Capítulo 4

Henrique

ANTES eu terei você. Que mulher é essa? Nunca conheci uma que fosse tão direta e determinada assim. Seus olhos brilham de desejo, e através deles, noto que os meus não estão diferentes. Não me recordo de já ter me sentido tão atraído por alguém... 

Uma parte de mim quer estar de joelhos diante dela e saborear cada parte do seu corpo. Mas uma outra grita que me envolver com essa mulher é um caminho quase sem volta. Além disso, eu não posso me esquecer de Cristina. Não seria justo com ela. O problema é que meu pau não está obedecendo à minha cabeça no momento.

— Camila Monteiro — se apresenta estendendo a mão para mim —, mas isso você já deve saber — infere com um sorriso malicioso nos lábios. 

— Henrique Veiga — digo apertando sua mão. Uma onda de calor percorre todo o meu corpo com o simples contato de nossas peles. A tensão sexual entre nós é palpável. 

— Está sentindo também? — pergunta com seus olhos vidrados nos meus. — Nenhum homem me despertou antes tanto tesão. Eu preciso de você dentro de mim, Henrique. Agora.  

— Eu sinto... Mas não posso — digo com minha voz quase falhando ao afastar minha mão da sua. 

— Não pode — questiona estendendo sua outra mão, roçando seus dedos em minha boca — ou não quer? 

— Não posso — respondo firme. 

— Por quê? — indaga com certa irritação na voz. Respondo-a erguendo minha mão esquerda ao alcance dos seus olhos. Camila avalia meu anel por um tempo sem dizer uma única palavra. — Um homem fiel — ironiza passando seus olhos por todo o meu corpo. — Uma espécie quase em extinção — fala num sorriso debochado. — Mas a julgar por isto aqui — Olha fixamente para minha ereção, que se faz presente entre nós — eu posso jurar que sua vida de casado não é das melhores. Há quanto tempo você não faz um sexo gostoso? — interpela dirigindo seus olhos para os meus. 

— Nunca fiz — As palavras saem da minha boca sem antes serem filtradas pelo meu cérebro.

— Isso chega a ser um pecado. Um homem tão bonito como você deveria ser chupado todos os dias. Dança comigo? — pede entrelaçando nossas mãos. — E antes que você diga que não pode, saiba que se recusar não me terá nunca mais. Não sou mulher de viver a mercê de homem nenhum — Antes que os meus pensamentos comecem a se dispersar, eu envolvo os meus braços ao corpo de Camila, trazendo-a para mim. Ela libera um gemido, que reverbera por todo o meu corpo, me fazendo perder a pouca sanidade que ainda tinha. 

Adentramos ao mar de corpos que dança na pista ao som de uma batida de reggaeton, que é um verdadeiro convite ao sexo. Camila rebola no ritmo da música, atraindo vários olhares para nós dois. Vira-se de costas para mim e começa a roçar sua bunda descaradamente em meu pau, que já está doendo de tão excitado que estou. Desço e subo minhas mãos por seu corpo, não mais me importando com todos que estão ao nosso redor e com a vida que tenho fora deste lugar. Tomo meu caminho por seu pescoço, mordendo levemente sua orelha esquerda. Ela solta um gemido abafado e volta a ficar de frente para mim. — Chega de joguinhos, Henrique — pede espalmando suas mãos em meu peitoral. — Eu quero você, e eu sei que você também me quer, eu sinto — afirma ao se roçar novamente em meu pau. 

— Foda-se — falo para mim mesmo antes de tomar seus lábios em um beijo necessitado, com nossas línguas explorando cada centímetro das bocas um do outro. Camila mordisca e suga meu lábio inferior, absorvendo os gemidos que deixo escapar involuntariamente. 

— Você quer ou ainda não pode? — pergunta quando nos afastamos sem fôlego. 

— Onde fica o quarto mais próximo? — retruco passando minha língua em seu pescoço. 

— Se você não parar de fazer isso... — sussurra ofegante —, eu vou te chupar aqui mesmo.

Camila me leva até um quarto que diz ser usado somente por ela, localizado no último andar da Casa. Ela introduz sua mão esquerda dentro do decote, e percebo que o colar em seu pescoço é, na verdade, o que resguarda uma chave prateada. A chave do seu quarto. Ela destranca a porta e dá espaço para que eu entre. As luzes se acendem assim que adentro ao cômodo. Ele, assim como a Casa, possui decoração em estilo clássico, excetuando apenas que o mesmo contém algumas fotos de Camila sobre uma das mesas e dois quadros impressionistas na parede frontal. Além de uma abertura circular envidraçada no teto na mesma direção em que a cama de casal está posicionada, dando-nos um vislumbre da noite escura. — Gostou? — pergunta após trancar a porta.  

— Sim, é muito bonito. 

— Ótimo. Mas não te trouxe aqui para apreciar a decoração do quarto — retorque ao passar por mim e sentar-se na cama. — Agora tire a roupa — Acato seu pedido e começo a despir-me lentamente. Primeiro os sapatos, depois meu terno e calça, mantendo somente minha boxer preta. 

Camila analisa todo o meu corpo e morde os lábios sensualmente, parecendo gostar do que vê. Fazer musculação algumas vezes por semana, durante os últimos dois anos, tinha dado forma ao meu corpo, antes, franzino. — Eu quero que tire tudo — enfatiza olhando fixamente para minha boxer. Eu a deslizo para baixo num só movimento. Os olhos de Camila brilham em excitação e prazer. Ela retira seus sapatos e vem caminhando lentamente até mim. — Você literalmente é um pecado, Henrique. Posso gozar só de olhar pra você — Ela fica de joelhos e passa sua língua lentamente em meu abdômen. Libero um gemido rouco ao sentir seu hálito quente.

— O que você vai... — Ela abocanha meu pau e o chupa com gosto antes que eu possa terminar a pergunta. Chupa, lambe e suga-me num ritmo louco. Desce sua mão até as minhas bolas, apertando-as delicadamente. Solto um grunhido animalesco com a aproximação do orgasmo que se constrói em mim. Nunca pensei que ser chupado pudesse ser tão bom. — Se você não parar agora, eu vou... — Ela chupa com ainda mais força, levando-me mais fundo. Jogo minha cabeça para trás e grunho alto quando o orgasmo me domina. Esporro em jorros espessos em sua boca e fico ainda mais louco ao observar Camila engolir toda a minha porra com prazer. Ela suga tudo de mim, até a última gota, sem engasgar. — Isso foi… — consigo dizer quando minha respiração começa a voltar ao seu ritmo normal, minhas pernas ainda trêmulas. 

— Gostoso — diz ela terminando a frase. — Muito gostoso. Você tem um gosto tão bom — elucida ficando de pé. — Sente como você é gostoso — Ela captura os meus lábios num beijo intenso, me permitindo sentir a combinação do seu gosto doce com o meu, levemente salgado. — Viu? 

— Sim, muito bom — respondo. 

— Eu quero que você goze dentro de mim — sussurra com seus lábios ainda encostados aos meus. Ela nota minha expressão tensa e se apressa em dizer: — Não se preocupe, eu tomo injeções trimestrais. Não costumo fazer isso, mas você é uma tentação. Quero que você me encha de porra — Trago-a novamente para mais perto de mim e a beijo com ardor. Ela geme em minha boca, puxa meu cabelo e faz com que eu libere um gemido também. — Agora — diz enquanto me beija — quero que você me foda. Me foda com vontade. 

— Não precisa pedir de novo — aviso deslizando as alças do seu vestido para baixo. Ela dá um passo para trás, saindo da peça, dando-me o vislumbre do seu corpo magnífico. Ajoelho-me diante dela e retiro sua calcinha vermelha, tendo a visão gloriosa do seu sexo. Ponho sua coxa direita sobre o meu ombro, sustentando-a com meu braço em seus quadris, e Camila ofega quando deposito um beijo casto em sua boceta. Nunca toquei minha esposa desse modo. Mas Camila desperta em mim desejos que jamais sentira antes. Adentro minha língua em seus grandes lábios e chego no que acredito ser o seu clitóris. Circulo minha língua no seu ponto sensível e sugo sua umidade. Ela libera gemidos roucos e choraminga baixinho. Puxa com força meu cabelo quando a penetro com minha língua, entrando e saindo, fazendo meu ritmo dentro dela. Seu corpo vibra e ela se desfaz em um orgasmo intenso, choramingando o meu nome e perdendo totalmente a força em suas pernas. Sustento todo o peso do seu corpo e a mantenho no lugar, sugando toda a sua excitação. Desço sua perna que estava em meu ombro para baixo e ergo-me, pegando-a em meus braços. Em seguida, deito-a sobre a cama. Sua respiração ainda está desestabilizada e eu a beijo suavemente, permitindo que ela também sinta a combinação de nossos gostos. — Muito, muito gostoso — digo quando me afasto. 

— Sim — confirma com um sorriso atrevido nos lábios. — Para um puritano, você faz um oral como ninguém. 

— Você desperta isso em mim — digo chupando seu seio esquerdo. Ela choraminga mais uma vez e volta a puxar o meu cabelo.

— Sorte a minha — fala me dando um largo sorriso, envolvendo suas pernas em meu corpo. 

— Nem precisa pedir — digo penetrando-a com uma estocada precisa. Ele geme alto e traz seus quadris para me receber todo dentro dela. Ponho minhas mãos em sua bunda e a trago ainda mais para mim, começando a me movimentar num ritmo intenso. 

— Isso... —  balbucia entre gemidos, apertando o meu pau com a sua boceta. — Me fode com vontade — Acelero meus movimentos, sentindo-a me apertar ainda mais. Com mais algumas investidas, Camila atinge o seu ápice, e seus gritos são o que eu preciso para gozar mais uma vez dentro dela. Desabo sobre ela, sustentando meu peso com a mão. O suor dos nossos corpos se misturando. 

— Eu estou perdido com você — digo alguns minutos mais tarde. Seu corpo encaixado no meu. Ela sorri e beija meus lábios delicadamente. 

— Como já disse uma poetisa que gosto muito: — elucida mordendo o meu queixo. — "É muito melhor perder-se."

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