Prólogo 2

— Você é muito engraçadinha, sabia? — Christofer riu um pouco.

— É você que ri de tudo. Se eu falo "a" você rola no chão. — Falei.

— Não exagere. — Ele me cercou com os braços e eu fiquei presa entre ele e o parapeito, sem saída. A garrafa de vinho ainda estava segura na mão dele. Nossos rostos ficaram a milímetros. Acho que ele estava tentando sacar qual era a minha, pois me analisava com perspicácia. A minha vergonha (ou burrice) não me deixou entender nada e nem dizer algo digno. Meu rosto queimava e eu só desviava o olhar. — Luci, você está bem? Parece que está com febre.

— É que... — Murmurei. — Você meio que está me enquadrando aqui.

Esclareci, caso ele não tenha percebido. Mas, algo me diz que essa era a intenção dele.

— Está com vergonha? — Aqueles grandes olhos azuis me deixavam completamente sem ar. Ele sabia que deixava as pessoas sem graça com seu jeito sedutor e simplesmente fazia. Chegou a minha vez de ser currada, meu Deus. Dai-me livramento.

— Você é investigador criminal? — Murmurei até ele segurar meu queixo com a mão livre e me fazer olhá-lo.

— Por que está desviando o olhar? — Ele disse.

— Ora, para escapar do seu poder de sedução. E está difícil.

— Está desviando o olhar de mim desde que eu te beijei. Você se arrependeu? — Ele concluiu após analisar friamente.

— Não... ou sim? Não sei. Vai ser inútil, nunca vou aprender a beijar, mesmo.

Ele não parava de me olhar. Meu Deus, que terror psicológico ficar sob a mira daqueles olhos azuis investigativos.

— Para com isso! Quer me matar de nervosismo? — Gritei, ansiosa. A sensação era a mesma de estar na semana de provas.

— Quero saber qual é a sua. — Ele murmurou, ainda me estudando enquanto segurava meu queixo. — Você tem alguma coisa de diferente, não sei o que é.

— Devem ser meus olhos azul-piscina. — Comentei, revirando os olhos.

— Você sempre fala alguma gracinha quando está nervosa. Eu te deixo nervosa? — Ele passou os braços pelas minhas costas. Estávamos nos abraçando?

— Se me deixa nervosa? Pra caralho. — Eu e minha sinceridade.

— Desisto! — Ele disse. — Eu não sei o que é. Talvez seja o formato das suas sobrancelhas ou... não sei, seu perfume, talvez.

— Que me tornam exótica?

— Não. Que me fizeram ficar pensando em você. — Ele concluiu.

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