Capítulo 3 - Amorte

Depois que eu apresentei Mateus aos meus tios tudo melhorou e eu estava muito feliz.

Nós íamos para a escola juntos, voltávamos juntos e passávamos os fins de semana juntos.

Mas eu nunca poderia imaginar o quanto tudo isso ia mudar logo.

Um dia, depois da aula, eu convidei Mateus para passar a tarde na minha casa.

Meus tios estavam trabalhando, então só seríamos eu, ele e meu primo Felipe - infelizmente.

Felipe foi direto para o quarto, com uma cara emburrada, enquanto eu e Mateus ficamos na sala.

Liguei a TV e coloquei um filme para nós dois assistirmos, me aconchegado ao lado dele enquanto esperava o filme começar.

De repente eu ouvi um estrondo na cozinha, que me assustou.

Nós dois nos entreolhamos e então fomos até lá para ver, pensando que talvez pudesse ser Felipe aprontando algo, mas ao invés disso nos deparamos com três homens que estavam invadindo a minha casa.

Dei um passo para trás assustada, mas não tive tempo de me esconder, pois eles me viram.

Mateus entrou na minha frente de forma protetora e um dos homens riu, sacando uma arma da cintura da calça e apontando ela para nós.

- Então... Esse é o moleque que deixaram para proteger você? - zombou ele, se preparando para atirar.

- Não. - respondeu uma voz do outro lado da cozinha. Era Felipe.

Rapidamente ele lançou uma faca no homem que havia falado, acertando-o no ombro.

- Sou eu quem protege ela. - Felipe completou.

Os outros dois homens que estavam de pé, correram na direção dele, mas Felipe estava com uma espada na mão - que eu não fazia ideia de onde ele havia tirado - mas eu sabia quão bom ele era com uma espada.

Aqueles homens também estavam armados, mas eles mal tiveram tempo de usar as armas, pois Felipe cortou a mão de um deles e Mateus começou a lutar com o outro.

Uma das armas escorregou para perto de mim e eu fixei meus olhos nela.

Eu não sabia atirar, então de nada ia adiantar eu pegá-la, mas por algum motivo eu estava tentada a fazer isso.

Vi Felipe derrubar o homem com o qual lutava e eu nunca havia visto tanto sangue na minha vida, o que me deixou um pouco assustada e enjoada.

Mateus também conseguiu derrubar o outro homem e estava sentado sobre ele, distribuindo socos em seu rosto.

Felipe veio na minha direção com um olhar preocupado, mas eu não sabia porque.

Eu estava vendo tudo aquilo acontecer, mas parecia que eu nem estava ali. Eu estava completamente paralisada, apenas vendo tudo acontecer.

Um dos homens se arrastou até uma das armas que estavam caídas no chão, perto da porta. Ele a pegou e a apontou na minha direção.

Mateus chamou o meu nome, mas eu não consegui me mexer, eu só conseguia olhar fixamente para a arma apontada para mim, enquanto meu coração disparava freneticamente, me deixando zonza.

Ele atirou e eu fechei os olhos, esperando pela dor que não veio.

Quando abri os olhos de novo vi Felipe caído no chão com o braço todo ensanguentado.

O choque me tirou do meu transe e eu corri em direção a ele.

- Por que você fez isso!? - gritei desesperada.

Eu não entendia porque ele havia me protegido, se atirando na minha frente e levado um tiro por mim. Não parecia ser algo que ele faria.

Olhei para a arma que estava ali no chão e dessa vez eu a peguei.

Eu estava com raiva, muita raiva, e a adrenalina tomava conta do meu corpo.

Me levantei, apontei a arma na direção do homem e atirei.

Eu não sabia se acertaria, afinal eu nunca havia usado uma arma antes, mas quando eu vi ele agonizando no chão com um tiro no peito, para minha surpresa eu me senti aliviada e com uma sensação de poder.

Eu havia acabado de matar uma pessoa! Aquilo tudo não aprecia real.

Mateus e Felipe ficaram olhando para mim enquanto eu continuava admirada e assustada com o que acabara de fazer.

Logo em seguida uma forte ânsia me acometeu e eu larguei a arma e vomitei no chão.

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