Capítulo 4

Levo a minha irmã na festa e vejo algumas menininhas me dando mole, não é a minha praia, prefiro mulheres bem resolvidas, com experiência, se é que me entendem. Já meu pai não se importa, adora uma virgenzinha.

— A hora que for embora me mande uma mensagem, que venho te buscar.

— Não se preocupe, arrumo uma carona para casa. — Sorri se distanciando do carro.

— Você quem sabe! Me ligue se precisar e tome cuidado com esse vestidinho!

Ainda estou pensando se levo ela de volta para casa e quando decido, já sumiu de vista.

Dirijo até a boate, e para a minha sorte o dono está do lado de fora, conversando com alguns clientes.

— Oi!

Ele sorri pra mim, descendo os olhos descaradamente pelo meu corpo.

— Olá gato! Não vai querer entrar?

Ótimo, ele é gay, só me faltava essa. Não tenho nada contra, mas é melhor ele não piscar pra mim e ele pisca.

Merda!

— Não.

Então tenho uma grande idéia. Se seduzi-lo pode me dar o telefone da garota com mais facilidade.

Não acredito que vou fazer isso, mas dou o meu melhor sorriso, daqueles que deixa as garotas desconcertadas e completamente molhadas.

Mas que porra eu estou fazendo?           

— O que quer então?

Acho melhor ir direto ao ponto.

— Quero saber o nome e telefone de uma das suas garotas!

Seu sorriso some um pouco. Me endireito mostrando meus músculos sob a camiseta, e isso atraiu os seus olhos para o meu peito e braços.

— Vamos entrar, podemos beber alguma coisa e você me fala de quem quer saber. Também posso te proporcionar uma noite bem divertida, se quiser é claro!

Não com ele incluso, só quero se for com a garota de curvas maravilhosas, e aquela tatuagem que me excita só de lembrar.

Entro na boate, deixando ele pensar que o aceitaria dentro de um quarto comigo. Sentamos em uma mesa de frente com o palco, imediatamente ergue a mão e faz o pedido das bebidas. Duas garotas lindíssimas se aproximam, praticamente nuas, uma sentou no colo dele e a outra começa a dançar na minha frente, se ajoelha alisando as minhas pernas, subindo para a barriga...

— Então, consegue ver quem você quer? — o dono da boate fala.

— Queria saber mais sobre a garota do palco, ela faz uma dança incrível.

Ele muda um pouco a expressão e depois sorri.

— A apresentação acabou a um tempo, mas Jane vai adorar saber que gostou de vê-la dançando. — Responde batendo a mão na coxa da que está em seu colo.

— Como faço para ter uma noite com ela? Pago qualquer valor.

A garota levanta e caminha lentamente até parar atrás de mim, se inclina e sussurra no meu ouvido.

— O que acha de me ver dançar, podemos ir para um quarto particular...

O desejo inflama minha pele.

As meninas se esfregam em mim, uma delas tira os seios para fora ganhando total atenção.

— O que acha de uma noite comigo? — se esfrega no meu braço.

— Ainda não, meu bem! — faz biquinho e se afasta. — Ei! Onde ela vai?

— Foi buscar a Jane. Quer esperar aqui ou quer ir para um quarto?

Com medo de que esse convite fosse dele, resolvo esperar aqui mesmo.

A mulher que ficou está alisando meu membro por cima do tecido jeans, enquanto pulsa desesperadamente por liberação. O cara fica observando, sinto o peso do seu olhar em mim e não consigo controlar os gemidos que escapam dos meus lábios, por causa da massagem erótica que estou recebendo.

Já dividi um quarto com Willian várias vezes, até mesmo as garotas, só que nunca nos tocamos. Eu amo a perversão, ela me encanta e me deixa excitado, é divertido, mas como disse prefiro que seja com as mulheres.

— Ela já vem vindo! — ele fala, lembrando-me do porque estou aqui.

Viro na direção que está olhando, e a poucos metros vem uma garota loira com poucas roupas e gostosa pra caralho, mas não quem estou procurando.

— Não é ela.

— Como assim não é ela? Jane dança aqui todas as noites! — O dono da boate me olha assustado.

— Não, eu vim na sexta e uma morena estava no palco, cabelos castanhos e usava uma máscara.

Afasto as mãos da garota, me sentindo frustrado.

— Ah! Sei de quem está falando, mas infelizmente ela não trabalha mais para mim. Temos apenas Jane agora.

De perto ela é ainda mais bonita, olhos sedutores e um corpo escultural, que dá água na boca. Ainda assim, necessito saber quem é a outra.

— Nem o telefone, endereço, o nome, algo que possa me dizer sobre ela? Posso pagar.

— Claro que pode, porém não tenho como lhe dar esta informação.

Não acredito nas palavras dele, é nítido que está mentindo, principalmente quando vejo as meninas se entreolharem com desconfiança.

— Podemos pedir um quarto? — Jane se debruça sobre mim.

Com as carícias que a garota está fazendo, com certeza vou precisar de um quarto, porém, quero as duas, vou fazer elas falarem o que sabem.

— Pode pedir e está convidada.

Seguro a mão da mulher a minha frente, já imaginando o que ela pode fazer com a língua.

— Tudo bem, Jonas?

— Podem ir!

A decepção está estampada em seu rosto, mas sorri se levantando, nos dando licença. Fico apenas com as duas moças.

Elas me conduzem para um lugar, com luz baixa avermelhada e uma cama redonda no meio do cômodo, no canto tem o frigobar e algumas bebidas na parede, um espelho enorme no teto e um de frente para a cama.

Isso vai ser excitante pra porra! Willian vai me matar se ficar sabendo.

Foi uma noite e tanto, elas foram maravilhosas, mas não consegui tirar nada das duas. A garota é anônima, e nenhuma das meninas tinham acesso a identidade dela, só sabiam que Jonas a chamava de flor e que apenas dançava e ia embora. Posso dizer que isso me deixou ainda mais interessado e irei descobrir quem ela é, nem que custe todo o meu tempo e dinheiro.

Vou para casa depois de uma boa transa e me jogo na cama, mas antes passei no quarto da minha irmãzinha para saber se já tinha chegado, e sim, estava dormindo, então pude descansar tranquilo.

Nem vi a manhã de domingo passar, fiquei perdido nos pensamentos o dia todo, até que meu pai irrompe pela porta parecendo furioso.

— O que foi?

— Ficou sabendo do jantar? Seu avô deve ter enlouquecido. Casamento nessa altura do campeonato, com o pé na cova? Ele quer é dividir a herança, mas vou deixar claro que isso não vai acontecer, queira a velha ou não!  

— Pai — estou à beira de uma crise de riso. — Provavelmente, ela nem vai durar muito!

— A não ser que também seja rica, ai nem vai se importar com a herança. — Ele senta na minha cama, pensativo.

— Confesso que estou ansioso para conhecer a louca que aceitou se casar com ele. E chamar as pessoas de velha é errôneo! — digo sarcástico, lembrando do conselho do meu vô.

— Seu avô que te disse isso, tenho certeza que foi! — rimos. — E a sua mãe? Ela ligou?

— Não falo com a mamãe desde a semana passada.

Minha mãe está viajando com o novo namorado, e não tem tempo para os filhos, na verdade, nem me importo, nunca foi uma boa mãe. Está sempre preocupada com roupas e maquiagens, chega ser cansativo.

Lembro que a minha avó fazia de tudo por nós, reuniões de escola, roupas e concelhos sobre namoradas. Ela sim era a minha mãe, faz tanta falta que chega doer.

— Com certeza está em Paris, gastando o meu dinheiro...

Meu pai tagarelou sobre a mamãe por um tempo e mal ouvi, estou preso nas lembranças.

— Sinto falta da vovó! — penso alto.

Meu pai se interrompe, o silêncio recai sobre nós, até ele dizer:

— Também sinto.

Ele sorri.

— Bom, vou tomar um banho, não quero me atrasar para o jantar. Não vejo a hora de conhecer a nova vovó.

— Ela nunca será a sua vó!

Meu pai levanta e sai do quarto, não está aceitando bem esse assunto de casamento.

Depois de me arrumar, desço para a sala de visitas, onde meu pai e minha irmã já aguardam, me sento ao lado de Beatriz.

— Oi princesinha, como foi a sua noite ontem? — pergunto, cutucando-a com o cotovelo.

— Que noite? — meu pai questiona.

— Cala a boca, idiota!

Xi! Acho que dei mancada.

— É que ela tinha um montão de trabalho para fazer, então estou perguntando como foi.

Menti na cara dura, sempre apoiávamos um ao outro.

— Sei... espero que não tenha ido naquela festa, mocinha! Fui bem claro quando não autorizei.

Meu pai nunca foi duro com Beatriz, sempre fez tudo que ela quis e agora usou um tom mais firme e autoritário, fazendo-a entristecer.

— Eu não fui!

Ela se levanta, ia saindo da sala quando trombou com o vovô.

— Que carinha triste é essa, querida?

— Papai está estranho. — Ela o abraçou e começou a chorar. — Ele gritou comigo, e nem fiz nada!

Rainha do drama, deveria ganhar uma medalha por isso.

— Calma filha, ele só está preocupado com a herança, não é nada com você.

Fico extasiado e sem fala.

— Pai!

— Ela está chegando, então quero que tenham educação.

Vovô avisa, ignorando o meu Pai.

— Como quiser! — digo me divertindo com essa situação.

A campainha tocou. É agora, o espetáculo vai começar!

Emma, nossa governanta, corre para abrir a porta.

— Oi!

Ouço uma voz suave, daqui não conseguia vê-la.

— Entre senhorita, o senhor Antônio e sua família a espera.

Senhorita?

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