CAPITULO III

CAPITULO III

     Muitas pessoas para evitar a real solidão, decidem adotar algum animal de estimação. Richard também havia tentado, mas os seres vivos não pareciam gostar dele.

Richard tentou ter um gato, mas o gato se enfurecia toda vez que seu dono se aproximava.

Richard tentou ter um cachorro, e acabou levando três injeções por causa da mordida de seu cão.

Richard tentou ter um passarinho, mas o mesmo o bicava toda vez que tentava colocar comida e água.

     Todas as tentativas de Richard de evitar a total solidão, se esgotaram. No fim Richard teve que confrontar e aceitar sua real situação.

Vivendo sozinho, Richard limpa, cozinha, lava, ocupando seu dia, e sua mente. Mas as tarefas domesticas, Richard termina no máximo em duas horas, o deixando livre o resto do dia, com a cabeça desocupada, pensando e refletindo.

     Assim foram passando os dias de Richard Kammer, com tempo de sobra e um bom dinheiro recebido do seu último emprego, Richard conseguirá se manter na sua casa alugada, por cerca de seis meses ou mais. Tempo suficiente para encontrar um novo emprego.

Mas essa já não é a situação de Richard, o mesmo decide não pensar sobre isso pelos próximos três meses ao menos.

     As noites de Richard, o mesmo se esforçava fazendo ginastica mental para não pensar sobre tais assuntos que o assustam. Algumas vezes, como em pesadelo real, Richard era atormentado pelos seus ancestrais, e espíritos zombadores. Mas mesmo a alma mais pura, assustava Richard, com um medo sufocante. Mas em muitas noites, deitado em sua cama, que era apenas um colchão ao chão de seu pequeno quarto de madeira, Richard fechava os olhos, tapava sua cabeça embaixo das cobertas, e tremia de medo em sua cama, que era apenas um colchão de casal doado pelo senhorio.

Adormecia suando, e quando amanhecia, todo seu medo e pavor iam embora, desaparecia como se nunca o tiveras. Como de costume, Richard se arrumaria para ir trabalhar, mas lembrou que estava desempregado, e decidiu ficar na cama até tarde.

Refletindo no seu travesseiro duro, Richard tenta lembrar de sua noite, onde o mesmo concordará que foi diferente as outras noites de tormento e pavor. Sentiu presenças de todos os tipos, boas e malignas, mas Richard ainda não compreendia porquê de fato tudo ocorria consigo, logo consigo.

     - O universo es de ser perfeito em tudo que cria, desde ao cosmo, há sistemas corporais. Tudo funciona em mais que perfeita harmonia! – Ressaltou Richard, em um tom baixo, e logo continuou a dizer – Mas por que parece que quando chegou minha vez, algo saiu dos eixos? -

Richard pensará em muitas possibilidades pelas próximas horas, chegando à conclusão nenhuma. O deixando frustrado pelo resto do seu dia. Quando levanta, perto do meio dia, é por que a fome bateu, mesmo que seja a mínima, e em seu fogão velho Richard requenta a comida da noite anterior. Cerca de quinze minutos depois, Richard termina de almoçar, e se deita um pouco em sua cama. Sem perceber, Richard cai no sono, adormecendo, voltando a acordar somente quase duas horas depois.

     - O mercado já deves estar aberto! – Pensa Richard se animando novamente.

     - Se o que pode me animar depois de uma noite daquelas, é com certeza ir ao mercado gastar! – Pensou Richard, e enquanto levantava, e se aprontava para ir ao mercado, há dois quarteirões de sua casa. Richard continuava pensando, sempre elétrico seus pensamentos.

     - Sim...digo, não! Eu já tenho cebolas suficiente – Conferindo a gaveta do fundo da geladeira.

     Richard está pronto, pega sua carteira a põe no bolso e sai de casa. Esta um pouco frio, havia chovido dia anterior, e hoje o tempo está nublado, mas n]ao chove, porem consigo trouxe o tempo frio, a qual animava Richard, pois muitas pessoas não saiam nesse tempo, e isso significa que Richard não precisará cumprimentar ninguém, nem mesmo os conhecidos, ou sequer ter que enfrentar filas e filas, mas mesmo por uma questão simples de não querer ser visto pelas pessoas.

Ao trancar a porta de sua pequena casa, e caminhar pelo corredor estreito que liga até a saída, para rua de chão batido. Richard encontra o senhorio, na sua casa a frente, mas preciso, na sua garagem, que fica colada na casa de madeira de Richard. E olhando pela cerca, Richard o cumprimenta.

O senhorio estava divorciado há pouco tempo, e nos pensamentos de Richard, pensava ser um bom sujeito, já com cabelos e barba grisalha, e a coluna começando a curvar para a velhice.

Richard sentia empatia com o senhorio que o acolheu.

     - Ele é muito gentil, e educado, mesmo eu parecendo esse cara horrível, ele me aceitou de braços aberto, confiou em mim quando nem mesmo eu confiava. Quero dizer, ele é um bom homem, sua esposa parecia ser uma boa pessoa também, é uma pena que tenha acabado, espero que seja passageiro, e logo os dois possam ocupar a varanda novamente e tomar seus chimarrões pela manhã. – Assim pensava Richard enquanto caminhava até o mercado. Com as mãos no bolso do casaco, toca cinza, como se quem ofuscasse sua própria essência e energia para não ser visto ou notado, e pensando, lá, distante.

Às vezes até sorria de canto, com pensamentos bons que tinha das pessoas a qual sentia empatia. Por alguns instantes Richard novamente tentará fazer parte de um sistema a qual não pertence, mas chegando ao mercado, Richard pega um cesto de compras, e começa andar pelos corredores, ao ver que algum corredor possui pessoas, Richard muda para o próximo e quando a pessoa sair, Richard volta para o tal corredor. Assim vai Richard, olhando os preços, colando no cesto, calculando os valores, devolvendo tal produto para a prateleira, pegando outro produto.

Apesar de parecer atrapalhado, andar para lá e para cá, Richard estava animado, e gostava de comprar, pensar sobre suas refeições.

Cerca de meia hora depois, finalmente Richard se dirige ao caixa, com seu cestinho cheio.

Passando as compras, Richard cuida o preço, e ao final, tenta pagar com seu cartão de credito.

     - Negado Senhor! – Responde a atendente

     - Como? Posso tentar de novo? – Perguntou Richard envergonhado

      - Negado! Saldo insuficiente – Responde a atendente pela segunda vez

     - Esse não é o cartão certo, eu esqueci meu outro cartão em casa, eu moro logo ali – Explica Richard olhando a carteira.

     As compras já estavam embaladas, e mesmo que Richard não precisasse ter comprado todas essas coisas, ele estava disposto a levar.

     Richard pediu para guardar suas compras, deixar do ladinho, que iria até em casa pegar o outro cartão que possuía. A atendente concordou, assim Richard corria sem folego para sua casa, ao chegar, procurou desesperadamente pelo seu cartão, e achaste em cima de uma cômoda onde guardava suas roupas. Assim Richard saiu novamente, mas já não conseguia correr, mas andava rapidamente.

Chegando no mercado, suas compras estavam lá, aliviado ficou. Mas havia fila, e Richard teria que esperar.

Durante a fila, Richard via o proposito das pessoas ao comprarem alimentos, e isso começou afeta-lo de um jeito a qual não conseguia controlar.

     De eufórico, animado, aliviado, passou a ficar triste, sem expressão, e longe, distante, com olhar vazio.

Analisando as pessoas ao redor, e na fila, via que o proposito de suas compras, era para alimentar a si, e alguém, seja filho, esposa, marido, mãe, pai. E começou a pensar muito sobre, pois Richard vivia para si próprio, seu cesto cheio, era para satisfazer seu ego e sua gula, ninguém dependia de Richard para comer, para sobreviver, e nos pensamentos de Richard, viver para si próprio, não tem valor nenhum.

Por fim, chegou sua vez, e dessa vez o cartão passou corretamente, Richard agradeceu muito a atendente e pôde levar suas compras.

Durante a descida até sua casa, Richard pensava ser muita comida para uma casa pequena, que seria muita comida para apenas uma pessoa. E sua animação, já não estava mais presente, Richard se sentia mal por não poder compartilhar suas refeições com queridos amigos ou familiares.

Assim chegou em casa, e guardou suas compras, comeu alguma coisa e voltou para sua cama, que era praticamente a única coisa que Richard tinha de mais confortável.

Richard não tinha TV, nem mesmo serviço de internet, possuía um Netbook, a qual n]ao tinha muitos recursos, e seus instrumentos musicais, mas sua inspiração estava longe.

Não conseguia sentir vontade e animo para tocar e se dedicar a seus instrumentos.

     Passará o dia deitado, pensando, refletindo, questionando, e criando inúmeras perguntas em sua mente. Olhava de um lado para outro, fechavas os olhos, abria, olhava da janela, que dava de vista para uma paisagem com umas casas e arvores ao fundo. Em um de seus dias até viste uma tempestade de raios da janela, que acontecia lá distante.

Momentos como esses que Richard considerava momentos felizes de sua vida.

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