Capitulo 2

Jackson

Acordei com minha ex namorada, Denise esparramada sobre mim. Demorei um pouco para assimilar aquilo e logo uma avalanche de memórias transbordou minha cabeça fazendo até latejar. Basicamente eu bebi muito, usei muita porcaria e provavelmente com a ajuda de Denise que não é nenhuma santa, e acabamos... Enfim.

Dei duas sacudidas leve nela e mandei levantar da minha cama. Fui para o banheiro trancando a porta. Tenho uma viagem aos estados unidos daqui dois dias e não posso desmarcar. Preciso me recompor dessa ressaca e acertar algumas pendencias. Uma batida na porta tirou minha atenção.

― Jack, Preciso fazer xixi. – A voz manhosa de Denise surgiu.

― Use qualquer outro banheiro, Denise. – Bradei revirando os olhos.

― Mas quero ficar na banheira com você. – Resmungou.

― Denise! – Gritei.

Sim fui um pouco ríspido, ela me enche o saco com essa voz de hiena que faz quando quer alguma coisa.

Foi um erro, um erro enorme ter dormido com ela novamente. Prometi a mim mesmo que ficaria longe dela porque até então ela só me arranjou problemas, mas quando você está chapado, não tem muito controle do que faz e se eu quero um cargo responsável nos top 10 do mundo, preciso ter controle.

Tomei uma ducha, fiz a barba e coloquei um terno. Preciso ir para a empresa. Quando chego a mesa para o café, encontro Denise sentada apenas com uma calcinha. Sinceramente... ela testa a minha paciência.

― Termine seu café, vou pedir pra te levarem em casa. – Falo sem a mínima vontade de olhar em sua direção

Assim que terminei meu café, fui em direção a sala dos empregados onde minha governanta passava algumas ordens a outros empregados.

― Senhor Hawks, posso ajudar?

― Yolanda, faça uma varredura aqui em casa e certifique-se de que não fique nada de Denise por aqui, arrume tudo numa mala e envie pra casa dela. Não quero nenhum fio de cabelo de Denise nesta casa. – Digo com uma carranca.

― Sim senhor. Mais algum pedido?

― Não, apenas isso mesmo.

― Certo, bom trabalho. – Yolanda é como uma mãe para mim.

Saí dali em direção à frente da casa onde meu carro estava me esperando. Passei por Denise já de roupas e algumas bolsas. Não dei sequer um suspiro perto dela, para não dar ibope e segui o meu caminho. Chegando nos portões de entrada de casa, desci na cabine de segurança para dar algumas ordens.

― Bom dia. – Após ser respondido, continuo. – Como muitos sabem, eu e Denise não estamos mais juntos e por conta de álcool, algumas vezes eu a trago para casa, sem consciência alguma do que estou fazendo. A partir de hoje, vocês têm total autorização e liberdade para não deixarem Denise entrar, nem mesmo se for comigo, muito menos se eu estiver bêbado. A não ser que seja o caso de eu avisar antes ou deixa-la entrar sóbrio, fora isso, nada mais. Se ela aparecer nestes portões enquanto eu não estiver, não a deixem entrar e avise que chamarão a polícia se caso ela tentar forçar. Outra coisa, eu pedi um carro pra ela e já deve estar chegando, também pedi para Yolanda recolher tudo que pertence a ela e mandar entregar na porta dela. Antes dela colocar os pés fora destes portões, analisem todas a bagagem dela e se vocês acharem algo suspeito que não pertença a ela, me mandem uma foto e eu confirmarei imediatamente se é ou não.

― Sim, senhor.

Acertei mais algumas coisas com eles e fui em direção a empresa. O trânsito está complicado hoje.

Parado próximo ao Museu do Louvre, observei os turistas em câmera lenta, alguns casais que tiravam fotos ali e sorriam juntos, fotos beijando um ao outro... Eu fui grosso com Denise pela manhã, mas foi necessário, eu não sou assim, sou carinhoso, cuidadoso e as vezes sou feito de trouxa por me apaixonar rápido demais e achar que vou casar com a pessoa. Quando conheci Denise e ela estava fugida da Espanha, ela se mostrou uma ótima pessoa e não me contou o que realmente estava acontecendo, eu só fui descobrir meses depois de estar com ela, por um descuido dela, acabei vendo uma matéria aberta em seu notebook. Ali eu já estava gostando demais dela e não quis deixa-la desamparada. Paguei advogado e me ofereci de ir com ela pra Espanha para resolver tudo legalmente, ela não quis, disse que logo o assunto iria morrer. Eu acreditei. Três anos se passaram e nesse tempo Denise só se afundava e me levava junto, eu trouxa apaixonado, me deixei levar. Comecei a beber mais do que bebia e usar mais drogas do que usava. Até que um dia, muito drogado e sem querer saber de nada, perdi uma boa quantia em dinheiro, por causa dela, incentivos dela. Quando acordei no dia seguinte com as ações da empresa despencando porque eu havia feito merda, Denise estava lá, quase morta de tão drogada que estava. Deitada no chão do banheiro e com uma poça de vômito do lado. É nojento, eu sei. Depois disso eu terminei com ela e removi meus advogados do caso dela, deixei por conta dela mesma. Duas semanas depois ela apareceu num clube onde eu costumo ir com os caras. Novamente ela me arrastou, eu ainda gostava dela... isso aconteceu três vezes e na terceira vez eu percebi que não sentia mais nada por ela além de tesão quando estava drogado. Afinal, quem não fica assim com cocaína boa no sangue? Hoje de manhã, foi a quarta e última vez e novamente eu senti nojo dela. Eu não sabia que dava pra ter um sentimento tão ruim em relação a uma mulher na qual você já gostou tanto.

Cheguei por fim na empresa e logo me deram um monte de coisas que só eu poderia resolver, papeis que precisariam da minha assinatura e esse tipo de coisa. Apertei o botão e levei o telefone ao ouvido pedi minha secretária para entrar em contato com a assessoria do Grupo Russel, preciso de uma reunião com eles. São um grupo importante, influente e o maior do ramo na américa. Após alguns minutos um alerta na tela do computador indicou um novo e-mail, era a secretária confirmando meu agendamento. Dois dias, é o que eu tenho para me encontrar com seja lá quem for. Não pesquisei muito afundo, só sei que quem fundou a empresa foi uma mulher, pode ser que ela não esteja nem no cargo mais.

Passaram-se algumas horas e eu já tinha um voo pra hoje à noite, já tinha ligado para Yolanda e pedi para ela arrumar minhas coisas. Ela já tinha uma lista de tudo que eu precisava e eu só precisei adicionar algumas coisas pessoais quando cheguei em casa, jantei rapidamente, banhei e fui em direção ao aeroporto.

A viagem foi bem tranquila e assim que cheguei já fui pro quarto do hotel descansar um pouco, os dias a seguir estão sendo cheios de tarefas. Meu CTO e melhor amigo, Kobe veio junto e hoje nós vamos curtir um pouco da noite americana. Fui convidado para ir a uma festa branca num clube de Miami Beach, me surpreendi com a qualidade de tudo, até mesmo o comportamento de todo mundo é diferente do que nos clubes onde eu já estava acostumado a ir em paris. Drink vai e drink vem, percebi uma figura distinta sentada numa mesa com um copo de uísque na mão, Talvez fosse a mulher mais linda e mais elegante daquele clube, os cabelos pretos e longos, o vestido brando longo com uma fenda até mais da metade da coxa, deixando à mostra pernas bem torneadas e naturais, uma cor linda, nem muito pálida e nem muito morena. Talvez ela fosse a mulher mais linda que eu já vi na vida. Ao observar todo o local, ela balançava os olhos por todo o clube, até que ela parou em mim, por um longo minuto ela me encarou e eu senti minhas mãos suarem. As mãos suaram mais ainda e o coração disparou quando ela simplesmente desviou o olhar, terminou sua bebida e olhou as horas no celular. Me apressei em chegar perto dela antes que ela levantasse, o que ela não fez.

― Boa noite! – Estendi minha mão pra ela que olhou e me encarou antes de aceitar.

― Boa noite! – Respondeu sorrindo. Que sorriso era esse?

― Posso me sentar? – Apontei para a cadeira ao lado dela que assentiu.

― Como você se chama? – Me encarou como quem pergunta: quem é você? – Perdão, não me apresentei, me chamo Jackson, e a senhora?

― Florence! De Paris para Miami é um pouco longe, não?

― Bastante, como sabe que sou de Paris?

― O sotaque. – Ela começou a falar francês. Iniciamos uma converso toda em francês.

― Se não for muito abuso meu, posso pedir um drink e acompanha-la?

― Fique à vontade!

Vi ela pegar uma cigarrilha na carteira e colocar um cigarro ali, acendeu e puxou a fumaça, em todo o processo de soltar a fumaça dos pulmões ela me observava, como uma leoa observa uma presa e estuda seus movimentos. Eu estava ficando nervoso e minha bebida não chegava, cutuquei um dos bolsos e achei o que eu queria, sem tirar dali, vi o garçom de longe e assim que ele deixou o uísque na mesa, pedi licença e fui ao banheiro, tirei o pino do bolso do paletó e despejei pouco mais da metade no copo, o resto que ficou eu meti no nariz, me ajeitei e sai dali.

Chegando na mesa apoiei o copo e ela acompanhou minha mão. Depois olhou pra mim.

― Vou indo, Senhor Jackson. Até mais ver.

Eu estava travado e não consegui falar nada. Sabe quando eu vou ver essa mulher de novo? Nunca. Essa merda tá acabando comigo, joguei o uísque fora, paguei minha conta e sai dali. Lá fora eu mandei uma mensagem para Kobe que logo em seguida apareceu e seguimos para o hotel. A quantidade que usei não me manteria acordado por muito tempo, o que é ótimo, amanhã tenho uma reunião às onze horas com o pessoal da Russel Company.

Olhei no relógio e já passavam das três da manhã, eu apaguei assim que sai do banho, nem roupa coloquei. Acordei algumas horas depois, molhado de suor, esqueci de ligar o ar do quarto e pra completar, estava sonhando com aquela mulher. O tipo de sonho tosco que adolescente apaixonado pela professora costuma ter. O pior de tudo isso é o tesão louco que me consome. Fui pro banheiro e me enfiei no chuveiro gelado, não ajudou porque estava sensível demais e o jato forte batia ali e fazia meu tesão aumentar. Comecei a alisar a cabeça e fui descendo em ritmo normal, um pouco mais de pressão e ritmo na mão e lá estava eu gozando no chuveiro por uma mulher que não me deu bola. Um adolescente mesmo...

Sai do banho e a coisa não baixava, eu nunca fiquei assim, nem com o efeito da droga. Coloquei um pornô no celular, deitei na cama e continuei ali, o braço doendo já e eu gozei de novo. Minha madrugada foi péssima com um tesão acumulado que não era normal.

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