Capitulo 3.

Sai de casa a procura do que fazer, e acabei por parar perto de um campo de futebol onde umas crianças estavam jogando, quando de repente uma das crianças chutou a bola com tanta força que o brinquedo se perdeu na mata. – Os demais vaiaram para o menino de cabelos encaracolados e o mesmo olhou para a mata com um certo receio. Fiquei com pena daquele pequeno, tenho medo dele acabar se perdendo ou pior, encontrar alguma criatura violenta, nem pessoas adultas chegam perto dessa floresta, quem dirá uma criança, a área onde a classe média a baixa fica, é perto da floresta, motivo? O governo cismou que as pessoas de categoria mais alta, deveriam ter mais segurança, e os outros que se ferrem, então aqui é um local bem conhecido por assaltos, já que tem pouquíssima segurança aqui, posso contar nos dedos quantas vezes vi uma viatura de policial. – Me aproximei do campinho e falei atrás da grade.

- Podem deixar, eu pego a bola de vocês. – Afirmei vendo o sorriso das crianças aumentar. Saí mata a fora, tenho um pouco de medo dessa mata, ela é escura e meio macabra, um vento gélido, um cenário perfeito de filme de terror. Andando com muito medo e receio, fiquei me perguntando como um ser tão pequeno consegue chutar tão forte a ponto de uma bola desaparecer nesse meio de Árvores.

Andei por mais alguns minutos até que avistei a bola emboscada nos galhos de um arbusto. Andei até a bola sem olhar para o chão, até que eu tropeço em uma pedra e me ralo toda no chão.

- Merda! – Resmunguei enquanto via minhas pernas com pequenos aranhões sangrando, olhei para os lados e vi um lago próximo, preciso me limpar, peguei a bola e andei até o lago. Coloquei um pouco de água na minha mão e passei devagar em meus joelhos esfolados, sentido a ardência, mas eu preciso tirar a terra. – Ouvi passos vindo em minha direção, peguei a bola em minhas mãos e fiquei em posição de defesa (Quem eu quero enganar, não sei me defender nem de uma abelha quem dirá de uma criatura violenta) fiquei ofegante, estava nervosa e com medo. Merda! Eu sou tão nova pra morrer! – Olho para a trilha até que do nada aparece uma criatura de orelhas pontudas, quer dizer um elfo! Dou um pulo largando a bola imediatamente e levantando as mãos arregalando os olhos.

- E-eu só vim pegar a bola das crianças, e-eu vim em p-paz! – Gaguejei levantando as mãos em sinal de rendição. – e parece que não só eu me assustei, o mesmo me olhou com uma cara meio espantada e surpresa.

- Calma, eu não vou te machucar. – Ele fala me olhando, abaixei os braços mas ainda desconfiada. – E-eu me perdi, e não sei onde estou, eu... Senti um cheiro diferente e decidi vir até aqui, mas enfim, me chamo Ravi e você? – Ele acena com a mão e sorri, seu cabelo é azulado e sua pele é um branco rosado, suas orelhas pontudas, seus olhos são tão verdes que podem até brilhar no escuro.

- Me chamo Zayra. – Me abaixo e recolho a bola que caiu de minhas mãos. Abraço a bola como se ela fosse me proteger de quaisquer ataque que ele fizesse, tenho medo, sinceramente, não confio nele, essas criaturas podem ser bem traiçoeiras. Qualquer coisa eu jogo a bola na cara dele e saiu correndo, eu invento uma desculpa para as crianças

- Olha eu sei que te assustei, não vou negar que fiquei espantado também, nunca havia visto um humano tão de perto, muito menos alguém que não tem pretensão de me matar. Pelo menos eu acho. – Ele sussurra a última parte, mas como não estamos tão longe, consigo ouvi-lo. – Mas, se não for incomodo, você pode me ajudar a chegar na trilha do barro, acho que vocês chamam assim. – Ele pergunta, e eu assinto eu que não vou negar, vai que ele tenta me machucar, mesmo ele dizendo que não vai me machucar, eu tenho um pouco de medo.

- A trilha do barro é perto daqui, o grande problema é que como não tem placa é mais difícil de achar, já que aqui tem 3 trilhas...

- Eu acabei me perdendo, eu moro em uma vila aqui perto, mas pediram para eu ir a outra vila, para resolver algumas coisas. – Ele fala e só agora eu reparei que ele segurava um pacote em suas mãos.

- Precisamos ser rápidos, não podemos ser vistos juntos. – Falo me lembrando do detalhe que não poderíamos, sequer estar falando um com o outro, muito menos ajudar.

- Relaxa, essa hora estão todos dormindo, então vai ser difícil a gente ser visto por alguém. – Ele me explica. É bem difícil alguém estar dormindo essa hora, visto que são 15:00 da tarde.

- Bom, aqui é o começo da trilha, acho que você consegue se virar agora.

- Obrigada Zayra, se não fosse você teria me perdido obrigada.

- De nada, e sinceramente estava com medo de você me machucar mas você é bem legal pra um elfo.

- Aposto que nunca viu um.

- Nunca mesmo, tenho que voltar, adeus. – Andei para o lado contrário da trilha e acenei para o mesmo.

Quando voltei para a praça todas as crianças estavam reunidas, e a suas expressões pareciam ser de aflição. – Assim que eu me aproximei, todas me olharam e ficaram aliviados.

- Pensávamos que você havia morrido, estava demorando muito! – Uma menina com um rabo de cavalo que estava juntamente com os meninos exclamou.

- A bola estava muito longe, quase não achei ela. – Entreguei a bola para um menino, e inventei uma história para eles, já que eu não podia falar para eles o que aconteceu na floresta, pois seria bem perigoso. Imagina se minha mãe descobre? Nossa, ela cai dura no chão. Os pequenos me agradeceram e eu fui pra casa.

Eu queria que o meu pai estivesse aqui, tudo seria mais fácil, com toda certeza ele me apoiaria. Ele sempre falou pra mim seguir meus sonhos, e não ligar para a opinião dos outros, e é isso que eu estou fazendo, estou seguindo meu sonho, e não importa se minha mãe apoia ou não.

Enquanto voltava pra casa, pensava no acontecido na mata, eu nunca na minha vida havia visto um ser místico tão de perto, e agora eu percebo como foi perigoso a gente ter andado juntos, ri com esse pensamento. – Eu nunca fui uma pessoa que corre risco, sempre segui muito as regras, mas parece que dessa vez correu uma adrenalina tão grande. Talvez esse risco não foi tão ruim, o... Nossa, como é mesmo o nome dele? Ah, Ravi, ele não me parece ser uma pessoa ruim.

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