Capítulo 7

Henrique

O clima fresco e agradável juntamente com a iluminação natural do fim de tarde fornecem ao evento do orfanato um clima acolhedor. Algumas pessoas circulam em torno do jardim, mas a maioria encontra-se sentada às mesas com tendas ornamentadas.

Cristina observa as crianças que brincam e correm ao redor com brilho nos olhos. Eu quase posso ler seus pensamentos. Ela vê essas crianças e imagina que o filho que perdemos estaria agora com esta idade e poderia estar brincando com essas outras crianças. Sem pensar, pego sua mão e a aperto. Ela volta seu olhar para mim e me dá um sorriso triste, acompanhado por uma lágrima solitária que escorre pelo seu rosto.

— Se quiser, podemos ir embora — ofereço.

— Não, eu estou bem — responde rapidamente, erguendo sua outra mão para secar a lágrima do rosto. Ela volta a se concentrar nas crianças e eu libero minha mão da sua. 

Eu não sinto falta de ter uma criança em casa, nem fico com este olhar amoroso de Cristina quando vejo uma. O que me entristece é sua dor. O olhar vazio que demonstra quando minha mãe começa seu discurso sobre netos. Cristina se sente incapaz, e por mais que eu lhe diga que não quero ter filhos, ela se martiriza por não poder gerar um.

— Olhe bem para estas crianças, meu filho — fala minha mãe sentando-se ao meu lado. — A responsável pelo orfanato é uma conhecida minha. Podíamos escolher a criança que quiséssemos — Bufo exasperado.

— Já falamos sobre isso, mamãe. Não é mais dessa forma que uma adoção funciona e eu não quero adotar criança nenhuma. 

— Mas sua esposa quer — argumenta. — Pense nisso para ela, Henrique, não para você. Sabe como ela se sente sobre isso.  

— E a senhora não ajuda em nada falando no assunto o tempo todo — respondo ríspido. — Eu não quero mais falar sobre isso, mamãe. Entendeu? — Ela abre a boca para contestar, mas sua atenção é atraída para as crianças. Elas começam a se amontoar em volta de duas mulheres que não consigo ver os rostos. 

— Não acredito que esta puta teve a coragem de aparecer aqui! — protesta minha mãe, chamando também a atenção de Cristina para as mulheres. 

— Ouvi dizer que ela faz muitas contribuições financeiras para o orfanato — informa Cristina. 

— O que é um absurdo! — exclama mamãe. — Não deveriam aceitar ajuda dessa vagabunda! 

— De quem vocês estão falando? — questiono. Tenho minha resposta quando a mulher se volta em minha direção, sorrindo largamente com uma menina nos braços. Camila. Ela cruza seu olhar com o meu e fica paralisada por alguns instantes. Ela está maravilhosa em um vestido amarelo soltinho ao corpo que vai até o meio das coxas. Os cachos volumosos soltos sensualmente sobre os ombros. A mulher a seu lado está com um vestido creme feito sob medida e seu cabelo loiro está preso num coque sofisticado. Elas são muito parecidas. O que me leva a pensar que podem ser parentes. 

Camila observa-me com determinação sexual no olhar, mas sua postura muda quando percebe as duas mulheres ao meu lado; em especial Cristina. Ela se inclina e fala algo para a senhora, que logo depois começa a me avaliar. E ela diz algo para Camila que a faz ter uma expressão amarga. 

Camila leva a menina ao chão, dá um beijo em seu rosto e sai em direção ao interior do orfanato. 

— Volto num minuto — aviso a mamãe e Cristina, levantando-me sem esperar por suas respostas. Caminho a passos largos para o interior do orfanato, sentindo os olhares de algumas pessoas sobre mim. Não consigo pensar em nada além de ter Camila entregue aos meus braços. Vislumbro sua silhueta de costas para mim, apoiada à parede de um corredor. 

— Sabia que você vinha — anuncia sem se virar.

— Lamento ser tão previsível — respondo irônico.

Camila se volta para mim, olhando-me fixamente, não deixando transparecer nenhuma emoção em seu rosto. 

— Muito bonita a sua esposa — indaga sem se alterar. — E sua mãe é uma mulher muito... sincera — completa escolhendo suas palavras. 

— Como você... — começo a perguntar mas ela me interrompe:

— Como eu sei quem elas são? — retorque para mim. — Sei quem é sua mulher pela forma como ela te olha quando você não está prestando atenção nela. E sei quem é sua mãe porque ela tem os olhos parecidos com os seus. E só para te poupar, eu sei bem o que ela pensa sobre mim. Tive o prazer de ouvir da boca dela no último evento promovido pelo orfanato em que estive — explica com amargura na voz. — Só queria ver o que ela diria se soubesse o quanto você gostou de foder esta puta aqui — fala aproximando-se de mim com passos lentos. — Eu também posso ter uma conversinha com sua mulher, sabe? — balbucia em meu ouvido. — Explicar a ela em detalhes como você gosta de ser chupado — Solto um grunhido e a seguro rente a mim pela cintura. 

— O que você quer? — pergunto com minha boca roçando na sua. Ela passa a língua em volta dos meus lábios e responde:

— Você — Aperto seus quadris e a beijo firme e duro, andando com ela e parando apenas quando sinto a parede mais próxima em minhas costas. Inverto nossas posições e a pressiono contra a superfície. Ela geme baixinho, fazendo com que meu pau fique ainda mais duro. 

— Me chupa — pede numa voz de comando. 

— Aqui? — questiono, incrédulo. 

— Aqui. Agora — responde incisiva. Obedeço-a e fico de joelhos à sua frente, fazendo meu caminho entre suas pernas. Fico surpreso ao notar que ela está sem calcinha. — Tirei quando vim para cá — responde minha pergunta silenciosa dando um sorriso malicioso. Ponho minha cabeça embaixo do seu vestido e apoio sua perna esquerda sobre o meu ombro. Camila respira audivelmente quando passo minha língua em sua boceta, sentindo sua umidade. Lambo e chupo seus pequenos lábios em movimentos circulares. Seu sexo pulsa e eu enfio três dedos dentro dela. Camila geme alto e introduz suas mãos em meu cabelo, puxando-o. Meto os meus dedos fundo, com movimentos lentos e sensuais, sentindo o aperto de sua vagina em torno dos meus dedos. Chupo lentamente seu clitóris e Camila explode num orgasmo intenso, gemendo o meu nome. Sustento seu peso com um braço e retiro os meus dedos de dentro dela delicadamente,  lambendo todo o seu prazer. Ficando de pé, capturo seus lábios aos meus e lhe dou o sabor do seu gosto. Camila morde meu lábio inferior e envolve sua mão em meu pau, liberando mais um gemido. —  Eu quero...  — murmura dando um sorriso pervertido. Afasto-me um passo dela, segurando-a somente pela cintura. 

— Você quer? — replico com minha voz rouca e carregada de desejo. Os olhos de Camila brilham em confirmação. Ela estende a mão para me segurar novamente, mas para o gesto no caminho ao ouvir uma voz familiarmente conhecida para mim: 

— Henrique? 

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