia e eu não nos acertamos muito!

- A senhora não se dá bem com ela! Na verdade irei almoçar, depois nós três vamos na casa do Gui! - Gui mora em uma cidade ao lado, Marathon, fica meia hora de Islamorada.

- Não gosto desse menino, ele é diferente! – A vovó deu uma pausa. - Ele é muito diferente! E você irá me trazer quando eu quiser?

- Trago sim, é só me pedir! Imagina como o tio Loidy irá ficar feliz! E o Gui não é diferente, ele só não gosta de meninas, mas eu também não, nem por isso sou diferente! - A vovó Sarah olhou para Melinda com cara de reprovação. - Ok, desculpe! Eu trago a senhora, vovó!

As duas chegaram na casa do tio Leo, que as crianças apelidaram carinhosamente de Loidy, por causa da sua esposa Débora apelidada de Debby.

- Como a trouxe?

- Não sei, deve ser minha beleza, tio!

- Irei colocá-la para dentro. Seus primos estão na sala.

Melinda entrou, deu um beijo em sua tia e foi para sala. Os dois discutiam sobre testes quando Melinda entrou.

- Linda, diz para esse objeto inanimado quanto eu consegui nos testes finais.

- 178 de 200, por quê?

- Viu! Ela não acreditou. Acha que eu adulterei minhas notas!

- E você, Lindinha!

- Preciso, Docinho?

- Ela gabaritou. Ela, o Gui e a Dida.

- Esqueceu-se da Liane e do Rique.

- Fil, vai lá embaixo comprar algumas coisas para mim, filho, por favor!

Filipe desceu, Fernanda deitou no colo de Melinda e ficou brincando com uma peça do jogo que estava no chão.

- Você já namorou algum dos meninos da sua turma?

- Ih! Não gosto dessas perguntas, elas sempre vem acompanhadas de revelações, e geralmente desagradáveis! Sim.

- Quem? O Henrique? Eu lembro-me de vocês juntos.

- Quer saber demais, não acha, Fefê? E não interessa!

- Se eu quisesse, ou estivesse com algum deles você se importaria?

- Fernanda, você é menor de idade. Eu já acho errado sair conosco e beber, eles são mais velhos que eu inclusive!

- Sim, ele é o mais velho...

- O David? Ele é o mais velho, e sim tive breves momentos com ele. Não me importaria se ele tivesse a minha idade, mas pensa bem, eu acho ele legal, mas não estou com ele por um motivo, acho que você sabe.

- As pessoas mudam, Linda!

- Mudam... É sim! – Ela falou com descaso. - Olha você quem sabe, eu não irei interferir. Acho que ninguém mais sabe, né?

Fernanda sacudiu a cabeça negativamente e continuou deitada nas pernas de Melinda que ficou empilhando as pecinhas. Filipe entrou correndo dentro de casa falando alto assim que abriu a porta.

- Sumiu mais uma menina essa noite! Estão fazendo a busca no mar e nas redondezas!

As duas levantaram rapidamente e foram até a cozinha.

- Que idade ela tinha?

- Parece que quinze, era turista. Acho que não poderemos ir no Gui! Vou ligar pra ele vir de tarde.

- Eu não quero estar aqui quando ele chegar.

- Não estará, vovó! Levo a senhora antes dele chegar. Mas na praia? Só se ela chegou depois que eu saí da sacada, fiquei falando com... – ela parou subitamente enquanto todos levantaram a cabeça para olhá-la. - Então, vamos comer, parece estar delicioso!

Todos foram almoçar e o assunto agora era o desaparecimento da menina. Isso nunca tinha acontecido antes, agora é a segunda menina em três meses... Eles almoçaram e Melinda pediu licença para levar a avó embora.

- Eu a levo, querida, pode ficar!

- Vovó, tudo bem se o tio Loidy levá-la?

- Sim, mas esse não é o nome dele!

Melinda deu um beijo nela e sorriu.

- Te amo, velhinha!

- Cuide-se, filha! Essa cidade está ficando perigosa.

Eles arrumaram as coisas do almoço e desceram para esperar Guilherme.

- Gente, eu vim a pé, não estão deixando ninguém passar de carro.

Ele deu beijinho nas meninas e um beijo em Filipe. Melinda arregalou seus olhos que brílharam, e começou a rir. Os dois olharam para ela.

- Sério isso? E eu fico sabendo assim? Engoli o comprimido sem água!

Os dois falaram juntos!

- Ele não falou?

- Não! Espera, vamos para praça e me contem tudo que preciso saber, não quero ser surpreendida com mais nada.

Então os três começaram a falar de tudo que havia acontecido na ausência dela... Sobre as meninas desaparecidas principalmente. Melinda parecia nunca ter morado naquela cidade antes.

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