Capítulo 6

─ Aonde você está?

─ Na esquina da Eduardo Melo Taxista com a Barman Senhor Mendonça, se puder peça para buscarem o corpo quando vierem.

─ Estamos indo. Só vamos ver o que o doutor Robert quer

─ Estou aguardando.

─ Vamos lá Marcos, acho que isso acabou de complicar.

─ Não que tivesse fácil né?

Na sala do legista, o doutor parece confuso e não alegre como esperávamos e nem slide pronto tem.

─ Bom dia doutor o que temos?

─ Bom dia rapazes, eu ainda não concluir a necropsia, mas algo me chamou atenção. Ela é uma mulher...

─ Sério Doutor? ─ Falo ouvindo a constatação do óbvio ─ O senhor é melhor que isso

─ Calma Betinho. Eu sei que está ocupado, mas deixa eu terminar. Ela é uma mulher, mas não tem útero. Isso eu não estou acostumado a ver, por isso achei bom avisar você.

─ É doutor, podemos ter problema, acho que estamos numa porra de assassino em série.

─ Como assim em série, apareceu mais um corpo?

─ A Marcela disse que o caso dela esbarrou no meu, imagino que seja o mesmo padrão, estamos indo lá agora,

─ É, mas temos que confirmar se falta o útero para começar a suspeitar de um assassino em série

─ Por isso quero que o senhor venha conosco, vamos ganhar tempo tanto para confirmar quanto para descartar.

A ideia de levar o doutor foi excelente, mas confesso que se tivesse recordado que teríamos que ir com o furgão, nem fodendo teria dado a ideia, como fede essa porra!

Sobrevivendo a isso, chegamos e vemos Marcela olhando a esquina já a vi fazer isso, está traçando uma rota possível de onde a moça veio.

─ Oi Ma! – Ela simplesmente me ignora, está compenetrada.

─ Por que ele veio?

É o que ela se limita a me falar, nem se quer olhou na minha cara, nem um oi, nem nada. Se ela não fosse tão bonita e tão competente eu não olharia nunca mais na cara dela.

─ Vamos ganhar tempo com ele aqui.

─ Ela veio de lá! – Ela aponta em direção ao começo da Taxista Eduardo Melo. – E é o mesmo assassino do teu caso. – Enfim ela me encara – O padrão dos cortes e a faca usada foi a mesma

─ Se você diz eu acredito, mas há uma outra coisa!

─ O que?

─ Confirma também Betinho – O Doutor grita após uma breve análise

─ Acho que estamos num assassinato em série!

Depois de explicado para ela a minha suspeita pergunto sobre o prédio a frente, são mais de quarenta andares, eles têm câmeras e tem vigilantes.

─ Parece que é um fantasma, ninguém o viu, as câmeras estavam com defeitos!

─ Posso ver?

─ Como eu esperava que fosse pedir isso – ela fala tirando a chave – Já peguei a chave e da sala de sistemas operacionais e disse que o aguardaria.

─ Ótimo obrigado! Você está de carro?

─ Sim, estou!

─ Então vou dispensar o doutor e o Marcos e vou pegar uma carona com você – Chego mais perto para falar um pouco mais baixo – Eu odeio o cheiro daquele furgão

Ela sorri para mim e eu entendo as duas respostas dela, a primeira seria, "eu não te ofereci nenhuma carona Roberto!" Mas a segunda seria um "é tua sorte que eu consigo te compreender!"

Na sala de sistemas o operador é bem solicito e tenta economizar nosso tempo

─ Como eu disse investigadores, a filmagem não mostra nada

Ele fala nos mostrando a filmagem, mas há algo estranho, parece não se tratar da mesma filmagem:

─ Como é o nome do senhor mesmo?

─ Régis!

─ Régis, quantas pessoas tem acesso a essa sala?

─ Só nós que somos líderes e os supervisores

─ E isso dá quantas pessoas?

─ São dois líderes por turno, mais dois supervisores por turno, isso dá doze!

─ Vamos precisar que todos vão a delegacia. A câmera foi grampeada e alguém precisou ter entrado aqui para ter feito isso.

─ Mas como assim a câmera foi grampeada?

─ Repara na hora

─ Cinco e vinte, o que tem ela investigador?

─ Não é a hora em si e sim a posição. Ela está em baixo no canto esquerdo e a atual está no ângulo superior direito, isso quer dizer que essa filmagem foi gravada de outra câmera.

─ O senhor terá que nos acompanhar! – Marcela fala se dando conta de que eu estou certo, ponto para mim!

─ Mas eu terei que ir agora?

─ Sim.

─ Mas o outro líder está em folga eu não posso abandonar...

─ Senhor Régis, ou irá por boa vontade ou teremos que chamar uma viatura. A escolha é do senhor! – Falo não aguentando muito o papo.

─ Tudo bem, tudo bem irei com vocês por boa vontade.

─ Obrigada senhor Régis, mas também preciso do endereço dos líderes e supervisores que o senhor citou.

─ Eu não tenho dos supervisores

─ O telefone deles nos bastas!

Trrrrrrrrm... Trrrrrrrrrrrrm

─ Oi Ronan

─ Beto, temos algo novo!

─ Ronan eu já estou com dois "algo novo"

─ Eu sei, e acho que serão três!

─ O que quer dizer?

─ Peguei um caso, estou com o Coronel agora e ele pediu para te mandar uma foto olha aí!

Olho a foto e o que eu vejo é simplesmente desanimador, para o meu sábado de folga...

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