Capitulo 7

Jackson

Hoje Fazem exatos um mês que aconteceu a festa na casa de Florence e já de volta a Paris, continuo lembrando da cena ela junto com aquele branquelo de suéter. Sorrisos e risadas e logo depois um cochicho na orelha e mais sorrisos, até que subiram e pro meu azar, quarto de Florence estava com as janelas abertas e somente as cortinas fechadas, estava uma cena digna de filme, para quem não estava com olhos grudados em Florence enquanto ela rodava pela festa, porque pra mim, estava com vontade de vomitar já. Kobe disse que é ciúmes porque estou gostando dela, não acho que seja verdade. A questão é que ela chega hoje a Paris por conta do Fashion Week, mas inocentemente, a convidei para se hospedar em minha casa e ela aceitou numa boa, disse que sempre se estressa com hotéis.

Pedi para Yolanda deixar tudo pronto e arrumar o quarto de hospedes bem pertinho do meu. Às três e meia da manhã o avião dela chega e eu prometi de busca-la. São duas horas e eu estou voando para o aeroporto porque estou ansioso demais para esperar ela me ligar avisando que chegou. Coloquei apenas uma calça de moletom com uma camisa e passei meu perfume de sempre. É o meu cheiro.

03:40 da manhã e Florence me aparece lindamente num look todo da Adidas, calça de moletom e uma jaqueta, tênis, cabelos soltos, mala numa mão e celular na outra, estava com fones nos ouvidos e estava linda. Algo chamou sua atenção pelas costas e ela se virou, me dando me dando total visão da bunda dela que estava bem marcada naquela calça, e que bunda... Florence tem o corpo perfeito. Me desliguei de meus pensamentos quando o perfume dela atingiu meu nariz e ela chegou perto de mim ficando sem jeito.

― Olá! – A voz dela muda quando está tímida.

― Olá! – Peguei em sua mão direita e beijei delicadamente. – Podemos ir? Tem algo que queira fazer antes de irmos para casa? – Perguntei enquanto pegava sua mala incrivelmente leve para uma mulher.

― Eu só preciso comer, meu voo atrasou e eu fiquei sem comer no aeroporto porque acabei dormindo e acordei com uma barulheira danada quando os voos foram liberados. – Diz com uma certa timidez. – Mas eu posso comer quando chegarmos em casa, é só me mostrar onde fica a cozinha. – Ela meneia o corpo me observando com cautela.

― Tudo bem! Podemos procurar um fast food drive thru. A essa hora Yolanda já deitou. – Ofereci meu braço a ela que ficou um pouco receosa e tímida, mas aceitou.

Segui em direção ao único Mcdonalds que fica aberto durante a madrugada e estava lotado. A fila estava com quase um quilometro e depois de dez minutos sem sair do lugar Florence insistiu para eu dar meia volta. Eu agradeci bastante em pensamento e obedeci.

― Sua casa é linda! – Disse enquanto entravamos pela porta principal.

― Obrigado, a sua também é linda. Você não vai ver tantas decorações como tem na sua, minha casa é mais neutra e eu não ligo para essas coisas. – Falei enquanto entrávamos pelo hall grande e quase vazio.

― Deveria, obras de arte são um ótimo meio de ter dinheiro sem ter em espécie, sem contar que quanto mais raro o objeto, mais valioso ele fica. – Ela fala de forma calma e certa.

― É, meu contador diz isso, mas eu teria que entender pelo menos um pouco. – Comento encarando as paredes vazias.

― Posso ajudar com isso. – Diz me encarando.

― Seria ótimo. – Profiro sem ter mais o que falar.

Um silencio se instalou e nem ela e muito menos eu sabia o que falar.

― O seu quarto. – Me lembrei – Pedi para Yolanda preparar hoje cedo, tem tudo o que precisa lá e se faltar alguma coisa é só me avisar, estarei no ultimo quarto do corredor. Vamos, eu te mostro.

Subi com a mala dela na mão e ela me seguiu em silencio. Entrei no quarto de frente ao meu e dei passagem pra ela.

― É aqui. Não é um quarto de hotel, mas parece.

― Pra mim está ótimo, só de não precisar ficar em hotel me estressando com qualquer coisinha, já é ótimo. – Disse sentando na cama e me sentei ao seu lado.

― Tem toalhas no armário do banheiro, sabonetes, cremes e tudo mais. – Falei apontando em direção ao banheiro.

― Ah, muito obrigada, por mais que eu não vá usar, porque sempre carrego os meus, mesmo assim, foi muito atencioso. – Ela dá um sorriso de matar. – Agora acho que vou tomar um banho. – Diz por fim e eu concordo.

― Tudo bem, fique à vontade. – Digo me levantando com o corpo pesado, não quero sair de perto dela.

Sai do quarto e quando fechei a porta atrás de mim, senti meu corpo tenso e excitado. É, também não entendo.

Depois de uns trinta minutos, estava no quarto quando ouvi passos no corredor, esperei um pouco e sai do quarto. A casa estava silenciosa, exceto por uma melodia que soava longe. Segui o som e cheguei na cozinha, encontrei Florence na geladeira, estava de quatro com a bunda bem empinada dentro de uma camisola de seda rosa bem clarinha, ela procurava algo na parte mais baixa da geladeira e achou levantando rápido, eu me escondi um pouco e por sorte ela não me viu. Continuei observando ela que dançava pela cozinha ao som de Ella Mai – Trip. Distraída demais para me perceber, fingi estar ainda chegando na cozinha e cantei acompanhando a letra da música e ela parou rápido.

― Que foi? – Perguntei ao entrar na cozinha ao perceber ela me olhando assustada.

― Você canta muito bem, parabéns. – Ela falou isso colocando uma mecha de cabelo para trás de uma forma tão meiga que meu coração errou o ritmo dos batimentos.

― Ah, não foi nada demais, você também dança super bem! – Ficou vermelha no mesmo instante e automaticamente eu abri um sorriso.

― Você não viu! – Desviou o olhar e andou para perto de seu celular travando a música.

― Lógico que eu vi! Se você não fosse uma empresária tão boa, poderia ser dançarina. – Falo com um sorriso divertido e ela me encarou incrédula.

― Nem pensar, eu só s... – O celular dela tocou e quando olhou o nome na tela, relaxou os ombros e a coluna que sempre estão em perfeita postura. Como se estivesse cansada.

“Oi, Jesse! Cheguei sim, precisei de um banho e estou comendo agora. Não, Mike está no Hotel com Angel. – Seu olhar mudou e ela ficou tensa. – Jess, não prefere esperar mais um pouco? Não acho uma boa hora pra isso... Sim... Eu sei... Jesse...”

Desligou o telefone sem dar tchau. Ela a estressou.

― Briga de casal... – Resmunguei pegando um copo de água.

― Jesse me estressa com facilidade... – Ela diz sem paciência. Ela não sente nada por ele.

― Você e ele estão juntos a muito tempo? – Logico que não...

― Tem cerca de um mês, mas e você e Yolanda? Juntos a muito tempo? – Sinto um tom de ciúmes? Sim...

― Yolanda e eu? – Perguntei já rindo, ela afirmou com a cabeça sem entender o motivo do meu riso. – Pelo menos uns 5 anos... – Vi uma certa decepção correr pelos seus olhos e logo eles se tornaram frios e escuros novamente, ajeitou a postura e deu um sorriso.

― Ah, que bom então! Bastante tempo mesmo. – Vejo o brilho dela diminuir e sua expressão ficar mais dura.

― Sabe como é né? Governanta boa igual a ela, é difícil de achar em qualquer lugar. – Pude ver um pequeno feixe de luz iluminar seus olhos e ela corou.

― Governanta? Ela não é sua esposa? – Perguntou esperançosa.

― Não, minha empregada, governanta... Porque pensou que era minha esposa? – Provoco-a.

― É que você fala tão bem dela que parece que é sua esposa. Tudo que você fala coloca ela em alguma brecha. – Diz sincera.

― Doidinha. – Falo rindo. – Termine este sanduíche e vá dormir, já é bem tarde. – Chego perto dela e deposito um beijo em sua testa, ela fica parada e estremece ao meu toque. Deixo-a terminando seu lanche e saio da cozinha.

Fui para meu quarto cantarolando a música anterior e assim que me deitei olhando pro teto, tive um vislumbre imaginário de Florence com aquela bunda dela empinada na porta da geladeira, fiquei imaginando como seria chegar por trás dela e passar a mão naquele rabão, sentir que estava sem calcinha, puxa-la contra meu corpo e deixa-la de frente pra mim, e então beijar aquela boca carnuda e gostosa.

Florence tem o dom de me deixar pirado o tempo todo. Eu a quero, isso é fato, mas tem esse Jesse.

Eu faria de tudo para descobrir o que eles conversaram no telefone que deixou ela estressada daquele jeito. E fica linda até estressada.

Ainda com Florence na cabeça, fui para o banheiro e deixei a água fria percorrer meu corpo, me aliviei um pouco e gozei imaginando aquela bunda grande e redonda. Poderia por fim, dormir em paz agora.

Me deitei e fechei os olhos tentando me concentrar. Mas só tinha Florence em minha mente.

A noite inteira foi um fiasco tentando dormir e o cérebro só sabia de Florence, parece que esqueceu tudo que sei sobre outras coisas e deixou aberta uma pastinha apenas com um looping infinito de momentos dela. Era ela sorrindo, a bunda dela, o rosto sério nas reuniões que tivemos, a imponência que ela passa dentro da própria empresa, o respeito que ela recebe e cada reverencia que pessoas fazem a ela. A beleza inteira de Florence estava passando nesse looping preparado pelo sacana do meu cérebro. Era injustiça demais comigo... com muito custo, após o pau acordar e amolecer na marra umas três vezes, eu não aguentei e me entreguei ao sono, acordando somente agora.

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