Capítulo Dez: Outra Vez, O Perigo.

O despertador ecoa nos meus ouvidos, me viro na cama e abro os olhos e vejo o sol brilhando do lado de fora da janela.

          Levanto e tomo um banho rápido, me visto e coloco uma roupa qualquer, abro a gaveta e pego a pequena caixa com uma fita dourada e um laço e desço as escadas, vejo meus pais, irmãos e o Tyson reunidos na sala conversando e se revezando em jogar vídeo game.

— Oi queridos! – Falo e Thomas leva um susto.

— Brota do chão, cruz credo! – Thomas fala e eu rio.

— Pai, mãe, pausem o jogo! – Falo e eles fazem o que pedi.

— Diga amada filha! – Meu pai fala e eu rio.

— Bom, como todo ano a gente, dá um presente para vocês. Aqui está o desse ano! – Falo e entrego o embrulho.

— Vocês não fizeram isso! – Minha mãe fala.

— Fizemos! Foi caro e vocês embarcam amanhã! – Bryan fala e eu rio.

— O meu não vai superar o deles, mas, aqui está! – Tyson fala e entrega uma caixa para cada um.

                Eu e meus irmãos demos para os meus pais, um cruzeiro de duração de dois meses. Tyson deu quatro correntes para o meu pai e um vestido azul.

— Oi delicias! – Fabricio fala entrando em casa.

— Oi paixão! – Tio Léo responde entrando também, em seguida aperta a bunda de Fabricio.

— Agora que vocês já tem companhia, posso sair né? – Pergunto.

— Onde a mocinha vai? – Meu pai pergunta.

— Para a praia comigo! – Tyson responde já arrumado.

                  Depois de colocar o biquíni por baixo da minha roupa, que era um vestido curto florido, deixei meus cabelos soltos e arrumei a minha bolsa, com a carteira, protetor solar, óculos e a minha pistola Glock e então, sai do quarto e fui até o quarto de hospedes onde encontrei Tato falando com alguém no telefone, bati na porta do quarto.

— Ela chegou, preciso ir! – Tato fala e desliga o celular. 

— Olha ele, cheio dos contatos! – Falo e Tato sorri. 

— Você está gata demais, troca de roupa! – Tato fala e eu gargalho.

— Deus, todos os homens da minha vida vão ser ciumentos desse jeito? – Pergunto retoricamente enquanto andamos em direção a saída da casa.

— Não sei, Diogo é muito ciumento? – Tato pergunta enquanto descemos as escadas e passamos pelo Bryan e a Rafaela.

— Você está com seus dentes na boca por sorte do destino. – Bryan responde e eu seguro a gargalhada. 

— Sophia sempre colocando minha vida em risco! – Tato fala e vejo a Rafa revirar os olhos, respiro fundo e reviro os olhos também.

— Vamos né Tato! – Falo puxando ele para fora da casa. 

— Vamos no meu! – Tato fala e destrava o seu carro, um Porsche azul escuro novinho em folha.

— Deus, segura o pé desse menino porque eu amo a minha carinha do jeito que ela é! – Falo entrando no carro e colocando o sinto enquanto Tato gargalha e senta no banco do motorista.

                Ao contrário do que eu imaginava, não fomos a uma praia comum, Tyson me levou para a praia em que conheci Thiago, respirei fundo, Tyson me encarou quando saímos do carro, olhei para a praia e fechei os olhos, expulsando minhas memorias dessa praia.

— Lembra dessa praia? – Tyson pergunta.

— Não tem como esquecer! – Falo.

— Vamos nadar até aquela pedra? – Tyson pergunta apontando para uma pedra dentro do mar.

— Vamos! – Falo e tiro a roupa, e assim, corremos para a água.

                 Chegamos na pedra e subimos nela, sentei sobre ela olhando para o mar, que estava bem calmo, olhei para o Tato esperando ele começar a falar, não que eu estivesse mentalmente preparada para isso.

— Sophi, eu sei que o que eu vou falar não vai ser muito fácil, mas, eu vim para o Brasil por dois motivos e um deles é esse. –  Tyson fala e faz uma pausa. 

— A quatro anos quando eu e o TH fomos para Miami, nós recebemos um "Convite" para fazer parte de uma máfia, no começo eu nem quis participar dessas coisas porque a maré ainda precisava de um dono em tempo integral, se é que você me entende. Mas depois disso, Thiago precisou de ajuda com alguns assuntos envolvendo a máfia, eu ajudei ele e acabei gostando de fazer parte disso. O Thiago é o próximo a assumir o comando da máfia e o líder da máfia quer se instalar no Brasil e quer juntar os melhores dos melhores nela. E quando eu digo os melhores dos melhores nem é no quesito trafico, a máfia não se envolve com esses assuntos, apenas com o fornecimento de armas e alguns trabalhos para pessoas importantes e é ai que você entra! – Tyson fala e eu encaro ele.

— Eu? – Pergunto.

— Você é uma das melhores atiradoras que eu conheço, é filha do dono do alemão,  tem treinamento de luta, um dos melhores aliás. – Tyson fala e eu sorrio.

— Continue! – Falo.

— Tá. Para começar a máfia tem algumas regras.! A primeira é que, assim que você decidir, não só você vai fazer parte disso, seus pais e irmãos também, isso vai incluir a Rafa e os pais dela também, todos vão estar dentro dela de alguma forma!  A segunda regra é que, para fazer parte disso vocês vão precisar passar por um treinamento, tanto físico quanto com armas e por último teremos a iniciação, que é um pouco estranha, mas é necessária. A iniciação começa com você e quem concordar com isso, fazendo uma tatuagem de fênix no lugar que vocês decidirem, a tatuagem segue um padrão de desenho então a tatuagem é feita no dia da cerimônia de iniciação. Depois disso, todos os membros da máfia estarão presentes, a cerimonia começa com vocês indo até o palco e alguém da máfia, da sua escolha, fará um corte na palma da sua mão, depois disso, o sangue deve pingar em cima de um recipiente com carvões em chamas, isso simboliza a fênix e o lema da máfia, a pessoa que você escolhe, será seu padrinho ou madrinha de morte, o que significa que, se algo acontecer com você, essa pessoa irá te proteger, e caso você cometa um erro grave, é estar pessoa que irá te matar! Depois disso vai ter uma festa para comemorar e em seguida vocês irão ganhar um presente da escolha do líder! –  Tato fala e eu presto atenção em cada palavra 

— Caramba, eu preciso falar com meus pais e meus irmãos sobre isso. – Falo e ele concorda com a cabeça.

                Tyson e eu, acabamos almoçando em um quiosque na beira da praia, quando voltei para casa, falei com meu pai sobre o convite que Tyson fez, ele acabou por falar que teria que ver com a minha mãe, já que não colocaria nossa família nisso sem ela concordar.

                Pouco antes de anoitecer, recebi uma ligação de Diogo, pedindo que eu fosse jantar na casa dela, deixando claro que, o pai dele e a namorada do mesmo, queriam me conhecer.

                 Paro o carro na frente do condomínio onde o Diogo mora, o porteiro abre o portão para mim, Diogo havia insistido em ir me buscar, mas eu disse que se ele saísse de casa e deixasse o pai dele sozinho eu iria ficar muito irritada com ele, então ele concordou em me deixar dirigir até o seu apartamento, o que levou trinta minutos por conta do transito.

      Estacionei meu carro em uma das vagas que havia ali e apertei o botão do elevador, e ouvi um barulho atrás de mim, coloquei minha mão na pistola que estava na minha cintura e me virei olhando para todos os possíveis lados, depois de olhar e não achar nada, soltei a respiração que havia prendido por impulso, desvio meus pensamentos e entro no elevador, Kauan me disse que ainda estava com uma sensação ruim antes de eu sair de casa.

       Estou ficando paranoica.

    Paro no último andar do prédio e bato na porta da cobertura onde Diogo mora e em alguns segundos a porta é aberta pelo  Heitor, pai do Diogo, que hoje está com um sorriso ainda mais animado do que da primeira vez que eu o vi. 

— Oi querida, sou Heitor, pai do Diogo. Ele está na cozinha tentando fazer o jantar! – Heitor fala me cumprimentando com um beijo no rosto, sorrio.

— Bom, ou ele está animado ou tentando me matar! – Falo e Heitor ri.

— Você demorou! – Diogo fala assim que entro na cozinha.

— Transito. – Falo.

— Ah, você deve ser a Sophia é um prazer conhecer você finalmente. –  A mulher de cabelos pretos e olhos castanhos de uns 40 anos fala. 

— Sophia essa é a Joana, namorada do meu pai. –  Diogo fala e ela me abraça. 

— Diogo falou tanto de você! –  Joana fala e eu sorrio, olhando para ele que sai da sala indo para a cozinha. 

— Eu não sabia que eu era tão importante! –  Falo me sentando no sofá junto com ela e Heitor.

— Não me surpreende, conheço Heitor a dez anos e só agora ele me pediu em namoro! –  Ela fala e Heitor ri.

— Bom, eu não esperaria todo esse tempo. –  Falo e ela gargalha.

— Em minha defesa, Joana e eu sempre nos desencontramos e ela nunca disse que tinha interesse em mim. –  Heitor fala rindo. 

— Pode isso? O homem precisa de tutorial para descobrir as coisas! – Ela fala e eu gargalho. 

— A comida está pronta! –  Diogo fala vindo até mim e me puxando do sofá. 

— Heitor melhor achar o número da pizzaria! – Falo fazendo todos rirem, menos Diogo que revirou os olhos. 

— Ela me ama! –  Diogo fala e eu reviro os olhos. 

— E a comida? –  Pergunto e vejo Joana rir e negar com a cabeça.

                Diogo colocou as panquecas com queijo derretido e arroz em cima da mesa, Heitor pegou o vinho para acompanhar o jantar.

— Isso está muito bom! –  Falo colocando a segunda garfada de comida na boca 

— Tudo que eu faço é ótimo! –  Diogo fala e reviro os olhos

                Depois do jantar, Joana e eu fomos lavar a louça. Percebi ela me olhando atentamente durante todo o processo, que logo acabou, peguei meu celular e vi as mensagens de Kauan dizendo que era para eu ir para casa, pois, ele não queria que eu dormisse em casa e não chegasse tarde.

— Ei! – Chamo ele, assim que ele me vê, ele abre um sorriso. 

— Fica aqui hoje? –  Diogo fala colando nossos corpos. 

— Vamos lá pra casa, Kauan não quer que eu durma fora. – Falo e ele concorda com a cabeça e me beija apertando minha cintura. 

— Vamos, antes que eu desista! –  Diogo fala e eu gargalho. 

       Nos despedimos do Heitor e da Joana, e antes de irmos Heitor piscou pra mim e eu sorri.

      Dirigi até em casa e estacionei o carro na garagem, passei as ordens da ronda da guarda da casa para os meninos que estavam fazendo a mesma e entrei em casa, Diogo já estava jogado na minha cama.

— E essa folga ai ? –  Falo e ele ri.

— Sou de casa –  Ele fala e eu reviro os olhos. 

— Preciso de um banho, já volto – Falo pegando a toalha e indo para o banheiro. 

                Diogo acabou invadindo meu banho. Depois, do banho, coloquei uma camisa larga e deitei na cama, junto com Diogo que já estava deitado.

  — De quem é essa blusa? –  ele pergunta e eu sorrio. 

— Do homem mais lindo dessa casa! –  Falo e vejo ele me encarando. 

— Não é minha Sophia. –  ele fala e eu seguro o riso.

— É do Thomas, eu roubei já faz algum tempo. –  falo e ele suspira. 

— Bom saber que o Thomas é o homem mais lindo dessa casa. –  ele fala e eu reviro os olhos. 

— Diogo, isso vai soar bem clichê, mas, o que a gente tem? –  pergunto e ele meche no meu cabelo.

— Não sei, mas eu sei que não estamos cumprindo nosso acordo! –  Ele fala e eu suspiro. 

     Ficamos em silencio por alguns minutos, e só então eu percebi o que ainda não estava tão claro. Estar com o Diogo me traz paz e eu gosto de estar com ele, meu coração acelera quando vejo ele e por alguns pequenos momentos, eu volto a me sentir como se nunca houvesse sido magoada, como se nada tivesse dado errado e mesmo sabendo que isso pode acabar mal.

— Diogo! – Chamo ele que estava em silencio mexendo no meu cabelo. 

— Oi! –  Ele fala. 

— Eu gosto de você e gosto que não estejamos cumprindo nosso acordo. – Falo e ele sorri. 

— Eu também gosto Sophi e gosto ainda mais por você estar admitindo. –  Ele fala e eu sorrio. 

— Promete não deixar isso acabar de uma forma ruim? – Pergunto. 

— Prometo! –  Ele fala e eu sorrio e então dormimos. 

                                                             ****

                Encaro a figura encapuzada apontando a pistola para o Diogo, que aponta para o mesmo a pistola que eu guardo na gaveta do lado da cama. 

                O homem não responde então eu engatilho a arma e me levanto da cama.

— Joga essa merda no chão agora! –  Falo quase gritando com o homem e ele solta a arma, Diogo vai pra cima do homem acertando nele um soco.

— PAI!! –  Grito pegando a arma do homem que estava no chão, tirando ela de perto para não dar a chance dele pegar ela novamente, acendo a luz do quarto.

— QUE PORRA É ESSA? – Meu pai grita vendo Diogo jogar o cara desmaiado no chão. 

— Ele entrou aqui! – Falo finalmente sentido o medo percorrer o meu corpo. 

— KAUAN, THOMAS, BRYAN VENHAM AQUI! –  Meu pai grita e em minutos meus irmãos estão na porta do meu quarto.

— Que porra está acontecendo? Vocês estão bem? –  Minha mãe fala e meu pai tirar a máscara do cara enquanto meus irmãos seguram o homem que apenas se debate mudando sua expressão para pavor.

— Tentaram matar a Sophia! –  Diogo fala e Kauan começa a socar o homem 

— Quem te mandou aqui Caralho? –  Thomas fala socando ele que permanece quieto 

— Leva esse filho da puta pro galpão antes que eu mate ele aqui mesmo. –  Bryan fala visivelmente irritado.

Quero vocês aqui agora, dois segundos. – Meu pai fala no rádio e os meninos que fazem a guarda entram na casa desesperados. 

— Que porra é essa ? – Um deles pergunta olhando para o homem sangrando. 

— Ele ia me matar! Levem ele para o galpão! – Falo e vejo eles assustados.   

— E vocês seus filho da puta, vamos ter uma conversa depois que esse desgraçado abrir a boca. –  Bryan fala e os meninos levam o homem, Bryan bufa e vem me abraçar. 

— Você está bem? –  Bryan pergunta e eu abraço .

— Estou! Ele poderia ter ferido um de vocês! – Falo e ele senta comigo na cama.  

— O alvo era você Sophi –  Thomas fala sentando na cama também. 

— Minha menina, eu vou arrancar o pau desse filho da puta! –  Minha mãe fala mexendo no. meu cabelo  

— Vocês tem ideia do que ele queria? –  Diogo pergunta e eu percebo que ele está com os olhos repletos de raiva, mas mesmo assim vem para o meu lado, assim como todos os que estão ali. 

— Não, mas vamos descobrir! – Kauan fala e eu procuro o Thomas, mas ele não está mais no quarto. 

— Sophi, trouxe isso! –  Thomas fala e sua voz sai mais rouca que o normal e seus olhos azuis estão mais escuros, ele me entrega um copo de agua com o que eu acredito ser açúcar.

— Eu estou bem, juro. Diogo acordou antes de mim e me deu tempo para acordar menos assustada! – Falo e eles respiram fundo. 

— Filha, vai para o quarto de um dos seus irmãos, Diogo vai para o quarto de hospedes, amanhã a gente vai resolver isso! –  Minha mãe fala e eu apenas concordo com a cabeça. 

— Preciso falar com vocês, pai, liga para o tio Léo e manda ele, a tia e a Rafaela viram para cá! –  Falo e ele apenas faz o que eu pedi.

                Sento no sofá esperando o resto do pessoal chegar, Thomas estava em choque, andava de um lado para o outro sem parar. Diogo pegou suas roupas e foi embora, sem dizer nada.

                Quando meus tios chegaram, a expressão em seus rostos refletia preocupação, Rafaela me abraçou bem forte quando me viu.

— Nunca mais me acorda com uma notícia dessas! – Rafaela fala e eu sorrio.

— Sentem, preciso falar com vocês! – Meu pai fala e todos se sentam.

— Hoje à tarde, Sophia falou que Tyson quer que façamos parte da máfia Russa! Precisamos decidir o que fazer, rápido! – Meu pai fala e o Tio Léo o encara.

— Você acha que Tyson traiu a gente? – Rafaela pergunta.

— Não, conheço ele. Mas com esse convite, tem alguém que não ficou feliz, ganhamos ainda mais inimigos! – Meu pai fala e eu fecho os olhos.

                Inimigos.

                Desde que eu e Bryan nascemos, viemos escutando essa palavra, sempre lidando com a preocupação dos nossos pais, e quando crescemos, virou a nossa própria preocupação, ganhamos muitos inimigos, inimigos que mal sabemos o nome ou conhecemos o rosto, inimigos que podem estar ao nosso lado ou a milhares de quilômetros de distância.

— Liga para o Tyson e fala que estamos dentro e que queremos ele aqui assim que o sol nascer – Meu pai fala e eu pego o celular e mando mensagem para o Tato, não liguei, pois, sabia que ele viria voando para cá e isso daria ainda mais confusão.

                Depois de tudo resolvido, não vi mais Thomas no andar de baixo, então, fui rapidamente para o quarto dele, a porta estava apenas encostada, meu irmão estava tremendo, na sacada do quarto socando a parede, suas mãos já começavam a sangrar.

— Thomas! – Chamo ele, mas não tenho resposta.

— Thomas, sou eu, a Sophi! – Falo e ele se vira para mim, parando de socar a parede.

— Sophia! – Thomas fala e deixa as lagrimas saírem.

                Abraço meu irmão e deixo ele chorar, Thomas soluçava como uma criança, esperei ele se acalmar.

— Eu ia falhar! De novo Sophia! – Thomas fala e eu nego com a cabeça.

— Thomas, para. Aquelas pessoas não vão voltar, eu estou bem! – Falo lembrando do dia que causou esse trauma em Thomas.

Quando eu tinha seis anos, minha mãe estava trabalhando e Bryan estava na casa do Tio Léo, quando começaram a invadir o morro, meu pai e Kauan saíram para ajudar, eu e Thomas ficamos sozinhos em casa. Thomas nunca havia tocado em uma arma, minha mãe estava tentando manter ele e Kauan, longe do mundo turbulento do meu pai, porém, Kauan era mais teimoso que Thomas.

                Durante o confronto, três homens conseguiram chegar a nossa casa, Thomas me colocou no quarto dele e pediu que eu não saísse dali ele saiu, trocou tiro com os homens. Um daqueles homens, conseguiu me fazer de refém, eu chorava muito e pedia para Thomas correr, ele não mexeu um musculo, continuou com a arma na mão, pedindo para trocar de lugar comigo, disse até mesmo que o homem podia matar ele, caso ele me soltasse.

                Meu pai chegou bem na hora e matou o homem. Naquela noite, Thomas teve uma crise de pânico enorme, desde então, quando qualquer um de nós, principalmente eu, fica em perigo, ele tem essa reação.

— Eu já perdi muita gente Sophia, não posso perder você também! – Thomas fala e deito com ele na cama.

— Você não vai me perder! Nunca! Você é meu anjo dos olhos azuis!  – Falo e ele continua chorando.

— Um anjo? – Thomas pergunta, se acalmando.

— Sim, desde pequena, eu achava que você era um anjo! – Falo e ele ri.

                Depois que Thomas se acalmou, Bryan se juntou a nós na cama. Deixei os dois dormindo e sai lentamente da cama.

                Encontrei Kauan do lado de fora da casa, na beira da piscina, fumando. Kauan quase nunca fuma cigarro, a não ser quando está triste.

— Kauan! – Chamo e ele me olha.

— Sabia que você ia vir aqui! – Kauan fala e eu sorrio.

— Bryan e eu invadimos a cama do Thomas, vim te buscar! – Falo e ele levanta e vem me abraçar.

— Sabe porque eu te pedi para vir para casa hoje? – Kauan pergunta.

— Aquela sensação voltou? – Pergunto e ele afirma com a cabeça.

— Promete que nunca vai deixar a gente? – Kauan fala e eu afirmo com a cabeça.

— Prometo! – Falo, mesmo sabendo talvez não possa cumprir essa promessa.

                Kauan e eu voltamos para o quarto do Thomas, nos esprememos e dormimos todos juntos, na manhã seguinte, voltaríamos a pensar no que fazer.

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