CAPITULO 4

No dia seguinte quando acordei, a primeira coisa que fiz foi ligar para Daniel... aquela historia estava muito estranha! ta certo que existem demônios e anjos e que a terra é repleta de seres extraordinários assim, mas até onde sei, anjo ou demônio nenhum consegue desaparecer, ou ser invisível para algumas pessoas, ou quem sabe... fazer algo que estava escrito no papel desaparecer.

" Chego em dez minutos" 

Daniel disse gravemente e desligou. 

Dez minutos depois ele apareceu ao meu lado.

- pensei que tivesse aprendido a usar a porta... - falei.

Ele me encarou, seu rosto intacto, sem emoção.

- O que aconteceu no shopping?

 Contei a ele com detalhes, até os insignificantes, e os olhos dele pareceram escurecer repentinamente.

- Você não vai mais sair sozinha... - ele disse depois do que pareceu uma eternidade.

- Pra começo de conversa, eu não estava sozinha! estava com Lucy.

- Lucy poderia te proteger? - arqueou as sobrancelhas - foi o que eu pensei... você estava sozinha.

- Daniel, eu só quero saber o que aconteceu... anjos podem fazer aquelas coisas? 

- eu não sei, mas não foi só com você que aconteceu isso.

 O encarei, e ele entendeu o recado.

- John disse ter visto uma figura como essa... capuz preto, uma garota - ele suspirou - o papel...

- o que estava escrito no papel que ele recebeu? - gritei, e depois me contive.

- nada... o dele estava em branco - ele tocou meu rosto - o de Megan e de Mariana também.

- elas também?

ele fez que sim e continuou.

- mas o seu não, e isso significa alguma coisa! - ele cerrou os punhos - e eu estou até com medo de descobrir...

 Depois de beijar levemente minha testa, ele se foi sem nem dizer mais nada.

Meditei alguns minutos sobre o que acabara de descobrir, John, Megan e Mariana também receberam o envelope, mas somente o meu continha algo escrito.

 Por sorte era domingo, isso significava que eu não iria trabalhar... Peguei a chave do carro de mamãe e dirigi até a casa de John, ao chegar lá ele veio correndo ao meu encontro.

- Filha! - ele disse sorridente - veio me fazer uma visita... pensei que isso era impossível.

- John, não exagere! - brinquei.

 Entramos para a sala, ele me encarava sorrindo.

- Daniel disse que também recebeu um envelope... 

- Sim, mas acho que não passa de uma brincadeira, já que o papel estava em branco. - John disse pensativo - mas por que Nate te disse isso? 

- nada em especifico... - menti - mas me diga, como você está?

 Acho que ele acreditou, por que não tocou mais no assunto durante todo o tempo que estive lá. Quando resolvi que era hora de ir, ele me acompanhou até a porta.

- Analu, eu gosto muito de Nate, acredite! sei que ele é um... ele é bom, ele salvou sua vida e tal... mas por favor, tome cuidado... ele pode ter feito o que for, mas ele ainda é um demônio, e demônios não são confiáveis...  eles perdem o controle, eles acabam fazendo coisas que não queriam fazer! lembre-se disso, por favor! a prova disso é Mary, sua própria mãe teve coragem de enfiar uma faca envenenada em você... Eu não a culpo, isso é da natureza dela... e é da natureza dele também, e eu não suportaria perder você novamente! não posso pedir que você o deixe, por que sei que você o ama, da para ver em seus olhos, mas por favor, tome muito cuidado.

- eu confio em Daniel, confio nele como nunca confiei em Mary, - falei - Daniel é diferente, ele não é como os outros... eu vou tomar cuidado, mas fique sabendo que esse aviso é completamente desnecessário!

- Analu, tem uma coisa que ele não te contou...

- a é? o que por exemplo?

- essa foi a primeira lua de sangue dele... - John disse calmamente - é como uma confirmação do que ele é, ele vai se tornando agressivo, possessivo... ele se torna um demônio! - ele sorriu, mas era um sorriso melancólico - quando conheci sua mãe ela não era daquele jeito sabe?  as luas, o tempo, a vida, a tornou um demônio ruim... é a natureza dela, é o que ela é... e quanto mais o tempo passar, mais Nate ficará frio, mais ele será da escuridão.

- está mentindo! -  gritei.

- eu sinto muito... 

Sem dizer mais nada entrei no carro de mamãe e sai por ai, dirigindo pela cidade sem rumo nenhum. Fui até a praça central e me sentei num dos bancos. Meia hora depois de e ficar fitando o vazio a minha frente, uma pessoa se sentou ao meu lado.

- esta chorando? - a voz familiar perguntou.

E então me dei conta de que,d e fato, eu estava chorando. Limpei as lagrimas rapidamente, para só então dar uma rápida olhada para o lado.

- Oi Dominic... 

- estava passando por aqui com Mariana - ele aponto para uma barraca de cachorro quente a nossa esquerda, Mariana aguardava na fila - e então vi você... ta tudo bem?

- Eu estou bem - falei - mas... não deviam estar em Brighton?

- estamos todos aqui. - ele sorriu - pensei que já soubesse...

- é - sorri - sou sempre a ultima a saber das coisas...

- O que? Daniel não te contou? 

- Contou o que? - perguntei, sentindo  o ódio tomar conta de mim, Daniel adorava esconder coisas de mim, e isso estava começando a me irritar.

- ih... me deixa fora disso, não quero brigas com Daniel.

- Por que brigaríamos? - Daniel disse aparecendo de surpresa.

- Não tenho nada a ver com isso - ele disse e ergueu os braços em sinal de inocência, depois se levantou, mas parou ao lado de Daniel o suficiente para dizer - Boa sorte cara, acho que você esta... como posso dizer? ferrado!

 Daniel me encarou, assim que Dominic andou até Mariana na barraca de cachorro quente, ele se sentou ao meu lado.

- Eu não te contei por que não achei que precisasse saber, pronto, fim de historia. - ele disse precipitadamente.

- do que está falando exatamente? - perguntei, levando em conta a lua de sangue, e o fato de ele não ter me contado que todos estavam em Londres.

- Você sabe bem do que estou falando... - ele me fitou com aqueles olhos negros - eu sinto muito mas não podia te contar sobre a lua de sangue, e não quero falar sobre isso agora.

Continuei o encarando, mas resolvi que falaríamos sobre aquilo depois, quando eu e ele estivesse mais calmos.

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