CAPITULO 6

Uma semana se passou depois disso, Lucy sequer ia a escola... eu estava começando a crer que algo de muito ruim havia acontecido a Lucinda. Eu havia comentado com Daniel, e ele ficou de me avisar qualquer coisa que descobrisse a respeito, mas que ainda era silencio total... ela havia desaparecido sem deixar pistas.

- Ela simplesmente desapareceu? - Jessy disse enquanto enrolava sushis ao meu lado.

- Lucy disse que ela brigou com a Mãe e saiu, desde então não voltou para casa...

- acha que ela pode ter sido... sequestrada? - ela tremeu - ou até mesmo, assassi... ah! que horror, se Deus quiser ela voltará logo logo, sã e salva!

- espero que sim, Lucy está arrasada...

- imagino... a família toda deve estar!

Suspirei e continuei a fazer o trabalho em silencio.

- sabe, - ela disse depois de um tempo - devíamos fazer alguma coisa para ajudar...

- como o que?

- Não sei... devíamos procura-la!

- a policia já esta a procura dela... se não encontraram até agora, por que nós iriamos encontrar?

- a policia não a conhece, - ela disse esperançosa.

- nós também não.

- mas Lucy conhece! deve haver algum lugar que ela costumava ir e tal...

- Jessy, essa não é uma boa ideia... só daríamos falsas esperanças a Lucy, e não quero fazer isso; - suspirei - Lucinda vai aparecer, eu tenho certeza!

Depois do trabalho e da escola, resolvi que iria procurar por Mariana, eu precisava muito da ajuda dela... Liguei para Dominic, e marcamos de nos encontrar na mesma praça em que os havia encontrado alguns dias atrás.

Quando cheguei na praça, Dominic e Mariana já estavam lá, eles formavam um lindo casal... embora Dominic fosse extremamente irritante.

- seu namoradinho das trevas não vai ficar bravo comigo não, certo? - ele perguntou - por que a ultima coisa que quero é arrumar brigas com ele.

- minha conversa é com ela... - apontei para Mariana que sorria alegremente - vá dar uma volta por ai, procuraremos por você depois.

Ele nos encarou curioso, mas depois saiu andando daquela jeito jovial que só ele sabia. Até seu jeito de andar era irritante.

- Não vou dizer que não fiquei surpresa quando Dominic disse que você queria me ver... - ela disse sorrindo - é algo importante?

- recebeu um envelope também, não é? - perguntei seriamente.

 Ela me encarou, e seu sorriso se desmanchou rapidamente.

- você também recebeu? - disse boquiaberta.

Assenti.

- sua folha estava em branco, não estava? - ela continuou - todas estavam.

- A folha... - falei - não estava em branco, mas assim que acabei de ler, as escritas desapareceram.

- desapareceram? - disse lentamente - tipo, literalmente?

- Literalmente.

Me encarou pensativa.

- e o que estava escrito?

- algo do tipo, os imortais podem morrer... ah não consigo me lembrar, disse... ahn... tome cuidado no escuro, escuridão... não sei, mas, dizia, para tomar cuidado que até os imortais podem morrer. - gaguejei - e tinha mais alguma coisa, é... com olhos, estava falando de olhos, e alma. não consigo me lembrar!

Era muito estranha toda aquela desorientação, durante todos os dias eu repeti aquelas frases na cabeça milhares de vezes, e de repente, esquecê-las, era absurdamente esquisito.

- deve estar com algum tipo de força, para não te deixar repetir as frases em voz alta... isso é coisa das trevas... da escuridão.

- e o que acha que essa... coisa quer? - perguntei.

- deve estar procurando alguém, e tudo indica que é você, já que foi a unica que  viu algo escrito no papel...

- acha que tem a ver com o fato de eu ser uma mestiça?

- temos que considerar todas as opções, mas fique tranquila, vamos encontrar quem está espalhando esses envelopes... - ela me puxou pelo pulso - agora vamos... temos que encontrar Dominic!

  E então a vi, a garotinha estava sentada num dos bancos da praça, a mesma garotinha que havia me entregado o envelope no shopping, a mesma que havia abruptamente desaparecido. Dessa vez ela usava um laço azul em seus longos cabelos castanho claro. Me soltei de Mariana e corri até lá.

- Eu preciso de sua ajuda ok? - falei para ela, que me encarava com aqueles olhinhos azuis - eu preciso que me diga seu nome, qual é o seu nome?

- Analu...  - Mariana disse ao meu lado assim que chegou - com quem está falando?

- Com ela..-apontei para onde ela se encontrava, e novamente, ela havia desaparecido - a garotinha que estava aqui!

- Não havia nenhuma garota ai Analu, vamos... - ela me pegou pelo pulso novamente e dessa vez a segui pensativa.

Aquilo era real, eu vi, eu olhei bem no fundo daqueles olhos azuis, ela estava ali, e de alguma forma sumia e aparecia gradativamente...

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