Capítulo Cinco: O Inimigo Que Não Vejo.

Chegamos ao local do racha e já estava tudo uma verdadeira bagunça, o som dos carros no máximo e a multidão de pessoas dançando e bebendo me fez respirar fundo, andamos até uma parte mais isolada, onde estavam Enzo e Theles.

— Oi meninos! – Falo me aproximando deles.

— Veio competir? – Theles pergunta.

— Quem dera, meu pai me mata se me ver em um carro! – Falo e ambos riem.

— Ele te mataria se te visse em uma moto? – Enzo fala rodando uma chave em seus dedos.

— Mataria! Pode acreditar! – Meu pai fala surgindo atrás de mim.

— Patrão, estava falando agora mesmo para a Sophia que ela não pode competir! – Enzo fala e meu pai revira os olhos, Theles ri e eu faço o mesmo.

— Sei bem! Quantos temos para hoje? – Meu pai pergunta se referindo aos competidores do racha.

— Tirando o nosso pessoal, temos quarenta carros! – Theles responde com um sorriso vitorioso no rosto.

— E a polícia? – Meu pai pergunta.

— Demos o pagamento hoje cedo! – Enzo responde e meu pai relaxa.

                Uma das coisas que aprendi desde nova, é que, existem pessoas ruins de ambos os lados, mas algumas, escondem bem. A polícia do Rio de Janeiro não é toda corrupta, pelo contrário, existem policiais que trabalham e dão a vida para defender a população, mas também existem aqueles que se vendem, que não estão preocupados com as vidas que deixaram de salvar ao se vender para pessoas como nós, – Traficantes, mafiosos e outros tantos. – Meu pai, pagou o chefe do departamento de polícia para deletar todas as denúncias que chegassem referente ao racha, claro que estamos organizando o racha em um local distante, onde raramente alguém, vai ser incomodado, mas mesmo assim, ele garantiu que tudo funcionasse.

— Bom, anunciem a primeira corrida! – Meu pai fala e Theles sai de perto de nós e vai para a pista.

                Encontrei com Rafaela e Mariana – Amiga de Rafaela –  na fila para o banheiro, quando saímos de lá, resolvemos começar a beber e em seguida, fomos para a pista de dança.

                Mariana Chaves, é filha de um magnata de São Paulo, mas mora no Rio de Janeiro para escapar dos olhos furiosos do seu pai, que queria até um tempo atrás, que ela se casasse com um dos herdeiros de um sócio dele, mas, Mariana é teimosa, na época ela se apaixonou por Miguel, sem saber que ele era seu segurança disfarçado, depois que ela descobriu, mandou Miguel sumir e nunca mais voltar desde então, Mariana vem para lugares como esse para esquecer da sua realidade.

                Eu ainda balançava meu corpo no ritmo da música quando Enzo anunciou a corrida principal. Corri para ver quem eram os competidores, reconheci o dragão estampado na parte de trás da jaqueta do piloto que estava na terceira posição assim que o vi. Esperei a corrida terminar, como o esperado, o terceiro carro foi quem chegou em primeiro, a garota loira que estava na primeira posição chegou em segundo, para minha surpresa, já que nunca tinha a visto antes.

                Ando até o carro do vencedor furiosa, empurro a garota que o abraçava e assim que seus olhos batem em mim ele abre um sorriso gigante.

— Oi Novack! – Cameron fala rindo.

— Vladock seu maldito! Que saudade! – Falo abraçando ele.

                Conheci Cameron Vladock logo depois que Thiago saiu da minha vida, em um belo dia me meti em uma briga com seis caras de uma gangue – A mesma que já havia cercado a mim e a Tyson na praia – E Cameron me ajudou, já que é lutador desde pequeno, desde então viramos amigos, Cameron era a única pessoa que conseguia me animar, e apesar de Cameron ser lindo, nunca tivemos maldade um com o outro.

— Por onde você andou sua maluca? – Cameron pergunta assim que sentamos no meio fio.

— Passei três anos em São Paulo! – Falo e Cameron faz uma careta.

— Podia ter ido para Londres comigo! Meu pessoal ia amar te conhecer! – Cameron fala e eu sorrio.

— Como estão as coisas Cam? – Pergunto e ele sorri.

— Bem! Kelvin vai casar mês que vem! – Cameron fala se referindo ao irmão mais novo.

— E você? – Falo e Cameron gargalha.

— Você sabe que odeio algemas! – Cameron fala e eu rio.

                 Fico conversando com Cameron até escutar um barulho enorme, em seguida vejo fogo, corro para ver o que aconteceu e me deparo com o carro dos meus pais em chamas, entro em desespero, olho para todos os lados e vejo os dois correndo até mim, junto com os meus irmãos.

— Que droga aconteceu aqui? – Escuto alguém perguntar ainda em choque.

— Pai, a Sophia! – Escuto a voz de Bryan enquanto eu me abaixo, olhando para o carro e sentindo o ar diminuir.

— Tira ela daqui! Acabou o racha! Mando alguém buscar a Sophia assim que puder! – Meu pai fala e vejo Diogo surgir na minha frente.

— Sophia calma! Sou eu, vamos sair daqui! – Diogo fala e eu apenas seguro sua mão, algo me diz que posso confiar nele, saímos dali caminhando lentamente, enquanto eu tentava respirar.

                Chegamos na casa de Diogo minutos depois, ele me ajudou a sair do carro e fez sentar em seu sofá e esperar que ele fizesse um chá para que eu me acalmasse, depois de tomar o chá, Diogo finalmente teve coragem para perguntar.

— Quer me contar porque ficou em pânico? – Diogo pergunta e eu respiro fundo.

— A quatro anos eu sofri um acidente de carro, não morri porque o homem que fez meu carro capotar errou o tiro, desde então eu tenho essas crises! – Falo e Diogo fecha a mão, como se tivesse com raiva.

— Desculpa! – Diogo fala e eu encaro ele.

— Tudo bem. Quer me mostrar o quarto de hospedes? – Pergunto sorrindo e ele sorri de volta. Peguei no sono minutos depois.

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