Capítulo 3

Desilusão amorosa

Quando completei treze anos fiquei mais mulher e mais atraente, e assim aumentaram a perseguições dos garotos.

Minha irmã alguns anos mais velha do que eu, acabara de terminar um relacionamento, como ela disse, só queria fazer um teste, terminando para ver se ele corria atrás dela, porém ela sempre o traia, então quando ela terminou, ele não se importou e seguiu, mas, ela não esquecera, porém, ele já tinha "desencanado".

Ele era muito amigo do meu primo que morava com a gente, então através do meu primo ele me enviou um bilhete pedindo em namoro, fiquei tão feliz, pois era a primeira pessoa em toda minha vida que demonstrou interesse em minha pessoa, mas, eu era muito ingênua e deficiente intelectualmente então aceitei na mesma hora, sem pensar nas consequências, mas, minha irmã não gostou nada disso, começou a me perseguir e fazia coisas para me prejudicar com minha mãe que me batia o tempo todo por causa dela, e ai de mim se contasse para minha mãe que ela estava namorando dois caras em simultâneo, e que nenhum deles eram da igreja. Minha mãe era confidente dela e jamais acreditaria em uma palavra minha, pois ela tinha feito a cabeça da minha mãe contra mim, então tudo o que eu dissesse ela acreditava que eu estava tentando se vingar da minha irmã.

Meus pais também não aceitaram muito a ideia de eu começar a namorar, pois, eu era muito nova e, para eles, se namorar tem que casar, então o meu "namorado" veio até eles e pediu para namorar comigo, assim, com toda formalidade, e como meus pais prezavam a tradição, acharam bonita atitude dele e acabaram deixando, com recomendações, só namoraria na frente deles e buscar a confirmação de Deus antes.

Ele trabalhava em São Paulo, então íamos namorar basicamente por cartas, esse foi mais um dos motivos de meus pais terem deixado, pois, não teríamos tempo de criar vínculos afetivos, e minha mãe pensava que a relação corpo a corpo levava ao sexo, e isso era terminantemente proibido antes do casamento.

Namoramos um ano por cartas, foi tudo lindo, cartas de amor, muitos elogios, quando ele veio no final do ano nos visitar foi muita felicidade, eu acreditava que estava feliz, ele veio em minha casa e ficava o tempo todo conversando com meu pai, minha mãe matou até uma galinha caipira para o agradar, só porque ele estava fazendo de tudo que eles queriam, eram muito conservadores, não me deixava sozinha com ele nem por um minuto.

No ano seguinte ele me mandou uma carta que me machucou um pouco, dizendo:

"Fiquei com uma garota, fui um tolo, não significou nada, mas me perdoe".

Eu, ingênua, acreditei na sinceridade e honestidade dele, respondi, perdoando e esqueci disso. Assim foi mais um ano, escrevíamos uma carta por mês.

Quando eu já tinha meus quinze anos, ele chegou de São Paulo e não veio me visitar, achei um tanto estranho, mas acreditei que fora por força maior.

Porém, um dia desses eu estava cuidando da mercearia do meu pai e ele chegou, nervoso e muito ansioso, eu não sabia o que estava acontecendo.

Ele quebrou o gelo dizendo, "Estou sabendo que você ficou com todos os garotos dessa rua" eu imediatamente respondi, "ESTA LOUCO?", ai ele disse “está tudo acabado e não tem conversa.”

Fiquei atônita, pois, fui pega de surpresa, ele pegou a moto e saiu acelerando muito, foi aí que eu percebi o que acontecera ali, eu era muito lenta para perceber as coisas, eu comecei a chorar sem parar, parei o primeiro garoto que passava na rua e pedi para chamá-lo, ele veio, mas estava irredutível, eu pedi que ele me perdoasse mesmo não tendo feito nada, eu me humilhei para ele, até de joelhos eu fiquei.

Foi quando ele disse, "eu já estou com outra garota", e prefiro ela, meu chão se abriu, imediatamente quis morrer, ele ainda disse "já faz um ano que estou com ela".

Foi aí que minha ficha caiu, era a mesma garota com quem ele tinha me traído. Depois disso, meus pesadelos não foram só do meu pai, tinha vontade de morrer o tempo inteiro, não tinha mais alegria de viver, meu mundo escurecera, não conseguia enxergar nenhuma saída para minha tristeza além da morte.

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