De Volta A Escola.

Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite/ Boa madrugada.

Voltei com mais um capítulo dessa história.

Recadinho, quando as coisas começarem a se encaixar e os seres sobrenaturais aparecerem, eu vou deixar notas finais explicando tudo.

Boa leitura !

Byeeeeeeeeee !

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Pov. Izzy

As vezes eu me pego pensando sobre como sempre tem um momento em nossa vida onde a gente se pergunta.

Qual o sentido da vida ?

O que eu tô fazendo ?

Porque as vezes não me sinto viva ?

Eu tenho esses episódios o tempo todo, porque as vezes sinto como se não estivesse vivendo o que eu deveria viver, como se essa não fosse minha vida, como se faltasse algo. Algo inesperado, algo que minha alma almeja por isso, mas eu não consigo descobrir o que é. Então eu fico como estou agora, com cara de idiota olhando para o nada. Tendo a certeza de que sou idiota, respiro e me levanto chamando a atenção de meu irmão que logo parou de comer.

- Não vai terminar seu café ? - pergunta e eu olho para minha tigela ainda cheia de cereal e em seguida volto minha atenção para meu irmão.

- Não, pode comer. - respondo e ele sorri negando com a cabeça.

- Sempre pulando a refeição mais importante do dia. - diz puxando minha tigela para ele. - Sabe que precisamos do café da manhã para aguentar ficar de pé até o almoço né ? - questiona e eu assinto rapidamente.

- Sim, sei muito bem disso. - digo e ele abre a boca pra falar, mas eu sou mais rápida. - Não precisa começar com aquelas suas analogias sobre comida. - completo e ele ri levantando os braços em sinal de rendição.

- Tá bom, mas vai pegar logo sua mochila enquanto eu termino isso aqui. - diz e eu assinto saindo rápido da cozinha para ele não ter tempo de soltar nenhuma pérola.

Deus me livre ter que lidar com as analogias de Nick martelando na minha cabeça a essa hora da manhã.

Meu irmão é um anjo, mas ele poderia ser um anjo caído.

Tipo, caiu e bateu a cabeça e o cérebro desmiolou e ele ficou retardado.

Ou talvez seja retardado por natureza.

Nego com a cabeça para espantar esses pensamentos idiotas, tô parecendo Nick quando começa a discutir com ele mesmo. Sorrio lembrando do meu irmão discutindo com o filho de um de nossos vizinhos só porque ele disse que vampiros nunca existiram. Com toda certeza Jhonny nunca mais vai questionar qualquer coisa que meu querido irmão diga. 

Principalmente quando for histórias sobre seres sobrenaturais.

Pobre Jhonny.

Entro no meu quarto e vejo minha mochila jogada encima da cama, pego a mesma e noto minha janela aberta, vou até a mesma e fecho, mas logo me vem uma dúvida, eu tinha fechado antes de descer para tomar café, então como.... Não, eu devo está confundindo, devo ter me esquecido de fechar e agora acho que fechei, essa é uma sensação bem comum as vezes, achar que fez algo sem ter feito. Ignoro meus pensamentos confusos e saio do quarto, desço as escadas e quando chego na ponta, vejo Nick com sua mochila nas costas pegando as chaves do carro no porta chaves ao lado da porta. Ele abre a porta e sai deixando a mesma aberta, caminho em silêncio atrás dele, meu irmão tem uma mania esquisita, ele sempre sabe quando tô perto ou chegando, isso é muito estranho, meus pais também tinham essa mania esquisita. Quando eu chegava a porta eles já estavam a abrindo pra mim, isso me assustava um pouco, eles nunca me explicaram como sabiam, apenas diziam que era intuição de pais, mas pelo visto tem esse tipo de intuição para irmão também, pois Nick herdou esse dom esquisito deles.

- Pronta para voltar ao inferno escolar ? - questiona abrindo a porta do carro e eu nego com uma careta. 

- Não, mas sei que pelo menos vou te ver no intervalo e isso conforta o meu coração sofredor. - respondo colocando a mão sobre o peito esquerdo fazendo drama e ele sorrir.

- Seu humor me cativa muito querida irmã, suas palavras entraram no meu coração e daqui elas não irão sair. - diz e eu lhe mostro o dedo do meio.

- Boboca. - zombo entrando no carro e ele ri.

- Elsa rainha trevosa do gelo. - zomba de volta me fazendo ri.

- Ana princesinha do coração puro. - digo e ele faz uma careta.

- Não sou tão puro assim. - diz com um tom malicioso e eu sinto vontade de vomitar.

- Nojento, você me fez lembrar da Hannah do bacon, aquela garota quase fez uma endoscopia em você com a língua. - digo e ele gargalha ligando o carro. - Não ri, eu ainda não consigo encarar ela e olha que isso foi há sete anos atrás. - completo fazendo ele rir ainda mais.

- Acho que a gente te fez odiar beijos por um bom tempo. - diz tentando parar de rir e eu assinto.

Olho para ele que dirigia tentando segurar o riso, seu rosto estava vermelho e seus lábios tremiam, não aguentei e ri fazendo com que ele fizesse o mesmo. 

Ficamos o caminho todo rindo e falando sobre como Hannah estaria agora e se ela ainda continua obcecada por bacon. Afinal ela comia bacon praticamente vinte e quatro horas por dia, em qualquer ocasião a garota estava com uma vasilha com bacon frito e comendo, o que era bem engraçado, porque ela era muito fofinha. Olho para Nick e vejo o quanto meu irmão mudou, antes ele era um garoto de doze anos magricelo e cheio de sardas fofas, mas agora meu irmão era um homem de vinte anos, sarado, as sardas sumiram e ele estava no seu segundo ano da faculdade de arqueologia. Isso me fez pensar que logo serei eu na faculdade cursando sei lá o que é com quase vinte anos, porém vai ser fora dessa cidade. 

Sunset Warrior já deu pra mim.

Preciso respirar novos ares.

Respiro fundo quando meu irmão para o carro e me olha sério, olho para ele e sorrio fraco e em seguida abro a porta do carro.

- Te vejo no almoço mesmo que você não almoce mais com seu irmão, boa aula. - diz e eu assinto fechando a porta. - Aaah, vê se não agride ninguém. - completa e em seguida sai devagar com o carro em direção ao outro prédio.

Cidade pequena é assim, as vezes a faculdade e a escola são conjugadas, o que é bom, mas também pode ser chato, afinal toda moeda tem dois lados. Caminho em silêncio em direção a entrada vendo várias pessoas que não tem o que fazer focarem sua atenção em mim como se eu fosse a atração da escola. Me sinto irritada ao notar os olhares penosos de alguns e apresso meus passos. Assim que entro no prédio praticamente corro em direção aos armários, olho em direção aonde fica o meu e de longe posso ver uma rosa presa nele, assim que paro em frente ao armário puxo a rosa que estava presa pelo caule que estava enganchado nas brechas. Olho a rosa e em seguida abro meu armário e um bilhete cai no chão, rapidamente o pego imaginando que quem deixou a rosa enfiou o bilhete lá dentro para que ninguém pudesse o ler antes de mim. Olho o papel preto e o desdobro vendo letras douradas bonitas enfeitando o papel.

* Bilhete On

As vezes perder é ganhar, porque para chegar no paraíso, primeiro temos que passar pelo inferno. 

Não importa quão longa seja a caminhada, se tem alguém que pode superar todos os padrões, esse alguém é você. Não se deixe abater, há um lugar no mundo para os corajosos, já para os covardes resta apenas a solidão, miséria e vergonha.

Minhas sinceras condolencias é saudações, senhorita Ballard. 

Ps : Não tente descobrir quem te enviou isso, você não vai conseguir chegar até mim a menos que eu queira isso.

Mc.

Bilhete Off *

Mc ?

Maria Clara ?

Mariana Carla ?

Marcelina Coelho ?

Quem enviou isso ?

Olho em volta em busca de alguma pista, mas o corredor estava vazio o que era bem raro, guardo o bilhete na bolsa e coloco a rosa dentro do armário, pego o livro da aula de história que seria minha primeira aula do dia e em seguida caminho em direção a sala no segundo andar. Assim que chego tenho a sorte de pegar a sala vazia, me sento no lugar que costumava ser meu sem me importar se agora outra pessoa sentava aqui. Não demora muito pra que a sala esteja cheia é o professor entre com sua maleta.

Gregory Yakuto. 

Professor de história e literatura.

Um pé no saco que se acha melhor que todo mundo.

- Bom dia turma, abram seus livros na página duzentos e quarenta. - pede escrevendo o número da página no quadro. 

Coloco na página que ele pediu e espero o próximo passo enquanto ele olhava algo em sua pasta. Me sinto entediada vendo o velho careca com seus habituais óculos gigantes perdido procurando provavelmente as folhas com as lições marcadas que ele deve ter elaborado.

- Desculpa turma. - uma voz na porta chama a atenção de todos, inclusive a do senhor Yakuto.

- Pode entrar diretora Jackson. - diz o professor deixando a pasta de lado.

- Não será preciso, vim apenas acompanhar a nova aluna. - diz chamando alguém com a mão e para minha surpresa era ninguém menos que a garota do cemitério.

A fiscal de túmulos.

Que me chamou de mal educada.

Ela entra na sala com uma mochila preta nas costas, ela vestia uma calça jeans preta rasgada nos joelhos, coturno de salto, mas não era um salto muito alto, uma blusa cinza moletom com a barra desfiada e capuz, uma jaqueta de couro preta por cima completava seu visual e seu cabelo estava solto.

- Vou lhe deixar com o professor Yakuto, até mais turma. - diz a diretora saindo.

- Gostaria de se apresentar senhorita ? - questiona o professor todo simpático, mas a garota nem olha para ele. 

- Não. - responde de forma curta encarando todos na sala e quando seus olhos encontram os meus eles brilham em pura diversão. 

- Você precisa dizer pelo menos seu nome senhorita. - diz o professor tentando soar gentil.

- Okay, talvez eu deva ser educada. - diz e eu sinto uma leve pitada de sarcasmo na última parte.

Foi para mim.

E meio óbvio.

- Fique a vontade então. - diz o professor se sentando na ponta de sua mesa.

- Meu nome é Valentina, vocês só precisam saber de uma coisa sobre mim. Não se metam comigo que tudo vai continuar normal e sem graça na vida de vocês. - diz cruzando os braços e todos na sala olham para a garota surpresos, menos eu, ainda tô focada no sarcasmo.

- Bom... Que apresentação diferente, sente-se ali com... - o professor faz uma pausa olhando em volta até que seus olhos focam em mim e na cadeira vazia ao meu lado. - A senhorita, Lavely Ballard. - completa apontando para mim e noto um sorrisinho de canto se formar no rosto da garota que caminha de forma calma até minha mesa.

Sem dizer nada, ela se senta ao meu lado e coloca sua mochila encima da mesa. Evito olhar para ela e foco minha atenção no professor lá na frente, porém sinto seus olhos em mim vez ou outra, o que me deixa desconfortável. Decido ignorar isso, mas seu riso contido chama minha atenção.

- Que foi ? - pergunto e ela me encara. 

- Nada. - responde olhando para a frente.

- Se você estava segurando o riso, então algo chamou sua atenção. - digo e ela nem me olha.

Nossa.

Que vácuo.

Ficamos em silêncio enquanto o professor falava, mas meu cérebro insistia em me fazer pensar no porque ela estava segurando o riso.

Por acaso eu sou alguma palhaça ?

Tem o nome " dona de circo ou palhaço de picadeiro " tatuado na minha testa ?

Vejo o senhor Yakuto encher o quadro com anotações sobre os assuntos a serem estudados nesse semestre, a garota ao meu lado não desviou seus olhos na minha direção em nenhum momento mais, na verdade eu fiquei a olhando dessa vez, ela estava seria, seus olhos azuis claros estavam focados é que olhos bonitos. Não tem ninguém aqui na cidade com esse tom de cor, seu queixo marcado por uma confusa covinha que era meio dividida, os lábios rosados e carnudos, sua maquiagem leve, porém marcante na região dos olhos.

Ela não gosta de maquiagem forte.

Isso está óbvio.

Desvio meus olhos de seu rosto rapidamente quando ela olha para o lado me pegando no flagra.

- Até aqui você é bisbilhoteira e analisadora. - diz e eu olho para ela.

- Olhos foram feitos para olhar sabia ? - questiono e ela nega com a cabeça.

- Eu vou te inscrever em umas aulas fundamentais para você aprender pelo menos o conceito básico do que é ser educada. - responde e mesmo sendo uma resposta eu senti vontade de sorrir, mas não o fiz.

- Aproveita e inscreve você junto, assim vamos ser duas éguas dando coice por aí. - digo e ela faz uma careta e em seguida sorrir sem mostrar os dentes.

- Vou pensar se vale apena trocar relinchos e ferraduras com uma égua tão arisca como você. - diz e em seguida se levanta recolhendo suas coisas. - Até outro momento senhorita Lavely. - completa no momento em que o sinal toca e em seguida sai para fora da sala.

Okay.

Ela é boa em trocar farpas.

Sorrio recolhendo minhas coisas e me levanto pronta para encarar minha próxima aula que seria de matemática.

Ótimo.

Estou oficialmente de volta a escola.

______________ Continua ______________

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