Capitulo 2.

Depois de algumas horas me divertido com os demais fui para a minha casa, preciso conversar com minha mãe. – Chegando lá Ravenna está sentada no sofá juntamente com Zack, assim que eu faço barulho com a porta, atraio o olhar de ambos.

- Tudo bem? – Perguntei desconfiada, os dois não paravam de me olhar, eu até já sei onde essa conversa vai dar, e acredite no final, nos três vamos estar brigando um com o outro.

- Tudo bem? Como você pergunta isso sabendo que nossa mãe está extremamente triste com o fato de que a filha mais nova dela não quer seguir um rumo com mais realidade, e prefere ficar em um mundo fantasioso. – Ravenna se pronuncia com ódio, quem ela pensa que é pra falar assim comigo? Eu sei que decepcionei a mãe, mas não é pra tanto.

- Vocês estão fazendo uma coisa pequena parecer que foi a pior coisa do mundo, aprendam que só porque vocês dois fizeram o que a mãe queria que eu tenho que fazer também, entendam de uma vez por todas, eu não vou mudar de ideia, porque eu quero fazer uma coisa que eu goste, não quero viver infeliz pelo resto da minha vida. E se vocês não gostaram? Azar de vocês. – Sai de casa e nem olhei para trás.

Saí de casa batendo a porta, argh! Eu sinceramente não aguento mais essa pressão que eles fazem, fui até uma lanchonete próxima e pedi um chá para tentar me acalmar, nem sempre eles foram assim, antes do meu pai ir embora, minha mãe sempre ressaltava que eu deveria ser quem eu quisesse, porém quando meu pai foi embora, isso foi por água baixo, ela mudou tudo, seu jeito de falar, se vestir tudo, até sua personalidade. Ela passou a odiar todos a sua volta, e passou a ter uma educação extremamente rígida, principalmente comigo que sou a mais nova. – Nunca fui uma garota rebelde, sempre ajudei no que pude, e sempre a respeitei, por que agora ela quer me julgar em todas as formas? Eu nunca fui uma péssima filha, pelo menos eu acho, então por que ela me julga tanto?

Olhei para o lado e vi um parquinho, o dia hoje estava ensolarado, então a praça estava cheia de crianças e seus pais, e um casal em especifico me chamou atenção pois, diferente dos outros pais que estavam sentados conversando, eles estavam brincando com seu filho, a mãe ria das risadas que o filho dava enquanto seu pai lhe fazia cosquinhas. – Sacudi de leve minha cabeça tentando dispersar meus pensamentos relacionados ao meu pai, eu nunca superei de fato sua partida. Suspirei me levantando indo em direção ao balcão e pagando a conta... – Pensei durante um tempo e bom, resolvi voltar a minha casa, não posso viver o tempo todo me escondendo, e eu teria de enfrentar a fera de qualquer maneira, então com muito receio fui para minha casa, até que escuto uma coisa que me chamou atenção, eu estava passado por um beco e vi duas sombras conversando, meu lado fofoqueira falou mais alto então me aproximei para ouvir mais.

- Eu não quero que ninguém lhe veja, isso é extremamente confidencial, não posso ser visto andando com um elfo. – Uma voz masculina surge, falando bem baixo, quase inaudível, mas... Elfo? Fiquei um pouco surpresa porquê aqui na cidade é terminantemente proibido a entrada de seres místicos, porém nem todos seguem as regras.

- Não podemos ser vistos juntos, eu preciso que entregue esse envelope para você sabe quem. – Outra voz masculina falou, imagina se eu sou do governo? Eles estariam mortos, quem é o louco que pede para se encontrar em um beco que é facilmente localizado? – Minha linha de raciocínio foi interrompida por passos na direção da saída do beco, sai correndo para não ser vista, eu que não quero me meter em confusão.

Avistei a minha casa, e já me deu um frio na espinha, meus irmãos nesse momento devem ter voltado ao trabalho, o que me dá mais medo, porque com minha mãe sozinha comigo, a chance deles se juntarem para me colocarem pra baixo é maior. Cheguei em casa tentando fazer o mínimo de barulho possível, o que não adiantou muita coisa, já que minha mãe estava no sofá com uma cara nada agradável, ela automaticamente olha para a porta e me condena com o seu olhar, dei um sorriso, pois estava nervosa.

- Sorrir não vai adiantar muito senhorita Zayra! – Ela afirma, me olhando torto. Me sentei no sofá sentindo uma culpa enorme.

- Olha eu sei que o que eu fiz não foi nada legal, mas entenda o meu lado, por favor. – Supliquei tentando fazer ela entender o meu lado.

- Eu entendo seu lado, só não consigo compreender o porquê você quer essa área tão ridícula. – Viram? É isso que ela faz, humilha o que eu quero e exalta o que ela quer.

- Não é ridículo, só por que é uma área pouco conhecida não significa que ela seja ridícula! – Defendi com todas as minhas garras, eu não quero viver brigando com ela, mas ela também não facilita nada.

- Minha opinião já está formada, se me der licença tenho coisas mais importantes para fazer ao invés de tentar por juízo nessa sua cabeça! – A mesma termina de falar se levantando saindo de casa, respirei fundo, bom eu tentei, não tem muita coisa que eu possa fazer.

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