Capítulo 03

  — Clara pelo amor de Deus acorda! – Eu falo assustada.

    — Por favor, nos ajudem, socorro! – Grita Luize desesperada.

    — Clara acorda, Clara, por favor, acorda! – Choraminga Ana.

De repente uma ambulância aparece e seguimos com Clara desacordada para o hospital, assim que chegamos uma enfermeira pede para preenchermos os documentos, Luize e Ana ficam preenchendo os documentos, enquanto eu fico andando de um lado para o outro, minha cabeça está a mil, como isso pôde acontecer, poderia ter sido com qualquer uma de nós, meu Deus será que foi só um sexo selvagem ou Clara foi estuprada?

Começo a entrar em pânico novamente. Não sei o que fazer ou o que dizer, e se ela foi conivente com tudo o que houve com ela e isso acabou saindo do controle? E se ela se drogou ou pior a drogaram? Meu Deus me ajuda, não sei lidar com essa situação nem nunca vivi uma coisa dessas, nesse momento vem um médico nos chamando. – Os familiares da paciente Clara.

— Somos amigas dela e estávamos todas juntas, menos na hora do acontecido.

— Bem senhorita. – Sinto o desconforto do medico, e que as noticias não são boas – A paciente Clara foi violentada brutalmente, nesse momento ela se encontra internada na UTI, seu estado é bem delicado, o que nos levou a transferi-la foi uma hemorragia interna causada pelo estupro, gostaria de falar com uma de vocês na minha sala. – Ele fala e logo depois se retira.

— Meu Deus! — Falamos juntas. Ana e Luize entram em desespero, não param de chorar, mas uma de nós tem que ir à sala do médico. Então resolvo ir falo para as meninas ficarem na sala de espera que vou falar com ele.

Bato à porta e escuto o médico dizer que poderia entrar.

— Melody né? — Pergunta o doutor.

— Sim – Respondo.

— Bem, meu nome é Antony, vou logo ao ponto, o estado da sua amiga é bem grave e em casos de violência a polícia é acionada imediatamente, mais o que realmente me preocupa é que sua amiga não foi violada por uma só pessoa, encontramos mais de três tipos de sêmen nela, nós realizamos esse tipo de exame para coletar provas caso a paciente resolva seguir com a denuncia. Muitas vezes a vitima prefere não prestar queixa por sentir vergonha como se a culpa fosse dela. Mas não e. A culpa nunca e do agredido e sim do agressor nestes casos agressores. E importante que a família ajude neste momento difícil.

Nesse momento paro de ouvir qualquer outra coisa que o médico está falando, entro em estado de choque, como isso pode ter acontecido, por quê?

— Senhorita, você está me ouvindo? Senhorita?

— Des-Desculpa doutor parei de escutar quando o senhor me disse que foram pelo menos três pessoas, não escutei mais nada depois daí.

— Então. Continuando aplicamos nela um coquetel para evitar qualquer tipo de contaminação principalmente contra o vírus do HIV.

— HIV, não, não doutor, estes monstros, por que, por que nossa amiga poderia ter sido com qualquer uma de nós. – Falo, mas sinto como se tudo estivesse rodando, minha cabeça pesa, aconteceu muita coisa para uma noite só, escuto o doutor falando algo, mas, de repente, apago.

Acordo sem saber onde estou aos poucos minha vista fica clara, e posso enxergar com clareza, percebo que estou na sala do hospital, ao mesmo tempo vejo as meninas no meu quarto, que assim que percebem o que acordei vem falar comigo.

— Mel como você está? — Me pergunta minha amiga Lui.

— Estou bem amiga, por que estou deitada na cama do hospital?

— Você desmaiou Mel, aí o médico resolveu te deixar descansado em um quarto – responde Ana.

— E a Clara, vocês têm notícias dela?

— Sim Mel, ela já está instável e saiu da UTI, já está em um quarto particular, como o seu.

— Como assim? Como o meu? Vocês nos transferiram para um quarto particular?

— Na verdade não, quem pagou foi o... — Ia falar Luize.

— Fui eu amor. — Fico sem reação, como ele soube? Estava tão preocupada com o que aconteceu com Clara, que nem para seus pais avisei.

— Mel, por que você não me ligou para me falar o que estava acontecendo? Eu com certeza iria lhe ajudar e às meninas também, para isso que servem os namorados.

Ué o que eu acabei de ouvir? Enzo disse: namorados? Não só posso estar ouvindo coisas, fico sem entender, mas deixo para lá.

— É que não parei para processar os acontecimentos e quando pensei desmaiei, me desculpa, mas nem para os pais da Clara eu avisei, sou uma péssima amiga. Falo e começo a chorar

— Não amor não chora, e para os pais de sua amiga eu já avisei, assim que Luize me informou o acontecido vim direto para cá, chegando aqui ela me disse que você também estava num quarto em observação, e, pois, bem aqui estou eu e aproveitei falei com o médico e com os pais da Clara mas não disse sobe o estupro só que eles precisavam vir pra cá. Só assenti com a cabeça.

Quando o médico entra no meu quarto me diz que não precisarei ficar mais em observação e me libera para ir ao encontro de Clara, falo com Enzo e com as meninas que quero falar com Clara sozinha antes dos pais dela chegarem, todos concordam.

Assim que entro no quarto de Clara ela percebe que sou eu e logo começa a chorar, não sei o que falar para consolá-la.

— Mel, me desculpa ter saído de perto de vocês, se eu tivesse ficado lá isso não teria acontecido.

— Xii... — Digo a abraçando. — Você não tem culpa meu amor, não teria como saber que isso aconteceria, foi com você, mas poderia ter sido com qualquer uma de nós — Digo a ela.

— Não Mel, eu fui com eles, mas para mim seria um sexo a três, mas aí apareceram mais dois e começaram brutalmente a me torturar, até que depois que todos eles fizeram o que queriam me soltaram, toda rasgada, ensangüentada e envergonhada de mim mesma.

— Eu sinto muito mesmo, queria poder te ajudar mais não posso, seus pais já estão a caminho, eles decidirão o que fazer com você e espero que você preste queixa para que isso não venha a acontecer com outras meninas, o pior que como foi à noite você certamente não se lembrará deles.

— É, eu me lembro de três deles, e outra coisa que vai poder me ajudar, é que onde eu fiquei eu vi uma câmera, então poderei reconhecê-los, e não queria falar sobre isso com meus pais sei que eles têm que saber para me ajudar, mas é vergonhoso, fala disso com eles por mim Mel?— Eu sei e por isso não vou sair do seu lado, sei que nunca fomos tão amigas como Luize e eu, mas como crescemos todas juntas eu aprendi a gostar de vocês, e sei que se fosse comigo vocês também me ajudariam.

— Isso é verdade – Ela fala com um sorriso inocente, um pouco mais de dez minutos Enzo e as meninas entram no quarto, as meninas falam um pouco com Clara, e eu fico em

um canto com Enzo, os pais dela entram no quarto, então decidimos esperar do lado de fora.

— É melhor vocês irem para casa, vocês precisam descansar, eu levo vocês. – Diz Enzo.

— Não precisa, vamos ficar com ela, pelo menos até ela ter alta, pois depois daí sei que os pais delas se encarregarão do resto, a mãe dela é delegada e o pai perito criminal, eles vão encontrar esses monstros. – Eu digo para Enzo que acena com a cabeça.

Passamos a noite no hospital com Clara e seus pais. No meio da tarde do dia seguinte o médico dá alta para ela, mas informa que ela terá que comparecer ao hospital durante um período de quinze em quinze dias para exames e tal; com isso vamos todos para casa, me despeço de Ana que vai junto com sua tia seu tio e sua prima Clara, já eu e Luize vamos com Enzo, deixamos Lui em casa e vamos para minha casa, pois precisamos dormir um pouco, estamos mortos de cansados, assim que entramos Enzo pede para tomar um banho, pois não consegue dormir sem seu banho, digo para ele que pode usar o banheiro do meu quarto, e ele segue para o banho, vou para cozinha para tomar um comprimido para a dor de cabeça que está me matando e também terei que tomar um banho, decido tomar banho no banheiro do corredor e assim faço, tomo meu banho e vou para meu quarto só de toalha, assim que entro me dou conta que estou apenas de toalha, passo por Enzo só de cueca box e vou para minha cômoda pegar meu baby-doll, rosa, e vou logo para o banheiro me vestir e escovar meus dentes, quando volto ele está me esperando para deitarmos, subo na cama e deito com o corpo próximo ao do Enzo e logo adormeço.

Acordo com uma fome, meu estômago até ronca, olho no relógio digital na cabeceira do meu criado-mudo e percebo que já passam das duas horas da madrugada, me levanto e vou em direção às escadas e logo sinto um cheiro delicioso de comida, assim que chego à cozinha vejo que Enzo está acabando de colocar os pratos na mesa da cozinha.

— Boa noite dorminhoca – Ele diz.

— Boa noite – Falo com um sorriso.

— Hum… O cheiro está delicioso!

— Espero que goste, então pode se senta e comer, imagino que esteja com fome, porque estou varado de fome!

Começo a comer e então percebo o quanto está deliciosa a comida, na verdade não sabia que ele cozinhava, tudo bem que é uma comida simples, mas muito boa, esse macarrão com almôndegas, hum.

— Está muito boa a comida, não sabia que você cozinhava!

— Na verdade não cozinho, liguei e pedi no restaurante.

Ele cora e fico surpresa com sua sinceridade, era de ser esperar ele tinha que ser ruim em alguma coisa, pois não basta ele ser um Deus grego e perfeito em tudo né, com esses pensamentos eu coro e me distraio um pouco dos últimos acontecimentos.

— Terra chamando Melody! — Ele fala brincando.

— Oi – Digo sarcasticamente.

— Oi – Ele fala entrando no meu jogo, seu sorriso é incrível, posso passar horas olhando pra ele, e nessa hora me dou conta do quanto eu queria que ele me tocasse, que ele transasse comigo, que essas mãos percorressem meu corpo nu e suado de prazer, desejo mais do que nunca senti-lo me penetrar, mesmo que doa, mesmo que seja só uma vez, o quero em mim, me amando pelo menos por uma noite, quero fazer sexo de uma maneira incrível, quero acordar dolorida de tanto ele me foder.

— Melody?

— Oi!

— Você está bem? Está mais vermelha que a cor do seu cabelo.

— Queria te fazer uma pergunta, posso?

— Sim claro, o que você quiser saber!

— Bem, o que eu quero saber é, por que toda vez que as coisas esquentam entre nós você simplesmente vai embora, sem nem tentar terminar o que começamos? Você não percebeu que quero transar com você?

— A verdade é que eu não quero transar com você!

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